Prévia do material em texto
ATUAÇÃO DO/A ASSISTENTE SOCIAL NO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - CRAS DE GOIANÉSIA DO PARÁ Adriele Oliveira Santos¹, Daianny Costa Nascimento¹, Linda Inez Bezerra Dias¹, Rayra Luise Rodrigues da Costa¹ Marcleia de Souza Felipe² RESUMO O presente artigo discorre sobre atuação do Assistente Social dentro do Centro de Referência da Assistência Social-CRAS, sobre a superação e enfrentamento visto que a maioria das demandas que chegam ao CRAS é destinada a estes profissionais. São usuários da proteção social básica que buscam soluções para os seus direitos violados. O CRAS é unidade pública estatal descentralizada da política de assistência social responsável pela organização e oferta de serviço da proteção social básica do Sistema Único da assistência Social (SUAS), o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF e sua interlocução com a Política Nacional de Assistência Social na contribuição para a superação das situações de vulnerabilidade dos usuários atendidos pelo CRAS. O SUAS consolida a PNAS - Política Nacional da Assistência Social, bem como organiza e estrutura as funções assistenciais, a vigilância social e a defesa dos direitos socioassistenciais. Conclusão: As ofertas dos serviços assistenciais contribuem para a efetivação dos encaminhamentos aos aparatos sociais como: saúde, educação, geração de emprego e renda, empoderamento das famílias da proteção existente na área de abrangência próxima aos usuários. Palavras-chave: Atuação profissional, CRAS, Assistência Social. ABSTRACT This article discusses the role of the Social Worker within the Reference Center for Social Assistance-CRAS, overcoming and coping as most of the demands that come to CRAS are addressed to these professionals. They are users of basic social protection who seek solutions to their problems. CRAS is a decentralized state public unit of the social assistance policy responsible for the organization and provision of basic social protection services of the Unified Social Assistance System (SUAS), the PAIF and its interlocution with the Policy. National Social Assistance in contributing to overcome the vulnerability situations of users served by CRAS. SUAS consolidates the National Social Assistance Policy (PNAS), as well as organizes and structures the assistance functions, social surveillance and the defense of social assistance rights. Conclusion: The provision of assistance services contributes to the realization of referrals to social apparatuses such as health, education, job and income generation, empowerment of families of the protection existing in the area close to the users. Keywords: Professional performace, social assistance. 1 Acadêmicas do Curso de Serviço Social. 2 Professora tutora externa. Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso de Serviço Social (SES0811) - SES01- 19/11/2019. Goianésia do Pará. CEP: 68639-000. E-mail: oliveiraadriele017@gmail.com. 1. INTRODUÇÃO A intenção desta pesquisa é externar a importância do assistente social dentro do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) do município de Goianésia do Estado do Pará, falar da atuação deste profissional dentro do CRAS do município, mostrar em quais políticas públicas o assistente social atua assim também como os outros profissionais do CRAS dentro da instituição e compreender o papel estratégico que a instituição tem ocupado dentro da proteção social básica. O Centro de Referência de Assistência Social é a porta de entrada da assistência social. É uma unidade pública da política de assistência social de base municipal, integrada ao SUAS (Sistema Único de Assistência Social) localizado em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social do município e Distrito Federal. É responsável pela prestação de serviços e programas socioassistenciais de proteção social básica á família no seu território de abrangência, é uma unidade que possibilita o acesso de um grande número de famílias a rede de proteção social básica. O CRAS de Goianésia do Pará tem por objetivo prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e riscos sociais no território por meio do desenvolvimento de vínculos familiares e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania. As ações desenvolvidas no CRAS de Goianésia do Pará são: os acolhimentos, atendimento psicossocial, visita domiciliar (institucional), acesso ao benefício de proteção continuada (BPC), o acesso a benefícios eventuais, auxílio alimentar (cesta básica), auxílio natalidade (kit enxoval), auxílio funeral, referenciamento no CRAS, o encaminhamento para a rede dos serviços, atendimentos zona rural (Equipe volante) palestras e atividades socioeducativas, serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, grupos de crianças de 03 a 06 anos, grupos de crianças de 07 a 14 anos, grupos de adolescentes de 15 a 17 anos , grupos de idosos a partir de 60 anos, grupos de gestantes, o Serviço de Proteção e Atendimento Integral á Família (PAIF), cursos profissionalizante para a geração de emprego e renda , oficinas de geração para a família de baixa renda, atividades lúdicas com o objetivo de integrar e socializar a comum idade, programações referentes as datas comemorativas, reuniões familiares trazendo a comunidade para dentro do CRAS, contribuindo para a vida das pessoas e na convivência social e atividades desportivas e lúdicas sendo utilizadas como instrumentos de inclusão social resgatando princípios como cidadania, disciplina e respeito. O público alvo dessas políticas públicas são as crianças, adolescentes, idosos, mulheres e pessoas com deficiência. A presença de um assistente social dentro do CRAS é fundamental, sua intervenção profissional é de grande valor para a instituição, mas acima de tudo para a vida do cidadão que utiliza os serviços do CRAS, pois é por meio de seu exercício profissional que estes profissionais buscam a garantia dos direitos dos usuários. Vale lembrar que há um limite até onde o assistente social pode atuar na esfera pública da assistência social, respeitando a lei federal de 8742 de 07 de dezembro de 1993 – Lei Orgânica de Assistência social ( LOAS) e seguindo o Código de Ética do Assistente Social, possibilitando um diagnóstico aprimorado que buscam soluções as demandas e as melhorias das condições de vida do usuário da instituição em situações de vulnerabilidade hegemônica legal e apresentando proposta onde encaminham as mudanças no resgate da cidadania e do direito sociais a toda sociedade efetivamente assistida pelas políticas públicas, cujo propósito é de permitir a todos uma vida de qualidade e de direitos iguais. Além disso, é muito importante dizer que foi com a Constituição Federal de 1988 que a Assistência Social passou a ser direito do cidadão e dever do estado. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Atuação do Assistente Diante das Vulnerabilidades Sociais no Âmbito de Abrangência do CRAS Vulnerabilidades sociais é a condição de fragilidade material ou moral de indivíduos que são produzidos pelo contexto econômico e social. O CRAS como rede de proteção social básica através das normativas do SUAS funciona como um centro de juventude, entidade filantrópica, entidade comunitária, centro de convivência de idosos, centro de geração de renda, centro de convivência de crianças e adolescentes, buscando mudar a realidade dos indivíduos que estejam nessas situações de vulnerabilidade social. Deslandes e Souza (2009) expõem que ela se origina na produção e reprodução de desigualdades sociais nos processos discriminatórias e de segregação, fazendo com que os indivíduos e famílias fiquem fragilizados, levando-os as exclusões sociais. Através dos serviços ofertados pelo CRAS há um amparo mínimo dos indivíduos, diminuindo os problemasque causam vulnerabilidade social e o risco social. Neste contexto o/a profissional de serviço social desempenha um papel de extrema importância, pois o indivíduo que buscar o CRAS a fim de resultados positivos quanto determinada situação direcionará para o assistente social que acolherá, fazendo uma análise e pesquisa para identificar as expressões da questão social que esse indivíduo ou grupo está enfrentando, para efetivar os benefícios ofertados na unidade do CRAS , para isso colocará em prática a instrumentalidade profissional, possibilitando o atendimento às demandas e ao alcance do objetivo profissional e social. Essa atuação juntamente com o trabalho interdisciplinar do profissional de serviço social garante resultados mais eficazes. Externando as competências do assistente social dispostas no Código de Ética, Lei 8.662/93: ART. 4º Constituem competências do Assistente social: I – elaborar, implementar e avaliar políticas sociais junto a órgão da administração pública direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares [..]. 2.2. Centro de Referência de Assistência Social - CRAS – Goianésia do Pará Contando com uma unidade no município e 1 assistente social; a equipe de trabalho é composta por coordenadora, assistente social, pedagogos, psicólogo, além da equipe técnica de nível médio. Importante a observação das demandas e situações de vulnerabilidades sociais para ressaltar a importância da atuação do assistente social nessa unidade. Segundo informações obtidas em entrevista com a assistente social de Goianésia do Pará, o CRAS do município desenvolve as seguintes ações: • Acolhimento • Atendimento Psicossocial • Visita domiciliar • Acesso ao Benefício de Prestação continuada (BPC)- idosos e pessoas deficientes (munidos de laudo médico) • Acesso a benefícios eventuais (Auxílio alimentar-cesta básica) • Auxílio natalidade-kit enxoval • Auxílio funeral • Referenciamento ao CRAS • Encaminhamento para rede dos serviços • Atendimento zona rural- Equipe Volante • Palestras e atividades socioeducativas • Serviços de convivência e Fortalecimento de Vínculos • Grupos de crianças de 03 a 06 anos • Grupos de crianças de 07 a 14 anos • Grupos de adolescentes de 15 s 17 anos • Grupos de idosos a partir de 60 anos • Grupos de gestantes • O Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família (PAIF) • Cursos profissionalizantes para geração de emprego e renda • Oficina de geração de renda para famílias de baixa renda • Atividades lúdicas com objetivo de integrar e socializar a comunidade • Reuniões familiares com o objetivo de fortalecer os vínculos familiares trazendo a comunidade para dentro do CRAS • Atividades desportivas e lúdicas sendo utilizadas como instrumento de inclusão social resgatando princípios como cidadania disciplina e respeito. Os serviços eventuais são previstos pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), segundo o Ministério da Cidadania são: “Os itens sob a responsabilidade da política de Saúde, Educação, Habitação, Segurança Alimentar e Nutricional e outras políticas setoriais não são Benefícios Eventuais da Assistência Social, devendo ser atendidos pelas respectivas políticas”. O Serviço Social no Brasil passou por diversas mudanças desde sua oficialização como profissão em 1936 até os dias atuais de fato pelas mudanças no modo de atuar, além das modificações na metodologia e práxis profissional. A sociedade vem passando por diversas mudanças socioculturais e econômicas, exigindo profissionais mais qualificados construindo novas competências, sobretudo, que tenham um olhar amplo com capacidade para desenvolver métodos para enfrentar as vulnerabilidades que se modificam e intensificam, em muitos casos, com as mudanças da sociedade moderna. Tais modificações na atuação do/a assistente social se dá pela inserção das políticas públicas na área da assistência social, dando ênfase a ampliação do atendimento das famílias que estão em situação de pobreza, marginalidade social ou desigualdade. É importante conectarmos os objetivos do CRAS e que os profissionais atuantes tenham: [...] competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender seu campo de trabalho, suas qualificações e atribuições profissionais [que vá] além das rotinas institucionais para buscar apreender, no movimento da realidade, as tendências e possibilidades, ali presentes, passíveis de serem apropriadas [...], desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho (IAMAMOTO, 2005, p. 21). 2.3. PAIF- Serviço de Proteção e Atendimento integral à Família O PAIF é obrigatoriamente ofertado no espaço físico do CRAS. O CRAS é a unidade pública responsável pela oferta do programa de atenção integral as famílias-PAIF e, dessa forma deve dispor de espaços que possibilitem o desenvolvimento das ações previstas por este serviço[...] constitui fator relevante para a escolha do imóvel a possibilidade de adaptação de forma a garantir o acesso a todos os seus usuários [...] (ORIENTAÇÕES TECNICAS DO CRAS, 2009, p.48). O PAIF é o principal serviço que compõe a rede de proteção social básica, neste o assistente social desenvolve o trabalho social com famílias, prevendo o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários que se dá por meio de ações de caráter preventivo, protetivo e proativo. O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à família (PAIF) foi reconhecido pelo governo federal como um serviço continuado de proteção básica (Decreto n°5.085/2004). Assim o PAIF passa a integrar a rede de serviços sócio assistenciais, em 2009 com a tipificação nacional o PAIF recebe uma nova nomenclatura - Serviço de Proteção e Atendimento Integral à família, preservando a sigla PAIF. O PAIF foi criado a partir do reconhecimento que as vulnerabilidades e riscos sócias, que atingem as famílias são bem mais complexos, não sendo somente uma dimensão econômica, exigindo intervenções relacionados a função protetiva da família e ao direito à convivência familiar. Segundo PNAS família é: (PNAS; 2009; p.41): Um conjunto de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos, afetivos e, ou, de solidariedade. O atendimento no serviço de Proteção e Atenção Integral à Família pode ser de forma individualizada ou coletivo, sendo ações destas: acolhida, oficinas com famílias, ações particularizadas, encaminhamentos e ações comunitárias. Para que o assistente social desenvolva essas ações é preciso que haja planejamento, como o reconhecimento do território para que sejam observadas as principais vulnerabilidades sociais e riscos sociais que as famílias em questão se encontram inseridas. Buscando concretizar seus objetivos que é a transformação social dessas famílias. Objetiva-se com o serviço de Proteção e atendimento Integral à família: • prevenir a ruptura dos vínculos familiares e comunitários, possibilitando a superação de situações de fragilidade social vivenciadas; • promover o acesso a benefícios, programas de transferência de renda e serviços socioassistenciais, contribuindo para a inserção das famílias na rede de proteção social de assistência social; • promover aquisições sociais e materiais às famílias, potencializando o protagonismo e a autonomia das famílias e comunidades; • fortalecer a função protetiva da família, contribuindo na melhoria da sua qualidade de vida; • promover acesso aos demais serviços setoriais, contribuindo para o usufruto de direitos; • apoiar famílias que possuem, dentre seus membros, indivíduos que necessitam de cuidados, por meio da promoção de espaços coletivos de escuta e troca de vivências familiares. A demanda de usuários do PAIF são asfamílias que moram em territórios que são referenciados pelo CRAS e encontra-se em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, do precário ou nulo acesso aos serviços públicos, da fragilização de vínculos de pertencimento e sociabilidade ou qualquer outra situação de vulnerabilidade e risco social, em especial: • Famílias beneficiárias de programas de transferência de renda e benefícios assistenciais; • Famílias que atendem os critérios de elegibilidade a tais programas ou benefícios, mas que ainda não foram contempladas; • Famílias em situação de vulnerabilidade em decorrência de dificuldades vivenciadas por algum de seus membros; • Pessoas com deficiência e/ou pessoas idosas que vivenciam situações de vulnerabilidade e risco social. (Plano de ação 2019- CRAS de Goianésia do Pará- PA). Nas oficinas com famílias são trabalhados temas de interesse e que levam reflexões às famílias usuárias, discussões sobre vulnerabilidades e risco presentes em seu território, com intuito que o grupo familiar alcance sua aquisição como o fortalecimento dos laços comunitários, para que cada família busque seu protagonismo, age também na prevenção de riscos. As oficinas podem apresentar formatos diferentes em sua composição, podendo ser de forma aberta ou fechada. Sendo aberta, podem receber novos integrantes a qualquer momento no processo de realização da oficina e o formato fechado não possibilita a entrada de participantes após o início de dada oficina. Entende-se que em alguns casos a alta rotatividade de participantes acaba por prejudicar a formação de vínculos, em outros como de caráter informativo e preventivo pode enriquecer o debate com a inserção de novos participantes. Para que não se torne um ambiente cansativo e haja dispersão de pessoas as oficinas tem tempo estipulado a seguir, devendo ser de 60 a 120 minutos. 2.4. Sobre a Atuação do assistente Social no CRAS O CRAS possui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, para um efetivo funcionamento implica-se o planejamento das atividades desenvolvidas. Há a necessidade de reuniões periódicas entre os profissionais de nível superior e coordenador (a) para o desenvolvimento do trabalho no CRAS, assim garantindo também a interdisciplinaridade do trabalho desenvolvido pela equipe multiprofissional. É imprescindível que haja esse caráter interdisciplinar na equipe, pois, trata-se de um processo de reconhecimento das diferenças e de articulação de objetos e instrumentos de reconhecimento distintos, contribuindo assim para a superação do isolamento dos saberes. Entretanto é necessário que cada profissional da equipe tenha conhecimento de suas competências e atribuições privativas para que sua prática profissional não interfira no trabalho de seu/a companheiro/a de equipe ou ultrapasse seus limites quanto deveres. É vedado ao assistente social. Intervir na prestação de serviços que estejam sendo efetuados por outro/ a profissional, salvo o pedido desse/ a profissional; em caso de urgência, seguido da imediata comunicação ao/ a profissional; ou quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada. (Código de ética; art.11. a. p.33). Para que o assistente social possa fazer seu exercício profissional no SUAS, dentro da proteção social básica, o CRAS de Goianésia do Pará traz tais exigências quanto ao seu perfil: Escolaridade mínima de nível superior, com formação em serviço social. [...] com experiência de atuação e/ou gestão em programas, projetos, serviços e/ou benefícios sócio assistenciais; conhecimento da legislação referente à política nacional de assistência social; domínio sobre os direitos sociais; experiência de trabalho em grupos e atividades coletivas; experiência em trabalho interdisciplinar; conhecimento da realidade do território e boa capacidade relacional e de escuta das famílias. (Plano de ação 2019; perfil do técnico de nível superior). Consiste numa atribuição privativa do assistente social conforme Código de Ética (Lei 8622/93. p.46; art.5°. V) “Assumir, no magistério de serviço Social tanto a nível de graduação como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular”. Tendo o assistente social que desenvolver suas competências crítica e metodológica em suas práxis profissionais. O Serviço social no CRAS de Goianésia do Pará tem por finalidade acompanhar as famílias referenciadas por ele (CRAS), realizar articulações com a rede sócio assistencial do município. O assistente social é imprescindível para a assistência, ganhando destaque na equipe que compõe o CRAS por exercer práticas interventivas e buscar garantir os direitos dos usuários. Em seu exercício profissional deve ter um olhar sensível para reconhecer e encaminhar a demanda de acordo com suas necessidades e especificidades. De acordo com Código de Ética (p. 23-III)”. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras”. São princípios fundamentais do assistente social, ter seu exercício profissional voltado para garantias de direitos, direitos estes previsto também na constituição do Brasil, buscando prevenir ou resgatar direitos violados. No atendimento ao usuário o assistente social deve acolher e transmitir informações de forma clara para que o usuário não tenha dúvida em seu atendimento, devendo também analisar de forma crítica se este usuário necessita ser encaminhado para outros serviços da rede sócio assistencial, se assim constatar deverá fazer encaminhamentos por inscrito com a devida identificação para outra rede ou programa. Entende-se que o assistente social deve agir de forma a mostrar a realidade do usuário fazendo este entender em que vulnerabilidade social se encontra e devolver sua autonomia, fazê-lo cientes de seus direitos enquanto cidadãos em ações com famílias para trabalhar suas potencialidades e convívio social. No CRAS deste município são feitas reuniões sistemáticas para o planejamento de ações semanais onde participar dessas reuniões é uma atribuição do assistente social, pauta das ações: organização de encaminhamento, fluxos de informações com outros setores, definição de fluxo, procedimentos, instituição de rotina e acolhimento dos usuários, busca de respostas para as demandas e também de fortalecimento das potencialidades do território. É atribuição também do assistente social fazer um devido planejamento e implementar o principal serviço ofertado pela proteção social básica o PAIF e consequentemente mediar os grupos familiar neste inseridos. 3. MATERIAL E MÉTODOS Para a realização da pesquisa, foi realizada uma revisão bibliográfica com uma análise documental do Plano de Ação do Centro de Referência de Assistência Social - CRAS do município de Goianésia do Pará; publicações diversas, documentos do acervo de orientações técnicas fornecidos no site do Ministério da Cidadania e estudos científicos sobre Proteção Social Básica, a fim de fundamentar e corroborar com os dados e informações obtidas através de pesquisa de campo, observações e entrevista realizada com uma profissional de assistência social da unidade do CRAS do município e assim obter informações importantes sobre a atuação e efetivação dos serviços socioassistenciais na área de Serviço Social. A construção desse segmento aborda a atuação a importância da unidade do CRAS na superação e enfrentamento das vulnerabilidades sociais, ressaltando a importância do profissional de serviço social no espaço sócio ocupacional na manutenção dos direitos básicos advindas do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Salienta também sobre o PAIF, Serviço de Proteção e AtendimentoIntegral à Família como sendo o principal serviço dando ênfase a matricialidade sociofamiliar. Segundo a PNAS (Brasil, 2004, p.40) “a matricialidade sociofamiliar se refere à centralidade da família como núcleo social fundamental para a efetividade de todas as ações e serviços e serviços da política de assistência social”. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Buscou-se nesse artigo fazer uma pesquisa bibliográfica na resolução nº 109, de 11 de novembro de 2019. e de campo de atuação bem como a visita no CRAS buscando construir uma reflexão sobre a prática de atuação do Assistente Social no atendimento a demanda vigente ao município de Goianésia do Pará, no momento oportuno decidimos entrevistar Assistente Social Tamires Campos Nunes, para conhecer e consecutivamente entender essa realidade em relação a relativa autonomia, e as possibilidades e limites deparados por estes profissionais no espaço ocupacional em análise. Diante da atuação ainda desafiadora para única Assistente Social que ainda consegue efetivar a lei da proteção social básica que é garantir o acesso das pessoas que são atendidas no CRAS. A pesquisa possibilitou um maior entendimento com relação a própria dimensão em que a atuação do Serviço Social está inserida nesta sociedade. Sendo assim, podemos traçar algumas considerações a respeito deste exercício profissional no CRAS, o qual conforme as respostas trazidas pela Assistente Social, está em constante movimento de aprendizagem, e que não se limitam aos conhecimentos fornecidos pelo sistema, mas sim conhecimentos que transcendem a aparência, e que o profissional sempre deve fazer uso de seus conhecimentos teórico-metodológicos, ético-político e técnico-operativo. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do estudo realizado compreendemos que o processo de gestão nos serviços socioassistenciais é de suma importância para a construção de repostas para as expressões da questão social apresentadas no cotidiano do trabalho dos profissionais. Procurou falar sobre a importância do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) para sua demanda e se ela expressa ressignificações em seu território de abrangência, destacando as ações e os desafios para prática profissional. Observamos o cotidiano profissional e percebemos que ele é repleto por desafios e limitações, por isso é necessária motivação e paciência para serem alcançados os resultados esperados, pois o trabalho com o ser humano é de grande complexidade. As muitas expressões da questão social que se apresentam no CRAS, são dinâmicas assim como a profissão, estão inscritas num processo contínuo de produção e reprodução social. E o trabalho do Assistente Social é construído dia-dia, estar aberto ao vir a ser histórico. Nessa direção, esse artigo talvez possa contribuir, no sentido de abordar aspectos e elementos presentes na contemporaneidade da profissão. Sinalizando principalmente para a necessidade de desconstruirmos estereótipos e concepções equivocadas sobre a profissão. Diante disto vale confirmar que o trabalho do assistente social no CRAS é árduo, tenso, desafiador, uma batalha diária que precisa incontestavelmente da unidade teoria/prática para o enfrentamento das expressões da questão social. Portanto, à medida que a sociabilidade capitalista produz e reproduz situações e as coloca para o assistente social, este é obrigado a atualizar-se, redefinir estratégias e procedimentos, daí a importância da capacitação, atualização, renovação e releituras profissionais para uma intervenção social eficaz. REFERÊNCIAS ARAGÃO, J. M. C. A Relevância do assistente Social nos CRAS. Artigo de revisão bibliográfica, 2017. Disponível em: http://www.cep.pr.gov.br/arquivos/File/2017/procep/paideia/ArtigoJulia1.pdf. Acesso em: 17/11/2019. CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL: Código de Ética do/a Assistente Social. 10. ed. Brasília- DF: revista atualizada. 1993. EUGENIO, A. V. S. E GONZAGA, M. L. S. A atuação do Assistente Social no Centro de Referência de Assistência Social-CRAS. Artigo, 2019. Disponível: http://idonline.emnuvens.com.br/id/article/viewFile/1669/2467 IAMAMOTO, Marilda, Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 2000. Disponível em: < http://www.academia.edu/10702986/IAMAMOTO_Marilda_o_servico_social_na_contemporaneid ade. Acesso em: 17/11/2019. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO E COMBATE À FOME. Sistema Único de Assistência Social Proteção Social Básica, Orientações Técnicas, Centro de Referência de Assistência Social- CRAS. 1º ed. - Brasília, 2009. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO E COMBATE À FOME: Lei Orgânica de Assistência Social- LOAS. Lei n° 8742, de 7 de dezembro de 1993. 1º Ed. Secretaria Nacional de Assistência Social-SNAS. ANEXO I Questionário da entrevista realizada com a profissional de assistência social Tamires Campos Nunes, do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS, do município de Goianésia do Pará: 1 - Tamires, qual a importância do CRAS para a proteção social e para as famílias? R: É a porta de entrada do SUAS. É importante para a Proteção Social Básica, no que diz respeito à prevenção e manutenção dos direitos sociais básicos. 2 - Geralmente o usuário chega ao CRAS com uma demanda Imediata, porém é importante analisar o que ocasionou essa demanda para mudar a realidade desse usuário. Quais ações específicas são usadas nestes casos? R: Habitualmente o usuário chega ao CRAS por meio de referenciamento, seja de outros setores públicos ou pela própria população. Buscamos sempre ter uma conversa de acolhimento para analisarmos a situação de cada indivíduo e assim contribuir e então através dessa analise verificarmos a situação de vulnerabilidade social que se encontra, em alguns casos analisamos a necessidade de u amparo alimentar, encaminhamento para psicólogo, possível BPC, entre outras medidas. 3 - A assistência social é uma profissão interventiva que deve diminuir as disparidades sociais. R: Os profissionais buscam intervir de forma interdisciplinar em apoio e parceria para intervir na melhor forma. É importante ressaltar que qualquer indivíduo que chegar ao CRAS será atendido, independente da classe social. 3 - Há uma delimitação até onde o/a Assistente Social pode atuar nas políticas sócias? R: Essa delimitação está no saber quando o usuário deve ser encaminhado para outro setor como, por exemplo, o CREAS que faz parte do SUAS do âmbito da Proteção Social Especial. 4 - Quantas pessoas são atendidas por dia no CRAS? R: Varia, mas em torno de 15 pessoas, que passam pelo meu atendimento. 5 - Qual a composição da equipe do CRAS no município? R: A equipe técnica é composta pela Assistente Social, pedagogos, psicólogo e coordenadora. 6 - Qual a importância de ter um/a Assistente Social no CRAS? R: De extrema importância e necessidade. Sem o profissional o CRAS não se encaminha. Caso não fosse a prática profissional dos mesmos as políticas sociais não seriam efetivadas. RESUMO ABSTRACT 1. INTRODUÇÃO 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Atuação do Assistente Diante das Vulnerabilidades Sociais no Âmbito de Abrangência do CRAS 2.2. Centro de Referência de Assistência Social - CRAS – Goianésia do Pará 2.3. PAIF- Serviço de Proteção e Atendimento integral à Família 2.4. Sobre a Atuação do assistente Social no CRAS 3. MATERIAL E MÉTODOS 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS