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SEMINARIO III

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2
Reconhecimento dos espaços de atuação do assistente social.
Eliete C. Simon
Vanessa Pinheiro
Professor Tutor Externo: Nathalia Kovalski
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Serviço Social (SES490) – Seminário Interdisciplinar III
05/07/2018
RESUMO
Propomos neste trabalho refletir sobre os avanços históricos da Política Nacional de Assistência Social, bem como apresentar uma análise parcial do funcionamento do CREAS no âmbito da Proteção Social Especial no município de Tapes com vistas a compreender as competências e atribuições deste espaço, ainda é nossa intenção abordar a ação do Assistente Social neste ambiente de atuação através das questões sociais e suas múltiplas expressões, destinado a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por violação de direitos. 
 
Palavras-chave: CREAS – Assistência Social – Proteção Social Especial – Violação de Direitos
1 INTRODUÇÃO
 
O presente trabalho visa abordar o contexto das Políticas Públicas da Assistência Social e fazendo referência sobre o surgimento do SISTEMA ÚNICO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS e como o mesmo está organizado, por níveis de proteção, ou seja, Proteção Social Básica e Proteção Social Especial, sendo a última subdividida em Média e Alta complexidade. 
 
Temos como enfoque principal a Proteção Social Especial, referindo-se a serviços especializados, destinados a pessoas em situação de risco pessoal ou social, de caráter mais complexo, e que se diferencia da proteção social básica por se tratar de um atendimento dirigido às situações de violação de direitos, conforme trazido no caderno orientações técnicas sobre o CREAS. Para construção desta abordagem foram utilizadas pesquisas bibliográficas sobre o tema, bem como análise de documentos oficiais, tais como PNAS, SUAS, NOB/SUAS entre outros publicados no site do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, Constituição Federal, Documentos regulatórios do CRESS, CFESS. 
Será abordado também o trabalho do assistente social e seu espaço de atuação, através de uma entrevista semiestruturada, com o intuito de analisar as competências e atribuições específicas a partir das demandas sociais que apresentam em seu cotidiano.
 													
2.0 A PROFISSÃO 
O primeiro curso de serviço social surgiu em 1936 e sua regulamentação ocorreu em 1957. O processo de reconceituação gestado pelo serviço social desde a década de 1960 permitiu à profissão enfrentar a formação tecnocrática conservadora e construir coletivamente um projeto ético-político profissional expresso no currículo mínimo de 1982 e nas diretrizes curriculares de 1996 e no código de Ética de 1986 e 1993, nos quais as politicas sociais e os direitos estão presentes como uma importante mediação para construção de uma nova sociabilidade. Trata-se de uma profissão de nível superior, que exige de seus profissionais formação teórica, técnica, ética e política, orientando-se por uma lei de Regulamentação Profissional e um Código de Ética. (Parâmetros para Atuação de Assistentes sociais na Política de Assistência Social. Brasília – 2011. p.11) 
De acordo com os Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social, UNIASSELVI, 2013, p.137:
“... O curso, promovido por universidades públicas, privadas e comunitárias, tem -se realizado em quatro anos, no mínimo: essas praticam currículos orientados pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), com base nas diretrizes Curriculares nacionais, aprovados em 1996. A carga horária de trabalho deve considerar as atividades de planejamento, execução, estudos/ pesquisas, avaliação e a relação com a “população” atendida, quantitativa e qualitativamente. Assim, tem variado de 6 a 8 horas, ou até menos, em casos de assessorias e consultorias. 
A formação do Assistente Social é de cunho humanista, comprometida com valores que dignificam e respeitam as pessoas em suas diferenças e potencialidades, sem discriminação de qualquer natureza, tendo construído como projeto ético/político e profissional, referendado em seu Código de Ética Profissional, o compromisso com a Liberdade, a Justiça e a Democracia. Desenvolvendo como postura profissional a capacidade crítica/reflexiva para compreender a problemática e as pessoas com as quais lida, exigindo-se a habilidade para comunicação e expressão oral e escrita, articulação política para proceder encaminhamentos técnico-operacionais, sensibilidade no trato com as pessoas, conhecimento teórico, capacidade para mobilização e organização. (Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do serviço Social, UNIASSELVI, 2013, p.137)
A Constituição Federal de 1988 situou no âmbito da seguridade social e abriu caminho para os avanços que se seguiram. A assistência social, desde os primórdios do serviço social, tem sido um importante campo de trabalho de muitos, assistentes sociais, quepossuem e desenvolvem atribuições localizadas no âmbito da elaboração, execução e avaliação de políticas públicas, como também na assessoria a movimentos sociais e populares. (Parâmetros para Atuação de Assistentes sociais na Política de Assistência Social. Brasília – 2011. p.11) 
A inserção no mercado de trabalho, se da por meio de concursos públicos, processos seletivos amplamente divulgados em órgãos de imprensa, ou em modalidades escolhidas para oferta de emprego ou solicitação de serviços técnicos especializados. As instituições que têm contratado o (a) Assistente Social, em geral são: prefeituras, entidades assistenciais e de apoio à luta por direitos, sistemas jurídicos e presidiário, sistema de saúde, empresas, sindicatos, sistema previdenciário, ONG´s, centros comunitários, escolas, fundações, universidades, centros de pesquisa e assessoria. Como as injustiças sociais e a desigualdade são persistentes e estruturais, enquanto permanecerem haverá campos de atuação profissional. (Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do serviço Social, UNIASSELVI, 2013, p. 137/138).
Sendo assim conforme o Conselho Federal de Serviço Social, o serviço...
“...O Serviço Social como profissão, em sete décadas de existência no Brasil e no mundo, ampliou e vem ampliando o seu raio ocupacional para todos os espaços e recantos onde a questão social explode com repercussões no campo dos direitos, no universo da família, do trabalho e do “não trabalho”, da saúde, da educação, dos/as idosos/as, da criança e dos/as adolescentes, de grupos étnicos que enfrentam a investida avassaladora do preconceito, da expropriação da terra, das questões ambientais resultantes da socialização do ônus do setor produtivo, da discriminação de gênero, raça, etnia, entre outras formas de violação dos direitos...”
(CFESS, 2011-2014, p.10)
2.1 REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL E SUA LEGISLAÇÃO 
A aprovação do LOAS, em 1993, foi um processo de muita luta da categoria profissional, como também a sua implementação no ano de 1995, porem se tornou um dos grandes momentos da profissão, pois, conforme a Lei, é “direito do cidadão e dever do estado”. (Serviço Social no Capitalismo, UNIASSELVI, 2015, p.97)
“...Art1º Assistência Social, direito do cidadão e dever do estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizado através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.
O Assistente social deve dispor de condições adequadas e dignas, asseguradas pelas instituições contratantes, para à sua atuação, em cumprimento aos artigos 4º e 5º, da Lei 8662/93, das competências e atribuições profissionais.
 
Art. 4º Constituem competências do Assistente Social:
 I - Elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares; 
II - Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; 
III - Encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população;
 IV - (Vetado);
 V - Orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos; 
VI - Planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; 
VII - Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;
 VIII - Prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo;
 IX - Prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade; 
X - Planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social; 
XI - realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades. 
Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social:
 I - Coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social;
 II - Planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social; 
III - Assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social;
 IV - Realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social; 
V - Assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular; 
VI - Treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social; 
VII - Dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação e pós-graduação;
 VIII - Dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em Serviço Social; 
IX - Elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social;
 X - Coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos de Serviço Social;
 XI - Fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e Regionais;
 XII - Dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas;
(Regulamentação da Profissão, LEI N° 8.662, DE 7 DE JUNHO DE 1993)
 XIII - Ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e entidades representativas da categoria profissional.
O conhecimento da legislação social é pré-requisito para o exercício do trabalho. No caso do Serviço Social, esta é uma matéria obrigatória prevista nas Diretrizes Curriculares. A atualização do conhecimento dos marcos legais, contudo, é uma necessidade contínua de todos os trabalhadores e deve ser buscada conjuntamente pelas equipes do SUAS. 
(Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social, p.29, Brasília/2011)
Entre as principais legislações que são instrumento de trabalho dos profissionais, destacam -se:
· Constituição Federal – CF, 1988;
· Lei Orgânica da Saúde – LOS/1991;
· Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS/1992;
· Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS/1993;
· Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA / 1990;
· Estatuto do Idoso – Lei 10741/2004; 
· Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004;
· Política Nacional do Idoso – PNI/1995;
· Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência – PNIPD/1999
· Norma Operacional Básica de Assistência Social – NOBSUAS/2005
· Novo Código Civil;
· Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS – NOB-RH/SUAS/2007
· Decretos e Portarias do Ministério de Desenvolvimento Social;
· Programa Brasil sem Homofobia.
(Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social, pg. 29/30 Brasília/2011) 
O código representa a dimensão ética da profissão, tendo caráter normativo e jurídico, com parâmetros para o exercício profissional, define direitos e deveres dos assistentes sociais, buscando a legitimação social da profissão e a garantia da qualidade dos serviços prestados. Assim como nos apresenta o Conselho Federal de Serviço Social:
	 
	“...Estes instrumentos normativos, que ora reapresentamos, são a materialização do Projeto Ético-Político profissional construído nos últimos 30 anos no seio da categoria, haja vista que formulados para dar sustentação legal ao exercício profissional dos/as assistentes sociais, mas que não se restringem a essa dimensão. Pelocontrário, fortalecem e respaldam as ações profissionais na direção de um projeto em defesa dos interesses da classe trabalhadora e que se articula com outros sujeitos sociais na construção de uma sociedade anticapitalista. (Conselho Federal de Serviço Social - CFESS Gestão Atitude Crítica para Avançar na Luta (2008/11), p.14)
2.2 A ASSISTÊNCIA SOCIAL COMO POLÍTICA DE SEGURIDADE SOCIAL
De acordo com o artigo primeiro da LOAS, “a assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas”. (PNAS/2004, p.34) 
A Constituição Federal de 1988 traz uma nova concepção para a Assistência Social brasileira. Incluída no âmbito da Seguridade Social e regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS em dezembro de 1993, como politica social pública, a assistência social inicia seu trânsito para um campo novo: o campo dos direitos, da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal. A LOAS cria uma nova matriz para política de assistência social, inserindo-a no sistema do bem-estar social brasileiro concebido como campo da Seguridade Social, configurando o triângulo juntamente com a saúde e a previdência social. (Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004, p.31) 
A inserção na Seguridade Social aponta, também, para seu caráter de politica de Proteção Social articulada a outras políticas do campo social, voltadas à garantia de direitos e de condições dignas de vida. Segundo Di Giovane (1998, pág. 10), entende-se por Proteção Social as formas “institucionalizadas que as sociedades constituem para proteger parte ou o conjunto de seus membros. Tais sistemas decorrem de certas vicissitudes da vida natural ou social, tais como a velhice, a doença, a infortúnio, as privações. (...) Neste conceito, também, tanto as formas seletivas de distribuição e redistribuição de bens materiais (como a comida e o dinheiro), quanto os bens culturais (como saberes), que permitirão a sobrevivência e a integração, sob várias formas na vida social. Ainda, os princípios reguladores e as normas que, com intuito de proteção, fazem parte da vida das coletividades”. Desse modo, a assistência social configura -se como possibilidade de reconhecimento público da legitimidade das demandas de seus usuários e espaço de ampliação de seu protagonismo. (Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004, p.31) 
Constitui o público usuário da Política de Assistência Social, cidadãos e grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade e riscos, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de deficiências; exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às demais políticas públicas; uso de substâncias psicoativas; diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal; estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social. (Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004, p.33) 
Sobre a Organização e a Gestão, Conforme a Lei Orgânica de Assistência Social, e seu Art. 6º A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social (SUAS), com os seguintes objetivos: I – consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre os entes federativos que, de modo articulado, operam a proteção social não contributiva; II – integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social, na forma do art. 6º-C; III – estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na organização, regulação, manutenção e expansão das ações de assistência social; IV – definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades regionais e municipais; V – implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na assistência social; VI – estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; e VII – afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos. § 1º As ações ofertadas no âmbito do SUAS têm por objetivo a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice e, como base de organização, o território. § 2º O SUAS é integrado pelos entes federativos, pelos respectivos conselhos de assistência social e pelas entidades e organizações de assistência social abrangidas por esta lei. § 3º A instância coordenadora da Política Nacional de Assistência Social é o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. (Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS – 3º edição, 2016, p.9) 
 
A política de Assistência Social está inserida no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que estabelece a regulação e organização dos serviços, programas e projetos da Assistência Social em todo Brasil. O SUAS tem uma organização parecida à do SUS, pois para sua implementação abrange parcerias com a sociedade civil e a pactuação com os diversos setores governamentais. O SUAS decorre da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), prevê uma organização participativa e descentralizada da assistência social, com ações focalizadas na família. As ações desenvolvidas no SUAS são de dois tipos: A Proteção Social Básica (PSB) e A Proteção Social Especial (PSE). (O SERVIÇO SOCIAL NO CAPITALISMO, UNIASSELVI 2015, p.248)
Conforme a PNAS/2004 Proteção Social Básica (PSB), tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitário. Destina- se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento social (discriminação etárias, étnicas, de gênero ou por deficiência, dentre outras).
Prevê o desenvolvimento de serviços, programas e projetos locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e indivíduos, conforme identificação da situação de vulnerabilidade apresentada. Deverão incluir as pessoas com deficiência e ser organizados em rede, de modo a inseri-las nas diversas ações ofertadas. Os benefícios, tanto de prestação continuada como os eventuais, compõem a proteção social básica, dada a natureza de sua realização. (Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004, p.34) 
 O Benefício de Prestação Continuada - BPC constitui uma garantia de renda básica, no valor de um salário mínimo, tendo sido um direito estabelecido na Constituição Federal e posteriormente regulamentado na LOAS, dirigido às pessoas com deficiência e aos idosos a partir de 65 anos de idade, para acesso, á critério de renda previsto na Lei. Tal direito se se constitui como, política não contributiva de responsabilidade do Estado e de prestação direta de competência do Governo Federal, presente em todos os municípios. (Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004, p.34) 
 
Os benefícios eventuais foram tratados no artigo 22 da LOAS. Podemos traduzi-los como provisões gratuitas implementadas em espécie ou em pecúnia que visam cobrir determinadas necessidades temporárias em razão de contingências, relativas a situações temporárias, em geral relacionadas ao ciclo de vida, a situações de desvantagem pessoal ou ocorrência de incertezas que representam perdas e danos. Hoje os benefícios eventuais são ofertados em todos os municípios, em geral com recursos próprios ou da esfera estadual e do Distrito Federal, sendo necessária sua regulamentação mediante definição de critérios e prazos em âmbito nacional. (Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004,p.34) 
Os serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica deverão se articular com as demais políticas públicas locais, de forma a garantir a sustentabilidade das ações desenvolvidas e o protagonismo das famílias e indivíduos atendidos, de forma a superar as condições de vulnerabilidade e as situações que indicam risco potencial. Deverão, ainda, se articular aos serviços de proteção especial, garantindo a efetivação dos encaminhamentos. Os serviços de proteção básica serão executados de forma direta nos Centro de Referência da Assistência Social -CRAS e em outras unidades básicas e públicas de assistência social, bem como de forma indireta nas entidades e organizações de assistência social da área de abrangência dos CRAS. (Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004, p.35) 
A experiência de trabalho com famílias iniciou – se em 2001, com um projeto piloto, o Programa Núcleo de Apoio à Família – NAF. Com forma de expandir e qualificar essa experiência, em 2003, foi lançado o Plano Nacional de Atendimento Integral à Família – PAIF. Em 2004, o Plano foi aprimorado e adequado às diretrizes da Política Nacional de Assistência Social – PNAS, instituindo – se “Programa de Atenção Integral à Família” (Portaria nº 78 de 08/04/2004), que se tornou a principal referência para o usuário do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. O PAIF tornou-se “ação continuada da assistência social”, sendo sua oferta obrigatória e exclusiva nos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS (Orientações Técnicas sobre o PAIF, 2012, p.09/12)
Conforme as Orientações Técnicas sobre o PAIF define-se o trabalho social com famílias, no âmbito do PAIF como sendo o conjunto de procedimentos efetuados a partir de pressupostos éticos, conhecimento teórico-metodológico e técnico- operativo, com a finalidade de contribuir para a convivência, reconhecimento de direitos e possibilidades de intervenção na vida social de um conjunto de pessoas, unidas por laços consanguíneos, afetivos e/ou de solidariedade – que se constitui em um espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias, com o objetivo de proteger seus direitos, apoiá-las no desempenho da sua função de proteção e socialização de seus membros, bem como assegurar o convívio familiar e comunitário, a partir do reconhecimento do papel do Estado na proteção às famílias e aos seus membros mais vulneráveis. Tal objetivo materializa-se a partir do desenvolvimento de ações de caráter “preventivo, protetivo e proativo”, reconhecendo as famílias e seus membros como sujeitos de direitos e tendo por foco as potencialidades e vulnerabilidades presentes no seu território de vivência. (Orientações Técnicas sobre o PAIF, 2012, p.09/12)
“ O PAIF consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, de caráter continuado, prevenir a ruptura de seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida, Prevê o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, por meio de ações de caráter preventivo, protetivo e proativo.”
(Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, 2009 p.12)
O Centro de Referência da Assistência Social - CRAS é uma unidade pública estatal de base territorial, localizadas em áreas de vulnerabilidade social, que abrange um total de até 1.000 famílias/ano. Executa serviços de proteção social básica, organiza e coordena a rede de serviços socioassistenciais locais da política de assistência social. Atua com a família e indivíduos em seu contexto comunitário, visando a orientação e o convívio sociofamiliar e comunitário, conforme descrito a seguir:
“...Na proteção básica, o trabalho com famílias deve considerar novas referências para a compreensão dos diferentes arranjos familiares, superando o reconhecimento de um modelo único baseando na nuclear, e partindo do suposto de que são funções básicas das famílias: prover a proteção e a socialização dos seus membros; construir-se como referencias morais, de vínculos afetivos e sociais; de identidade grupal, além de ser mantedora da relações com outras instituições sociais e com o Estado.”
(Política Nacional de Assistência Social – PNAS/ 2004 p.35) 
 
	 A Proteção Social Especial (PSE) organiza a oferta de serviços, programas e projetos de caráter especializado, que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, o fortalecimento de potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de risco pessoal e social, por violação de direitos. Na organização das ações de PSE é preciso entender que o contexto socioeconômico, político, histórico e cultural pode incidir sobre as relações familiares, comunitárias e sociais, gerando conflitos, tensões e rupturas, demandando, assim, trabalho social especializado. (Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS- Perguntas e Respostas; MDS – Brasília, 2011 p.07) 
Segundo o MDS a Proteção Social Especial tem como objetivo principal contribuir para a prevenção de agravamentos e potencialização de recursos para a reparação de situações que envolvam risco pessoal e social, violência, fragilização e rompimento de vínculos familiares, comunitários e/ou sociais. Nesse sentido, algumas situações podem ser aqui grifadas: violência física, psicológica e negligência, abandono; violência sexual; situação de rua; trabalho infantil; cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto; afastamento do convívio familiar, dentre outras. (Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS- Perguntas e Respostas; MDS – Brasília, 2011 p.07) 
 
 Considerando os níveis de agravamento, a natureza e a especificidade do atendimento ofertado, a atenção na Proteção Social Especial organiza-se em Proteção Social Especial de Média Complexidade e Proteção Social Especial de Alta Complexidade. (Orientações sobre a Gestão do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS – 1ª versão – SUAS e Proteção Social Especial; MDS, 2011; p.2). 
“...A proteção social especial é a modalidade assistencial a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência do abandono, maus tratos físicos e, ou psíquicos, abuso sexual, o uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas sócio-educativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outros. (PNAS, 2004, p.31)
Conforme o MDS a proteção especial de média complexidade organiza a oferta de serviços, programas e projetos de caráter especializado que requerem maior estruturação técnica e operativa, com competências e atribuições definidas, destinados ao atendimento ás famílias e aos indivíduos em situação de risco pessoal e social, com direitos ameaçados ou violados. Devido á natureza e ao agravamento dos riscos, pessoal e social, vivenciados pelas famílias e indivíduos atendidos, a oferta da atenção na Proteção Social Especial de Média Complexidade requer acompanhamento especializado, individualizado, continuado e articulado com a rede. Em conformidade com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, constituem Unidades para a oferta de serviços especializados no âmbito da Proteção Social Especial de Média Complexidade: (Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS- Perguntas e Respostas; MDS – Brasília, 2011 p.08) 
· Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS
· Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua
A Proteção Social Especial de Alta Complexidade tem como objetivo ofertar serviços especializados com vistas a afiançar segurança de acolhida a indivíduos e/ou famílias afastadas temporariamente do núcleo familiar e/ou comunitários de origem. Em conformidade com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, constituem serviços de Proteção Social Especialde Alta Complexidade: (Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS- Perguntas e Respostas; MDS – Brasília, 2011 p.09) 
 
· Serviço de Acolhimento Institucional;
· Serviço de Acolhimento em República;
· Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;
· Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.
Sendo assim, seu principal objetivo é prover atenção sócio-assistencial aos indivíduos que não contam mais com a proteção no âmbito familiar e comunitário, demandando uma ação de caráter protetivo. (Orientações sobre a Gestão do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS – 1ª versão – SUAS e Proteção Especial; MDS, 2011; p.02/03). 
2.3 CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS)
O CREAS é uma unidade pública estatal, de abrangência municipal ou regional, referência para a oferta de trabalho social a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por violação de direitos, que demandam intervenções especializadas no âmbito do SUAS. Nesses espaços, são ofertados serviços de proteção a indivíduos e famílias vítimas de violência, maus-tratos e outras formas de violação de direitos. (Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS; Secretaria Nacional de Assistência Social; Editora Brasil Ltda; Brasília, 2011; p.23) 
Sua gestão e funcionamento compreendem um conjunto de aspectos, tais como: infraestrutura e recursos humanos compatíveis com os serviços ofertados, trabalho em rede, articulação com as demais unidades e serviços da rede socioassistencial, das demais políticas públicas e órgãos de defesa de direitos, além da organização de registros de informação e o desenvolvimento de processos de monitoramento e avaliação das ações realizadas. (Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS; Secretaria Nacional de Assistência Social; Editora Brasil Ltda; Brasília, 2011; p.27) 
O trabalho social especializado ofertado pelo CREAS exige que a equipe profissional seja interdisciplinar, contando com profissionais de nível superior e médio, habilitados e com capacidade técnica para o desenvolvimento de suas funções. Implica, ainda, em maior domínio teórico-metodológico por parte da equipe, intencionalidade e sistematicidade no acompanhamento a famílias/indivíduos em situação de risco pessoal e social, por violação de direitos. Nesse sentido, numa perspectiva dialética, deve agregar instrumentos técnicos e operativos, bases teórico-metodológicas e ético-políticas, que possam proporcionar uma aproximação sucessiva e crítica à realidade social, donde emergem as situações atendidas. (Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS; Secretaria Nacional de Assistência Social; Editora Brasil Ltda; Brasília, 2011; p.28) 
Cabe ao CREAS, além da oferta de serviços, a articulação deles no seu território de abrangência, e a ação integrada com as políticas sociais, na perspectiva de garantir a proteção da assistência social. O MDS financia a construção de CREAS mediante projetos e co-financia o funcionamento dos equipamentos na prestação de serviços. Os CREAS ofertam serviços relacionados à violência, abuso e exploração sexuais contra crianças e adolescentes, podendo ofertar serviços, dependendo das situações de violação existentes no município. (Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS; Secretaria Nacional de Assistência Social; Editora Brasil Ltda; Brasília, 2011; p.28) 
 
Alguns serviços especializados de proteção social do SUAS devem ser oferecidos necessariamente no espaço físico do CREAS, outros são desenvolvidos no âmbito da rede pública e privada da assistência social, como os do abrigamento destinados a crianças, adolescentes e idosos privados da convivência familiar por situação de abandono, maus-tratos etc; e famílias e indivíduos em situação de rua. (Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS; Secretaria Nacional de Assistência Social; Editora Brasil Ltda; Brasília, 2011; p.29) 
Os serviços especializados de proteção desenvolvidos nos CREAS têm impacto direto na reorganização, reestruturação da família e até mesmo de comunidades. Têm o potencial de promover o desenvolvimento pessoal e comunitário das pessoas atendidas, promovendo o resgate da autoestima e apontando meios de reinserção na vida social. (Orientações sobre a Gestão do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS – 1ª versão – SUAS e Proteção Social Especial; MDS, 2011; p.3)
 
De acordo com as Orientações sobre a Gestão do CREAS, 2011 p.06. O CREAS pode ser implantado diante das seguintes situações: 
1. Nos casos em que a demanda do município não justificar a disponibilização, no seu âmbito, de serviços continuados no nível de proteção social especial de média complexidade, ou, 
b) Nos casos em que o município, devido ao seu porte ou nível de gestão, não tenha condições de ofertar individualmente o serviço em seu território. 
A implantação do CREAS Regional dar-se-á por iniciativa do Estado ou de um conjunto de Municípios. O Estado deve assumir a responsabilidade de regular, co-financiar, coordenar e supervisionar o funcionamento dos CREAS de âmbito regional, desde sua implantação, com a participação dos municípios envolvidos.
Algumas normativas fundamentam a oferta de serviços especializados pelo CREAS, no âmbito da Política de Assistência Social:(Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS- Perguntas e Respostas; MDS – Brasília, 2011 p.11) 
 
· Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS, 1993
· Política Nacional de Assistência Social – PNAS, 2004
· Norma Operacional Básica – NOB/SUAS, 2005
· Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social 
· 
· Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de renda no âmbito 
do Sistema único de Assistência Social (SUAS), 2009.
· Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, 2009
· Portaria nº 843, de 28 de dezembro de 2010. 
 
Portanto as competências acima descritas servem para garantir a visibilidade das reais atribuições do CREAS, para que o que lhe é demandado não ultrapasse o limite do que lhe compete e, dessa forma, determinar um norte, um caminho para ações cotidianas dos profissionais inseridos neste espaço. Dada a especificidade das situações vivenciadas, os serviços ofertados pelo CREAS não podem sofre interrupções, seja por questões relativas à alternância da gestão ou qualquer outro motivo. (Orientações sobre a Gestão do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS – 1ª versão – SUAS e Proteção Social Especial; MDS, p.4)
2.4 A PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL NO CREAS 
	A prática dos profissionais de Serviço Social no CREAS está marcada no que dispõe o código de ética da profissão, respeitando os indivíduos e atuando no processo de transferência de direitos, bem como se valendo do disposto na lei de regulamentação da profissão (lei nº 8.662/93) que em seu ART. 4º estabelece ser competências do assistente social dentre outras, destacamos as seguintes: (Orientações sobre a Gestão do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS – 1ª versão – SUAS e Proteção Social Especial; MDS, 2011, p.5)
I elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta e indireta, empresas, entidades e organizações populares; 
II elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de Serviço Social com participação da sociedade civil; 
III encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e a população.
As principais ações /atividades que constituem o trabalho social essencial ao serviço e que devem ser realizadas pelos profissionais do CREAS são: acolhida; escuta; estudo social; diagnóstico socioeconômico; monitoramento e avaliação do serviço; orientação e encaminhamentos paraa rede de serviços locais com resolutividade; construção de plano individual e/ou familiar de atendimento; orientação sócio-familiar; atendimento psicossocial; orientação jurídico-social; referência e contra-referência; informação, comunicação e defesa de direitos; apoio à família na sua função protetiva; acesso à documentação pessoal; mobilização, identificação da família extensa ou ampliada; articulação da rede de serviços socioassistenciais; articulação com os serviços de outras políticas setoriais; articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos; mobilização para o exercício da cidadania; trabalho interdisciplinar; elaboração de relatórios e/ou prontuários; estímulo ao convívio familiar, grupal e social; mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio, dentre outros. (Orientações sobre a Gestão do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS – 1ª versão – SUAS e Proteção Social Especial; MDS, 2011, p.17- 21)
2.5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS
A seguir serão expostos os dados coletados no Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS do município de Tapes através de entrevista semiestruturada.
 
Primeiramente foi questionado sobre o espaço físico do CREAS, segundo a entrevistada este espaço deverá promover a acolhida adequada e escuta qualificada dos usuários, devendo assim ser acolhedor, o espaço conta uma sala para atendimento familiar, individual e em grupo em um espaço improvisado, que atualmente passa por reformas. Conta também com uma recepção e banheiros e cozinha de uso coletivo. O imóvel é compartilhado, no entanto apresenta placa de identificação e espaços exclusivos para realização de suas atividades. Outro ponto abordado foi referente ao horário de funcionamento. O CREAS deve funcionar (estar aberto para atendimento ao público), no mínimo, cinco dias por semana, por oito horas diárias, totalizando quarenta horas semanais, assegurando a presença da equipe profissional de nível superior, além dos demais profissionais necessários ao bom funcionamento dos serviços (Conforme a profissional entrevistada).
Conforme a profissional entrevista é ofertada e/ou referenciados no CREAS: Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos - PAEFI; Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade. De acordo com as orientações sobre a Gestão do PAEFI, pode ser assim definido como serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais e para o fortalecimento da função protetiva das famílias diante do conjunto de condições que as vulnerabilizam e/ou as submetem a situações de risco pessoal e social. (de acordo com a profissional entrevistada)
 Ainda conforme a profissional, o PAEFI se caracteriza como serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos, compreende também atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais e para o fortalecimento da função protetiva das famílias diante do conjunto de condições que as vulneralizam e/ou as submetem a situações de risco pessoal e social. O atendimento fundamenta-se no respeito à heterogeneidade, potencialidades, valores, crenças e identidades das famílias. O serviço articula-se com as atividades e atenções prestadas às famílias nos demais serviços socioassistenciais, nas diversas políticas públicas e com os demais órgãos do Sistema de garantia de Direitos. Deve garantir atendimento sistemático, continuado e providências necessárias para a inclusão da família e seus membros em serviços socioassistenciais e/ou em programas de transferência de renda, de forma a qualificar a intervenção e restaurar direitos. 
Quando perguntado sobre os usuários que acessam os serviços ofertados pelo CREAs, podemos citar as famílias e os indivíduos que vivenciam violações de direitos por ocorrência de: violência física, psicológica e negligência; violência sexual: abuso e/ou exploração; famílias com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de LA e PSC; afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida de proteção; indivíduos regressos de situação de tráfico de pessoas; situação de rua e mendicância; abandono; vivência de trabalho infantil; discriminação em decorrência da orientação sexual e /ou raça/etnia; outras formas de violação de direitos decorrentes de discriminações/submissões a situações que provocam danos e agravos a sua condição de vida e os impedem de usufruir autonomia e bem estar; descumprimento de condicionalidade PBF e do PETI em decorrência de violação de direitos. 
A partir de identificadas as demandas são realizadas pela equipe técnica do CREAS as seguintes atividades: entrevistas de acolhida e avaliação inicial; atendimento psicossocial (individual, familiar e em grupo); construção do plano de atendimento; elaboração de relatórios técnicos sobre o acompanhamento realizado; ações de mobilização e enfrentamento; acompanhamento e visita domiciliar. Já em se tratando de proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de serviços à Comunidade (PSC) o serviço tem por finalidade prover atenção socioassistencial e acompanhamento a adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, determinadas judicialmente, destacando as seguintes características dos usuários: adolescentes de 12 a 18 anos incompletos, ou jovens de 18 a 21 anos, em cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de prestação de Serviços à Comunidade (PSC) aplicada pela Justiça da Infância e da Juventude ou, na ausência desta, pela Vara Civil correspondente e suas famílias. Após identificada a característica dos usuários são promovidas as seguintes atividades: elaboração do Plano Individualizado de Atendimento; atendimento do adolescente (individual e em grupo); atendimento da família, em articulação com o PAEFI; acompanhamento da frequência escolar do adolescente; elaboração e encaminhamento de relatórios sobre o acompanhamento dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas (LA E PSC) ao Poder Judiciário e Ministério Público; elaboração e encaminhamento de relatórios quantitativos ao órgão gestor sobre os atendimentos realizados. 
Para dar conta da demanda de 102 famílias, os recursos humanos constituem elemento fundamental para efetivação do trabalho do CREAS, contando assim com o seguinte quadro: uma coordenadora, duas assistentes sociais, uma psicóloga, uma estagiária, uma recepcionista (nível superior) e um advogado. A entrevistada relata que em razão do nível de complexidade dos casos atendidos no CREAS, a equipe precisa ter uma qualificação técnica, reunindo assim um conjunto de conhecimentos e habilidades que sejam condizentes com a natureza e os objetivos dos serviços disponibilizados, bem como as atribuições pertinentes à função desempenhada no CREAS. 
Encerrando a entrevista, alguns questionamentos foram abordados, um referindo aos usuários, no que se refere ao atendimento, a assistente social destaca que gostaria que houvesse mais demandas espontâneas e uma maior interlocução com a rede, no que diz respeito às mudanças relacionadas à prática profissional, seria necessário a interlocução com o Sistema de garantia de Direitos, a celeridade nas contra referências e o conhecimento da rede sobre as atribuições do CREAS, a fim de otimizar as referências e encaminhamentos.
 
 	A rede de articulação essencial do CREAS conforme citado pela profissional: CRAS; Gestão dos Programas de Transferência de renda e benefícios(PETI, Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada _ BPC; Serviços de Saúde, em especial a Saúde Mental; Órgãos de Defesa de Direitos (Conselho Tutelar, Ministério Público, Poder Judiciário, Defensoria Pública); Rede de Educação; Serviços de Acolhimento. Assim a articulação do CREAS com outros protagonistas da rede, para além dos especificados acima, pode atribuir ainda mais o atendimento disponibilizado (serviço das demais políticas públicas, como trabalho e geração de renda, por exemplo; Instituições de Ensino Superior; ONGs que atuam na defesa de direitos; movimentos sociais, etc.); 
Na articulação com a rede é importante fortificar a identidade do CREAS, elucidando papéis e delineando competências, de modo a garantir o desenvolvimento de ações complementares e simultâneas. A construção e a estipulação de fluxos de referência e contra referência com a rede socioassistencial e de articulação intersetorial com as demais políticas públicas e órgãos de defesa de direitos pode contribuir para o fortalecimento desse processo. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O trabalho apresentado visa trazer de modo simplificado, os serviços, programas e a legislação da área de assistência social, através das políticas públicas e normativas que regem o trabalho do assistente social, suas áreas de atuação e os programas e serviços ofertados. 	Nosso interesse pelo CREAS e a prática do Assistente Social no Centro Especializado de Assistência Social se justifica a partir da percepção de que existem ainda poucos estudos sobre este importante equipamento público e também sobre o profissional que atua no Centro Especializado, visto que este profissional desenvolve ações voltadas para o fortalecimento de vínculos de indivíduos em situação de risco, de vulnerabilidade ou até mesmo o trabalho de restabelecimento de vínculos rompidos, atuando na promoção da universalização do acesso a bens e serviços aos cidadãos que tiverem seus direitos violados.
 
 	Sendo assim, é necessário chamar a atenção para a responsabilidade desses profissionais com o dever da competência teórica, técnica e ético-política, com suporte na formação permanente, tendo em vista a relevância de um profissional consciente, crítico, reflexivo e propositivo que seja capaz de identificar possibilidades, elaborar estratégias, planos de trabalho, e estruturar a prática em meio aos desafios postos a pratica profissional. 
REFERÊNCIAS
Centro de Referência Especializado de Assistência Social: CREAS, Guia de Orientação Nº 1. MDS, Brasília. 
Centro de Referência Especializado de Assistência Social: CREAS, Perguntas e respostas, MDS, Brasília, 2011. 
CFESS. Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social, Brasília, 2011
IAMAMOTO, Marilda Villela. O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANIEDADE: Trabalho e formação profissional .22. ed. São Paulo, Cortez, 2012. 
LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: LOAS. 3.ed. Edições Câmera, Brasília, 2016
MDS, Política Nacional De Assistência Social: PNAS/2004. Brasília, 2004.
MDS. Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais: Resolução nº109, Brasília, 2009.
ORIENTAÇÕES TÉCNICAS: Centro de Referência Especializado de Assistência Social: CREAS. Secretaria Nacional de Assistência Social, Gráfica e Editora Brasil Ltda, Brasília, 2011.
Orientações sobre a Gestão do centro de Referência Especializado de Assistência Social: CREAS, 1ª versão. SUAS e Proteção Social Especial; MDS. 
REISDÖRFER, Lara Aparecida Lissarassa. FUNDAMENTOS HISTÓRICOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL, UNIASSELVI; Indaial, 2013.
WENGRZYNOVSKI, Silvana Braz. O Serviço Social no Capitalismo, UNIASSELVI; Indaial, 2015. 
Brasil (2012) Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Conselho Nacional de Assistência Social. Legislação. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em : <HTTP: //WWW.mds.gov.br/CNAS/legislação/>. Acesso em: 24/04/2018.
Brasil (2009) Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Sistema Único de Assistência Social. Disponível em htp: //www.mds.gov.br. 
REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO. LEI N°8.662, Brasília 07/07/ 1993 http://www.cfess.org.br/arquivos/legislacao_lei_8662.pdf/. Acesso em 29/05/2018

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