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MÓDULO 1 RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS MÓDULO 1 O levantamento de dados sobre resíduos sólidos é feito pelo SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO, a SNIS (Figura 1). RESÍDUOS SÓLIDOS MÓDULO 1 Figura 1. Imagem retirada do site do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. O diagnóstico é elaborado com base nas informações fornecidas pelos prestadores dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos dos municípios, que participaram da coleta de dados do ano de 2019, tendo como ano de referência 2018. Com a participação dos 27 estados foi levantado as informações de valor médio de resíduos coletados diariamente por habitante, além de trazer a comparação com os dois anos anteriores (figura 2). O ponto importante nessa comparação como é observado no item variação 2018/2017 é que a partir desses valores é possível inferir se houve ou não aumento na coleta de resíduos de cada estado. De modo geral, foi observado em 2018 que a média diária de coleta de resíduos sólidos por habitante, no Brasil como um todo, foi de 0,96 quilos. Quando extrapolado esse valor para o equivalente a um ano (365 dias), observou-se que o valor anual é de 350,6 quilos por habitante. Já quando essa análise é separada por região é possível observar um perfil diversificado com relação a coleta de resíduos (figura 3). Todos os dados obtidos são analisados a partir da premissa que os valores representam o estado com um todo, mas é claro que ainda exista uma porcentagem significativa de munícipios dentro dos estados que fazem parte dessa catalogação de dados. RESÍDUOS SÓLIDOS MÓDULO 1 Figura 2. Tabela extraída do documento de Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, do ano de 2018 disponível em: <http://www.snis.gov.br/diagnostico-anual- residuos-solidos/diagnostico-do-manejo-de-residuos-solidos-urbanos-2018>. De modo geral, observa-se que a região Nordeste é a que mais “produz” resíduos, com média diária de 1,11 quilos por habitante. E a região Sul é a que menos “produz” com média diária de 0,82 quilos por habitante. Considerando a população atual do Brasil com aproximadamente 210 milhões de habitantes, por ano é coletado aproximadamente 74 milhões de toneladas de resíduos (Tabela 1). RESÍDUOS SÓLIDOS MÓDULO 1 Figura 3. Gráfico extraída do documento de Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, do ano de 2018 disponível em: <http://www.snis.gov.br/diagnostico-anual- residuos-solidos/diagnostico-do-manejo-de-residuos-solidos-urbanos-2018>. Tabela 1. Resumo com os valores diárias e anuais de “produção” de resíduos por estado e no Brasil com um todo. E para onde vai todo esse resíduo coletado? Existem pelo menos três principais unidades de processamento. Segundo o próprio Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, eles podem ser definidos como: 1. LIXÃO É um vazadouro a céu aberto, sem controle ambiental e nenhum tratamento ao lixo, onde pessoas têm livre acesso para mexer nos resíduos. Já existem políticas públicas para acabar com todos os lixões existentes, mas mesmo assim como observaremos posteriormente, ainda é muito encontrado. 2. ATERRO CONTROLADO É um local onde os resíduos são dispostos com algum tipo de controle, mas ainda assim contra as normas ambientais brasileiras. Ou seja, não atendem às recomendações da Política Nacional de Resíduos Sólidos. RESÍDUOS SÓLIDOS MÓDULO 1 3. ATERRO SANITÁRIO É um depósito no qual são descartados resíduos sólidos com sistema de impermeabilização, cobertura diária dos resíduos, projeção de vida útil superior a 15 anos e tratamento de chorume. As normas são bem rígidas como estar fora de áreas de influência direta em manancial de abastecimento público, distante 200 metros de rios, nascentes e demais corpos hídricos, a 1.500 metros de núcleos populacionais e 300 metros de residências isoladas. No Brasil, é o sistema mais adequado, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente. Através do sistema nacional de informações sobre saneamento é possível analisar que os lixões, aterros sanitários e aterros controlados somam 2.184 instalações (Tabela 2 e Figura 4). RESÍDUOS SÓLIDOS MÓDULO 1 Quanto à distribuição regional dessas unidades em operação, verifica-se que a grande maioria dos lixões é encontrada na região Nordeste, que computa 588 unidades, 56,7% do total de lixões cadastrados. Em seguida, em menor quantidade, aparecem as regiões Centro-Oeste e Norte, com 177 e 154 unidades, respectivamente. Já a região Sudeste apresenta 85 unidades e, por último a região Sul com 33 lixões, o que corresponde a apenas 3,2% da quantidade total de unidades desse tipo cadastradas no SNIS. Com relação aos aterros controlados, tem-se a grande maioria localizada na região Sudeste que conta com 362 unidades ou 67% do total em operação em 2018. Em seguida, com número bem abaixo, vem a região Nordeste com 61 aterros controlados, equivalente a 11,3%. E com números iguais, 39 unidades cada, aparecem as demais regiões, o que equivale 7,2% para cada uma. Encontram-se no banco do SNIS 2018, 311 aterros sanitários na região Sudeste, equivalente a 51,2% do total cadastrado, 189 unidades na Sul, equivalente a 31,1%, 56 unidades na região Nordeste, equivalente a 9,2%, 35 no Centro-Oeste, equivalente a 5,8%, e 16 região Norte, equivalente a 2,6% do total. RESÍDUOS SÓLIDOS MÓDULO 1 Figura 4. Análise gráfica das unidades de processamento separada por regiões. Em termos de quantidades totais recebidas, sobressai-se o grupo de lixões e de aterros controlados e sanitários, com 52,1 milhões de toneladas (Figura 5). RESÍDUOS SÓLIDOS MÓDULO 1 Agora vamos para um assunto que é confundido pela grande maioria da população, que é resíduo sólido é diferente de lixo. E para que você possa entender a diferença, vamos para as definições. Resíduos sólidos são constituídos de materiais líquidos, sólidos e gasosos gerados pelas atividades humanas que podem ser reutilizados ou agregados em outros processos produtivos potencializando o seu ciclo de vida. RESÍDUOS SÓLIDOS MÓDULO 1 Já lixo é qualquer material sem valor ou utilidade, ou detrito oriundo de trabalhos domésticos, industrias que é descartado. Então a partir de agora em nosso curso, vamos tomar esse cuidado com a definição correta para nossos resíduos sólidos. Como falado anteriormente, ainda temos muitas unidades de processamento funcionando de modo ilegal e que trazem riscos para a população e meio como um todo. E o grande marco dessa mudança para destinação correta dos resíduos, veio em 2010, com a Lei n° 12.305, chamada POLITICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS, que trata de todos os resíduos sólidos, materiais que podem ser reciclados ou reaproveitados, sejam eles domésticos, industriais ou eletroeletrônicos. E também por tratar a respeito de lixos, itens que não podem ser reaproveitados, incentivando o descarte correto de forma compartilhada.
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