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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ – UEM CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS E BIOMEDICINA- DAB DISCIPLINA: Imunologia Clínica Aplicada a Farmácia Profa.: Áquila Carolina F. H. R. Milaré Atividade prática Estudo de um caso de doença autoimune (DAI) Caso Clínico Mulher, 64 anos, caucasiana, inicia queixas de mialgias, poliartralgias, parestesias (sensação de formigamento e dormência), lesões cutâneas eritematosas na face, região do decote e membros inferiores, fenômeno de Raynaud e fotossensibilidade. Não faz uso de nenhuma medicação no momento. Laboratorialmente, destacam-se hipocomplementemia (redução de proteínas do complemento, C3 e C4) e positividade para anticorpos antinucleares (FAN-ANA), crioglobulinas e fator reumatoide (FR). Assumiu-se o diagnóstico de uma DAI associada com crioglobulinemia e institui-se terapêutica imunossupressora e imunomoduladora, mantendo seguimento regular em consulta. Informações adicionais - A crioglobulinemia define-se como uma síndrome inflamatória sistêmica, mais frequente em mulheres na sexta década de vida, que comporta vasculite de vasos de pequeno e médio calibre, caracterizando-se pela presença de crioglobulinas (anticorpos frios que precipitam em temperaturas inferiores a 37°C). Atividade: A) Formar duplas - Nomes: Paula Vitória Russo de Oliveira ra: 100887 B) Cada dupla deverá redigir um texto (limite máximo de 2 páginas) discutindo o caso clínico a partir das questões norteadoras abaixo: 1) Identifique a DAI reportada no caso, justifique sua resposta baseando-se na clínica, epidemiologia e dados laboratoriais. 2) Comente sobre os fatores envolvidos com a doença, por exemplo os genes de susceptibilidade, fatores ambientais e tipo de resposta imune envolvida. 3) Aborde sobre os principais métodos imunológicos utilizados para detecção de anticorpos específicos como FAN-ANA e FR. 4) Cite quais outros anticorpos poderiam ser investigados nessa doença. 5) Explique o objetivo da instituição da terapia imunossupressora e imunomoduladora. 6) Descreva como o clínico poderá acompanhar esse caso para verificar a remissão ou evolução da doença. Caso clínico 1 Levando em consideração os sintomas apresentados pela paciente, tais como: mialgias, poliartralgias, sensações de formigamento e dormência nos membros, lesões cutâneas eritematosas no rosto e o fenômeno de Raynaud (resposta vascular exagerada ao frio ou ao estresse caracterizada pela alteração da coloração dos dedos) e fotossensibilidade, estas características (que são atribuídas aos sintomas de lúpus) quando somadas ao resultado laboratorial, podemos afirmar que este individuo sofre de lúpus associado a crioglobulinemia. A fotossensibilidade que acomete indivíduos com lupús, ocorre devido uma indução da apoptose de queratinócitos, por meio da exposição à radiação UVA e UVB. De acordo com o resultado dos testes imunológicos, a paciente teve redução nas proteínas do complemento (C3 e C4) e positivo para anticorpos antinucleares (FAN-ANA), estes anticorpos são encontrados em mais de 90% dos pacientes de LES, porém, a presença deles não são específicos para lúpus, podendo ser encontrados em outras patologias, por isto o acompanhamento dos sintomas do paciente é muito importante para o correto diagnóstico. O fator reumatoide (FR) também pode dar positivo neste caso. (tanto para o diagnóstico de lúpus quanto para o de crioglobulinemia) Como justificativa da associação de lúpus associada a crioglobulinemia, podemos atribuir a presença de crioglobulinas no resultado laboratorial, uma vez que a presença das mesmas é indicativa desta doença, outro fator se dá pelos baixos níveis de proteínas do complemento. O lúpus afeta majoritariamente mulheres jovens, ocorrendo noves vezes mais no sexo feminino do que no sexo masculino, isto ocorre devido à presença do hormônio estrógeno que está presente nas mesmas, com maior incidência em idade fértil ao qual se encontra aumentada (SANTANA, 2015) entre 20 a 40 anos, mesmo não sendo uma doença muito frequente. A etiologia do LES aponta que a combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais contribui para elevar os índices da doença, isso acontece de forma que a junção de fatores em pessoas predispostas pode gerar um desequilíbrio no sistema imunológico (ARAUJO; YEPEZ, 2007). Acredita-se que LES é uma doença multifatorial e variável para diferentes indivíduos, sendo necessária a predisposição genética interagindo com fatores hormonais, ambientais e infecciosos, que levem à quebra da tolerância imunológica com formação de autoanticorpos contra-antígenos diversos, principalmente situados no núcleo celular. Um dos fatores ambientais mais relevantes para desencadear LES é sofrimento psicossocial, uma vez que esta patologia está muito associada a dimensão psicossomática (Moreira & Mello Filho, 1992). Ou seja, podemos afirmar que pessoas que sofrem de stress crônico, depressão e outras doenças psicossomáticas, têm maior chance de desenvolver a doença. Para identificação de anticorpos específicos como ANA e FAN, é realizado por imunofluorescência indireta, utiliza-se como substrato principalmente células HEp 2 fixadas em lâminas, são células epiteliais humanas com uma linhagem celular especifica. Pode ser feito também por testes de triagem por ELISA. Já para detecção de fator reumatoide, utiliza-se o teste de aglutinação de célula de ovelha (Waaler-Rose), o teste de fixação de látex e a nefelometria. Anticorpos antifosfolipídios, tais como anticoagulante lúpico (LA), anticardiolipina (aCL) e o anti-ß2- gli- coproteina 1 são encontrados em aproximadamente um terço dos pacientes com LES, outro anticorpo que pode ser identificado é o anticorpos anti-SM, eles são muito específicos para casos de lúpus, porém, apenas 10% dos casos irão apresentar este anticorpo nos teste. O lúpus pode ser tratado com imunossupressores e imunomoduladores, por mais que estes métodos sejam eficazes, a maior dificuldade está no controle das possíveis complicações infecciosas, principalmente em pacientes mais velhos. Os imunomoduladores obviamente atuam no sistema imune, podem ser associados com imunossupressores, como por exemplo o corticoide, que é um anti-inflamatórios potente, a betametasona e o clobetasol, particularmente, são bastante efetivos especialmente em associação com antimaláricos (WESTON, 1984). Outro exemplo de medicamento utilizado (como imunomodulador) é o dapsona (diaminodifenilsulfona) que é mais utilizada em casos de lesões vesículobolhosas, a dapsona apresentou um resultado eficaz em pacientes com lesões cutâneas refratárias à cloroquina (outro medicamento utilizado) (ROBINSON ND, 2000). Nos casos nos quais as lesões cutâneas sejam mais graves ou de difícil controle, o uso de drogas de terceira e quarta linhas, como retinóides e imunossupressores são necessárias. (RIBEIRO, 2008). O principal objetivo no uso destes medicamentos, é a redução dos efeitos causado pelo LES, tanto nas manifestações cutâneas, quanto as de nível sistêmicos, como as inflamações e as complicações infecciosas. O uso regular dos medicamentos auxilia na manutenção da doença sob controle e, o uso irregular dos corticóides, ajuda na reativação da doença, por isso é necessário um acompanhamento médico prolongado. Para que este acompanhamento ocorra de forma ideal, se faz necessário avaliar a atividade da doença, a velocidade da sua evolução, a qualidade de vida e os danos que lhe foram acumulados durante a doença (CICONELLI; FREIRE; SOUTTO, 2011). Como lúpus é um doença crônica, ela pode evoluir para fases mais graves, ou permanecer em um período de menor ‘’atividade’’, ou seja, é de extrema importância um acompanhamento, pois a terapia e o tratamento pode mudar conforme o avanço (ou não) da doença. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Cotell S, Robinson ND, Chan LS:Autoimmune blistering skin diseases. Am J Emerg Med 18: 288-99, 2000. • Weston WL: Topical corticosteroids in dermatologic disorders. Hosp Pract 19: 159-72, 1984. • Ribeiro, Luiza Helena, et al. "Atualizações no tratamento do lúpus cutâneo." Revista Brasileira de Reumatologia 48.5 (2008): 283-290. • FREIRE, Eutília Andrade Medeiros; SOUTO, Laís Medeiros and CICONELLI, Rozana Mesquita. Medidas de avaliação em lúpus eritematoso sistêmico. Rev. Bras. Reumatol. 2011, vol.51, n.1, pp.75-80. ISSN 0482-5004. http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=FREIRE,+EUTILIA+ANDRADE+MEDEIROS http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=SOUTO,+LAIS+MEDEIROS http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=CICONELLI,+ROZANA+MESQUITA http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=CICONELLI,+ROZANA+MESQUITA
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