Anticorpos Monoclonais

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Instituto de Ciências Biológicas - UFJF 
 
Trabalho de Imunologia: 
 
Anticorpos Monoclonais 
 
Profª. Dra. Patrícia Alo Nagib 
 
Nome: 
Danielle Brandão 
Pedro Henrique Martins 
 
 
Novembro, 2020 
 
Anticorpos Monoclonais: Conceito 
 
Os Anticorpos Monoclonais formam uma classe de medicamentos que vem 
revolucionando a forma como abordamos e tratamos as doenças, desde cânceres e 
doenças do sistema imunológico até novas infecções, como a atualíssima, COVID-19. 
O principal ponto a ser obervado, é que diferentemente da maioria dos medicamentos 
conhecidos, os anticorpos monoclonais não são compostos químicos. 
São embasados nos anticorpos naturais (as proteínas que o corpo produz para se 
defender contra doenças), mas são criados em laboratórios de alta tecnologia, por isso 
que são também chamados de “anticorpos projetados”, feitos sob medida para a doença 
que tratam. Os anticorpos monoclonais são proteínas usadas pelo sistema imunológico 
para identificar e neutralizar corpos estranhos, que podem ser bactérias, vírus ou mesmo 
células tumorais. Estas proteínas são específicas, pois elas reconhecem um alvo em 
especial, o antígeno, que vai estar presente nas células estranhas ao organismo. 
Os Anticorpos Monoclonais (mABs) compreendem imunoglobulinas derivadas do 
mesmo clone de linfócito B. Sua clonagem e propagação ocorrem em linhagens 
celulares contínuas. Em comparação com as terapias citotóxicas padrão, eles podem 
reagir com antígenos específicos de alguns tipos de células com alta capacidade de 
preservar células saudáveis. 
 
Tipos de anticorpos monoclonais: 
 
Anticorpos monoclonais recombinantes: Eles são anticorpos que funcionam por si só 
e não requerem outras terapias ou outros medicamentos simultaneamente. Eles são o 
tipo mais comum de anticorpo monoclonal usado para tratar o câncer. 
Anticorpos monoclonais conjugados: Esses anticorpos podem ser usados em 
combinação com quimioterapia ou radioterapia. Geralmente, eles são utilizados como 
condutores para transportar substâncias diretamente para as células cancerosas. Esses 
anticorpos monoclonais circulam no corpo até serem descobertos e se ligam ao antígeno 
alvo. Logo, eles vão liberar materiais químicos ou radioativos no local da operação. 
Portanto, os danos às células saudáveis e outras partes do corpo são reduzidos. 
Anticorpos radiomarcados: Esses anticorpos possuem pequenas partículas radioativas. 
Este anticorpo fornece radioatividade diretamente para células B infectadas com câncer 
e pode ser usado para tratar o linfoma não-Hodgkin. Um exemplo é o ibritumomabe 
tiuxetan, que é um anticorpo antígeno anti-CD20 que existe em linfócitos de células B. 
Anticorpos químiomarcados: Também chamados de anticorpos conjugados, eles 
possuem quimioterápicos associados. 
Anticorpos monoclonais bispecíficos: Essas drogas consistem em partes de dois 
anticorpos monoclonais diferentes, ou seja, podem ligar dois antígenos diferentes ao 
mesmo tempo. O Blinatumomabe, usado para tratar a leucemia linfocítica aguda, liga-se 
parcialmente à proteína CD19 (encontrada em certas células de leucemia e linfoma), 
enquanto a outra parte se liga ao CD3, uma proteína encontrada no carcinoma 
hepatocelular, células T. Ao se ligar a ambas as partes, as drogas com anticorpos 
monoclonais bispecíficos ligam as células cancerígenas às células do sistema imune, 
fazendo com que este ataque as células infectadas pelo câncer. 
 
 
Figura que representa como os anticorpos funcionam. 
Fonte: Website Tua saúde (ABREU,2020). 
 
 
 
 
 
 
Anticorpos Monoclonais: Medicamentos 
Tabela 1: Quadro apresentando anticorpos monoclonais usados na 
pratica médica. (Terapêutica) 
 
 Fonte: (SANTOS,2006). 
 
A tabela acima nos mostra, uma lista de anticorpos monoclonais utilizados para diversos 
tratamentos, bem como o nome comercial de cada um, a sua fonte, indicações para o 
uso e o mecanismo de ação desses anticorpos. 
 
 
Uso de Anticorpos Monoclonais no tratamento da COVID-19 
 
 
Fonte: Website G1, Bem estar (G1,2020). 
 
Através da notícia citada acima, podemos inferir que os Anticorpos Monoclonais foram 
usados no Tratamento do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o mesmo 
deixou o hospital 3 dias após o inicio do tratamento com esses anticorpos dizendo ter 
sido “curado”, é o que relata a notícia acima. Com isso, A Regeneron(empresa de 
biotecnologia) e a empresa farmacêutica Eli Lilly and Co, que tem como responsável a 
farmacêutica Eli Lilly, encarregada pela produção do anticorpo monoclonal usado para 
o tratamento do Presidente. Solicitaram à Food and Drug Administration (FDA), 
agência reguladora americana, a autorização de uso emergencial para seus produtos de 
anticorpos monoclonais, que há dois dias foi aprovada pela FDA. 
 
Os anticorpos neutralizantes do coronavírus visam principalmente, a glicoproteína 
trimérica Spike (S) na superfície do vírus que medeia a entrada na célula hospedeira. As 
extremidades das proteínas do SARS-CoV-2 e do SARS-CoV são muito semelhantes 
em estrutura e geralmente são usadas como receptores do hospedeiro para se ligar à 
enzima conversora de angiotensina humana 2 (ECA2). Sabe-se que a interação com o 
receptor desencadeia alterações conformacionais irreversíveis nas extremidades da 
proteína do coronavírus, permitindo a fusão da membrana.Este processo tem sido usado 
para combater o vírus SARS-CoV mais antigo, Portanto, para o tratamento do vírus 
SARS-CoV-2 COVID-19, o princípio é o mesmo, utilizando os anticorpos já 
identificados e extrapolando-os para este novo vírus. Temos ainda que resultados de 
testes realizados com esses anticorpos neutralizantes, mostraram que o anticorpo 
denominado 47D11 pode inativar os vírus SARS-CoV e SARS-CoV-2, uma inibição 
exitosa feita in vitro. 
 
Porém, o maior problema é que o custo de obtenção desse medicamento e sua produção 
superam em muito o da vacina. De acordo com um relatório da Global Independent 
Health Foundation Wellcome, o relatório pedia a expansão dos anticorpos monoclonais, 
"80% dos mAbs são vendidos nos Estados Unidos, Europa e Canadá”. O relatório 
divulgado em meados de agosto afirmava que, ”Apenas 20% dos mAbs são vendidos 
em outras partes do mundo, respondendo por 85% da população global. Poucos, se 
houver, estão disponíveis em países de baixa e média renda”. Esses medicamentos estão 
entre os mais caros do mundo. 
 
E por fim, existem questões relacionadas à sua segurança. Embora os anticorpos sejam 
armas defensivas, em alguns casos "eles agem de forma oposta, aumentando assim a 
infecção”. Este é um fenômeno complexo denominado amplificação de infecção 
dependente de anticorpos, em que alguns anticorpos não impedem o vírus de entrar na 
célula, mas apenas promovem a propagação do vírus. Isso precisa ser avaliado 
cuidadosamente nos ensaios clínicos em andamento e no processo regulatório antes da 
aprovação clínica final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
SANTOS, RVD et al. Aplicações Terapêuticas dos Anticorpos Monoclonais: Rev. bras. 
alerg. imunopatol., UFPR, v. 292, n. 2, pág 77-85, mar./2006 Disponível em: 
<http://www.sbai.org.br/revistas/Vol292/aplicações.pdf.> Acesso em: 11 nov. 2020. 
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<http://www.oncoguia.org.br/conteudo/anticorpos-monoclonais/7959/922/> Acesso em: 
11 nov. 2020. 
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ABBAS, Andrew H.; K. LICHTMAN, Abul. Imunologia Básica. 4. ed. Rio de Janeiro: 
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<https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/10/02/anticorpos-
monoclonais-entenda-o-tratamento-experimental-que-trump-recebeu-contra-a-
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https://www.youtube.com/watch?v=h6sGMaf6Yew&feature=emb_logo> Acesso em: 
11 nov. 2020 
ABREU, Mafalda. Anticorpos monoclonais: o que são e porque ajudam a tratar 
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https://www.tuasaude.com/anticorpos-monoclonais/. Acesso em: 11 nov. 2020. 
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https://www.youtube.com/watch?v=RqYD7taehrU&feature=emb_logo> . Acesso em: 
11 nov. 2020