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4 e 11 do 9 Exclusão social

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Processos de Exclusão social
QUESTÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL
PROCESSOS PSICOSSOCIAIS DA EXCLUSÃO
Exclusão: expressão polissémica, no entanto existe um ponto em comum: o nível de interação entre pessoas e entre grupos, que delas são agentes ou vítimas. Tema básico da psicologia social. 
Principal questão da psicologia social 
 O que faz com que, em sociedades que cultuam valores democráticos igualitários, as pessoas sejam levadas a aceitar a injustiça, a adotar ou tolerar frente àqueles que não são seus pares ou como eles, práticas de discriminação que os excluem? 
Como a Psicologia abordou essa questão ao longo da história: um recorte
1.Inicialmente: estudos sobre as causas dos : linchamentos e os pogroms.
2.Eixos norteadores: Teoria da frustração–agressão e seus desdobramentos: o deslocamento para um “bode expiatório” e a submissão à autoridade. 
3.Posteriormente: personalidade autoritária e racismo simbólico/moderno. 
Como a Psicologia abordou essa questão ao longo da história
Primeiros estudos: dirigiam a atenção aos comportamentos hostis com expressões/manifestações explícitas: tais como linchamentos e pogroms. 
POGROMS: é um ataque violento maciço a pessoas/grupos com destruição simultânea de seu ambiente (casa, local de trabalho, símbolos e centros religiosos...)
Exemplo: Noite dos Cristais ou Noite dos Cristais Quebrados (9/11/1938 -> na Alemanha e na Áustria)
Foi marcada pela destruição de símbolos judaicos. Sinagogas, casas comerciais e residências de judeus foram invadidas e seus pertences destruídos. Milhares de judeus foram assassinados e torturados. 
Comentário de um oficial nazista(ao lamentar a destruição de tantas obras de arte): Preferia que tivessem assassinado 200 judeus em vez de destruir tantos objetos de valor!"
Teoria da frustação–agressão e possíveis desdobramentos: a produção de “bodes expiatórios” e a submissão à autoridade
Desde antes da 2ª guerra mundial: prevaleceu a teoria da frustração-agressão. 
A teoria aborda a existência de motivações hostis.
 Tais motivações são ativadas em situações de frustração. 
o impedimento para alcançar uma meta poderia provocar um estado de cólera que aumentaria a tendência agressiva.
Por exemplo: entre 1882 e 1930, no sul dos USA, quanto mais o preço do algodão caía, ocorria um número maior de linchamentos de negros. 
Insatisfação econômica -> criação de bodes expiatórios
Por que são criados bode expiatórios?
Porque nem sempre é possível manifestar comportamentos abertamente agressivos (ocorre de maneira disfarçada por medo da desaprovação social). 
Por isso, essas condutas emergem na forma de estereótipos e preconceitos. Exemplo: suplício aos judeus pelos nazistas.
Preconceito/Discriminação e medo da desaprovação social 
Propensão à submissão: experimentos clássicos
Exemplo: estudantes administram choques em alguém que supostamente está sofrendo em função desse ataque.
 Resultados: 60 a 80% apertam o botão elétrico sob o comando do pesquisador. 
Destaca-se que isto não é exclusão social, mas evidencia que o outro pode não ser mais tratado como pessoa ou que o laço de solidariedade pode ser rompido. 
E quando o laço de solidariedade se rompe.....
Processos de culpabilização
A propensão para prejudicar o outro também pode ser explicada pelo processo de culpabilização. 
Esta dinâmica tem como pilar a crença de um mundo justo: as pessoas têm o que merecem e merecem o que têm. 
Processos de Culpabilização
Quanto mais se pensa que a pena infligida é forte e longa, menos se está inclinado para avaliar positivamente a vítima. 
Por exemplo: 
Se o negro não reclamasse tanto, não seria agredido. 
Se aquele jovem pobre não usasse boné, não seria confundido com ladrão....
Se as mulheres soubessem se comportar não existiriam tantos estupros. Elas têm que aprender....
Exclusão e naturalização da violência: culpabilização
Personalidade autoritária
Estudos que abordam: a personalidade autoritária para explicar posições racistas e antidemocráticas.
Características da personalidade autoritária: 
- Atitudes políticas conservadoras (respeito à ordem instituída e, portanto, resistência às mudanças).
- Etnocentrismo: a diferença é classificada como deficiência ou como um perigo à ordem social, política e econômica vigente. 
- A personalidade autoritária pode ser modelada por uma educação familiar autoritária: intolerância frente a ambiguidade e recusa à introspecção. 
Personalidade autoritária
Apesar de a pessoa defender, por exemplo, a cultura da paz tende a justificar ações de violência dirigido aqueles que não são considerados semelhantes.
 Nesse tipo de personalidade os clichês e os estereótipos predominam (mesmo que pareçam contraditórios).
Lembrete: Os estereótipos justificam (naturalizam) processos de inclusão ou de exclusão.
São rótulos que justificam (naturalizam) processos de inclusão ou de exclusão
Estereótipos
Estereótipos
Diferença entre preconceito e estereótipo
O preconceito perpetua uma atitude hostil ou negativa para com determinado grupo, baseada em generalizações deformadas ou incompletas. 
Assim, todas as pessoas desse grupo são representadas com essas características. 
Diferente do estereótipo que pode ter uma valência positiva. 
Preconceito
Críticas à teoria da Personalidade Autoritária
ÊNFASE NA DIMENSÃO INTRAPSÍQUICA. 
Apesar das críticas, destaca-se a sua relevância:
 Atraiu a atenção para o papel dos grupos de pertencimentos e nos sistemas de comunicação mediáticos na transmissão e cristalização do preconceito. 
Em síntese → o racismo, por exemplo, é revitalizado continuamente porque permeia o cotidiano de todas as organizações/instituições sociais (de forma naturalizada).
Novos racismos, racismo moderno ou novos preconceitos
Expressões utilizadas para categorizar e analisar as formas sutis de manifestação do preconceito.
Essas formas são criadas pelas pessoas em função da legislação antirracista e dos “princípios democráticos”. 
Racismo moderno direcionado ao negro
Está baseado nas seguintes crenças e avaliações: 
A discriminação é uma coisa do passado: os negros podem agora competir e adquirirem as coisas que eles almejam.
Os negros estão subindo economicamente muito rápido e em setores nos quais não são bem-vindos.
Os meios e as demandas dos negros são inadequados ou injustos.
 Os ganhos recentes dos negros não são merecidos e as instituições sociais lhes dão mais atenção do que eles deveriam receber.
Racismo moderno: trata-se de mimimi, de blábláblá ou está presente nas sociedades racializadas?
Racismo moderno: questões atuais da Psicologia Social Crítica 
De que forma os processos de exclusão são mantidos??
→ Essa temática será abordada no próximo encontro!
Caso você queira saber mais sobre os tópicos que foram abordados neste encontro, vou indicar três publicações: 
JODELET, Denise. Os processos psicossociais da exclusão. In: SAWAIA, Bader (Org.). As artimanhas da exclusão. 11ª ed. Rio de Janeiro. Petrópolis: Vozes.
LIMA, Marcus Eugênio O.; VALA, Jorge. As novas formas de expressão do preconceito e do racismo. Estudos de Psicologia 2004, 9(3), 401-411.
PATIÑO, Rafael A.;FARIA, Lima. Práticas de exclusão social: reflexões teórico-epistemológicas em torno de um campo de estudos. Revista Colombiana de Ciencias Sociales, 10(2). pp. 426-444.

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