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Recurso de Apelação

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1
AO JUÍZO DE DIREITO DA 2° VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA 
DE SAMAMBAIA - TJDFT
Processo: 0007866-70.2017.8.07.0009
CARLOS EDUARDO GOMES LOBO, já qualificado nos autos do 
processo em epígrafe, no qual contende com EDILSON BELO DE LIMA e outra, 
inconformado com a sentença proferida nos autos, vem respeitosa e 
tempestivamente, por meio do Núcleo de Prática Jurídica da Universidade Católica 
de Brasília (NPJ/UCB), à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos 
artigos 508 e 513 e seguintes do Código de Processo Civil, por seu advogado ao 
final assinado, interpor:
RECURSO DE APELAÇÃO
ao Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios - 
TJDFT, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas, requerendo, outrossim, 
se digne Vossa Excelência após devidamente processado, sejam as inclusas razões 
encaminhadas àquela Superior Instância, para que, ao final, seja o recurso provido e 
a sentença reformada. 
Informa a parte autora/apelante que deixa de juntar a guia de preparo 
em razão da gratuidade de justiça anteriormente deferida.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Brasília-DF, 17.07.2020
__________________________________
Advogado 
 (OAB xxxxxx)
2
RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante: CARLOS EDUARDO GOMES LOBO
Apelado: EDILSON BELO DE LIMA E OUTRA
Autos nº: 0007866-70.2017.8.07.0009
Vara de origem: 2° VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE 
SAMAMBAIA - TJDFT
EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA CÂMARA
NOBRES JULGADORES
I - BREVE SÍNTESE DOS FATOS
I.I – Da Ação de Obrigação de Fazer
Os apelados EDILSON BELO DE LIMA e MARIA APARECIDA DE LIMA 
ajuizaram Ação de Obrigação de Fazer c/c danos morais em desfavor do apelante e 
de Adriano Alves da Silva, pois em 14/02/2011 o primeiro apelado outorgou poderes 
em uma procuração para a segunda apelada, sua esposa, para a venda do veículo 
FIAT/TEMPRA OUTO, ano/mod 1993, placa KJC-4050, cor cinza, renavam 
190302186, chassi 9BD159000P9041332.
I.II – Das Alegações 
Alegaram que o carro foi alienado no dia 16/02/2011 para Adriano, no valor 
de R$6.000,00 (seis mil reais) em espécie. Este recebeu o DUT em branco e foi 
3
acordado que realizaria a transferência do bem junto ao DETRAN e assumiria os 
débitos do veículo. 
No mesmo dia, Adriano vendeu o carro para Carlos pelo mesmo valor e 
outorgou a ele uma procuração com validade de 2 (dois) meses. 
Carlos, que na época dos fatos era um vendedor de veículos usados, vendeu 
o carro no dia seguinte, passando o DUT em branco para o novo comprador. Este 
não tem provas documentais e testemunhais que comprovem a venda e devido ao 
decurso do tempo não se lembra para quem alienou o veículo.
I.III – Do Interesse na Conciliação 
Ao tomar ciência da presente ação, Carlos se interessou em realizar um 
acordo e sanar os problemas envolvidos, mas não compareceu na audiência de 
conciliação, pois se confundiu com as datas. 
I.IV – Da sentença 
Observa-se na sentença ora impugnada que o Juízo a quo decidiu 
nos seguintes termos:
Como sabido, cabe ao comprador a incumbência de efetivar a 
transferência de propriedade do veículo no órgão de trânsito, por força do 
art. 123, § 1º, do Código de Trânsito Brasileiro, a partir do momento em que 
lhe é transferido o carro, por meio da tradição, ex vi do art. 1.267 do Código 
Civil. 
 Também a partir da tradição, deve o comprador do veículo assumir não 
só o pagamento das multas, mas também a responsabilidade pelos pontos 
correspondentes às infrações de trânsito. 
No caso em análise, os autores comprovaram os fatos alegados na 
inicial, inclusive a venda ao 1º e 2ºréus, conforme procuração de ID 
33882950, pág. 7, em 16/02/2011, os quais teriam que ter transferido o 
veículo para seus próprios nomes, mas não o fizeram, dando causa a 
manutenção das multas e imposto sem nome dos autores. 
4
Desta maneira, o acolhimento do pedido de transferência do veículo para 
o nome do segundo réu CARLOS EDUARDO, a contar de 16/02/2011, e de 
todos os impostos, multas e pontuação a contar dessa data merece ser 
atendido.
Veja-se que o réu CARLOS EDUARDO alega que era vendedor de 
carros usados, e que por isso repassou o veículo a terceira pessoa, dois 
dias depois de adquiri-lo, é tese inocente e que não pode ser atendida, pois 
na qualidade de vendedor de carros sabia e sabe perfeitamente que a 
suposta venda deveria ser documentada e, se não o foi, deverá arcar com a 
responsabilidade perante o anterior comprador, já que é o último adquirente 
do automóvel devidamente comprovado.
(...) Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido deduzido na inicial, 
para DETERMINAR ao réu CARLOS EDUARDO GOMES LOBO que efetive 
a transferência do veículo descrito na procuração de ID 33882950 para seu 
próprio nome ou de terceiros. Deixo de fixar multa, porque o réu ADRIANO 
foi citado por edital e, estando em local incerto, não se pode compeli-lo a 
outorgar nova procuração ao 2º réu para cumprir a obrigação.
Assim, transitada em julgado, determino seja expedido oficio ao 
DETRAN e SECRETARIA DAFAZENDA/DF, a fim de promoverem a 
transferência do veículo descrito na procuração de ID 33882950para o 
nome da parte requerida, CARLOS EDUARDO GOMES LOBO a contar de 
16/02/2011, bem como das pontuações referentes as multas ocorridas 
desde essa data e de impostos e taxas referentes ao citado veículo, sem 
prejuízo de eventual responsabilidade solidária decorrente de lei.
Pela sucumbência, CONDENO os réus ao pagamento das custas do 
processo e honorários de advogado que fixo em 10% sobre o valor da 
causa, metade para cada um. Em relação ao 2º réu, a exigibilidade da verba 
resta suspensa, pois litiga amparado pela gratuidade de justiça. Transitada 
esta em julgado, expedidas as determinações, arquivem-se, observadas as 
cautelas de estilo (Destaque nosso).
I.V – Dos Embargos de Declaração 
Da sentença sobrevieram Embargos de Declaração, com o intuito de sanar a 
omissão quanto ao seguinte excerto da fundamentação: “sem prejuízo de eventual 
responsabilidade solidária decorrente de lei”. A esse respeito, manifestou-se o nobre 
magistrado:
Recebo os embargos de declaração, pois tempestivos.
No mérito, razão não lhe assiste, considerando que a sentença foi clara ao 
delimitar a responsabilidade das partes, o que demonstra mero 
5
inconformismo da parte Ré com a sentença proferida, de tal modo que 
insurgência deve ser resolvida na via recursal própria.
Assim, considerando que não há omissão, contradição ou obscuridade a ser 
sanada, rejeito os embargos de declaração.
Como se verá, a omissão, não sanada, é de suma importância para o 
deslinde do feito. 
I.VI – Do Inconformismo do Apelante
Excelentíssimos Desembargadores, o autor/apelante não se conforma 
com a decisão vergastada, tendo em vista que a sentença não se coaduna com os 
ditames legais e muito menos com as disposições e modernas interpretações do 
Código Fux, tendo ocorrido no caso vertente uma verdadeira injustiça.
II – Do Direito
II.I – Do Vencimento da Procuração e Obrigação Decorrente da Tradição
Depreende-se da sentença:
No caso em análise, os autores comprovaram os fatos alegados na inicial, 
inclusive a venda ao 1º e 2ºréus, conforme procuração de ID 33882950, 
pág. 7, em 16/02/2011, os quais teriam que ter transferido o veículo para 
seus próprios nomes, mas não o fizeram, dando causa a manutenção das 
multas e imposto sem nome dos autores.
Ora Excelências, resta claro que tal alegação não merece prosperar, tendo 
em vista que a procuração que foi substabelecida ao apelado teve duração de dois 
meses, tendo perdido sua validade em 18/04/2011.
Dessa forma, todos os poderes retornariam ao substabelecente, com quem 
qualquer débito do veículo deveria ser tratado. Destarte que os débitos incidentes 
sobre o veículo decorrentes de período anterior a março de 2011 não podem ser 
imputados ao réu. 
Ocorre que o apelante, ao tomar posse do veículo, o vendeu e entregou a 
terceiro. Com a entrega da coisa aoadquirente com intenção de lhe transferir a sua 
6
propriedade ou a posse, ocorre a tradição. Portanto, a responsabilidade passa a ser 
daquele que detém o bem móvel, conforme o art. 1.226 e 1.267, caput do Código 
Civil:
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou 
transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição. 
 Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios 
jurídicos antes da tradição (Grifo nosso).
O apelante não possui provas concretas da tradição do veículo realizada para 
terceiro. Pelo fato de ser leigo, e por se tratar de uma venda simples, não se atentou 
em guardar cópia dos documentos necessários para provar o ato. 
Assim sendo, o Requerido até o presente momento não tem conhecimento do 
paradeiro do automóvel, o que impossibilita completamente o cumprimento da 
determinada obrigação.
Mesmo demonstrando interesse em uma conciliação, a obrigação em tela 
não mais pode ser-lhe atribuída, recaindo sobre terceiro que se encontra na 
posse do veículo.
II.II – Da Responsabilidade do Novo Adquirente 
Não é demais destacar que os apelados conferiram a Adriano poderes e este 
substabeleceu os poderes contidos na procuração outorgada para o Apelante.
Portanto, em consequência, será do “novo adquirente” a responsabilidade 
sobre o veículo a partir da tradição, independentemente de ter sido feita a 
transferência de titularidade junto ao DETRAN, que é de natureza meramente 
administrativa e necessária tão somente para a livre circulação do veículo. 
No caso em tela, fica cristalino que a obrigação compete ao último adquirente 
que compõe a cadeia dominial do bem realizar a transferência do veículo, sendo 
certo que o registro no Departamento de Trânsito (DETRAN) deve corresponder à 
realidade, ou seja, somente pode o terceiro/comprador constar como proprietário do 
bem móvel. 
7
II.III – Da Responsabilidade Solidária 
Caso Vossas Excelências entendam que não assiste razão aos argumentos 
esboçados acima, há de se reconhecer que a decisão merece ser reformada não 
menos no que tange à responsabilidade solidária entre o comprador e o vendedor.
É certo que, não obstante a obrigação legal do novo adquirente do veículo de 
transferir o bem para seu nome, a teor do art. 123, § 1° do CTB, dispõe o art. 134, 
do mesmo diploma legal que o antigo proprietário responde solidariamente pelos 
débitos até a data da comunicação de transferência de propriedade junto ao órgão 
executivo de trânsito do Estado, o que deve ser feito no prazo legal de 30 (trinta) 
dias.
Portanto, trata-se de condição resolutiva cujo cumprimento cabe 
exclusivamente ao antigo proprietário do bem móvel, pois se trata de formalidade e 
condição expressamente contida em lei.
Dessa forma, diante do fato de que o apelante não solicitou as anotações 
pertinentes jutos ao DETRAN-DF, deve-se atribuir responsabilidade também aos 
apelados pelo pagamento das multas e tributos incidentes sobre o automóvel.
Vale pontificar que somente após a transferência junto ao Departamento de 
Trânsito é que a transferência da propriedade do automóvel se aperfeiçoa, sendo 
que após essa formalidade a Fazenda Pública tem conhecimento de quem é e de 
onde achar o verdadeiro responsável pelo pagamento dos tributos. Sendo assim, 
culmina a responsabilidade solidária do vendedor e do adquirente do veículo. 
Seguem alguns julgados na mesma diretriz judicante: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO. 
AUSÊNCIA DE REGISTRO JUNTO AO DETRAN. MULTAS. 
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
1. O artigo 134 do Código de Trânsito Brasileiro dispõe que, no caso de 
transferência de propriedade de veículo, deve o antigo proprietário 
encaminhar ao órgão de trânsito, dentro de um prazo de trinta dias, 
cópia autenticada do comprovante de transferência de propriedade, sob 
8
pena de ter que se responsabilizar solidariamente pelas penalidades 
impostas.
2. o STJ, no julgamento do REsp nº 722.927/RS, Segunda Turma, Relª. 
Minª. Eliana Calmon, DJ de 17.8.2006, interpretou o problemático art. 
134 do Código de Trânsito Brasileiro limitando o alcance da 
solidariedade imposta ao antigo proprietário até antes de realizar, no 
Detran, a transferência. Ou seja: "Alienado veículo automotor sem que 
se faça o registro, ou ao menos a comunicação da venda, estabelece-
se, entre o novo e o antigo proprietário, vínculo de solidariedade pelas 
infrações cometidas, só afastadas quando é o Detran comunicado da 
alienação, com a indicação do nome e endereço do novo adquirente".
3. Agravo não provido (Classe do Processo: 20080020096917AGI DF: 
Registro do Acórdão Número: 322551; DJ ; 17/09/2008; Órgão Julgador 
: 1° Turma Cível; Relator: FLAVIO ROSTIROLA; Publicação no DJU: 
29/09/2008. Pág. 18.).
Da mesma forma, reside a responsabilidade solidária no tocante aos 
débitos do IPVA, visto o que dispõe o art. 8° do Decreto n° 16.099/94 
(regulamenta o IPVA no âmbito do Distrito Federal): “é responsável solidário 
pelo pagamento do imposto, o proprietário de veículo que o alienar e não 
comunicar a ocorrência ao Órgão Público encarregado do registo e 
licenciamento, inscrição ou matrícula”. E ainda “a responsabilidade só é 
afastada na hipótese de apresentação, à Secretaria da Fazenda e 
Planejamento, de cópia, devidamente autenticada, do Documento Único de 
Transferência – DUT”.
No mesmo sentido é a jurisprudência: 
 TRIBUTÁRIO. IPVA. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. ALIENAÇÃO 
DO VEÍCULO. COMUNICAÇÃO INSATISFATÓRIA AO ÓRGÃO 
RESPONSÁVEL PELA ARRECADAÇÃO DO TRIBUTO. 
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO ANTIGO PROPRIETÁRIO. 
LEGITIMIDADE DE PARTE. RECONHECIMENTO. 
Segundo dispõe o art. 8º do Decreto 16.099/94, que regulamenta o IPVA 
no âmbito do Distrito Federal, “é responsável solidário pelo pagamento do 
imposto o proprietário de veículo que o alienar e não comunicar a ocorrência 
ao Órgão Público encarregado do registro e licenciamento, inscrição ou 
matrícula”. E ainda, que “a responsabilidade só é afastada na hipótese de 
apresentação, à Secretaria da Fazenda e Planejamento, de cópia, 
devidamente autenticada, do Documento Único de Transferência – DUT”.
9
Inexistindo nos autos prova de que o proprietário tivesse tomado todas 
essas providências, ou comprovado que as tenha cumprido parcialmente e 
de modo insatisfatório de forma a não se possibilitar a identificação do 
adquirente do bem, impõe-se a declaração de sua legitimidade para figurar 
no pólo passivo da ação executiva, como responsável solidário pelo 
pagamento do tributo exeqüendo, nos termos da legislação de regência 
(Classe do Processo: 20060150047954APC DF: Registro do Acórdão 
Número: 249675; DJ ; 28/06/2006; Órgão Julgador : 1° Turma Cível; 
Relator: NATANAEL CAETANO; Publicação no DJU: 15/08/2006. Pág. 79).
Por fim, fica claro na sentença que o juiz a quo entendeu pela 
possibilidade de configuração de responsabilidade solidária:
Assim, transitada em julgado, determino seja expedido oficio ao 
DETRAN e SECRETARIA DA FAZENDA/DF, a fim de promoverem a 
transferência do veículo descrito na procuração de ID 33882950 para o 
nome da parte requerida, CARLOS EDUARDO GOMES LOBO a contar de 
16/02/2011, bem como das pontuações referentes as multas ocorridas 
desde essa data e de impostos e taxas referentes ao citado veículo, sem 
prejuízo de eventual responsabilidade solidária decorrente de lei (Destaque 
nosso).
Contudo, é imprescindível que a prestação jurisdicional ora demandada 
inclua de forma expressa quais os sujeitos que respondem de forma solidária pelas 
obrigações apontadas pelo requerente.
A parte final do dispositivo, tal como está posta, cria dúvida que não será 
dirimida senão pelo próprio Poder Judiciário. 
Os fundamentos legais e jurisprudenciais acima colacionados não deixam 
dúvidas de que há efetivamente uma responsabilidade solidária entre os vendedores 
e os adquirentes enquanto não efetivado o registro competente.
Não pode o apelante suportar sozinhoos ônus que lhe são impostos. 
Andou bem o magistrado de piso ao reconhecer referida solidariedade. Não 
obstante, reputa-se necessária a reforma da decisão a fim de suprir a omissão sob 
exame, condenando os requerentes e o outro requerido a responderem 
solidariamente por todos os débitos, ônus e encargos inerentes à tradição do 
veículo.
10
III - DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer o conhecimento e provimento do presente Recurso de 
Apelação, a fim de reformar a sentença para julgar improcedentes os pedidos 
formulados na exordial. Subsidiariamente, pugna pela reforma do decisum para 
declarar expressamente a responsabilidade solidária entre as partes, conforme se 
depreende dos tópicos anteriores.
Requer ainda sejam os requerentes condenados a arcar com todos os ônus 
de sucumbência, incluindo-se honorários advocatícios. Subsidiariamente, roga pela 
fixação de sucumbência recíproca.
Nestes termos, 
pede deferimento.
Brasília-DF 14/07/2020
_______________________________
Advogado
(OAB XXXXXXXX)

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