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PROJETO DE TERRAPLENAGEM Amanda Rodrigues Daiane Vieira Eduarda Costa OPERAÇÕES BÁSICAS, MATERIAIS DE SUPERFÍCIE, EMPOLAMENTO E REDUÇÃO TÓPICOS ABORDADOS 1. Materiais de superfície 2. Taludes 3. Cortes e escavação 4. Aterros e compactação 5. Ensaios 6. Offsets 7. Notas de serviço 8. Transporte 9. Diagrama de Bruckner 10. Empolamento e redução 11. Exemplo de projeto de terraplenagem Especificações: DNIT INTRODUÇÃO: Projeto de Terraplenagem - Realizado após o Projeto Geométrico da estrada, estudos hidrológicos e geotécnicos; - Define seções transversais (cortes ou aterro); - Determinação dos quantitativos de serviços de terraplenagem; - Determinação dos locais de empréstimos e bota-foras; - Caracterização precisa de todos os parâmetros geotécnicos dos materiais utilizados; - Apresentação dos quadros de distribuição do movimento de terra. INTRODUÇÃO: Projeto de Terraplenagem PROJETO BÁSICO: ● estudo preliminar ● pesquisas ● levantamento de alternativas ● investigação da área ● estudos geotécnicos ● estudos hidrológicos ● plano básico de execução PROJETO EXECUTIVO: ● revisão do projeto básico ● seleção de materiais ● ensaios ● cálculos de movimento de terra ● definição de empréstimos e bota-foras ● definição das seções ● demais plantas A TERRAPLENAGEM é uma atividade cíclica: escavação, carga, transporte e descarga + uma atividade não-cíclica: compactação. MATERIAIS DE SUPERFÍCIE MATERIAIS DE SUPERFÍCIE - Segundo consta no DNIT: “Solo é uma formação natural, de estrutura solta e removível e de espessura variável, resultante da transformação de uma rocha-mãe, pela influência de diversos processos físicos, físico-químicos e biológicos”. - Com enfoque na terraplenagem, o principal critério que interfere na classificação dos materiais de superfície é a sua trabalhabilidade. MATERIAIS DE SUPERFÍCIE Algumas características do solo influenciam na sua classificação, são elas: - Tamanho e forma das partículas: Partículas com tamanhos maiores e com arestas vivas resistem mais ao corte e requerem maior potência para a sua realização. - Vazios: Um solo com pequeno volume de vazios, ou seja, bem graduado, oferece maior resistência ao corte. - Teor de umidade: Solos secos com baixos teores de umidade promovem maior dificuldade no desmonte devido ao aumento do atrito entre os grãos. MATERIAIS DE SUPERFÍCIE: Classificação 1ª categoria: - Solos residuais ou sedimentares, seixos rolados ou não, com diâmetro máximo e inferior a 15 cm, qualquer que seja o teor de umidade apresentado. MATERIAIS DE SUPERFÍCIE: Classificação 2ª categoria: - Solos de resistência mecânica inferior à da rocha não alterada - Blocos de rocha de volume inferior a 1 m³ e os matacões ou pedras de diâmetro médio superior a 15 cm. - 2ª categoria com material pré-escarificável. - 2ª categoria com emprego descontínuo de explosivos e pré-escarificação. MATERIAIS DE SUPERFÍCIE: Classificação 3ª categoria: - Materiais com resistência ao desmonte mecânico equivalente à rocha não alterada, e blocos de rocha, com diâmetro médio superior a 1,00 m, ou de volume igual ou superior a 1 m³. MATERIAIS DE SUPERFÍCIE: Seleção qualitativa Características de trabalhabilidade - Camadas finais de terraplenagem são executadas com materiais de 1ª categoria - No corpo dos aterros são empregados os materiais de 2ª e 3ª categorias Características físicas - Relacionadas à capacidade de suporte do solo e à sua expansão. - Ambos os parâmetros podem ser determinados através do ensaio do Índice de Suporte Califórnia - ISC (Califórnia Bearing Ratio) - O valor do ISC corresponde à umidade ótima. MATERIAIS DE SUPERFÍCIE: Seleção qualitativa Valores extremos admissíveis para a expansão: - Para camadas finais de terraplenagem, em cortes ou aterros: expansão < 2%. - Para corpo de aterros: expansão < 4%. TALUDES TALUDES - Chamado de saia de corte ou aterro; - É a superfície inclinada do terreno natural; - Deve possuir inclinação de projeto. TALUDES CORTES Máximo 1:1 (V:H) ATERROS Máximo 2:3 (V:H) TALUDES EM ESCALONAMENTO ● Altura superior a 10 m ● Muita área de superfície exposta ● Erosão ● Altas velocidades da água ● A água é canalizada através de valetas construídas nos patamares ESCAVAÇÃO E CORTES CORTES - A execução abrange a escavação do terreno natural - O maciço é desmontado por ação mecânica CORTES: Operações prévias - Precedido por desmatamento e destocamento; - Obras-de-arte já devem estar construídas; - As marcações do eixo, offsets e RNs devem estar em consonância com o Projeto Geométrico; - Locais de bota-fora devem estar preparados. CORTES: Modalidades EM SEÇÃO PLENA Encaixe completo da seção transversal no terreno natural. CORTES: Modalidades EM MEIA ENCOSTA A plataforma apresenta parte em aterro e parte em corte. CORTES: execução - Os segmentos são escavados até as cotas e larguras definidas em projeto; - A declividade dos taludes deve ser cuidadosamente controlada e verificada. CORTES: orientações - Verificada a existência de rocha sã ou em decomposição, deve-se realizar o rebaixamento do greide, em 0,40 m, e o preenchimento do rebaixo com material indicado em projeto; - Verificada a existência de solos de expansão maior que 2%, deve-se realizar sua remoção, com rebaixamento de 0,60 m; - No caso de solos orgânicos, o projeto fixará a espessura a ser removida; - Em todos os casos, deve-se executar novas camadas, constituídas de materiais selecionados, os quais devem ser especificados em projeto. CORTES: Orientações - As características do solo in natura nas camadas superficiais (0,60 m superiores), devem ser verificadas em termos de grau de compactação. - Os segmentos que não atingirem as condições mínimas de compactação, devem ser escarificados, homogeneizados, levados à umidade adequada, e então, devidamente compactados. - Após a execução dos cortes, não é permitida a presença de blocos de rocha nos taludes, de forma que possam colocar em risco a segurança do trânsito. CORTES: Orientações - O material escavado é transportado para locais previamente definidos; - Pode ser utilizado em aterros na própria obra, ou enviados para locais fora da plataforma da rodovia, de preferência nos limites de faixa de domínio, chamados de bota-fora; - O material de bota-fora recebe esse destino por possuir má qualidade, volume excessivo e/ou necessitar de excessiva distância de transporte. CORTES: Orientações - Caso o nível de água se situe acima da cota do greide de terraplenagem é necessária a execução de drenagem adequada; - A quantidade, posicionamento, diâmetro e comprimentos dos drenos devem ser executados de acordo com especificado em projeto. CORTES: Cuidados em detonação de rochas - estabelecer um horário rígido de detonação, com horas certas de fogo; - não trabalhar com explosivos à noite; - abrigar adequadamente pessoas e equipamentos, promovendo sua segurança; - avisar à comunidade local e ao tráfego usuário, eventualmente existente; - evitar a aproximação de pessoas nas vizinhanças do corte na hora da explosão; - somente permitir o manuseio de explosivo por pessoal habilitado e, em número o mais reduzido possível; - somente trazer do depósito a quantidade de explosivo necessária à detonação. CORTES: Equipamentos Trator de esteira Caminhão basculante Motoniveladora Trator empurrador (pusher) Perfuratriz Explosivos Retroescavadeira Escavadeira ATERROS E COMPACTAÇÃO ATERROS - São os segmentos da rodovia que necessitam de depósito de materiais para atingir a cota especificada. - As operações prévias seguem o mesmo descrito em cortes. - Deve ser isento de matéria orgânica. ATERROS: Empréstimos - São áreas de onde serão escavados materiais a serem utilizados nos aterros. - Deve ser isento de matéria orgânica. ATERROS: Procedimento 1) Descarga; 2) Espalhamento em camadas; 3) Homogeneização;4) Conveniente umedecimento ou aeração; 5) Compactação. Obs: A inclinação dos taludes deve ser cuidadosamente controlada e verificada. ATERROS: Procedimento - O lançamento do material deve ser feito em camadas sucessivas, em toda a largura da seção transversal; - A espessura da camada compactada não deve ultrapassar 0,30 m e, camadas finais, 0,20 cm. ATERROS: Procedimento Uso de materiais Rochosos Em regiões onde houver ocorrência predominante de materiais rochosos, é admitido seu uso em aterros. - A rocha deve ser depositada em camadas, cuja espessura não deve ultrapassar 0,75 m; - Os últimos 2,00 m do corpo do aterro devem ser executados em camadas de, no máximo, 0,30 m de espessura; - O material deve ser compactado por rolos vibratórios; - O tamanho máximo admitido para a pedra é de ⅔ da espessura da camada compactada. ATERROS: Procedimento Uso de materiais Arenosos Em regiões onde houver ocorrência predominante de areia, é admitido seu uso em aterros. - Deve haver material terroso subsequente; - Deve estar definido em projeto. ATERROS: Solapamento ATERROS: Enrocamento ATERROS: Obras-de-arte - Onde houver travessia de cursos d’ água ou passagens superiores, a construção dos aterros deve preceder a das obras-de-arte especiais. - Em último caso, não havendo outra alternativa, todas as medidas de precaução devem ser tomadas, a fim de que o método construtivo empregado para a construção dos aterros não origine movimento ou tensões indevidas nas obras-de-arte. ATERROS: Compactação - Visa reduzir o volume de vazios, aumentando seu peso específico, resistência e estabilidade. - A diminuição ocorre até o ponto em que a maior parte das partículas entra em contato umas com as outras, ocasionando uma quantidade mínima de vazios: densidade máxima. - A umidade que corresponde à quantidade mínima de água necessária para atingir este ponto chama-se “umidade ótima”. - Energia de compactação: rolos compactadores. COMPACTAÇÃO: Processos Fundamentais POR COMPRESSÃO - Aplicação de uma força vertical, de maneira constante; - Este deslocamento permite uma melhor arrumação das partículas, objetivando sempre a diminuição do volume de vazios. POR AMASSAMENTO - Aplicação simultânea de forças verticais e horizontais; - Acomodação mais rápida das partículas com menor número de passadas (ex. rolos pé de carneiro, de pneus etc.). COMPACTAÇÃO: Processos Fundamentais POR IMPACTO - Aplicação de forças verticais, provocando impacto sobre a superfície; - Repetição até de 500 vezes por minuto. POR VIBRAÇÃO - Aplicação de forças verticais com uma frequência de repetição acima de 500 golpes por minuto; - Rolo vibratório COMPACTAÇÃO: Diretrizes ● Todas as camadas do solo devem ser compactadas. ● Para o corpo dos aterros, na umidade ótima, mais ou menos 3%, compactar até se obter a massa específica aparente seca correspondente a 100% da massa específica aparente máxima seca. ● Para as camadas finais, a massa específica aparente seca deve corresponder a 100% da massa específica aparente máxima seca do ensaio DNER-ME 129/94, Método B. ● Os trechos que não atenderem às condições mínimas de compactação devem ser escarificados, homogeneizados, levados à umidade adequada e, novamente compactados, de acordo com o estabelecido em projeto. PROBLEMAS DE COMPACTAÇÃO - O maior problema é que os aterros sejam executados, sem que o adensamento desejável tenha sido obtido em todo o maciço de terra. - As falhas podem vir à tona muito tempo após a construção, em: ➢ recalques excessivos; ➢ escorregamentos da saia do aterro; ➢ erosão rápida. COMPACTAÇÃO: Equipamentos Trator de lâmina Caminhão basculante Motoniveladora Escavo-transportadora Rolo liso Rolo de pneu Rolo pé de carneiro ENSAIOS ENSAIOS ENSAIOS Off-sets e Notas de Serviço Off-sets São marcações feitas nas laterais do eixo da estrada por meio de piquetes e estacas para indicarem a delimitação entre o terreno natural e os aterros e/ ou cortes. Off-sets Nos aterros sugere-se marcar os off-sets distanciados a 1m na horizontal dos pés do aterro, para evitar que a marcação fique comprometida. Notas de Serviço Os off-sets, são marcações utilizadas na nota de serviço. No entanto, para determinação dos off-sets é preciso ter as seções transversais e gabaritos estabelecidos, superlargura, superelevação e possivelmente a banqueta de visibilidade. O fluxograma a seguir ilustra o procedimento de marcação dos off-sets. Notas de Serviço Notas de Serviço Notas de Serviço Notas de Serviço FATOR DE HOMOGENEIZAÇÃO: Avaliação Onde: Dcorte: densidade aparente seca do material ocorrente no corte de origem (densidade "in situ"); Dcomp: densidade aparente seca do material, extraído do corte, após compactação no aterro. CUBAÇÃO DO MOVIMENTO DE TERRA: Cálculo - O cálculo dos volumes de cortes e aterros se dá por meio dos processos expeditos ou precisos. Assim, determina-se o volume do prisma por duas seções transversais consecutivas. CUBAÇÃO DO MOVIMENTO DE TERRA: Cálculo - Com a aplicação da média destas áreas, calcula-se o volume: Sendo l o espaçamento entre duas seções subsequentes. - Processos expeditos: dedução de expressões analíticas em função da cota vermelha e da declividade transversal. - Processos precisos: métodos mecânico e computacional. CUBAÇÃO DO MOVIMENTO DE TERRA: Cálculo - Antes de qualquer operação de terraplenagem, deve-se realizar a limpeza do terreno e a remoção da camada superior do terreno - camada vegetal imprópria para fins rodoviários -. DISTRIBUIÇÃO DO MATERIAL A SER ESCAVADO DISTRIBUIÇÃO DO MATERIAL A SER ESCAVADO Onde: Vi - volumes parciais escavados; di - distâncias de transporte parciais respectivas. - A distribuição teórica do material a ser escavado consiste em definir-se toda a origem e destino dos materiais envolvidos na terraplenagem, seus volumes e classificação, e as distâncias médias de transporte. Medição do transporte Onde, Vi é o volume e Xi a distância de transporte, de cada categoria no corte ou empréstimo. - A determinação das distâncias de transporte deve ser feita no perfil de locação, entre os centros de gravidade de extração e depósito. A localização de tais centros é realizada conforme medidas no campo, e guiada pelo método de Brückner. Diagrama de Brückner - O diagrama de Brückner é o método mais utilizado para estimar as distâncias médias de transporte entre trechos compensados. - "Ordenadas de Brückner". - Os trechos ascendentes representam cortes, e os trechos descendentes, aterros. - Pontos de máximo. - Pontos de mínimo. - Linha de compensação. Diagrama de Brückner - Distância média de transporte (DMT). - Momento de transporte (MT). - Necessidade de bota-fora e empréstimo. Empolamento e Redução Empolamento Umas das propriedades do solo mais importantes para ser considerada na terraplenagem, o empolamento consiste no aumento do volume do solo após a escavação, esse fenômeno ocorre devido ao aumento do volume de vazios, e também pelo alívio de tensões. Por exemplo, 1 m3 de solo argiloso no terreno natural quando escavado corresponderá a 1,41 m3 devido ao empolamento. Empolamento Empolamento Portanto, após escavação tem-se um volume solto (VS) maior em relação ao volume natural (Vn), e como o volume solto possui mais vazios tem-se que ℽs < ℽn. Sendo assim, o fator de empolamento é dado pela equação. Empolamento Cada tipo de solo possui um determinado valor de empolação, quanto maior a quantidade de finos presente no solo maior será a sua expansão. Redução Fenômeno que consiste na diminuição do volume do solo após processo de compactação, dada pela redução de vazios, através da expulsão de ar. Essa propriedade é de grande importância em duas situações: 1 - Para determinar o volume necessário de escavação para um volume de aterro estipulado; 2 - Para estimar a quantidadede solo transportado (considerar empolamento) necessária para o aterro. Redução Nesse fenômeno 3 variáveis são relevantes sendo essas, tipo de solo, estrutura do solo, grau de saturação do solo e o nível de tensões. A redução pode ser calculada através das seguintes equações: EXEMPLO DE PROJETO Obrigada! Amanda Rodrigues Daiane Vieira Eduarda Costa
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