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3- Vigilância epidemiológica

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1- Conhecer a vigilância epidemiológica. (definição e atuação).
Definição - conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.” (Lei 8.080/90).
Por algum tempo prevaleceu a ideia de que a epidemiologia restringia-se ao estudo de epidemias de doenças transmissíveis. Hoje, é reconhecido que a epidemiologia, enquanto ciência, trata de qualquer evento relacionado à saúde (ou doença) da população.
Lei 8.080/90:
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:
b) de vigilância epidemiológica;
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete:
III - definir e coordenar os sistemas:
c) de vigilância epidemiológica;
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica;
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional.
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:
V - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
Propósitos e funções 
A vigilância epidemiológica tem como propósito fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde, que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos, tornando disponíveis, para esse fim, informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica ou população definida. Subsidiariamente, a vigilância epidemiológica constitui-se em importante instrumento para o planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços de saúde, como também para a normatização de atividades técnicas correlatas. 
A operacionalização da vigilância epidemiológica compreende um ciclo de funções específicas e intercomplementares, desenvolvidas de modo contínuo, permitindo conhecer, a cada momento, o comportamento da doença ou agravo selecionado como alvo das ações, para que as medidas de intervenção pertinentes possam ser desencadeadas com oportunidade e eficácia. São funções da vigilância epidemiológica: 
• coleta de dados (dados demográficos, ambientais e socioeconômicos, dados de morbidade, dados de mortalidade, notificação de emergências de saúde pública, surtos e epidemias);
• processamento de dados coletados; 
• análise e interpretação dos dados processados; 
• recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas; 
• promoção das ações de prevenção e controle indicadas; 
• avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; 
• divulgação de informações pertinentes. 
As competências de cada um dos níveis do sistema de saúde (municipal, estadual e federal) abarcam todo o espectro das funções de vigilância epidemiológica, porém com graus de especificidade variáveis. As ações executivas são inerentes ao nível municipal e seu exercício exige conhecimento analítico da situação de saúde local. Por sua vez, cabe aos níveis nacional e estadual conduzirem ações de caráter estratégico, de coordenação em seu âmbito de ação e de longo alcance, além da atuação de forma complementar ou suplementar aos demais níveis. 
A eficiência do SNVE depende do desenvolvimento harmônico das funções realizadas nos diferentes níveis. Quanto mais capacitada e eficiente a instância local, mais oportunamente poderão ser executadas as medidas de controle. Os dados e informações aí produzidos serão, também, mais consistentes, possibilitando melhor compreensão do quadro sanitário estadual e nacional e, Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 19 consequentemente, o planejamento adequado da ação governamental. Nesse contexto, as intervenções oriundas do nível estadual e, com maior razão, do federal tenderão a tornar-se seletivas, voltadas para questões emergenciais ou que, pela sua transcendência, requerem avaliação complexa e abrangente, com participação de especialistas e centros de referência, inclusive internacionais. 
Com o desenvolvimento do SUS, os sistemas municipais de vigilância epidemiológica vêm sendo dotados de autonomia técnico-gerencial e ampliando o enfoque, para além dos problemas definidos como de prioridade nacional, que inclui os problemas de saúde mais importantes de suas respectivas áreas de abrangência.
O Sinan
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (PORTARIA Nº 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016), mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região, como varicela no estado de Minas Gerais ou difilobotríase no município de São Paulo. Sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população, podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica. O seu uso sistemático, de forma descentralizada, contribui para a democratização da informação, permitindo que todos os profissionais de saúde tenham acesso à informação e as tornem disponíveis para a comunidade. É, portanto, um instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde, definir prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções.
Em todo território Nacional é adotado o Sistema Nacional de Informa- ções de Agravos de Notificação (SINAN). Todas as Fichas de Notificações e de Investigações Epidemiológicas são digitadas no sistema, primeiramente em nível Municipal e depois repassadas ao nível Estadual, que as repassa ao nível Federal. A compilação de dados fornecida pelo SINAN apresenta o diagnóstico nacional das notificações e fornece subsídios para identificação da realidade epidemiológica, pois ajuda na identificação de riscos à saúde e no entendimento da ocorrência de certos agravos. Os dados estão disponíveis para todos os profissionais. O SINAN é considerado uma ferramenta que muito auxilia no planejamento da gestão da Vigilância Epidemiológica, proporcionando dados para definir as prioridades a serem trabalhadas de acordo com a realidade do local.
TIPOS DE SISTEMAS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
De acordo com os objetivos e recursos disponíveis para o desenvolvimento de um particular sistema de vigilância podemos optar por um dos dois métodos disponíveis para a coleta de informação, o ativo e o passivo.
Os sistemas de vigilância passiva desenvolvem-se com base na notificação espontânea, constituindo o método mais antigo e frequentemente utilizado na análise sistemática de eventos adversos à saúde e além disso é aquele que apresenta menor custo e maior simplicidade. No entanto, este método é muito criticado pela subnotificação, pela falta de representatividade, de sensibilidade e ou especificidade e, ainda, pela dificuldade em padronizar a definição de caso, ou mesmo, pelo erro no diagnóstico laboratorial ou do próprio médico.
Alguns estudos têm demonstrado que, mesmo para doenças comuns, os Departamentos Estaduais de Saúde dos EUA recebem notificações de somente 10% a 63% dos casos realmente ocorridos na comunidade. Além disso, em determinadas doenças infecciosas cujo agente etiológico apresenta baixa patogenicidade, como é o caso da hepatite A, a infecção geralmente não é diagnosticada.
Os sistemas ativos de vigilância requerem um contato, a intervalos regulares, entre os departamentos de saúde e as fontes de informação, geralmente constituídas porclínicas públicas e privadas, laboratórios e hospitais, ou ainda, por meio de visitas domiciliares às famílias sorteadas, abrangendo uma amostra representativa de uma determinada população.
Os sistemas ativos de coleta de informação permitem um melhor conhecimento do comportamento dos agravos à saúde na comunidade, tanto em seus aspectos quantitativos quanto qualitativos. No entanto, são geralmente mais dispendiosos, necessitando também uma melhor infra-estrutura dos serviços de saúde.
FONTES DE DADOS PARA SISTEMAS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
O desenvolvimento de sistemas de vigilância de agravos de interesse em saúde pública implica no acesso a elevada gama de informações, especialmente as relativas à morbidade, mortalidade, estrutura demográfica, estado imunitário e nutricional da população, situação socioeconômica, saneamento ambiental, entre outras.
Com referência às fontes de dados que se oferecem para a implementação de sistemas de vigilância epidemiológica de agravos específicos podemos citar seis, como as mais importantes:
a) Vigilância com Base em Sistemas de Notificações de Doenças
Este tipo de vigilância é passivo, sendo a fonte de informação para sistemas de vigilância mais utilizada na maioria dos países.
Atualmente existe uma tendência, principalmente em países desenvolvidos, no sentido de usar, com maior freqüência, mesmo para doenças infecciosas, sistemas de vigilância epidemiológica que têm por fonte de informação hospitais e laboratórios , em vez da notificação compulsória.
b) Vigilância com Base em Sistemas Articulados de Laboratórios
c) Vigilância com Base em Dados Hospitalares
d) Vigilância com Base na Análise de Certificados de Óbitos
e) Vigilância com Base em Informações Obtidas de "Médicos Sentinelas"
f) Vigilância com Base em Informações Obtidas em Unidade de Assistência Primária à Saúde
É consensual, nos âmbitos internacional e nacional, em todas as entidades de saúde pública, que não existem ações de prevenção e controle de doenças com base científica que não estejam estruturadas sobre sistemas de Vigilância Epidemiológica. Também é de comum acordo que cada serviço de Vigilância Epidemiológica tenha garantida a composição de uma equipe mínima para desempenhar suas funções, equipe que deverá ser conforme o total da população atendida em sua área de abrangência, levando em conta ainda o número de notificações e áreas ou bolsões mais propensos a desenvolver certos agravos. Como recomendação para que haja agilidade e eficiência no trabalho é imprescindível que as equipes estejam devidamente treinadas e estimuladas constantemente. A garantia de equipe mínima capacitada e infraestrutura adequada para atendimento e desenvolvimento das ações de notificação, investigação, coleta de dados e materiais para exames, disponibilização e confrontamento dos dados e sua divulgação para a população em geral, é de suma importância.
2- Conceituar os termos discutidos. (surto, epidemia, vetor, agente causador, hospedeiro, reservatório, ciclo evolutivo e forma de transmissão).
Surto: Acontece quando há um aumento inesperado do número de casos de determinada doença em uma região específica. Em algumas cidades, a dengue, por exemplo, é tratada como um surto e não como uma epidemia, pois acontece em regiões específicas (como um bairro).
É importante ressaltar que a definição de surto independe do desfecho — se vai causar mais ou menos doença, ou se vai causar morte. O fundamental é a incidência de novos casos.
Epidemia: Uma epidemia irá acontecer quando existir a ocorrência de surtos em várias regiões. A epidemia a nível municipal é aquela que ocorre quando diversos bairros apresentam certa doença, a nível estadual ocorre quando diversas cidades registram casos e a nível nacional, quando a doença ocorre em diferentes regiões do país.
Vetor: é todo ser vivo capaz de transmitir um agente infectante, de maneira ativa ou passiva. A transmissão ativa ocorre quando o vetor é infectado e então infecta outra espécie de organismo.
Os vetores são os veículos de transmissão do agente causador da doença, ou seja, é o organismo capaz de transmitir o ser vivo que realmente desencadeará uma enfermidade. Esses vetores podem ser classificados em dois tipos básicos: vetores biológicos e mecânicos. Os vetores biológicos são aqueles em que o agente causador da doença multiplica-se e desenvolve-se em seu interior. Já o vetor mecânico é aquele que apenas serve como veículo de transporte.
Agente etiológico ou patógeno: o agente etiológico, também chamado de patógeno, é o organismo responsável por provocar a doença, ou seja, é o que desencadeia os sinais e sintomas típicos de um determinado problema de saúde.
O agente etiológico pode ser um vírus, uma bactéria, um fungo, um protozoário, um nematelminto ou até mesmo um platelminto.
O vetor é o agente responsável por transmitir o agente etiológico. Entretanto, vale destacar que nem toda doença necessita de um vetor para ser transmitida, sendo necessário apenas o agente causador. Esse é o caso, por exemplo, do ebola.
Hospedeiro: Chama-se ao ser humano ou animal que acolhe bactérias, vírus ou parasitas.
Chama-se hospedeiro primário aquele onde se desenvolve a maior parte da sua existência e, sobretudo, o seu crescimento. Por outro lado, é chamado de hospedeiro secundário ao que abriga o parasita apenas numa fase inicial do seu crescimento.
Existem quatro tipos de hospedeiros:
O definitivo, um ser vivo que é imprescindível para o parasita já que aí desenvolverá, principalmente, sua fase adulta.
O hospedeiro intermediário, igualmente imprescindível no ciclo vital do parasita, onde este desenvolve alguma ou todas as fases larvais ou juvenis.
O hospedeiro paraténico (ou de transporte), é o ser vivo que serve de refúgio temporário e de veículo para aceder ao hospedeiro definitivo. O parasita não evolui neste hospedeiro, e portanto, não é imprescindível para completar o ciclo vital
O hospedeiro reservatório é o que abriga, tanto quanto o hospedeiro primário, a um agente infeccioso ou parasita que pode invadir ocasionalmente também o organismo humano.
Reservatório: é qualquer local, vegetal, animal ou humano onde vive e multiplica-se um agente etiológico e do qual é capaz de atingir outros hospedeiros. Alguns autores dizem que o reservatório vivo perfeito (animal ou humano) é aquele que possui o agente etiológico, mas não padece com sua presença; prefiro usar o termo reservatório, independentemente de apresentar ou não os sintomas.
Ciclos de vida: correspondem a todas as fases do desenvolvimento de um ser, desde a formação do zigoto até a formação de novos gametas. Esses ciclos podem ser classificados a partir do número de cromossomos em uma célula somática de um indivíduo ou se no ciclo há a presença de adultos diploides e/ou haploides.
Ciclo haplobionte
O ciclo haplobionte é aquele em que se observa apenas uma geração adulta, ou seja, há apenas organismos haploides ou diploides.
Ciclo diplobionte
No ciclo de vida diplobionte, observa-se a presença de duas gerações adultas: uma haploide e outra diploide. Nesse ciclo ocorre, portanto, alternância de gerações.
Formas de transmissão: transferência de um agente etiológico animado de um reservatório ou fonte de infecção para um novo hospedeiro suscetível. A transmissão pode ocorrer de forma direta ou indireta.
1. Transmissão direta (contágio): transferência rápida do agente etiológico, sem a interferência de veículos. Ela pode ocorrer de duas formas distintas:
· Transmissão direta imediata: transmissão direta em que há um contato físico entre o reservatório ou fonte de infecção e o novo hospedeiro suscetível.
· Transmissão direta mediata: transmissão direta em que não há contato físico entre o reservatório ou fonte de infecção e o novo hospedeiro; a transmissão se faz por meio das secreções oronasais transformadas em partículas pelos movimentos do espirro e que, tendo mais de 100 micras de diâmetro, são dotadas da capacidade de conduzir agentes infecciosos existentes nas vias respiratórias. Essas partículas são denominadas "gotículasde flügge".
2. Transmissão indireta: transferência do agente etiológico por meio de veículos animados ou inanimados. A fim de que a transmissão indireta possa ocorrer, torna-se essencial que:
· os agentes sejam capazes de sobreviver fora do organismo durante um certo tempo;
· existam veículos que transportem os microrganismos ou parasitas de um lugar a outro.
3- Entender como ocorre o inquérito epidemiológico e diferenciar virulência, patogenicidade e infectividade.
O inquérito epidemiológico é um estudo seccional, geralmente realizado em amostras da população, levado a efeito quando as informações existentes são inadequadas ou insuficientes, em virtude de diversos fatores, dentre os quais se podem destacar: notificação imprópria ou deficiente; mudança no comportamento epidemiológico de uma determinada doença; dificuldade na avaliação de coberturas vacinais ou eficácia de vacinas; necessidade de se avaliar eficácia das medidas de controle de um programa; descoberta de agravos inusitados.
Inquérito epidemiológico: Levantamento epidemiológico feito por meio de coleta ocasional de dados, quase sempre por amostragem, que fornece dados sobre a prevalência de casos clínicos ou portadores em uma determinada comunidade.
FONTES ESPECIAIS DE DADOS
Estudos Epidemiológicos
Além das fontes regulares de coleta de dados e informações para analisar, do ponto de vista epidemiológico, a ocorrência de eventos sanitários, pode ser necessário, em determinado momento ou período, recorrer diretamente à população ou aos serviços para obter dados adicionais ou mais representativos, que podem ser coletados por inquérito, levantamento epidemiológico ou investigação.
 
Inquérito Epidemiológico
Estudo seccional, geralmente do tipo amostral, levado a efeito quando as informações existentes são inadequadas ou insuficientes em virtude de diversos fatores, dentre os quais se podem destacar: notificação imprópria ou deficiente; mudança no comportamento epidemiológico de determinada doença; dificuldade na avaliação de coberturas vacinais ou eficácia de vacinas; necessidade de avaliação da eficácia das medidas de controle de um programa; descoberta de agravos inusitados.
 
Levantamento Epidemiológico
Estudo realizado com base nos dados existentes nos registros dos serviços de saúde ou de outras instituições. Não é um estudo amostral e destina-se a coletar dados para complementar informações já existentes. A recuperação de séries históricas, para análises de tendências, e a busca ativa de casos, para aferir a eficiência do sistema de notificação, são exemplos de levantamentos epidemiológicos.
 
Investigação Epidemiológica
Método de trabalho utilizado para esclarecer a ocorrência de doenças transmissíveis ou de agravos inusitados à saúde, a partir de casos isolados ou relacionados entre si. Consiste em um estudo de campo realizado a partir de casos notificados (clinicamente declarados ou suspeitos) e seus contatos. Destina-se a avaliar as implicações da ocorrência para a saúde coletiva, tendo como objetivos: confirmar o diagnóstico, determinar as características epidemiológicas da doença, identificar as causas do fenômeno e orientar as medidas de controle. Por ser uma atividade de fundamental importância para o processo de decisão-ação da vigilância epidemiológica, exigindo conhecimento e competência profissional, os procedimentos para sua realização encontram-se detalhados em roteiro específico no segundo capítulo deste Guia.
A expressão “investigação epidemiológica” aqui utilizada tem o sentido restrito de importante diagnóstico da vigilância epidemiológica, diferente de uma ampla conotação como sinônimo da pesquisa científica em epidemiologia. Para diferenciar, na vigilância epidemiológica costuma ser denominada como “investigação epidemiológica de campo”.
Patogenicidade é a capacidade do agente, uma vez instalado, de produzir sintomas e sinais (doença). Ex: é alta no vírus do sarampo, onde a maioria dos infectados tem sintomas e a patogenicidade é reduzida do vírus da pólio onde poucos ficam doentes. 
 É a qualidade que tem o agente infeccioso de, uma vez instalado no organismo do homem e de outros animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção dentre os hospedeiros infectados. Há agentes dotados de alta patogenicidade, como é o caso do vírus do sarampo. Nesse caso, praticamente todos os infectados desenvolvem sintomas e sinais específicos. Numa situação oposta se encontra o vírus da poliomielite, dotado de baixa patogenicidade. Dentre os infectados, somente cerca de 1% desenvolve a paralisia.
Patogenicidade – capacidade do agente causar uma doença.
Nem sempre o fato de um microrganismo conseguir infectar um organismo significa que ele vai causar uma doença nele. Muitos infectam o hospedeiro e são eliminados pelo sistema imune do animal sem o hospedeiro apresentar nenhum sinal ou sintoma (vide post Sinal x Sintoma x Síndrome). Os microrganismos que sempre levam ao desenvolvimento de uma doença são altamente patogênicos enquanto que os que raramente levam ao desenvolvimento de uma doença são de baixa patogenicidade.
Virulência é a capacidade do agente de produzir efeitos graves ou fatais, relaciona-se à capacidade de produzir toxinas, de se multiplicar etc. Ex: baixa virulência do vírus da gripe e do sarampo em relação à alta virulência dos vírus da raiva e do HIV.
É a capacidade de um bioagente produzir casos graves ou fatais.
Alta virulência indica uma grande proporção de casos fatais ou graves. É o que acontece na raiva, por exemplo; todo caso é fatal. Já o vírus do sarampo, apesar de alta infectividade e de alta patogenicidade, é de baixa virulência. São raros os óbitos por sarampo em nosso meio urbano. Os que ocorrem são devidos a fatores intercorrentes, como, por exemplo, a desnutrição do suscetível. Daí a razão pela qual, no Nordeste do Brasil, as taxas de letalidade por sarampo são mais elevadas do que no sul do país.
        A virulência está associada às propriedades bioquímicas do agente relacionada à produção de toxinas, e a sua capacidade de multiplicação no organismo parasitado, o que o torna metabolicamente exigente, com prejuízo do parasitado. A criança desnutrida oferece margem à gravidade da doença e até a morte. Na prática, a virulência de um determinado bioagente pode ser avaliada através dos coeficientes de letalidade e de gravidade. O coeficiente de letalidade indica a percentagem de casos da doença que são mortais, e o coeficiente de gravidade, a percentagem dos casos considerados como graves segundo critérios pré-estabelecidos.
Virulência – capacidade de gerar uma doença grave ou fatal.
Como sabem, certos microorganismos podem gerar sintomas leves enquanto outras podem levar a morte. Quanto mais agressivo for o microrganismo, mais virulento ele vai ser.
Neste usa-se o parâmetro laboratorial LD50 (Lethal Dose) que corresponde a dose necessária para matar 50% de uma população de animais.
Um exemplo que pode-se citar na veterinária é o coronavirus felino. Este virus geralmente não é muito virulento causando uma leve diarreia nos gatos e nem todo gato chega a ter sintomas, então também não é muito patogênico. Mas, quando ele sofre uma determinada mutação passa a causar uma doença chamada de peritonite infecciosa felina ocorre o óbito em 100% dos gatos infectados, portanto, ele passa a ser extremamente virulento.
Dica para intérpretes: Todos os veterinários chamam a peritonite infecciosa felina de PIF, pronunciada ‘pif’ mesmo(não soletramos as letras). Então, na correria num congresso veterinário pode falar PIF que os veterinários vão entender.Sinceramente, são raras as vezes que usamos o nome por extenso, temos inclusive que pensar um pouco para lembrar o termo por extenso.
Infectividade é o nome que se dá à capacidade que tem certos organismos de penetrar e de se desenvolver ou de se multiplicar no novo hospedeiro, ocasionando infecção. Nesse caso, o agente etiológico é também chamado de agente infeccioso. Há agentes dotados de alta infectividade que facilmente se transmitem às pessoas suscetíveis.Tome-se como exemplo o vírus da gripe. Já os fungos em geral caracterizam-se por sua baixa infectividade; embora bastante difundidos no ambiente, dificilmente se instalam e se multiplicam no organismo do homem, produzindo infecção.
A doença infecciosa é um acidente na competição entre duas espécies. Em período de tempo suficientemente longo, o homem e os microrganismos tendem a se adaptar mutuamente.
O micróbio passa gradualmente de uma situação de parasita à de comensal. As relações agente-hospedeiro atravessam etapas que se iniciam com grandes flutuações epidêmicas, variando ciclicamente em ondas cuja intensidade vai se fazendo decrescente até transformar-se em uma endemia. A par dessas modificações quantitativas, ocorrem importantes modificações qualitativas quanto à gravidade do quadro clínico e à letalidade. No começo, a enfermidade é grave e mortal, para ir tornando-se gradualmente mais benigna á medida que a condição do germe passa de parasita a comensal. Esta adaptação é uma etapa necessária para a sobrevivência do parasita.
Infectividade – capacidade de um agente causar uma infecção
Então, uma doença infecciosa é uma doença cujo agente consegue penetrar, se desenvolver e se multiplicar no organismo humano ou animal.
Um parâmetro laboratorial muito usado para quantificar isto é o ID50 (Infectious dose) que corresponde a dose necessária do agente para infectar 50% de uma população de animais.
4- Discorrer os meios de intervenção da vigilância epidemiológica. (planos de ação).
Sua operacionalização compreende um ciclo completo de funções específicas e intercomplementares que devem ser, necessariamente, desenvolvidas de modo contínuo, de modo a possibilitar conhecer, a cada momento, o comportamento epidemiológico da doença ou agravo que se apresente como alvo das ações, para que as medidas de intervenção pertinentes possam ser desencadeadas com oportunidade e eficácia.
A definição de caso de uma doença ou agravo, do ponto de vista da vigilância, pode se modificar ao longo de um período, em função das alterações na epidemiologia da doença, ou da intenção de ampliar ou reduzir os parâmetros de ingresso de casos no sistema, aumentando ou diminuindo a sua sensibilidade e especificidade, de acordo com etapas e metas de um programa especial de intervenção. O Programa de Erradicação do Poliovírus Selvagem, por exemplo, adotou ao longo de sua trajetória diferentes definições de caso suspeito, compatível, provável e confirmado. Esta edição do Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde atualiza normas, procedimentos técnicos e definições de caso da maioria das doenças que está sob vigilância no país.
doença de Chagas, todo controle da transmissão natural depende da intervenção sobre o vetor.
Vigilância Epidemiológica adota plantão noturno para atender público prioritário da vacinação contra a gripe
Quatro Unidades Básicas de Saúde de Presidente Prudente receberão a população das 17h às 22h.
Por G1 Presidente Prudente
20/05/2017 17h34  Atualizado há 4 horas
Lei 6.259 de 30-10-1975
 Art 2º A ação de vigilância epidemiológica compreende as informações, investigações e levantamentos necessários à programação e à avaliação das medidas de controle de doenças e de situações de agravos à saúde.
        § 1º Compete ao Ministério da Saúde definir, em Regulamento, a organização e as atribuições dos serviços incumbidos da ação de Vigilância Epidemiológica, promover a sua implantação e coordenação.
        § 2º A ação de Vigilância Epidemiológica será efetuada pelo conjunto dos serviços de saúde, públicos e privados, devidamente habilitados para tal fim.
Art 3º Cabe ao Ministério da Saúde a elaboração do Programa Nacional de Imunizações, que definirá as vacinações, inclusive as de caráter obrigatório.
O Departamento de Vigilância Epidemiológica – DEVE da estrutura central da SESA-PR, tem como objetivo planejar, coordenar, acompanhar e organizar as atividades de vigilância epidemiológica das áreas que envolvem a vigilância epidemiológica e controle de doenças transmissíveis agudas e inusitadas; a vigilância de agravos e doenças não transmissíveis; a vigilância epidemiológica dos óbitos maternos e infantis e assessoria aos respectivos comitês; a operacionalização do Programa Estadual de Imunizações e dos sistemas de informações em saúde. 
Muitas das ações/atividades desenvolvidas nessas áreas não são novas, porém, a todo o momento algo inédito pode surgir e:
· desequilibrar a estrutura epidemiológica, modificando o comportamento de uma doença considerada sob controle, mas ainda presente em nosso meio;
· fazer ressurgir uma doença/agravo já eliminado;
· fazer surgir doenças/agravos existentes em outros continentes ou, doenças novas, ainda não identificadas no mundo.
Um dos grandes desafios da Epidemiologia é, portanto, manter o alto padrão de vigilância, vacinações e informações dos programas que já atingiram um patamar de excelência, bem como a manutenção da qualidade e consistência dos sistemas de informação, em todos os níveis de gestão do SUS, para que os mesmos possam exercer o real objetivo da epidemiologia que é o de informar para agir.
O DEVE é formado por 4 Divisões:
· Divisão de Vigilância de Doenças Transmissíveis – DVVTR - que coordena, presta apoio técnico e tem ação complementar na execução da vigilância epidemiológica e controle das doenças transmissíveis agudas e inusitadas. Corresponde à Divisão de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis do extinto Departamento de Doenças Imunopreveníveis do CIDS.
· Divisão de Vigilância das Doenças Não Transmissíveis – DVDNT – É uma nova Divisão, sem correspondente na estrutura anterior, que tem como objetivo consolidar a implantação da vigilância das doenças não transmissíveis - DANT, entendendo-se como um conjunto de ações que possibilita conhecer a distribuição, a magnitude e a transcendência de doenças/agravos e seus fatores de risco, gerenciando, ainda, o Sistema de Informação de Registro Hospitalar de Câncer localizado nos Hospitais que são Centro de Alta Complexidade em Oncologia.
· Divisão da Vigilância do Programa Estadual de Imunizações – DVVPI - que gerencia técnica e operacionalmente a vacinação de rotina, em campanhas, as intensificações, os imunobiológicos especiais, a vacinação de grupos especiais, bloqueios e conta com seis sistemas de informações específicos. Corresponde à Divisão do Programa Estadual de Imunizações do mesmo Departamento do antigo CIDS.
· Divisão de Informações Epidemiológicas – DVIEP - que coordena o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e assegura que o conjunto de instrumentos de coleta de informações (fichas de notificação e investigação de agravos, declarações de nascimentos e de óbitos, boletins de atendimento, etc.) seja adequadamente preenchido, gerando dados seguramente registrados e armazenados, nos prazos estabelecidos para o fluxo dos mesmos, até o processamento, consolidação, análise, retroalimentação e difusão deles, nos três níveis de gestão. Nesta divisão está a Vigilância da Mortalidade Materna e Infantil que também presta assessoria técnica e operacional a seus respectivos Comitês e operacionaliza seus sistemas de informações específicos. Também é responsável pela edição do Boletim Epidemiológico Estadual, com 2 a 4 edições/ano. Corresponde aos extintos Departamentos do Sistema de Informação – DDI e à Vigilância Epidemiológica de Mortalidade Materna e Infantil do CIDS.
Embora operacionalmente as ações de vigilância epidemiológica sejam desenvolvidas de modo articulado entre diversos setores, são elaborados planos específicos que permitem monitorar e avaliar o desenvolvimento de cada etapa e detectar prioridades.
São os seguintes:
1. Plano de Erradicação da Poliomielite
2. Plano de Erradicação do Sarampo.
3. Plano de Eliminação da Síndrome da Rubéola Congênita.
4. Plano de Eliminação do Tétano Neonatal
5. Plano de Controle do Tétano, Difteria e Coqueluche.
6.Plano de Controle das Meningites.
7. Plano de Vacinação de Rotina.
8. Plano de Vacinação de Campanhas.
9. Plano de Intensificações de Vacinação.
10. Plano de Vigilância de Efeitos Adversos de Vacinação.

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