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O que é o abscesso dentário Começaremos falando como essa complicação acontece. A própria definição da palavra “abscesso” pode explicar muito para nós. Segundo o dicionário Houassis, abscesso é um “excesso de pus acumulado numa cavidade que, formada de maneira acidental nos tecidos orgânicos, pode ter sido produzida por algum tipo de inflamação.” No caso do abscesso dentário essa inflamação ocorre na gengiva, ao redor dos dentes. Então, existem outros tipos de abscessos? Sim, como o pélvico e outros. O significado é de uma inflamação que ocasiona a formação de pus. Acontece quando uma bactéria se instala em alguma cavidade entre a gengiva e os ossos da face ou do pescoço. Ou, um dente infeccionado que não recebe tratamento apropriado. Os fatores de risco mais comuns para essa inflação são a falta de higiene oral e a dieta rica em açúcar. A gengivite também pode resultar em um abscesso. Já que ela representa o estágio inicial de uma infecção na gengiva que não foi tratada. Se sua gengiva está vermelha, inchada, sensível e sangra durante a escovação, pode ser gengivite. O correto é marcar uma consulta com o dentista para não haja a formação de um abscesso. Como veremos a seguir há dois tipos de abscessos dentários, que se diferem de acordo co as regiões dos dentes. Quais são os tipos de abscessos? Abscesso periapical O abscesso periapical (endodôntico) aparece na ponta da raiz dentária. Começa a partir de uma cárie que não foi tratada e atingiu a polpa. Ou seja, essa cárie chegou numa parte mais profunda do dente, ela passou pelo esmalte e pela dentina e atingiu a polpa. Veja abaixo as camadas do dente. A polpa fica no meio do dente, junto com vasos e nervos. No abscesso periapical a cárie atinge a polpa do dente, em um estágio mais grave ela pode atingir vasos e nervos. A polpa passa por um processo de necrose (morte celular) devido aos ataques bacterianos e, como resultado, há a formação de pus. Infecções ocorridas após a quebra ou ruptura de um dente também ocasionam um abscesso periapical. Se a infecção estiver num estágio avançado, o problema será maior, como a formação de abscessos em outros dentes ou se difundir através dos ossos e tecidos. Se não tratado a tempo, pode alcançar a circulação sanguínea, resultando em complicações sistémicas, como febre e mal-estar. Existem duas classes de abscesso periapical: o agudo e o crônico. O primeiro é uma agressão mais violenta ao organismo, causando uma reação mais intensa das suas defesas. Já no segundo, a agressão é menos intensa e a reação do organismo é mais lenta. Pode desenvolver-se durante meses ou anos sem ser descoberto. No entanto, em questão de consequências, ambos são iguais e merecem a devida atenção. O abscesso causa latejamento e dor intensa no local infectado. Abscesso periodontal. O abscesso periodontal ocorre nas gengivas perto da raiz do dente. Sabe a figura com as camadas do dente? Então, a inflamação e formação do pus fica próximo do ligamento periodontal, bem próximo à raiz. Assim como o periapical, o periodontal tem dois tipos de abscessos. O primeiro tipo é chamado de gengival com participação bacteriana. Neste caso, o problema é motivado por um corpo estranho, restos de alimentos que ficam presos aos dentes e à gengiva, gerando uma pequena inflamação. A causa do segundo tipo é bacteriana. É formado a partir do tártaro subgengival (ficam presos na raiz do dente). As bactérias do tártaro têm como produto da metabolização do açúcar a formação de ácidos no meio oral que destroem o tecido do dente e formam pus. Sempre examine se sua gengiva está vermelha ou há sangramento durante a escovação, pode ser o estágio inicial de um abscesso periodontal. Quais são os sintomas de um abscesso dentário? Dependendo do tipo de abscesso dentário, se periapical ou periodontal, os sintomas podem se diferenciar um pouco. Além disso, o estágio da inflamação pode ocasionar sintomas mais intensos. Sintomas do abscesso periapical. O abscesso periapical agudo tem três fases. Na fase inicial, a dor é intensa, localizada, com formação de pus. O paciente sente uma pressão e latejamento na área inflamada e o dente apresenta mobilidade e fica sensível à mastigação. As outras duas fases, evolução do abscesso e abscesso evoluído, além dos sintomas acima, existem a presença de inchaço no rosto com consistência dura quando apalpado. Em casos mais graves, o paciente pode ter febre, mal-estar e ficar com o rosto deformado. A febre pode acontecer na fase inicial também como uma resposta do organismo que algo está errado, como se fosse um “aviso”. Para o abscesso periapical crônico não há sintomas, como falamos anteriormente, sua evolução é lenta, portanto, ele é descoberto por acaso quando é feito exame de radiografia de rotina. Sintomas do abscesso periodontal Um dos primeiros sintomas é a vermelhidão da gengiva acompanhada de dor e sensibilidade nos dentes, que se faz sentir ou aumentar com o toque ou na presença de quente ou frio. Pode haver presença de halitose (mau hálito) e um gosto amargo na boca e os gânglios do pescoço podem ficar inchados. Ocorre um desconforto geral, inquietação ou sensação de mal-estar. Tanto no abscesso periapical quanto no periodontal, caso não sejam tratados com urgência, o paciente pode perder o dente e ter lesões significativas nos tecidos, podendo a infecção se espalhar para outros órgãos do corpo. Por isso, fique atento aos sintomas descritos. Se tiver qualquer um deles, marque imediatamente uma consulta com o dentista. Sintomas como náuseas, vômitos, febre, arrepios e diarreia podem ser evidência de um abscesso dentário em estágio muito evoluído e, consequentemente, grave. Em um estágio grave a polpa na raiz do dente pode necrosar (morrer) e a dor de dente parar. Mas, não significa que a infecção desapareceu, ela pode continuar e se disseminar para os outros dentes e tecidos. Portanto, de qualquer maneira deve-se ir ao dentista. Visite o seu dentista há cada 6 meses, para exames de rotina e limpeza dos dentes. Qual o tratamento? Alguns abscessos são específicos e seu tratamento depende de qual estágio se encontra a infecção. Explicaremos abaixo os tratamentos mais comuns, feitos quando o estágio não é tão grave. Drenagem de abscesso dentário A drenagem de abscesso dentário pode ser feita pelos tecidos moles ou através do próprio dente. Drenar pelo tecido mole significa que o dentista efetuará uma pequena incisão ou corte nos tecidos da área do abscesso, sob anestesia e, com o auxílio de bisturi, retirará ou deixará drenar o pus. Depois irá limpar a área com solução antisséptica. Normalmente, a drenagem proporciona um alívio nos sintomas. Já na drenagem pelo próprio dente, será feita uma “abertura” no dente com uma broca, a polpa dentária e os canais radiculares ficarão exposto e o pus será drenado. Esse procedimento inicial é chamado de endodôntico. Depois, o dentista remove todo o conteúdo afetado, obtura ou sela os canais e restaura a coroa do dente. Tratamento periodontal Caso a infecção seja de origem periodontal, quando as bactérias invadem os tecidos de suporte do dente, é feito o tratamento de periodontite. Algumas vezes, a remoção e o controle da placa bacteriana e do tártaro já resolvem o problema. Em outras, é necessário fazer uma raspagem coronorradicular para alisamento da superfície dentária e remoção de detritos. No entanto, dependendo do caso, o tratamento poderá ser mais invasivo, exigindo uma cirurgia para redução das bolsas periodontais. Se a gengiva ficar muito retraída por causa da infecção, o paciente passará por uma cirurgia plástica gengival de retalho. Remédios ou medicação O uso de remédios ou medicação, no caso, anti-inflamatórios e antibióticos, são um complemento para os tratamentos descritos. Eles auxiliam no controle da dor e na regressão da infecção. Os antibióticos serão prescritossomente se a infecção ultrapassar a área do abscesso. Quando acontece de infectar outras áreas dentro da boca, eles ajudam no controle e combate de bactérias. Há casos de o abscesso drenar espontaneamente, ou seja, se romper à superfície e a dor diminuir. Mesmo assim, você deve ir ao dentista, pois restos de pus podem ter ficado e as bactérias se espalharem. Se o paciente tiver o sistema imunitário debilitado, como no caso de pacientes que fazem quimioterapia ou radioterapia, existe uma probabilidade maior de ocorrerem complicações mais graves, sendo o tratamento mais limitado
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