Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO DO ENSINO FUNDAMENTAL II CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II – Profª Ms. Neire Aparecida Machado Scarpini e Profa. Drª Sueli Cristina de Pauli Teixeira Profª. Ms. Neire Aparecida Machado Scarpini, natural de Ribeirão Preto, pedagoga e mestre em Educação Escolar pelo CUML – Centro Universitário Moura Lacerda. Olá! Meu nome é Sueli Cristina de Pauli Teixeira Teixeira. Em 1991, graduei-me em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCL/USP-RP) (com licenciatura e grau de psicólogo). Em 1997, fiz meu mestrado em Saúde Mental pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP USP). Em 2002, finalizei o doutorado em Psicologia pela FFCL/USP-RP. Tenho experiência na área de Psicologia Clínica, Psicologia da Educação e Psicologia do Desenvolvimento, atuando principalmente nos seguintes temas: psicopedagogia, educação especial e inclusiva, educação infantil, formação continuada de educadores, desenvolvimento humano, adoção, análise do discurso de linha francesa. De 2006 a 2008, fiz pós-doutorado no Centro de Investigações sobre Desenvolvimento Humano e Educação Infantil/Grupo de Investigação sobre Abrigamento, Acolhimento Familiar e Adoção (CINDEDI/GIAAA) da FFCLUSP-RP, sob orientação da Profª Drª Maria Clotilde Rossetti-Ferreira. Desde 2005, atuo como coordenadora, docente e supervisora de estágios, em cursos de pós-graduação lato sensu do Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto/SP. Fui docente, com vínculo temporário, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), proferindo aulas de Psicologia da Educação e Psicologia do Desenvolvimento nas diversas licenciaturas do campus da cidade de São Carlos/ SP. No início de 2011, fui contratada como tutora web e professora responsável pela disciplina de Psicologia da Educação, pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais/SP. Acredito na Educação como o caminho para o desenvolvimento de pessoas. E espero contribuir para formação de todos vocês! e-mail: depauliteixeira@gmail.com Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO DO ENSINO FUNDAMENTAL II Caderno de Referência de Conteúdo Neire Aparecida Machado Scarpini Sueli Cristina de Pauli Teixeira Batatais Claretiano 2013 Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP) Versão: dez./2013 372.241 S31o Scarpini, Neire Aparecida Machado Organização do trabalho pedagógico do ensino fundamental II / Neire Aparecida Machado Scarpini, Sueli Cristina de Pauli Teixeira – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 144 p. ISBN: 978-85-8377-010-7 1. A organização da unidade escolar e a eficácia do ensino aprendizagem. 2. Processos educativos, conselhos de educação, conselhos escolares e a gestão democrática da escola. 3. Reflexões sobre os problemas cotidianos que ocorrem em uma gestão relativos a equipe diretiva e ao trabalho político do diretor. I. Teixeira, Sueli Cristina de Pauli. II. Organização do trabalho pedagógico do ensino fundamental II. CDD 372.241 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Luis Henrique de Souza Patrícia Alves Veronez Montera Rita Cristina Bartolomeu Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Bibliotecária Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7 2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 8 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 23 4 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 23 UNIdAdE 1 – ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO DO ENSINO FUNDAMENTAL II 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 25 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 26 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 26 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 26 5 A ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR ...................................................... 27 6 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 53 7 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 54 8 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 54 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 55 UNIdAdE 2 – ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL: CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, CONSELHOS ESCOLARES E A GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 57 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 57 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 58 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 58 5 CONSELHOS DE EDUCAÇÃO E CONSELHOS ESCOLARES ............................... 59 6 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO .................................................................. 647 CONSELHOS ESCOLARES .................................................................................. 75 8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 78 9 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 78 10 E-REFERÊNCIAS ............................................................................................... 79 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 80 UNIdAdE 3 – A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ESCOLA: A VIOLÊNCIA ESCOLAR, O BULLYING E A INDISCIPLINA 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 81 2 CONTEÚDOS .................................................................................................... 81 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 82 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 82 5 VIOLÊNCIA NA ESCOLA ................................................................................... 83 6 A VISÃO SOCIOLOGIZANTE E A VISÃO PSICOLOGIZANTE: ATÉ ONDE ELAS EXPLICAM A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS? ........................................................ 87 7 COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS NA ESCOLA: O BULLYING E A VITIMIZAÇÃO ................................................................................................... 93 8 O PAPEL dOS PROFESSORES, GESTORES E PAIS: UNINdO-SE CONTRA O BULLYING E SUAS CONSEQUÊNCIAS .............................................................. 96 9 PONTOS RELEVANTES EM IMPLANTAÇÕES DE PROJETOS CONTRA O BULLYING NAS ESCOLAS .................................................................................. 98 10 DISCIPLINA E INDISCIPLINA NA ESCOLA ....................................................... 101 11 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ...................................................................... 113 12 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................ 114 13 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 114 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 115 UNIdAdE 4 – DROGAS E SEXUALIDADE: DESAFIOS NA GESTÃO DA ESCOLA ATUAL 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 117 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 117 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 118 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 119 5 ADOLESCÊNCIA E SEXUALIDADE ..................................................................... 120 6 SEXUALIDADE E ESCOLA: EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO SEXUAL DE ADOLESCENTES ............................................................................................... 123 7 PROJETOS DE EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS: ALICERCES TEÓRICOS E PRÁTICOS .................................................................. 129 8 O ADOLESCENTE, AS DROGAS PSICOTRÓPICAS E A ESCOLA ....................... 132 9 O ESTADO, A ESCOLA, A FAMÍLIA E A PREVENÇÃO AO USO DE ENTORPECENTES ............................................................................................. 136 10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 141 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 141 12 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 142 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 143 CRC Caderno de Referência de Conteúdo Ementa ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A organização da unidade escolar e a eficácia do ensino aprendizagem. Proces- sos educativos, conselhos de educação, conselhos escolares e a gestão demo- crática da escola. Reflexões sobre os problemas cotidianos que ocorrem em uma gestão relativos à equipe diretiva e ao trabalho político do diretor. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 1. INTRODUÇÃO O estudo que estamos iniciando trata dos conteúdos de Organi- zação do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II, com enfoque no funcionamento da escola, a qual tem como função formar sujeitos escolares e incentivá-los a buscar a formação contínua. Nesse momento, o nosso foco é a gestão escolar, um dos as- pectos do campo da educação que discorre sobre a organização de uma escola compromissada com a formação de qualidade de crian- ças, jovens e adultos. Prima-se, então, por uma cultura organiza- cional com base na ideia de que democracia se aprende na escola, contudo, ninguém ensina democracia sem ter a oportunidade de © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II8 vivenciá-la. Isso é particularmente importante de ser trabalhado em parceria com as famílias e com a comunidade, que juntamente com a escola enfrenta, hoje, sérias problemáticas: a indisciplina, a violên- cia, o bullying, a precocidade da sexualidade e o abuso de substân- cias psicoativas. Tais situações demandam um trabalho democrático e conjunto entre todos os agentes do núcleo gestor. 2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO Abordagem geral Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu- dado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual você possa construir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profis- são, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabi- lidade social. Vamos começar nossa aventura pela apresentação das ideias e dos princípios básicos que fundamentam este Caderno de Referência de Conteúdo. Neste estudo, veremos conteúdos relevantes que ajudam a entender como organizar, administrar e gerir o ensino na escola que atende alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Neste CRC trataremos a gestão escolar situada no microssis- tema; o Conselho Nacional de Educação e o Plano Nacional de Edu- cação, correspondentes ao macrossistema; os Conselhos Escolares como mecanismos de fortalecimento das decisões; e a centralização de poder na escola, no sentido de conquistar autonomia local para eleger os dirigentes escolares e os membros dos conselhos. Estudaremos também aspectos necessários à democratiza- ção da escola pública por meio da construção do Projeto Político Pedagógico, e como a escola lida com os problemas recorrentes Claretiano - Centro Universitário 9© Caderno de Referência de Conteúdo do cotidiano escolar: violência, bullying, indisciplina, orientação sexual e prevenção ao uso de drogas. Para início de conversa, como você pensaria o papel do ges- tor escolar? No desenvolvimento deste estudo você identificará o papel do gestor escolar articulado às demandas oficiais para que a escola cumpra a sua função política e social com o ensino. O gestor escolar está diante de três funções: organizar, admi- nistrar e gerir o ensino. É interessante que você perceba, que estes três aspectos são oriundos do mundo econômico, enfatizado nas políticas públicas de educação dos países em desenvolvimento como o Brasil, cujointuito é a contenção de custos. Com a democratização da escola pública e o aumento de va- gas para as crianças e jovens da camada popular, tem-se visto que as políticas não têm correspondido com instrumentos suficientes para a qualidade da educação. Assim, a escola não tem conseguido recuperar o déficit social e educacional da maioria da população escolar. É fundamental considerar que a escola, para ter o compro- misso social com o ensino precisa superar a visão de currículo mí- nimo, incapaz de formar o aluno, e atentar para um currículo mais completo para que ele conquiste o seu lugar na sociedade e no mundo do trabalho. A educação não pode ser pensada apenas baseando-se na estrutura material, no entanto, depende de um conjunto de ele- mentos educativos bem estruturados, organizados e geridos: pre- cisa de um prédio que atende as necessidades da comunidade dos arredores; adaptações para atender alunos com necessidades educacionais especiais; professores bem formados e sempre em processo de formação continuada; professores que saibam lidar com as tecnologias de ensino; bibliotecas; laboratórios; informati- © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II10 zação; Projeto Político Pedagógico elaborado pelo coletivo escolar, de acordo com as suas concepções políticas; currículos eficazes para que todos os alunos se envolvam com o ensino; estrutura para atividades esportivas; e outras coisas mais que cada gestor poderá estabelecer de acordo com as peculiaridades locais. Para que haja democratização do ensino é fundamental atentar para as questões sugeridas, ou seja, focar no ensino com base nos quatro pilares: aprender a aprender; aprender a fazer; aprender a conviver e aprender a ser. E assim, buscar superar o ce- nário educacional pelo qual vem passando a educação pública bra- sileira, com alunos saindo da Educação Básica sem o domínio de conhecimentos mínimos, necessários para continuar estudando. O que depende de medidas igualitárias que oportunizam a todos os jovens que sonham em estudar para conquistar a autonomia educativa. Esta autonomia educativa pode ser conquistada na escola que constrói um projeto educacional que ensine o sujeito a ser consciente de suas responsabilidades e papéis na sociedade. Apesar de estarmos inseridos em um contexto no qual pre- domina o mundo econômico e competitivo, a escola precisa redi- mensionar seus princípios, objetivos, projetos educativos e trans- formar o ensino, elevando o nível de aprendizagem dos alunos. Para isso, é relevante uma articulação entre o sistema micro, representado pela escola, e o sistema macro, em que se decidem e emanam as políticas públicas, normas educativas e orientações que devem subsidiar as escolas na constituição de um projeto de ensino que esteja de acordo com a demanda de alunos que atende na comunidade em que está inserida. E se os alunos carecem de maior investimento de informa- ções, conhecimentos e cultura, o coletivo escolar deve se desdo- brar para que os alunos não percam a oportunidade de ter acesso a esses bens que ajudam na constituição de uma formação sólida, que mobiliza habilidades cognitivas que ajudam a desenvolver for- Claretiano - Centro Universitário 11© Caderno de Referência de Conteúdo mas diferentes de pensar e construir aprendizagens estruturadas, lógicas e diversificadas, que levam o aluno a buscar ele próprio a solução de problemas. Por essa razão, o professor precisa ter um planejamento de ensino que defina quais ações serão desenvolvidas nas aulas; quais objetivos pretende atingir; quais procedimentos serão utilizados; em que tempo pretende desenvolvê-los; e como o resultado desse processo será avaliado. Nesse sentido, o coletivo escolar precisa saber de onde vêm as normas, as orientações e as prescrições atribuídas à escola. O nosso objetivo agora é apenas situar você acerca desses mecanismos oficiais, pelos quais emanam as políticas educativas: • O Conselho Nacional de Educação (CNE) formula, avalia e zela pela qualidade do ensino. • O PNE - Plano Nacional de Educação - tem estreita ligação com o Sistema Nacional de Educação. Lança as metas a serem cumpridas no prazo de dez anos. Implica na cons- ciência dos problemas educativos. É relevante que a sociedade civil conheça as metas educati- vas e verifique quais estão sendo cumpridas e quais estão sendo desprezadas. Pensando na autonomia educativa, podemos afirmar que os Conselhos Escolares são modalidades de participação de profis- sionais da educação, pais e alunos, nas discussões sobre os rumos da escola. Assim, quando os problemas e as dificuldades da escola sur- gem, estes podem ser discutidos entre os agentes que têm partici- pação nos Conselhos Escolares. É provável que surjam alternativas e soluções mais rápidas e eficazes quando se compartilham as decisões de poder, pois o gestor sozinho tem maior dificuldade de solucionar os imprevistos cotidianos que invadem a escola. Podem ocorrer im- passes complicados, como a violência, o bullying e a indisciplina. © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II12 Nossa proposta de estudo é para que você pense a organi- zação do trabalho pedagógico na escola tendo como foco os três fatores que mencionamos; a violência escolar, o bullying e a indis- ciplina, que são problemas que desafiam o cotidiano escolar. As escolas estão vulneráveis à violência. Esta situação exige que se desenvolva ações educativas que enfatizem valores morais, éticos, de respeito ao outro e ao diferente. O problema é que qualquer tipo de violência pode deixar marcas físicas e psicológicas nas pessoas e, com isso, se o ser agre- dido não tiver atitudes adequadas e conhecimentos a respeito dos próprios limites e dos limites do outro, o resultado dessa situação pode ser desastroso para a sociedade. Basta ver nos noticiários te- levisivos a quantidade de acontecimentos violentos que ocorrem em escolas de diferentes partes do mundo. Cabe afirmar que o resultado de situações de tortura, humi- lhação, abandono que ocorrem em diferentes fases do desenvolvi- mento humano acomete, principalmente, os jovens, e, caso estes não tenham atendimento necessário e intervenção urgente, acaba atingindo muitas outras pessoas, além da família e da escola. Contudo, a violência pode ser combatida se bem trabalhada na escola, no lar e em diferentes espaços sociais. Como o nosso foco é a violência na escola é possível dizer que tal situação pode resultar de práticas impróprias e podem também encontrar explicação de ordem social e clínico-psicológica. A escola recebe crianças e jovens de diferentes origens, ou seja, filhos de famílias estruturadas e outros que foram e são rele- gados à sorte, privados de uma base sólida moral, ética, humana, no qual são expostos a mundos, em que prevalece a violência, o crime, a miséria, o descaso e a indisciplina. Sendo assim, a escola está exposta e vulnerável a todo o tipo de situação de risco e os serviços públicos nem sempre conseguem Claretiano - Centro Universitário 13© Caderno de Referência de Conteúdo garantir a tranquilidade para que a educação faça a sua parte. O que não depende somente da escola. Depende de outros fatores, como maior investimento no ensino, maior investimento nas es- colas, a valorização do professor e planos educacionais capazes de fazer a diferença e atender a todos. Pensar que a escola é um espaço próprio tem uma dinâmica peculiar e carece de reforços contra a violência que vem de fora. Por isso, a escola precisa saber quem é o seu aluno, de onde ele vem, o quê ele traz para a escola, e buscar uma relação que não seja de confronto com esse aluno para não ocorrer a violência. Então, o professor precisa assumir um papel de representan- te do mundo para que o aluno possa vê-locomo alguém confiável capaz de conduzi-lo ao caminho certo. Atualmente, tem-se estudado os fenômenos do comporta- mento agressivo e que ocorrem em escolas. São estes o bullying e a vitimização. O bullying envolve todos os atos agressivos, propositais e de poder sobre o outro; o agredido é a pessoa que sente angústia, medo, pavor, rejeição. Essa situação ocorre com mais frequência em jovens com idade entre 11 e 13 anos, podendo ocorrer tanto em meninos quanto em meninas. A escola não pode ser conivente nem omitir qualquer tipo de comportamento agressivo que traga prejuízos corporais e psi- cológicos aos jovens. A criança e o jovem têm na Constituição Federal e no Esta- tuto da Criança e do Adolescente a garantia de ser tratado com respeito e dignidade. As escolas precisam de um ambiente seguro para que as crianças e os jovens desenvolvam as suas capacidades intelectuais e sociais, para que exerçam a cidadania, porque o bullying pode le- var o aluno a ter dificuldades de aprendizagem, além de apresen- © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II14 tar quadros de depressão e baixa autoestima e, com isso, a escola, a família e a sociedade são atingidas. É preciso ficar atento quando ocorrer o bullying na escola, pois muitas vezes a criança ou o jovem passa a necessitar de servi- ços, como saúde mental, justiça da infância e adolescência, educa- ção especial e programas sociais. Os pais também precisam de apoio, portanto os gestores e os professores não podem encarar comportamentos como o bullying com naturalidade, pois tal atitude pode favorecer e refor- çar o comportamento agressivo. Gestores e professores devem intervir contra a violência juvenil, identificando os alunos de risco, observando comportamentos com al- terações emocionais e implantando programas anti-bullying na escola. O coletivo escolar, as famílias e os alunos precisam estar uni- dos e conscientes que as vítimas do bullying necessitam de apoio, pois trata-se de uma questão de saúde pública. Outro problema é a indisciplina na sala de aula. E tal como o bullying, causa mal-estar nos educadores e nos gestores. É consi- derada como uma das causas do fracasso escolar. Porém, a indisciplina não deve ser atribuída apenas ao alu- no. Precisamos pensar sobre como estamos conduzindo o nosso aluno com este tipo de problema; como estamos ensinando; como lidamos com ele. É interessante se perguntar: eu sou democrático na sala de aula? Será que a indisciplina não é uma resposta à mi- nha postura docente? Será que a inquietação na sala de aula não poderia ser ingrediente para um bom planejamento das aulas? É importante que você identifique se o seu aluno é indisci- plinado apenas com você, talvez com outro professor ele seja um aluno colaborador e disciplinado. Diante do exposto, pense em algo que pode tornar a escola mais atrativa aos alunos; como melhorar a relação professor-alu- Claretiano - Centro Universitário 15© Caderno de Referência de Conteúdo no; como disseminar o conhecimento de maneira prática; como administrar as aulas para driblar a indisciplina; como negociar as regras com os alunos; quais estratégias e procedimentos usar; como assumir o papel docente. Faça isso e vá em frente! Há outros fatores que acometem o cotidiano escolar. São es- tes: as drogas e a sexualidade. Situações nas quais a escola, muitas vezes tem dificuldade de lidar e intervir. Os jovens com idade entre 11 e 13 anos estão passando por um processo de mudança biológica, afetiva e social. Eles procuram uma identidade. E quando eles buscam esta identidade, geralmen- te, opõem-se às regras estabelecidas. A busca por autonomia aca- ba gerando conflitos na família e no meio social. O jovem está em desenvolvimento e todo comportamen- to sexual exige aprendizagem de comportamento culturalmente especificado. É preciso trabalhar temas que envolvem comporta- mentos de risco nos adolescentes, como: DST/HIV/Aids; gravidez na adolescência, aborto, métodos contraceptivos, uma vez que observamos que os jovens estão iniciando a atividade sexual cada vez mais cedo, ressaltando que não se pode separar a atividade sexual da pessoa, pois esta faz parte dela. No entanto, é essencial esclarecer e orientar os alunos sobre tais assuntos. Os jovens precisam de informações seguras, de parâmetros de conduta seguros, a fim de se prepararem para desempenhar o papel de adulto. Nesse sentido, a escola, a família e a sociedade são institui- ções básicas para ajudar os adolescentes a lidar com a sexualidade. A escola precisa implementar projetos de educação sexual e in- tervir nos comportamentos de risco por meio de orientações sérias e claras. Estas orientações podem ser encontradas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e também com profissionais de saúde. Os professores devem propiciar contextos pedagógicos ade- quados e selecionar estratégias de informação; promover debates para a reflexão sobre questões de sexualidade; precisam envolver as famílias, os profissionais de saúde; criar oficinas; dramatizações © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II16 e conversas informais. O importante é buscar técnicas de aborda- gem adequadas que atraiam os alunos. Qualquer prática educacional precisa de diretrizes claras com objetivo na formação do adolescente. Daí, a importância, também, da prevenção de drogas, do uso do fumo, do álcool, entre outros. O envolvimento do jovem com drogas pode ser a fuga de pro- blemas, a busca de aceitação social no grupo e a curiosidade. As crian- ças e os jovens são os mais vulneráveis a comportamentos de risco. Os efeitos do uso de drogas são deletérios e preocupantes, principalmente se associado ao comportamento sexual de risco entre adolescentes. As drogas invadem a escola e choca gestores, educadores e familiares dos adolescentes. E o pior, há despreparo para lidar com esse mal, porque o preconceito fala mais alto. É preciso ser realista e discutir o problema, enfrentá-lo e com isso até reduzir o uso de drogas. Vale ressaltar que esta situação exige programas de preven- ção que favoreçam o diálogo entre a escola e os estudantes, escola e pais, famílias e alunos. É preciso promover informações sobre drogas na escola; pro- mover espaços de discussão e reflexão; mudar a atitude dos agentes escolares; respeitar alunos que fazem uso ou não de entorpecentes; estabelecer vínculos positivos com os alunos usuários e apoiar na mo- dificação de seus hábitos; firmar contratos com regras disciplinares e parâmetros claros de conduta; acompanhar de perto; reunir fami- liares; visitar domicílios; incentivar os alunos em atividades físicas; e promover o envolvimento dos profissionais de saúde na escola. Assim, a escola, sendo lócus de informações seguras para a promoção de saúde à comunidade, poderá incentivar hábitos de vida saudáveis, ações preventivas para a sexualidade e a drogadi- ção, promovendo um mundo melhor! Claretiano - Centro Universitário 17© Caderno de Referência de Conteúdo Glossário de Conceitos O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá- pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados no Caderno de Referência de Conteúdo Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Funda- mental II. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos: 1) Currículo: pode ser entendido como: "[...] (a) os conteú- dos a serem ensinados e aprendidos; (b) as experiências de aprendizagem escolares a serem vividas pelos alunos; (c) os planos pedagógicos elaborados por professores, es- colas e sistemas educacionais; (d) os objetivos a serem al- cançados por meio do processo de ensino; (e) os proces- sos de avaliação que terminam por influirnos conteúdos e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus da escolarização" (MOREIRA; CANDAU, 2007, p. 18). 2) Democracia: "[...] é um sistema social no qual todos dis- põem de parcela igual de poder. Embora existam mui- tos sistemas sociais relativamente pequenos e simples (um grupo de amigos, por exemplo) que são organizados como democracias puras, no nível de organizações, co- munidades e sociedades inteiras complexas, a democra- cia pura é muito mais rara" (JOHNSON, 1997, p. 66). 3) Gestão educacional: "[...] corresponde à área de atua- ção responsável por estabelecer o direcionamento e a mobilização capazes de sustentar e dinamizar o modo de ser e de fazer dos sistemas de ensino e das escolas, para realizar ações conjuntas, associadas e articuladas, visan- do o objetivo comum da qualidade do ensino e seus re- sultados" (LUCK, 2006, p. 25). 4) Hierarquia: "[...] é um sistema social no qual o poder é distribuído entre diferentes camadas, pouca ambiguida- de havendo sobre quem tem autoridade sobre quem. Quanto mais hierárquico um sistema, maior o número de camadas e, de modo geral, maior a distância entre o topo e a base" (JOHNSON, 1997, p. 124). © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II18 5) Organização escolar: "[...] a sua cultura, relações de po- der, o seu modo de funcionamento, os seus problemas, bem como das formas de organização e de gestão, das competências e dos procedimentos necessários para atuação, de forma eficiente e participativa, nas decisões e ações dirigidas ao atendimento dos objetivos educa- cionais" (LIBÂNEO et al., 2008, p. 25). 6) Projeto Político Pedagógico: "O projeto político-peda- gógico é um documento que não se reduz à dimensão pedagógica, nem muito menos ao conjunto de projetos e planos isolados de cada professor em sua sala de aula. O projeto político pedagógico é, portanto, um produto específico que reflete a realidade da escola, situada em um dado contexto mais amplo que a influencia e que pode ser por ela influenciado. Em suma, é um instru- mento clarificador da ação educativa da escola em sua totalidade" [...] "A proposta pedagógica ou projeto polí- tico pedagógico relaciona-se à organização do trabalho pedagógico da escola; o plano de trabalho está ligado à organização da sala de aula e a outras atividades peda- gógicas e administrativas" (VEIGA, 1998, p. 11-12). 7) Qualidade em educação: demanda políticas educacio- nais promissoras com baixo custo, sem desvios de ver- ba. Propostas e projetos de educação integrados com o contexto de políticas econômicas, que considerem as diversas realidades e culturas brasileiras e que tem por finalidade devolver os direitos de conhecer e aprender sempre negado aos excluídos socialmente (SILVA, 1995). Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es- quema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteú- do. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignifican- do as informações a partir de suas próprias percepções. Claretiano - Centro Universitário 19© Caderno de Referência de Conteúdo É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações entre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais com- plexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na or- denação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque- mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhecimen- to de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog- nitivas, outros serão também relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor- nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe- cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele- © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II20 cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon- ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2012). Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II Orientações para o estudo Abordagem geral Democratização do ensino Gestão escolar: microespaço de decisões Desafios cotidianos da escola Violência, bullying, indisciplina Parâmetros Educacionais seguros CNE/PNE: macroespaço – Políticas Públicas – metas educativas Glossário de conceitos Gestão escolar Introdução para o estudo Caderno de Conteúdos Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II. Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. Claretiano - Centro Universitário 21© Caderno de Referência de Conteúdo O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien- te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza- das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co- nhecimento. Questões Autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. Responder, discutir e comentar essas questões, pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re- solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. As questões de múltipla escolha são as que têm como respos- ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdosmatemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res- posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma. Ressaltamos que as questões autoavaliativas, são importan- tes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para sa- ber se estes foram significativos para sua formação. Indague, refli- ta, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadurecimento intelectual. © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II22 Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio- grafias complementares. Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos deste Caderno de Referência de Conteúdo, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aqui- lo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido perce- bido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade EaD, na modalidade EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- Claretiano - Centro Universitário 23© Caderno de Referência de Conteúdo rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JOHNSON, A. G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Tradução de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. LIBÂNEO, J. C. et al. Educação escolar: política, estrutura e organização. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2008. LOPES NETO, A. A.; SAAVEDRA, L. H. Diga não para o Bullying. Rio de Janeiro: Abrapia, 2004. LUCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis: Vozes, 2006. (Série Cadernos de Gestão, v. II). ODÁLIA, N. O que é violência? São Paulo: Brasiliense, 1992. SILVA, R. C. Educação: a outra qualidade. Piracicaba: Ed. Unimep. 1995. VEIGA, I. P. A. Perspectivas para reflexão em torno do projeto político-pedagógico. In: VEIGA, I. P. A.; REZENDE, L. M. G. (Org.). Escola: espaço do projeto político-pedagógico. Campinas: Papirus, 1998. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico). VELHO, G. Violência, reciprocidade e desigualdade: uma perspectiva antropológica. In: VELHO, G.; ALVITO, M. Cidadania e violência. Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ/FGV, 1996. 4. E-REFERÊNCIAS JARDIM, D. P.; BRÊTAS, J. R. S. Orientação sexual na escola: a concepção dos professores de Jandira – SP. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 59, n. 2, p. 157-162, mar./abr. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v59n2/a07.pdf>. Acesso em: 7 dez. 2012. MOREIRA, F. B.; CANDAU, V. M. Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento e cultura. Organização do documento de Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. Brasília: MEC/SEB, 2007. 48 p. Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag3.pdf>. Acesso em: 9 dez. 2012. © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II24 SAVIANI, D. Sistema Nacional de Educação articulado ao Plano Nacional de Educação. Revista Brasileira de Educação, v. 15, n. 44, p. 380-412, maio/ago. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v15n44/v15n44a13.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2012. 1 EA D Organização do trabalho pedagógico do Ensino Fundamental II A prática pedagógica contribui de modo específico, isto é, propria- mente pedagógico para a democratização da sociedade na medida em que compreende como se coloca a questão da democracia re- lativamente à natureza própria do trabalho pedagógico (SAVIANI, 2008, p. 63). 1. OBJETIVOS • Identificar o papel social da escola no âmbito da organiza- ção formal, na conquista de uma educação coerente com ideais democráticos e, consequentemente, uma educa- ção de qualidade. • Compreender e reconhecer os caminhos e descaminhos pelos quais vem passando a educação brasileira no que se refere à democratização do ensino. • Problematizar a gestão escolar diante dos desafios atuais que a educação atual propõe. © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II26 2. CONTEÚDOS • A organização do trabalho pedagógico e o papel da gestão escolar. • Impasses da democratização do ensino e da educação de qualidade. • Organização do trabalho pedagógico: macro e microespaços. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli- citados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho. 2) Busque os textos indicados nas referências bibliográficas deste material didático e aprofunde o conhecimento. 3) Nesta unidade trataremos a gestão escolar com base no enfoque crítico na tentativa de promover reflexões so- bre os avanços e os retrocessos da educação brasileira. 4) As questões que dizem respeito à organização da unida- de escolar e à eficácia do ensino-aprendizagem devem ser entendidas com base nos ideais democráticos con- templados neste estudo. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Prezado aluno, muitos dos aspectos para a organização da uni- dade escolar foram tratados no Caderno de Referência de Conteúdo Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental I. No Caderno de Referência de Conteúdo Organização do Tra- balho Pedagógico do Ensino Fundamental II iremos desenvolver Claretiano - Centro Universitário 27© U1 - Organização do trabalho pedagógico do Ensino Fundamental II conteúdos que tratam do funcionamento da escola e seu encargo de ajudar a formar pessoas para a participação social, uma vez que todos os sujeitos escolares estão em contínua formação. Como atingir esse objetivo? Como poderia ser pensado o papel de um líder escolar? Vejamos a posição de liderança, segundo o técnico do time de vôlei daseleção brasileira, Bernardo Rocha de Rezende, o Ber- nardinho: Ser líder é dar o exemplo para que os outros saibam como se faz e se esforcem para repetir a tarefa no mesmo nível ou ainda melhor. Essa é a única liderança que se sustenta com o tempo. Nada do que você diz influencia mais as pessoas do que aquilo que você faz. Liderar é inspirar e influenciar pessoas a fazerem a coisa certa, de preferência entusiasticamente e visando ao objetivo comum (BER- NARDINHO, 2006, p. 114). Você concorda com esta posição? Este posicionamento é válido para o ambiente escolar? Não precisa responder agora. O importante é ligar os fios que levam à reflexão acerca dos objetivos deste Caderno de Referência de Conteúdo. 5. A ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR Organização está estreitamente ligada à ordem social. De acordo com o Dicionário de Sociologia, ordem social possui três sentidos: coesão social, controle social e organização social. "Se combinássemos todos esses significados, poderíamos dizer que todo sistema social é uma ordem social que inclui al- gum grau de ordem social que é mantida através da ordem social" (JOHNSON, 1997, p. 163). O sentido que queremos contemplar diz respeito à organiza- ção formal, se traduz pelos objetos da burocracia, na qual o poder garante o sentido hierárquico e divide o trabalho numa sociedade capitalista. Assim, [...] pessoas se encarregam de tarefas minuciosamente especializa- das e trabalham sob regras e expectativas definidas de forma clara, em geral escritas. São mantidos registros por escrito e gerentes se © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II28 especializam em supervisionar o sistema. O cumprimento dos ob- jetivos da organização tem precedência sobre o bem-estar dos indi- víduos, e a racionalidade impessoal é valorizada como base para to- mada de decisões à luz desses objetivos (JOHNSON, 1997, p. 164). Segundo Johnson (1997), embora a burocracia constitui-se no modo pelo qual a sociedade se organiza, gerando meios de con- trole social, opressão e conflitos, ela ajuda a manter a ordem e o estabelecimento de regras para funcionamento adequado de uma sociedade. Assim, nos processos educacionais os termos organização, administração e gestão podem ser caracterizados como: • Organizar – arrumar algo, colocar em ordem; • Administrar – ação de governar, colocando em prática normas e funções; • Gerir – dirigir, gerenciar e administrar (LIBÂNEO, 2008, p. 97). A administração escolar é o termo mais utilizado no cam- po da educação, pois estabelece os princípios e procedimentos do planejamento do trabalho escolar; racionaliza os recursos mate- riais, financeiros e intelectuais. Os conceitos gestão e administração, consoante Dias (1999, p. 269), podem ser entendidos: • A gestão é, pois, tomada aqui como expressão mais ampla que administração, que é uma de suas formas. Consiste na condu- ção dos destinos de um empreendimento, levando-o a alcançar seus objetivos. As formas mais conhecidas de gestão são a ad- ministração, a cogestão, a autogestão. • Administração: o ponto de partida dos estudos de administra- ção foi a preocupação com a eficiência: como obter o máximo de resultados com o menor dispêndio de energia. Com o tem- po, foi-se impondo o conceito de eficácia: como alcançar obje- tivos propostos. Cabe destacar que os conceitos − administração e gestão − são oriundos de tendências de gestão administrativa, reconfigura- das para o campo escolar que correspondem ao mundo econômico. O Estado aparece neste cenário com papéis e funções redefinidas. Claretiano - Centro Universitário 29© U1 - Organização do trabalho pedagógico do Ensino Fundamental II No entanto, os países em desenvolvimento, para cumpri- rem os acordos com os organismos internacionais: Banco Mundial (Bird), Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Interamerica- no de Desenvolvimento (BID) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), concordam em definir suas reformas educativas com base no que vem sendo preconizado pelo modelo neoliberal de redução dos custos e produção de lucros. É o mundo do mercado e da indústria invadindo o campo público, impondo ao Estado um processo de descentralização de responsabilidades para com a sociedade (FRIGOTTO; CIAVATTA, 2003). No Brasil, sucessivos governos de ordem federal, estadual e municipal, têm se apoiado na Cartilha do Banco Mundial e elabo- rado planos de educação que, infelizmente, têm revelado impacto negativo no campo da educação, "[...] afetando tanto as políticas de financiamento, quanto outras como as de currículo, formação de professores, organização da escola, práticas de avaliação etc." (LIBÂNEO, 2012, p. 15). O pano de fundo destas políticas é resultado da Declaração Mundial da Conferência de Jomtien que subsidia o Plano Decenal de Educação para Todos (1993-2003), criado no período do Governo Itamar Franco, instaurado no Governo FHC ao criar as políticas e as diretrizes para a educação em 1995-1998; 1999-2002, bem como no Governo Lula em 2003-2006; 2007-2010), no que se refere à [...] universalização do acesso escolar, financiamento e repasse de recursos financeiros, descentralização da gestão, Parâmetros Cur- riculares Nacionais, ensino a distância, sistema nacional de ava- liação, políticas do livro didático, Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/96), entre outras. Uma cultura de descentralização e competitividade, ligada ao mundo empresarial, veio se instaurar no mundo educacional, bem como no campo econômico, sociocultural, ético-político, ideológico e teórico do século 20 e início do século 21. Infelizmen- te, uma parcela pequena da população usufrui da riqueza enquan- to a maioria é totalmente excluída, vivendo na marginalidade, de- © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II30 pendendo do serviço público que com a redução dos custos deixa a desejar no quesito qualidade. A educação torna-se refém desse processo descentralizador e acaba sendo obrigada a adequar "[...] os sistemas educacionais às demandas da nova ordem de capital e as demandas por uma efetiva democratização do acesso ao conhecimento em todos os seus níveis" (FRIGOTTO; CIAVATTA, 2003, p. 97). Assim, a redução dos custos e a limitação dos recursos di- ficulta um processo de democratização e educação de qualidade para todos, conforme preconiza a Conferência Mundial sobre Edu- cação para Todos. Libâneo (2008, p. 177) ao abordar sobre a questão curricular da escola pública afirma: "[...] a população atendida na escola pú- blica mudou no decorrer da história da educação brasileira". Aproximadamente, em menos de meio século, as camadas, excluídas da sociedade, estão ingressando na escola e lutam para melhorar as suas condições econômicas. As famílias trabalhadoras acreditam e apostam na educação dos seus filhos para melhorar a condição de vida. Todavia, o modelo escolar que atendia as camadas das mé- dia e alta sociedade do passado, não condiz com a realidade do aluno que vem das camadas populares, em virtude da linguagem que prevalece e permeia o meio educativo. Existe um descompasso educacional entre "[...] a competên- cia cultural exigida pela escola e a competência cultural apreen- dida nas famílias dos seguimentos populares" (BOURDIEU apud SETTON, 2008, p. 50). Partindo do posicionamento de Bourdieu, Setton (2008, p. 50) afirma: [...] o sistema escolar, em vez de oferecer acesso democrático de uma competência cultural específica para todos, tende a reforçar as distinções de capital cultural de seu público. Agindo dessa forma, o sistema escolar limitaria o acesso e o pleno aproveitamento dos Claretiano - Centro Universitário 31© U1 - Organização do trabalho pedagógico do Ensino Fundamental II indivíduos pertencentes às famílias menosescolarizadas, pois cobraria deles o que eles não têm, ou seja, um conhecimento cultural anterior, aquele necessário para se realizar a contento o processo de transmissão de uma cultura. Essa cobrança escolar foi denominada por ele como violência simbólica, pois imporia o reconhecimento e a legitimidade de uma única forma de cultura, desconsiderando e inferiorizando a cultura dos seguimentos populares. Nesse sentido, aquele aluno, oriundo de família, que no seu cotidiano tem contato com livros, jornais, revistas; viaja para co- nhecer lugares e países diferentes; vai ao cinema, ao teatro, a con- certos musicais etc., é dotado de capital cultural, vem para a esco- la com uma bagagem de conhecimento que poderá o diferenciar dos demais, no momento em que tem contato com o conteúdo escolar. Para ele o conteúdo escolar não é algo estranho à sua rea- lidade, podendo ele se corresponder sem dificuldade com a lin- guagem escolar. Dificilmente, este aluno poderá apresentar baixo desempenho nas avaliações que cobram competência cultural. A escola para este tipo de aluno é um complemento da vida familiar e social. No entanto, a maioria dos alunos que chegam às escolas públicas são filhos de pais trabalhadores que vivem com salário, muitas vezes, insuficientes para suprir as necessidades básicas, di- ficilmente têm acesso a jornais, livros, revistas, viagens, cinema, teatro. A escola, por não saber como lidar com a diversidade de alu- nos que atende, acaba reforçando e destacando as distinções de capital cultural de seu alunado; acaba classificando-os entre me- lhores, médios e piores. E ainda, não dispõe de criatividade sufi- ciente para trazer as diferentes formas de cultura até eles. Para Gabriel (2000, p. 19): "[...] Não basta mais lutar apenas contra as desigualdades sociais, mas é preciso também buscar es- tratégias onde as diferenças culturais possam coexistir de forma democrática". © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II32 Os problemas que a educação fundamental enfrenta são históricos. Para se ter uma ideia, a democratização de acesso à escola, ou seja, a ampliação da rede pública no estado de São Pau- lo não veio acompanhada de recursos suficientes para o ensino obrigatório das séries iniciais e finais. Por exemplo, a expansão quantitativa da rede escolar no es- tado de São Paulo ocorreu pautada em interesses políticos e elei- toreiros, após o ano de 1945. Tais medidas repercutiram efeitos nocivos à eficiência de ensino e à organização do sistema educa- cional com a criação, a partir desse período, de novas escolas pú- blicas e particulares. Aumentava-se gradativamente a parcela da população a ser atendida pela escola primária da zona urbana por causa do crescimento demográfico e o êxodo rural. A educação da massa populacional nos anos de 1940 e 1960 não sofreu relevante alteração em termos qualitativos (BEISIEGEL, 1964). A preocupação da política educacional seria melhorar a mão de obra que atenderia o mercado interno em expansão: o aumento no número das matrículas no ensino secundário, no ano de 1940, foi significativo nos cursos secundário, comercial, industrial, agrí- cola e normal, embora, o curso agrícola tenha avançado menos. Com base no número de matrículas por curso, ter-se-ia, no ano de 1960, os seguintes cursos: 1) Secundário: 242.302 alunos. 2) Comercial: 77.723 alunos. 3) Industrial: 11.594 alunos. 4) Agrícola: 968 alunos. 5) Normal: 19.368 alunos. De acordo com Beisiegel (1994), com a expansão do ensino e a demanda por mão de obra, [...] aparentemente, o sistema escolar estaria avançando em flexi- bilidade e os diferentes tipos de cursos já atenderiam às funções de peneiramento social numa sociedade em processo de acentuada diferenciação sócio-econômica (BEISIEGEL, 1964, p. 125). Claretiano - Centro Universitário 33© U1 - Organização do trabalho pedagógico do Ensino Fundamental II É relevante levar em conta que certos "[...] slogans educa- cionais podem obscurecer as complexas divergências e programá- ticas que estão em jogo nesse campo" (CARVALHO, 2004, p. 327). Convém observar, ainda de acordo com este autor, as ex- pressões como: "flexibilidade", "democratização do ensino", "edu- cação de qualidade", "educação para a cidadania", "defesa da es- cola pública", "uma sólida formação docente" e outras; podem ser explicativas, recorrentes no discurso educacional, mas também, ofuscar as tensões que estão por detrás da retórica e da realidade escolar. Para Carvalho (2004, p. 328): Trata-se, portanto, de reconhecer que o recurso a uma mesma ex- pressão pode obscurecer não só concepções teóricas divergentes como diferentes − ou conflitantes − programas de ação. Beisiegel (1964, p. 126) afirma que a abertura de vagas e de escolas não correspondeu adequadamente com todos os níveis de ensino: elementar, médio e superior. A concentração de recur- sos foi em poucas escolas do "[...] primário fundamental comum, entre os cursos do ensino elementar; e no secundário, entre os cursos do ensino médio". Medidas drásticas foram tomadas para atender a demanda por vagas, desde o aproveitamento de prédios de grupos escolares à construção de prédios para atender os alu- nos no curso ginasial. Realizamos esta abordagem para que você possa perceber com o exemplo do estado de São Paulo como vem ocorrendo, his- toricamente, a expansão da escola de Educação Básica e a demo- cratização do ensino. Interessante que você busque em seu estado como essa expansão ocorreu e perceba que os problemas com a escola pública não são recentes, vem desafiando instâncias públi- cas, de pesquisa e movimentos sociais. Não obstante, nos últimos anos, no Brasil, as funções da escola pública sofreram modificações as quais precisam ser com- preendidas em virtude do reflexo dos fatores políticos, econômi- © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II34 cos, culturais e sociais. A escola tem sido vista como mecanismo de reprovação, insucesso, exclusão, discriminação e violência. Assim pensando as reformas dos anos 1980 tem ajudado a manter as desigualdades sociais existentes. Em consequência disso, nas reformas educativas a partir dos anos 1990, os organismos internacionais não têm apontado medidas efetivas, adotadas pelas políticas públicas brasileiras, em relação aos objetivos e funções da escola e seus problemas educa- cionais (LIBÂNEO, 2012). Segundo Libâneo (2012, p. 16): Tais soluções estariam baseadas na ideia de que, para melhorar a educação, bastaria prover insumos que, atuando em conjunto, in- cidiriam positivamente na aprendizagem dos alunos (por exemplo, os ciclos de escolarização, a escola de tempo integral, a progressão continuada, a gratificação financeira a professores, a progressão continuada e, recentemente, a implantação do Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente), deixando de considerar fatores in- traescolares que mais diretamente estariam afetando a qualidade da aprendizagem escolar. Você concorda que, se estes aspectos tivessem considerado as necessidades do adolescente no início da adolescência, o resul- tado da qualidade da aprendizagem do aluno poderia ser melhor? Após a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9.394/1996, os alunos com idade entre onze e quatorze anos passaram a ser atendidos no segundo ciclo do Ensino Funda- mental. Nesse enfoque, é indispensável pensar em reformas edu- cativas que consideram o período de transformação que sofre o desenvolvimento do aluno com essa faixa de idade. Para Armstrong (2008, p. 116): [...] o evento biológico da puberdade basicamente rompe com o desenvolvimento quase suave do Ensino Fundamental e tem pro- fundo impacto sobre a vida cognitiva, social e emocional dos ado- lescentes. Nessa condição, é relevante que os professores,apoiados pelas políticas educativas, percebam "[...] a necessidade de pro- Claretiano - Centro Universitário 35© U1 - Organização do trabalho pedagógico do Ensino Fundamental II mover mudanças instrucionais, curriculares e administrativas es- peciais na maneira como a educação se dá para as crianças na pu- berdade" (ARMSTRONG, 2008, p. 116). Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) propõem a or- ganização da escolaridade em ciclos para que a instituição distri- bua os conteúdos de acordo com a natureza do processo de apren- dizagem e as necessidades dos alunos. Esta orientação curricular oficial não é um modelo impositivo às escolas, mas possibilita ade- quação em diferentes regiões, de acordo com as peculiaridades locais (BRASIL, 2001). Segundo Brandão (2007), o artigo 32 da L.D.B. n. 9.394/96 foi alterado, em 2005, pela Lei n. 11.114 e em 2006 pela Lei n. 11.274. A primeira rebaixa o ingresso da criança no Ensino Funda- mental para seis anos; a segunda alteração aumentou para nove anos o período de duração deste ensino. O parágrafo 1º "[...] de- lega aos sistemas de ensino a prerrogativa de desdobrar o ensino fundamental em ciclos" (BRANDÃO, 2007, p. 87). No que diz respeito às possibilidades de organização dos processos de ensino e aprendizagem, a LDB nº 9.394/1996 traz novidades, se comparada às condições previstas nas legislações anteriores (BRANDÃO, 2007): Art. 23 - A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de es- tudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. § 1º - A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais. § 2º - O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei. É relevante destacar que com o fim da Ditadura Militar e a abertura democrática, a partir da década de 1980, o avanço tec- © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II36 nológico e a flexibilização dos processos de produção propiciaram novas formas de organização, gestão, trabalho, padrões de vida, relações interpessoais e institucionais (CARVALHO, 2012). Nesse sentido, há ingenuidade em pensar que democracia está associada ao direito de votar, apenas. "O Estado de direito democrático requer soberania popular, em geral enganosamente entendida como expressão de voto" (VIEIRA, 2012). Desse modo, considera-se que o Estado é democrático por- que a população vota. "[...] Ingenuidade flagrante, porque o Esta- do pode ser antidemocrático e ter voto" (VIEIRA, 2001, p. 13). É necessário frisar que a Constituição Federal de 1988 abalizou um aspecto mais universalizante dos direitos sociais nunca presencia- do em nossa história (OLIVEIRA; ARAUJO, 2005). Uma análise crítica realizada sobre o texto Declaração Mun- dial sobre Educação para Todos permite entender o caráter de- mocrático das políticas públicas oriundas da visão economicista do Banco Mundial − um dos órgãos financiadores de países em desenvolvimento. Essas políticas promovem o acesso ao mínimo de educação, mínimo de saúde, mínimo de alimentação e sanea- mento. É a minimização do direito aos bens básicos. As pessoas têm acesso a conhecimentos e habilidades necessárias à sobre- vivência. E como afirma Libâneo (2012, p. 18) ao se referir a uma análise pedagógica deste processo: [...] a aprendizagem se transforma numa mera necessidade natural, numa visão instrumental desprovida de seu caráter cognitivo, des- vinculada do acesso a formas superiores de pensamento. Há autores afirmando que a democracia começa pela gestão democrática no ambiente escolar. Por exemplo, Carvalho (2004) argumenta que expressões como "educação de qualidade" e "edu- cação democrática" possuem um valor pragmático e estão vincu- ladas a ideais de práticas sociais orientadoras de ações, sugerindo discussões diante dos planos ético e político acerca dos conceitos para que as divergências apareçam. Claretiano - Centro Universitário 37© U1 - Organização do trabalho pedagógico do Ensino Fundamental II Veja alguns pontos fundamentais para melhorar a educação brasileira e os meios para se conseguir uma escola de qualidade sob o suporte de uma administração adequada à realidade local (IOSCHPE, 2011, p. 24). O que deve fazer um bom administrador escolar? - Um fator importante é ter a casa em ordem. Isso começa pela infraestrutura: paredes, telhados, eletricidade. Uma escola limpa também tende a ter alunos que aprendem mais. É importante que todas as salas tenham quadro-negro, cadeiras e carteiras para os alunos. Não faltar material de ensino também é positivo. Duas ins- talações que toda escola deveria ter: laboratórios de ciências e bi- bliotecas. É bom ter não apenas uma biblioteca na escola, mas uma versão menor dentro da sala de aula. Em termos de tecnologia, um implemento que faz a diferença é a copiadora. Ioschpe (2011) aponta as necessidades físicas que atendem àquilo que é relevante para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. Descarta as instalações suntuosas, mas defende que para a aprendizagem esses elementos são básicos para que organização e a gestão escolares possam se corresponder com a demanda da unidade escolar e, assim, dispor meios e condições para a realização dos obje- tivos educativos, visando sempre à melhoria na qualidade de ensino. Tudo isso é decorrente das condições de trabalho, dentro de uma gestão democrática. Sendo assim, a gestão democrática exige também uma administração democrática. A organização e a gestão escolar devem promover os recur- sos necessários ao bom funcionamento da escola e do trabalho pedagógico na sala de aula, promovendo e investindo no envolvi- mento dos sujeitos escolares com o processo educativo. Contudo, para que a gestão escolar sobreviva e contem- ple os ideais democráticos proclamados na Constituição de 1988 como direito de todos e dever do Estado no Ensino Fundamental, a unidade escolar precisa desenvolver um Projeto Político Pedagógi- co para receber o alunado oriundo das diferentes camadas sociais e possibilitar o acesso aos bens culturais produzidos ao longo da história humana. © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II38 A construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) exige o envolvimento de todos os sujeitos escolares, responsáveis pelo ensino de cada escola, para a definição dos fundamentos teóricos e metodológicos que deverão contemplar os objetivos, a organiza- ção da instituição e os meios de avaliação da escola. Caso haja ne- cessidade de modificação no decorrer do ano letivo, as sugestões deverão ser coletivas. Segundo Libâneo (2008, p. 178): O projeto político pedagógico (PPP) é proposto com o objetivo de descentralizar e democratizar a tomada de decisões pedagógicas, jurídicas e organizacionais na escola, buscando maior participação dos agentes escolares. Previsto pela nova LDB/96 como proposta pedagógica (arts. 12 e 13) ou como projeto pedagógico (art. 14, inciso I), o PPP pode significar uma forma de toda equipe escolar tornar-se corresponsável pelo sucesso do aluno e por sua inserção na cidadania crítica. A construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) não é uma tarefa simples, muitas vezes se depara com dificuldades, resistên- cias, barreiras e obstáculos. Definir o Projeto Político Pedagógico se torna um desafio para a escola; deve ser encarado como um processo sempre em reformulação. Os resultadossurgem com o tempo. O PPP precisa ser discutido, elaborado e assumido pelo coletivo escolar (PADILHA, 2003). Estamos inseridos num sistema de ensino centralizador, ali- cerçado em práticas hierarquizadas, vinculadas aos sistemas eco- nômico, administrativo e político que visam eficiência, eficácia, produtividade e qualidade com baixo custo (DIAS, 1999). Para Carvalho (2012), essa situação é percebida no Planeja- mento Político Estratégico, elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), no governo FHC (1995-1998). O documento acentua sua importância para o desenvolvimento econômico e estabelece como desafio a "mobilização" da socieda- de para enfrentar as distorções do sistema educacional brasileiro. Uma das estratégias é "retirar da Constituição os dispositivos que engessam o sistema educacional", instituindo "um novo Conselho Nacional de Educação, mais ágil, menos burocrático", resguardan- Claretiano - Centro Universitário 39© U1 - Organização do trabalho pedagógico do Ensino Fundamental II do ao MEC o papel de "formulação, coordenação e acompanha- mento de políticas públicas na área educacional e a consequente redução de seu papel executivo" (ibid., p. 4). Cabe ao MEC, segun- do o documento, "um papel político-estratégico na coordenação da política nacional de educação". As funções do Ministério seriam "estabelecer rumos, diretrizes e fornecer mecanismos de apoio às instâncias estaduais ou municipais da administração pública e ao setor privado" (CARVALHO, 2012). A autora afirma que as políticas estabelecem bases de au- tonomia da gestão escolar, quando descentralizam os sistemas de ensino, porém o Estado se mantém como centralizador nas deci- sões importantes ao regulamentar, avaliar e monitorar cada unida- de escolar (CARVALHO, 2012). Os mais importantes meios de controle da educação são: a pro- posta de parâmetros curriculares nacionais (PCN), com base nos quais se realiza a avaliação de desempenho (ENEM, SAEB, IDEB); os critérios para a distribuição, a utilização e a fiscalização de recursos (FUNDEB); a avaliação do livro didático, que tende a recomendar textos que dialoguem com os PCN; a TV Escola, que dissemina uma programação afinada com os PCN; a criação de banco de dados in- formatizados e a prestação de contas dos recursos e dos resultados [...] (CARVALHO, 2012). Diante desse quadro, as políticas públicas, após os anos de 1990, estabeleceram ao administrador escolar uma importância estratégica. O processo descentralizador aumenta a responsabili- dade da escola e coloca o gestor escolar diante de desafios que o levam a assumir e a coordenar ações do sistema educacional, com- partilhar as decisões, trabalhar em equipe e resolver os problemas da escola com autonomia. Ele torna-se o elemento mobilizador do processo participativo no interior de sua escola e da integração com a comunidade (CARVALHO, 2012). Cabe enfatizar que gestão educacional e administração edu- cacional são campos distintos embora pertençam à mesma área educacional. A administração pode ser limitada, exige mudança e rejeição de conceitos racionalizadores para assegurar que a gestão atinja patamares e perspectivas mais amplos, significativos e con- textualizados dos processos educacionais. © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II40 Para Luck (2010, p. 19): [...] boas escolas emergem mais facilmente de ensino bem organi- zados e orientados, a partir de uma concepção clara sobre educa- ção e sobre o seu papel de gestão para promovê-la. A ideia da autora aponta para a busca da superação do ensi- no conteudista e livresco, investindo no ensino que desenvolve as potencialidades humanas a partir dos quatro pilares: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser (DELLORS apud LUCK, 2010, p. 21). A democratização do acesso não tem garantido a qualidade do ensino apesar de já se tratar de um avanço quando se pensa em democratização educacional. Nunca houve na história da edu- cação brasileira, em anos anteriores a 1980, a abertura da escola à camada popular como vem ocorrendo. Até a década de 1980 os resultados de evasão e repetência escolar eram altíssimos, embo- ra muitos dos jovens com idade escolar estivessem fora da escola. De acordo com Elba Siqueira de Sá Barreto, nas décadas de 1970 e 1980, à medida que os direitos sociais vão sendo formula- dos os direitos individuais também começam a ser reivindicados, assim, "[...] à questão da cidadania se agregam outras demandas, como as da preservação do meio ambiente, da defesa do consumi- dor, por exemplo [...]" (BARRETO, 1998, p. 26). Oliveira e Araujo (2005) analisam o direito à educação asso- ciando expansão do acesso e qualidade de Ensino Fundamental no período de modificações pela qual passou a educação brasileira nas últimas décadas, ou seja, a partir dos anos de 1980. Para enriquecer seus conhecimentos, sugerimos a leitura do seguinte texto: • OLIVEIRA, R. P.; ARAUJO, G. C. Qualidade do ensino: uma nova dimensão da luta pelo direito à educação. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 28, p. 23-24, jan.-abr. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/rbedu/n28/a02n28.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2012. Claretiano - Centro Universitário 41© U1 - Organização do trabalho pedagógico do Ensino Fundamental II A intenção de destacar este aspecto é esclarecer, por meio dos dados apresentados pelos pesquisadores Oliveira e Araujo (2005), o modo pelo qual vem ocorrendo a democratização do en- sino na educação regular das crianças de 7 a 14 anos. No ano de 1980, tinha-se um total de 22.598.254 alunos ma- triculados nas escolas municipais, estaduais, federais e particula- res, contra 22.981.805 crianças que compunham a população com idade entre 7 e 14 anos (OLIVEIRA; ARAUJO, 2005). Em 2002, as matrículas no Ensino Fundamental alcançaram 35.150.362 crianças, ou seja, 130% da população estimada de crianças com idade entre 7 e 14 anos, segundo o Censo Escolar/ Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Tei- xeira (OLIVEIRA; ARAUJO, 2005). É preciso destacar que a política de expansão da rede públi- ca de educação, para o atendimento das crianças no Ensino Fun- damental, concentrou-se na construção de prédios escolares, na compra de materiais escolares de baixa categoria e na precariza- ção e na desvalorização do trabalho docente (OLIVEIRA; ARAUJO, 2005). De acordo com Oliveira e Araujo (2005, p. 10), [...] nunca houve, de fato, um debate público consistente sobre a melhoria da qualidade do ensino oferecido pela escola pública brasileira. Os nossos políticos primaram pela construção de escolas para toda a população, sem que fosse dada a ênfase necessária na questão da qualidade do ensino a ser oferecido por essas escolas. Num primeiro momento, o indicador de qualidade acionado à nossa cultura escolar teve oferta limitada atendendo a uma po- pulação reduzida, forçando uma política de expansão da rede es- colar, a ampliação das oportunidades de escolarização criou obstá- culos para os alunos desejosos de prosseguir os estudos: eles não tinham experiência e bagagem cultural como aquela população que frequentava a escola anteriormente, e a escola não se organi- zou para atendê-los (OLIVEIRA; ARAUJO, 2005). © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II42 Oliveira e Araujo (2005) mostram como procedeu a matrícu- la e a permanência do aluno durante todo o Ensino Fundamental, durante os anos de 1975 a 2002: Em 1975: 29,3% dos alunos foram matriculados na 1ª série do En- sino Fundamental; 16% na 2ª série; 12,9% na 3ª série; 10,9% na 4ª série; 9,8% na 5ª série; 7,6% na 6ª série; 6,4% na 7ª série; e 5% na 8ª série. Em 1985: 27,2% ingressavam na 1ª série; 18,1% foram matricula- dos na 2ª série; 13,6% na 3ª série; 11% na 4ª série; 11,1%
Compartilhar