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Estudos Epidemiológicos 
em Enfermagem
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Esp. Fernanda Faleiros de Almeida Oliveira
Revisão Textual:
Prof. Dr. Julio Cesar
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Vigilância em Saúde
Vigilância em Saúde
• Valorizar o papel do enfermeiro nos serviços de Vigilância Epidemiológica.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Doenças Infecciosas;
• Vigilância em Saúde.
UNIDADE Vigilância em Saúde
Introdução
Vamos conversar sobre Doenças Transmissíveis?
Vale citar a definição de Doença...
Segundo Rouquayrol, chamamos de doença o “desajustamento ou uma falha nos 
mecanismos de adaptação do organismo ou uma ausência de reação aos estímulos a 
cuja ação está exposto” (ROUQUAYROL, 2018 p. 187).
Quanto à sua duração, classificamos as doenças como crônicas e agudas: 
• Doenças crônicas: são as doenças que se desenrolam em longo prazo;
• Doenças agudas: são as de curta duração. 
Sob a ótica do mecanismo etiológico, as doenças são classificadas em duas catego-
rias: doenças infecciosas e não infecciosas (ROUQUAYROL, 2018).
Doenças Infecciosas
As doenças infecciosas constituem a Área mais tradicional da Epidemiologia e, por 
isso, merecem destaque em nossos estudos.
Então vamos lá!
Iniciaremos definindo infecção: “Infecção” é o processo pelo qual um agente biológico 
penetra, desenvolve-se ou se multiplica no organismo de outro ser vivo (PEREIRA, 2013). 
Importante!
Infecção não é sinônimo de doença infecciosa. Pode ocorrer infecção sem doença (infec-
ção assintomática).
Se esse processo evoluir com manifestações clínicas, temos uma “doença infecciosa”.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 1983), doença 
infec ciosa é a “doença, clinicamente manifesta, do homem ou dos animais, resultante 
de uma infecção”. 
Assim, doenças não infecciosas, também chamadas de doenças não transmissíveis, 
serão todas aquelas que não resultarem de infecção (ROUQUAYROL, 2018).
Você Sabia?
Infestação é diferente de infecção! Infestação trata-se do alojamento, do desenvolvi-
mento e da reprodução de artrópodes na superfície do corpo de pessoas ou animais ou 
em suas vestes.
8
9
Muitas vezes, usamos as expressões “doença infecciosa”, “doença transmissível” e 
“ doença contagiosa” como sinônimos. Mas, vários autores e especialistas no assunto, têm 
restrições à equivalência desde termos e não os consideram sinônimos (PEREIRA, 2013). 
Vamos, agora, definir cada uma delas:
• Doença Infecciosa: já definimos;
• Doença Transmissível: doença cujo agente etiológico é vivo e é transmissível. Realça 
a noção de transmissão ou propagação e representa importante causa de adoecimen-
to e mortalidade das populações, principalmente, nos países em desenvolvimento.
Segundo a OPAS (Organização Pan Americana de Saúde) é:
 Qualquer doença causada por um agente infeccioso específico, ou seus 
produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão desse agente ou de 
seus produtos, de uma pessoa ou animal infectados ou de um reservató-
rio a um hospedeiro suscetível, direta ou indiretamente, por meio de um 
hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou 
do meio ambiente inanimado. (ROUQUAYROL, 2018)
• Doença Contagiosa: são doenças infecciosas cujos agentes etiológicos atingem os 
sadios mediante o contato direto deles com os indivíduos infectados, porém, nem 
todas as doenças infecciosas são contagiosas, como é o caso da malária e do tétano.
Resumindo, esses conceitos têm particularidades que fazem com que não sejam 
 equivalentes. 
Em dados estatísticos, é importante que recebam a denominação precisa, já que di-
zem respeito a diferentes agrupamentos de infecções. 
Em outras circunstâncias, os termos podem ser empregados como equivalentes, não 
havendo necessidade de maior precisão.
Observe:
Infectados
Doentes
Suscetíveis
Figura 1– “Iceberg” das doenças infecciosas
Fonte: Adaptada de PEREIRA, 2013, p. 442
9
UNIDADE Vigilância em Saúde
Cadeia de Transmissão das Doenças
Conhecida como Cadeia Epidemiológica, é a responsável por apresentar, de forma 
ordenada, os fatos principais da relação entre o agente, o hospedeiro e o meio.
Para que uma doença seja transmitida, é necessária a presença de um agente especí-
fico, que se instala em um reservatório (homem ou animal). O agente sai do hospedeiro 
pela porta de saída, é transmitido de forma direta ou indireta e entra em um novo hos-
pedeiro (GALLEGUILLOS, 2014).
Agente causal
especí�co
Modo de
transmissão
do agente
SuscetibilidadeReservatório
Porta de saída Porta de entrada
Figura 2
Fonte: Adaptada de GALLEGUILLOS, 2014, p. 116
As doenças transmissíveis apresentam características relacionadas ao tipo de agente 
etiológico, à forma de transmissão, à porta de entrada e de saída e ao que torna as pes-
soas mais ou menos suscetíveis (GALLEGUILLOS, 2014).
Para melhor compreensão de tudo isso, precisamos conhecer alguns conceitos:
• Hospedeiro: pessoa ou animal vivo, incluindo as aves e os artrópodes, que permi-
tem o alojamento e a subsistência de um agente infeccioso;
• Infectividade: é a capacidade que têm certos organismos de penetrar e se desen-
volver ou de se multiplicar no hospedeiro, ocasionando infecção;
• Patogenicidade: é a qualidade que tem um agente infeccioso de produzir sintomas 
em maior ou menor proporção nos hospedeiros infectados;
• Infecção inaparente: é a presença de infecção em um hospedeiro sem que apare-
çam sinais e sintomas clínicos. As infecções inaparentes somente podem ser iden-
tificadas por Métodos de Laboratório;
• Virulência: é a capacidade de o agente produzir casos graves ou fatais; 
• Dose infectante: é a quantidade de agente etiológico necessária para iniciar 
uma infecção; 
• Poder invasivo: é a capacidade que tem o agente de se difundir através dos tecidos, 
órgãos e Sistemas Anatômicos e Fisiológicos do hospedeiro;
• Imunogenicidade: é a capacidade que tem o agente para induzir imunidade espe-
cífica no hospedeiro;
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• Transmissibilidade: é a capacidade de o agente se transferir direta ou indiretamente 
de uma pessoa infectada a outra, de um animal infectado ao homem ou de um ho-
mem infectado a um animal;
• Reservatório de agentes infecciosos: qualquer ser humano, animal, artrópode, 
planta, solo, matéria inanimada, nos quais normalmente vive e se multiplica um 
agente infeccioso e dos quais depende para sua sobrevivência, reproduzindo-se de 
maneira que possa ser transmitido para um hospedeiro suscetível;
• Fonte de infecç ã o: é a pessoa, animal, objeto ou substância a partir do qual o 
agente infeccioso passa imediatamente a um hospedeiro;
• Fonte de contaminação: é a pessoa, animal ou substância inanimada responsável 
pela presença do agente no interior do veículo; 
• Portador: é uma pessoa ou animal infectado que alberga um agente infeccioso 
específico de uma doença sem apresentar sintomas clínicos e se constituindo fonte 
potencial de infecç ã o para o homem (GALLEGUILLOS, 2014, p. 117);
• Colonização: localização dos agentes na pele e nas mucosas, onde se reproduzem, 
sem produzir infecção ou doença;
• Refratariedade: resistência da espécie a uma doença;
• Imunidade: produção de anticorpos, ativa ou passiva, natural ou artificial;
» ativa: é aquela em que a própria pessoa produz os seus anticorpos:
» natural (por doenças);
» artificial (por vacinas) .
» passiva: é aquela em que os anticorpos são produzidos fora do organismo;
» natural (transplacentária);
» artificial (por soros) .
• Antigenicidade: capacidade de produzir anticorpos (PEREIRA, 2013).
A infectividade da influenza (gripe) é bem maior do que a da tuberculose. Tanto, que mais 
pessoas contraem gripe! E mais... A imunogenicidade do sarampo é boa, já a tuberculose 
não é capaz de produzir imunidade específica, vez que as pessoas podem ter tuberculose 
várias vezes na vida!
Importante!
Período de incubação é o intervalo de tempo entre a exposição a um agente infeccioso 
e o aparecimento de sinais e sintomasda doença e período de transmissibilidade é o 
tempo durante o qual o agente infeccioso pode ser transferido de uma pessoa infectada 
a outra pessoa, de um animal infectado ao homem ou de um homem a um animal.
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UNIDADE Vigilância em Saúde
Vias de Transmissão
A transmissão do agente, desde o reservatório ao indivíduo suscetível, pode aconte-
cer de duas formas: direta e indireta.
Transmissão direta
Trata-se de transferência direta e rápida do agente infeccioso. Se dá pelo contato direto de 
superfícies, como no ato de tocar, morder, beijar e ter relações sexuais (contágio imediato).
Também é considerada direta a transmissão por projeção de gotículas de muco e saliva 
pelo ato de falar, cantar, tossir, cuspir e espirrar. É igualmente uma transferência rápida 
de material fresco e infectante para o indivíduo são (contágio mediato) (PEREIRA, 2013).
Transmissão indireta
A transmissão indireta pode dar-se de diversas maneiras:
• Mediante objetos ou veículos contaminados: por exemplo, roupas, talheres, 
água, alimentos, produtos biológicos (sangue, urina) e qualquer outro material ou 
substância que sirva de comunicação entre a fonte e o indivíduo suscetível;
• Por intermédio de um inseto vetor: que se constitui em uma via de transmissão 
meramente “passiva” ou participa “ativamente” no ciclo de transmissão, sendo elo 
essencial da cadeia – Caso da dengue;
• Por meio de aerossóis microbianos, isto é, de suspensão no ar de material 
infectante: por exemplo, provenientes da evaporação de secreções expelidas por 
um doente e que permanecem no ar por muito tempo (PEREIRA, 2013).
Vários fatores influenciam na propagação de agentes, por via direta ou indireta, e 
entre eles estão a densidade populacional, as condições higiênicas e a proporção de 
indivíduos suscetíveis, na coletividade.
Não basta a simples presença do agente, no organismo, para que haja infecção: é necessário 
também que o novo hospedeiro seja suscetível. 
Vamos trabalhar mais dois conceitos:
• Suscetível: qualquer pessoa, ou animal, que se supõe não possuir resistência con-
tra um agente infeccioso e, por essa razão, pode contrair a infecção ou a doença, 
se entrar em contacto com esse agente;
• Resistência: conjunto de mecanismos que servem de defesa contra a invasão ou 
multiplicação de agentes infecciosos, ou contra os efeitos nocivos de seus produtos 
tóxicos (PEREIRA, 2013).
É muito importante determinar o modo de transmissão de uma doença, pois assim 
podemos intervir de forma preventiva.
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Veja o exemplo dado por Galleguillos sobre a Cadeia de Transmissão do HIV/AIDS: 
Homem
 Vida sexual e
 sanguínea
Homem infectado
Vírus Imunode�ciência
 Adquirida
Vida sexual e 
 sanguínea
Relação sexual I (T.direta); 
transfusão sanguínea/
agulhas (T. indireta)
Figura 3
Fonte: Adaptada de GALLEGUILLOS, 2014, p. 119
Você sabe o que é Vigilância?
Qual a relação da Vigilância com a Epidemiologia?
De acordo com o Dicionário Aurélio, o termo vigilância quer dizer cuidado, condi-
ção da pessoa que está sempre alerta, evitando riscos.
Na Área da Saúde, esse termo torna-se mais abrangente e tem pelo menos duas cono-
tações: a de observação de pessoas e a de danos à saúde, com vistas a possibilitar 
alguma forma de intervenção ou controle.
Vigilância em Saúde
A partir da Lei Orgânica da Saúde n° 8.080/1990, Vigilância em Saúde é o:
Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou a 
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicio-
nantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar 
e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravo. 
(BRASIL, 1990)
Esse conceito foi reformulado e publicado na Portaria n° 1378/2013, e diz que:
A Vigilância em Saúde constitui um processo contínuo e sistemático de 
coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos rela-
cionados saúde, visando o planejamento e a implementação de medidas 
de saúde pública para a proteção da saúde da população, a prevenção e 
controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da 
 saúde. (BRASIL, 2013)
As ações de Vigilância em Saúde são coordenadas com as demais ações e serviços 
desenvolvidos e ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir a integralidade 
da Atenção em Saúde da população. 
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UNIDADE Vigilância em Saúde
Essas ações abrangem toda a população brasileira e envolvem práticas e processos 
de trabalho voltados para:
I – a vigilância da situação de saúde da população, com a produção de 
análises que subsidiem o planejamento, estabelecimento de prioridades e 
estratégias, monitoramento e avaliação das ações de saúde pública; 
II – a detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta 
às emergências de saúde pública; 
III – a vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis; 
IV – a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes 
e violências; 
V – a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde; 
VI – a vigilância da saúde do trabalhador; 
VII – vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de 
produtos, serviços e tecnologias de interesse a saúde; e 
VIII – outras ações de vigilância que, de maneira rotineira e sistemática, 
podem ser desenvolvidas em serviços de saúde públicos e privados nos 
vários níveis de atenção, laboratórios, ambientes de estudo e trabalho e 
na própria comunidade. (BRASIL, 2013)
Segundo o Ministério da Saúde, a Campanha de Erradicação da Varíola, entre 1966 e 
1973, poderia ser reconhecida como marco da institucionalização das ações de Vigi-
lância no país.
Vigilância Epidemiológica
A Vigilância Epidemiológica é definida pela Lei n° 8080/1990 como:
Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou 
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicio-
nantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar 
e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. 
(BRASIL, 1990) 
Abrange o controle de doenças transmissíveis e doenças e agravos não transmissíveis. 
Outro conceito utilizado é: “Estudo continuado de todos os aspectos da ocorrência e 
da propagação de uma doença, aspectos estes de interesse para seu controle efetivo”. 
essa definição encontra-se em publicação oficial da Associação Americana de Saúde 
Pública (1987), traduzida pela Organização Pan Americana da Saúde.
As informações produzidas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica funcionam 
como um mecanismo de alerta continuado sobre a incidência de determinados agravos 
à saúde e são úteis para apontar os grupos mais afetados ou sob alto risco de adoecer, 
a variação geográfica dos casos (ou a progressão regional de uma doença) e a tendência 
do evento com o passar do tempo (PEREIRA, 2013).
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Importante!
As informações da Vigilância Epidemiológica são utilizadas para o planejamento, a orga-
nização e a operacionalização dos Serviços de Saúde, como também para a normatiza-
ção de Atividades Técnicas afins.
Funções da Vigilância Epidemiológica
• Coleta de dados; 
• Processamento dos dados coletados; 
• Análise e interpretação dos dados processados;
• Recomendação das medidas de controle apropriadas;
• Promoção das ações de controle indicadas;
• Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
• Divulgação de informações pertinentes.
A qualidade da informação depende da adequada coleta de dados onde ocorre o 
evento. Essa coleta de dados ocorre em todos os níveis de atuação do Sistema, e o envio 
do dado deve ser suficientemente rápido para permitir o desencadeamento oportuno de 
ações. O fluxo, a periodicidade e o tipo de dado estão relacionados às características de 
cada doença ou agravo (GALLEGUILLOS, 2014) .
Você Sabia?
Que o monitoramento do impacto de Campanhas de Vacinação ou a proteção e a segu-
rança de vacinas (reações adversas, resistência adquirida etc.) é de responsabilidade de 
Vigilância Epidemiológica?
Objetivos da VigilânciaEpidemiológica
O seu objetivo geral é produzir a informação e promover o seu uso com o intuito de 
tomar medidas para melhorar a Saúde Pública. 
Já os principais objetivos específicos da Vigilância Epidemiológica são:
• Informar sobre a amplitude e a distribuição dos agravos à saúde, na população, 
usualmente, em termos de morbidade e mortalidade;
• Recomendar ou iniciar ações, a fim de compreender o problema, preferencialmente, 
na fase inicial de expansão, reduzir os seus níveis de morbidade e mortalidade, ou 
até mesmo eliminar o agravo à saúde, na localidade;
• Avaliar medidas de Saúde Pública.
Você sabe o que é Notificação? De acordo com Dicionário Aurélio, notificação é o ato de 
comunicar, fazer com que uma notícia, um aviso ou um informe se torne conhecido.
15
UNIDADE Vigilância em Saúde
Notificação Compulsória de Doenças
Chamamos de notificação compulsória a comunicação da ocorrência de casos indi-
viduais, agregados de casos ou surtos, suspeitos ou confirmados, da lista de agravos 
relacionados, que deve ser feita às autoridades sanitárias por profissionais de saúde ou 
qualquer cidadão, visando à adoção das medidas de controle pertinentes.
Trata-se de uma comunicação oficial, às Autoridades Sanitárias, da ocorrência de um 
agravo à saúde e pode ser feita pelo médico, pelo dentista, pelo enfermeiro, por outro 
profissional de saúde ou mesmo por um leigo.
Segundo Pereira, as notificações de doenças são úteis em, pelo menos, três tipos 
de situação:
• Como ponto de partida para investigações que beneficiam diretamente o paciente, 
seus familiares, seus vizinhos e toda a comunidade – já que medidas são imedia-
tamente tomadas, se necessárias, em face das evidências encontradas no local 
da investigação;
• Para averiguar, quando da investigação dos casos, as falhas das medidas de contro-
le implantadas;
• Para fornecer, ao lado dos resultados das investigações subsequentes e de dados de 
outras fontes, como atestados de óbitos e exames laboratoriais, os elementos neces-
sários para a composição de indicadores que reflitam o quadro epidemiológico da 
doença e o impacto das medidas de controle (PEREIRA, 2013).
A OMS indica duas situações que justificam a inclusão de uma doença na lista daque-
las sujeitas à notificação:
• A existência de um ativo programa de controle para a doença;
• A certeza de que a notificação de um caso ou de uma epidemia acarreta investiga-
ções para esclarecer as respectivas causas.
A notificação deve seguir um processo dinâmico, variável em função das mudanças 
no perfil epidemiológico, dos resultados obtidos com as ações de controle e da dispo-
nibilidade de novos conhecimentos científicos e tecnológicos. As normas de notificação 
devem adequar-se, no tempo e no espaço, às características de distribuição das doenças 
consideradas, ao conteúdo de informação requerido, aos critérios de definição de casos, 
à periodicidade da transmissão dos dados, às modalidades de notificação indicadas e à 
representatividade das fontes de notificação (MS, 2009).
O Sistema de Notificação deve estar voltado para a sensibilização dos profissionais e 
das comunidades, visando a melhorar a quantidade e a qualidade dos dados coletados, 
mediante o fortalecimento e a ampliação da Rede. 
Todas as Unidades de Saúde devem fazer parte do Sistema, como, também, os pro-
fissionais de saúde e mesmo a população em geral (MS, 2009).
Ainda de acordo com o Guia de Vigilância Epidemiológica, elaborado pelo Minis-
tério da Saúde, em 2009, alguns aspectos que devem ser considerados na notificação: 
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• Notificar a simples suspeita da doença ou evento. Não se deve aguardar a confir-
mação do caso para efetuar a notificação, pois isso pode significar perda da opor-
tunidade de intervir eficazmente;
• A notificação tem de ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico-
-sanitário em caso de risco para a comunidade, respeitando-se o direito de anoni-
mato dos cidadãos;
• O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência 
de casos, configurando-se o que se denomina notificação negativa, que funciona 
como um indicador de eficiência do Sistema de Informações.
A listagem das doenças de notificação nacional é estabelecida pelo Ministério da Saú-
de entre as consideradas de maior relevância sanitária para o país e a última atualização 
desta lista está disponível na Portaria n° 264, de 17 de fevereiro de 2020.
Leia a Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde 
Pública, disponível em: https://bit.ly/39OINV0
Critérios para seleção de doenças de Notificação Compulsória
• Magnitude: elevada frequência, afeta grandes populações, que se traduzem pela 
incidência, prevalência, mortalidade e anos potenciais de vida perdidos;
• Potencial de disseminação: expresso pela transmissibilidade, disseminação por 
vetores e outras fontes de infecção;
• Transcendência: severidade (letalidade, hospitalizações, sequelas); relevância social 
(estigma, medo, indignação), relevância econômica (restrições comerciais, perdas 
de vidas, absenteísmo ao trabalho, custo de diagnóstico e tratamento);
• Vulnerabilidade: disponibilidade de instrumentos específicos de prevenção e controle; 
• Compromissos internacionais: OPAS/OMS, metas mundiais de controle e elimi-
nação (por exemplo, erradicação da poliomielite);
• Regulamento Sanitário Internacional: as doenças que estão definidas como de 
Notificaç ã o Compulsó ria Internacional são incluídas, obrigatoriamente, nas Listas 
Nacionais de todos os países membros da OPAS/OMS;
• Epidemias, surtos e agravos inusitados: investigação imediata (GALLEGUILLOS, 
2014 , p. 146).
Investigações Epidemiológicas
As Investigações Epidemiológicas são feitas com o intuito de conhecer melhor a situ-
ação existente num processo de vigilância de um agravo à saúde na população.
A Investigação Epidemiológica de casos de doenças transmissíveis permite determinar:
• A fonte de infecção;
• As vias de transmissão;
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UNIDADE Vigilância em Saúde
• Os contatos;
• Os demais casos;
• As medidas de controle apropriadas;
• Os fatores de risco;
• Os ensinamentos para lidar com situações semelhantes, no futuro.
Especialistas em doenças infecciosas usam três termos diferentes para esses casos: 
• Investigação Epidemiológica: qualquer estudo epidemiológico, seja ele descritivo, 
seja analítico. Tem também a conotação restrita de pesquisa, a partir de casos ou 
portadores, para a obtenção de dados complementares que permitam detectar as 
fontes de infecção e o modo de transmissão;
• Inquérito Epidemiológico: estudo de uma amostra de indivíduos, em geral, esco-
lhidos aleatoriamente, com o propósito de quantificar a magnitude e a distribuição 
de um evento na coletividade;
• Levantamento Epidemiológico: estudo realizado com dados já existentes em arquivos. 
As três alternativas: investigação, inquérito e levantamento constituem formas dife-
renciadas de complementação da informação rotineira. Representam atividades essen-
ciais para apontar as ações corretivas e preventivas mais apropriadas para cada situação 
(PEREIRA, 2013).
Segundo Pereira (2013), a investigação de um caso pode identificar vários outros e a 
suspeita de que se trata de um surto ou epidemia. 
Uma suspeita decorre da existência de um número elevado de notificações, de aten-
dimentos de emergência ou de alguma outra indicação: por exemplo, notícias veiculadas 
na imprensa.
Investigação por meio de estudo de Caso-Controle
Para esclarecer as causas de uma epidemia, podem ser realizados estudos com for-
mação de grupo-controle. 
Para suspeitar ou incriminar um alimento, ou qualquer outro produto, como fator cau-
sal em uma epidemia, nesta modalidade de investigação, a sua frequência, no passado 
dos casos, deve ser maior, em termos estatísticos, do que nos controles (PEREIRA, 2013).
Investigação por meio de estudo de Coorte
Neste caso, busca-se refazer os acontecimentos pela identificação de expostos e não 
expostos,para então calcular as taxas de incidência da doença, em um e outro grupo: 
trata-se, portanto, de um “estudo de coorte histórico” (PEREIRA, 2013).
Emergências em Saúde Pública
O acontecimento de epidemias e pandemias fez com que a comunidade internacional 
aprimorasse os serviços de vigilância em saúde, como, por exemplo, a expansão da cir-
culação do vírus da Influenza, H5N1, bem como a pandemia por Síndrome Respiratória 
18
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Aguda Grave provocada pelo Coronavírus, que já matou mais de dois milhões de pesso-
as no mundo, conforme imagem a seguir.
Figura 4 – Mapa mundial do total de casos de COVID-19 confi rmados a cada um milhão de pessoas
Fonte: Wikimedia Commons
Importante!
Os sintomas mais comuns da COVID-19 são febre, cansaço e tosse seca. Alguns pacientes 
podem apresentar dores, congestão nasal, dor de cabeça, conjuntivite, dor de garganta, 
diarreia, perda de paladar ou olfato, erupção cutânea na pele ou descoloração dos dedos 
das mãos ou dos pés. Esses sintomas, geralmente, são leves e começam gradualmente.
19
UNIDADE Vigilância em Saúde
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Guia de Vigilância Epidemiológica
https://bit.ly/3t15rRs
Portaria nº 264, de 17 de fevereiro de 2020
https://bit.ly/3mtmARr
Doenças Infecciosas e Parasitárias
https://bit.ly/2Q7Ho4J
Doenças dermatológicas de notificação compulsória no Brasil
https://bit.ly/3s1tFd4
20
21
Referências
BENENSON A. S. El controle de las enfermedades transmisibles en el hombre. 
Publicación Científica n.0 507.14a. ed, Washington, OPS 1987 . Disponível em: <https://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0036-46651993000100018>.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para 
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos 
serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Fe-
derativa do Brasil, Brasília, DF, 20 de setembro de 1990.
________. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Vigilância em Saúde. Parte 
2 – Coleção para Entender a Gestão do SUS. Brasília: CONASS, 2011. 113 p. v. 6.
BRASIL. Portaria n° 1378, de 2013. Regulamenta as responsabilidades e define dire-
trizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, 
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Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
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________. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
 Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica. Ministério da Saúde, 
 Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
________. Portaria n° 264, de 17 de fevereiro de 2020. Altera a Portaria de Consolida-
ção nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir a doença de Chagas crônica, 
na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde 
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 GALLEGUILLOS, T. G. B. Epidemiologia: indicadores de saúde e análise de dados. 
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