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REPÚBLICA DE ANGOLA MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO REPARTIÇÃO DE PEDAGOGIA TRABALHO DE PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO TEMA: INTRODUÇÃO A PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO ESPECIALIDADE: EDUCAÇÃO PRIMÁRIA NOME: PAULO CONSTANTINO CATIMBA NDJILA REGIME: REGULAR PERÍODO: TARDE PROFESSORA __________________ ANGÉLICA VIDAL, MSC. BENGUELA, ABRIL, 2020 INTRODUÇÃO O presente trabalho introduz sobre a Psicologia do desenvolvimento. Assim, a Psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais do homem, e não só, outros animais. Desenvolvimento é toda acção ou efeito relacionado com o processo de crescimento, evolução de um objecto, pessoa ou situação em uma determinada condição. Assim, A Psicologia do Desenvolvimento, também conhecida como Psicologia das Idades, está ligada ao desenvolvimento dos processos e qualidades, referentes À personalidade do indivíduo em desenvolvimento. Na verdade o homem vai se desenvolvendo por etapas, nascendo, senta, gatinha, anda, fala, assim, o corpo também desenvolve por fases de uma forma ordeira, a Psicologia do desenvolvimento é a ciência que vai estudar o homem, em um conjunto de transformações físicas, emocionais, e mentais desde a concepção até a morte. Subtema: Noção de desenvolvimento humano Actualmente, desenvolvimento “é definido como um processo que inicia na concepção e só termina com a morte. Termo, que quer dizer evolução, progresso, movimento, mudança e crescimento” Santos (2016, p.4). O desenvolvimento é um processo contínuo que principia com própria vida, na altura da concepção e termina com a morte. O desenvolvimento humano é a evolução progressiva da estrutura do sujeito e da sua personalidade, através dos diferentes estádios, (…) Santos (2016, p.21). Ora, Desenvolvimento humano vai ser o conjunto de transformação física, moral, psicológica de um indivíduo desde sua concepção até a sua morte. 1.1. Desenvolvimento humano quanto á estrutura, integração, totalidade, tempo e interior De acordo Santos (2016, p. 21) O desenvolvimento físico, por sua vez, obedece aos princípios, que estão relacionados com o processo do progressivo domínio do controlo corporal: 1. Céfalo-caudal (da cabeça para cauda) - implica que as partes do corpo que estão mais próximas da cabeça sejam controladas primeiro, estendendo-se posteriormente para baixo. A criança mantém a cabeça erecta antes do tronco. 2. Próximo-distal (do centro à periferia) - significa que as partes que estão mais próximas do eixo corporal são controladas antes que as que se encontram mais afastadas. A articulação do ombro é controlada antes da articulação do cotovelo. Com base Chimuco (2020, p. 23) o desenvolvimento como uma globalidade, aborda-se em 4 aspectos que são: Aspecto físico -motor: refere-se ao crescimento orgânico, á maturação neurofisiológica, á capacidade de manipulação de objectos e de exercício do próprio corpo. (Ex: o bebe leva a chupeta á boca porque já sabe coordenar os movimentos). Aspecto intelectual: é a capacidade de pensamento e raciocínio. (ex: criança de 2 anos que utiliza um cabo de vassoura para alcançar 1 objecto que está em baixo do armário). Aspecto afectivo -emocional: é o modo particular do indivíduo integrar as suas experiências ( é o sentir). (ex: a vergonha que sentimos em alguma situação, (..). Aspecto social: é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras pessoas (ex. crianças mais sociáveis e crianças menos sociáveis). 1.2. Identificação de estágios ou fases do desenvolvimento A evolução dos estádios reflecte-se no funcionamento intelectual, nas capacidades de linguagem, no desenvolvimento social e emocional. Os quatros estádios de Piaget são conhecidos como períodos sensório-motor, pré-operatório, operações concretas e das operações formais Santos (2016,p.27). Períodos e idades Designação Sensório-motor (0 aos 2 anos) Durante o qual a criança tem pouca aptidão para representar o contexto utilizando imagens, linguagem ou outros símbolos. Pré-operatório (2 anos aos 7 anos) É caracterizado pelo desenvolvimento da linguagem. As crianças desenvolvem sistemas representacionais internos que lhes permite descrever, pessoas, acontecimentos e sentimentos. Chegam mesmo a utilizar símbolos quando brincam. Operações Concretas (7 aos 12 anos) É caracterizado pelo pensamento lógico e pela perda do egocentrismo. Operações formais (12 até a idade adulta) Nesta etapa marca início da adolescência e, é caracterizado por um novo tipo de pensamento abstracto, forma e lógico. O pensamento deixa de estar associado a acontecimentos que são observados no contexto, e recorre a técnicas lógicas para solucionar problemas. Tabela adaptada com base Santos (2016,p. 27) De acordo Santos (2016, p. 27-28) a teoria psicanalítica de Freud diz que antes de atingir a maturidade a crianças passa por 5 fases de desenvolvimento pisco-sexual. Cada fase é definida pela fonte de gratificações predominante para as necessidades instintiva do indivíduo. Assim sendo, propôs as seguintes fases: Fase Designação Fase oral (primeiro ano de vida) a criança satisfaz as suas necessidades pela boca através do movimento de sucção. É importante a satisfação das necessidades nesta fase caso contrário, pode provocar na criança sensação de frustração e fixação. Exemplo: fumar, roer as unhas Fase anal (segundo e terceiro ano de vida) o centro das experiências agradável fixa- se na região anal do corpo. A criança obtém prazer ao controlar os movimentos intestinais e a bexiga. Grande parte deste prazer deriva da resposta dos pais a nova habilidade adquirida pela criança. A não satisfação do prazer nesta fase provocar comportamentos inadequados. Fase fálica (terceiro ao quinto ano de vida o prazer da criança centra-se na genitália. De acordo como Freud, os interesses da criança focalizam prazer sexual. É nesta fase que nasce o complexo de édipo e eléctra por parte das meninos e dos meninas com seus progenitores . As frustrações que nascem deste relacionamento mãe-filho, são consideradas pelos psicanalistas como as pedras fundamentais da identificação de papéis do sexo e do desenvolvimento moral. Fase latência (quinto ao décimo segundo ano de vida) é um período de calmo em que as necessidades intensas de prazer são recalcadas. Nesse período a criança adquire as habilidades e crenças que lhe vão permitir adaptar-se à sociedade. Fase genital (inicia aos 12 ano com a adolescência) é caracterizada por impulsos sexuais. Durante este período o objectivo da satisfação já não é a mãe mas sim os outros membros da sociedade. Tabela adaptada Periodização de estágios ou Fases do desenvolvimento de Erickson De acordo com Erikson, as mudanças no desenvolvimento que ocorrem ao longo das nossas vidas podem ser vistas como oito fases de desenvolvimento psicossocial inclui as mudanças nas nossas interacções e a compreensão uns dos outros, assim como o nosso conhecimento e compreensão de nós próprios como membros da sociedade (citado por Santos, p.29-30): 1º. Fase da confiança e desconfiança (do nascimento aos 18 meses) a mãe representa a sociedade. É caracterizada pela confiança ou desconfiança. 2º. Fase da autonomia, vergonha e dúvida (dos18 meses aos 3 anos), nesta idade a criança caminha, corre, puxa, empurra, vive em movimento. Os pais devem respeitar os limites de segurança e deixar desenvolver actividades variadas. Se os pais forem muito exigentes na disciplina, repreendendo e castigando com frequência ela crescerá com vergonha e duvida. 3º. Fase da iniciativa e sentimento de culpa (dos 3 aos 6 anos), a criança quer explorar o ambiente, faz perguntassobre tudo e sobre todos, brinca e fala. Está cheia de curiosidade para explorar, conhecer e descobrir o mundo. Dependendo da atitude dos pais diante desses comportamentos a criança desenvolverá iniciativa ou ficará a espera de ordens para agir e desenvolverá sentimentos de culpa. 4º. Fase da competência e inferioridade (dos 6 aos 12 anos) é considerado como a idade da meninice intermédia, na qual o professor passa a ser uma espécie de agente da sociedade. A atenção está centrada nas tarefas escolares e no desenvolvimento das relações com os colegas do grupo. Com apoio dos pais e professores a criança desenvolverá o senso de realização. Ao contrário surgira o sentimento de inferioridade. 5º. Fase da identidade e confusão de papéis (dos 12 aos 18 anos), abrange a adolescência. Se a criança desenvolver nos estádios anteriores a confiança, autonomia, iniciativa e actividades, teremos agora um jovem com uma identidade definida. Mas se as crises dos períodos anteriores não forem resolvidos teremos jovens que viverão uma crise de identidade e confusão totalmente depende dos grupos e multidões. Exibirão comportamentos de conformidade cega. 6º. Fase da intimidade e isolamento (dos 18 aos 45 anos) adulto-jovem. A intimidade caracteriza-se pela busca e realização de relações pessoais profundas, íntimas e satisfatórias. Pode ser uma amizade profunda em sua forma mais comum, a união com um parceiro do sexo oposto. O isolamento é apresentado pela fuga e medo das relações pessoais, íntimas e pelo rompimento dos laços de união. 7º. Fase da produtividade e estagnação (dos 45-65 anos) adulto-intermédio, é a idade da produtividade ou relatividade e estagnação. Esta fase no seu aspecto positivo caracteriza-se pelo sentimento de realização pessoal e pelo desejo de realizar algo pela comunidade e pela futura geração. Do lado negativo há a estagnação. A pessoa sente-se, inválida e inútil. 8º Fase da integridade e desespero (65 anos em diante/envelhecimento), o senso da integridade é vivido por aqueles que ao olhar para trás sentem-se ajustados as suas vitórias e aos seus fracassos. Aceitam o que são e o que conseguiram fazer. O desespero é vivido por que não sentem satisfação pelos anos vividos e passam o resto do tempo preocupados com o que poderiam ter feito e não o fizeram. CONCLUSÃO Após uma abordagem minuciosa do tema exposto, importa dizer que, estudar o desenvolvimento humano significa conhecer as características comuns de uma faixa etária, permitindo-nos reconhecer as individualidades, o que nos torna mais apto para a observação e interpretação dos comportamentos. Ora, a Psicologia do desenvolvimento é a ciência que vai estudar o homem, em um conjunto de transformações físicas, emocionais, e mentais desde a concepção até a morte. No entanto, vários autores vão abordar sobre como ocorre o desenvolvimento do homem desde o nascimento até a sua velhice, assim Ericsson, as mudanças no desenvolvimento que ocorrem ao longo das nossas vidas podem ser vistas como oito fases de desenvolvimento psicossocial inclui as mudanças nas nossas interacções e a compreensão uns dos outros. Subtema: Métodos em Psicologia do desenvolvimento. De acordo Lakatos e Marconi (2006) apud Mendes e Manuel (2016, p.37) considera-se método “conjunto das actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia permite alcançar o objectivo (…)”. Nesta vertente a Psicologia em geral não foge da regra, usa seus métodos: Clínico, Teste, Observação, Psicanálise, mas já em particular a Psicologia do Desenvolvimento, Os seus métodos específicos são: longitudinal, de corte transversal e o longitudinal/ transversal. 2.Métodos específicos em Psicologia do Desenvolvimento 2.1.1. Método Longitudinal Com base Lazzo, apud Santos (2016, p. 17) É um método que estuda o comportamento à medida que o indivíduo envelhece (etapas do desenvolvimento). Acompanha o sujeito ou sujeitos em intervalos de tempo convenientemente escolhidos para determinar a curva ou a lei de crescimento e de desenvolvimento. Vantagens do método longitudinal: Capacita o Psicólogo a responder questões respeitantes à evolução do comportamento de um indivíduo; Examina a estabilidade do comportamento, à medida que um indivíduo adquire idade. Desvantagens do método longitudinal :É muito moroso; É de elevado custo; Pode perder o sujeito por causa da demora. 2.1.2. Método transversal O mesmo autor acrescenta (p. 18) é um tipo de observação que pode estudar um grande número de sujeitos num espaço de tempo relativamente curto, no sentido da simultaneidade. O investigador pode observar diferentes faixas etárias, através de amostragens significativas. Podem observar-se grupos de crianças sob um determinado número de aspectos da sua personalidade e estabelecer curvas de desenvolvimento, através de processos estatísticos de cada um desses aspectos e do seu conjunto, como componentes de uma mesma estrutura da personalidade. Vantagens dos métodos de corte ou secção transversal É rápido e económico. É menos personalizado, porque pode estudar comportamentos que caracterizam diferentes grupos etários. 2.1.3. Método Transverso - longitudinal Este método utiliza-se a combinação dos métodos de corte transversal e longitudinal, quando o investigador precisa fazer uma abordagem longitudinal, mas encontra incompatibilidade para a sua realização Santos (p.18). Vantajosamente permite comparar os padrões de comportamento de diferentes grupos etários, possibilitando tirar conclusões quanto à continuidade de comportamento de um período para o outro. 2.2.Locais de empreendimento de pesquisa em psicologia do desenvolvimento Na perspectiva de Santos (2016, p. 19-20) Existem com maior frequência três tipos de localização, escolhidos para a pesquisa em Psicologia da criança: ambiente natural, ambiente cultural cruzado e o laboratório. Ambiente natural - neste tipo de localização, as crianças podem ser observadas durante as suas actividades espontâneas, quer na sala de aula, na hora do lazer ou no intercâmbio com a família. Vantajosamente Os resultados obtidos são espontâneos, não havendo recurso a artifícios do laboratório. Os princípios da Psicologia podem ser generalizados para a vida quotidiana da criança. Desvantagens Controlo de variáveis estranhas (variáveis não previstas pelo investigador). Duas ou mais variáveis podem ser confundidas com a variável independente. Ambiente cultural cruzado - As crianças são observadas em duas culturas diferentes, cujo objectivo é avaliar o relacionamento entre as características que as diferenciam. Vantagens: O ambiente cruzado proporciona a oportunidade para a observação de variações em algumas variáveis independentes que seriam difíceis de manipular dentro de uma única cultura. Desvantagem: a natureza desta pesquisa exige o método de correlação para ser manipulada uma variável independente. Pesquisa de Laboratório É a pesquisa feita num ambiente controlado do laboratório ou de uma instalação semelhante. A principal vantagem é o controlo das variáveis pelo pesquisador. E a maior desvantagem é que os resultados podem não ser aplicáveis a explicação do comportamento que ocorre fora dele. Ética de pesquisa em estudos de desenvolvimento humano De acordo Alvarenga, Levandowski et all (2012, p. 858-863) abordam Os princípios éticos da pesquisa visam a proteger os direitos, a dignidade e o bem-estar dos participantes (Barker, Pistrang, & Eliott, 1995). Essas preocupações éticas cresceram muito a partir do século passado, devido às atrocidades cometidas com fins supostamente científicos nos campos de concentração, e, no contexto da Psicologia, foram particularmenteimpulsionadas por pesquisas sobre indução de estresse e por investigações que envolviam a omissão de informações na área da Psicologia social nos anos 50 e 60. Do mesmo modo, os pesquisadores contam com um conjunto de normas bem estabelecidas, que contempla grande parte das implicações éticas com que poderão se deparar no planeamento e na execução de diferentes tipos de investigação, o que também os protege de eventuais litígios. Contudo, a prática em pesquisa, como um processo dinâmico, apresenta continuamente n o v a s q u e s t õ e s q u e a i n d a n ã o f o r a m contempladas pela legislação vigente, e que, por vezes, acabam se consti tuindo em obstáculos para a sua realização (Koller, 2008). Isso pode ser evidenciado pelos inúmeros códigos de ética que foram se sucedendo nas últimas décadas e que, com cer teza, cont inuarão sendo actual izados. Por outro lado, segundo Miller (2007), as d i rec tr i zes é t i cas cos tuma m ser bas tan te genéricas, exigindo dos pesquisadores e dos Comités de Ética uma reflexão cuidadosa a respeito de como elas podem ser aplicadas a casos especiais. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em pesquisas com crianças e adolescentes As Directrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos, do Conselho Nacional de Saúde (Resolução CNS nº 196/96) , ora vigentes no Brasi l , e c o m p l e m e n t a d a s p e l a R e s o l u ç ã o n ° 016/2000, do Conselho Federal de Psicologia, indicam que todo projecto de pesquisa que envolver seres humanos deve incluir um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Através dele, o par ticipante fi ca ciente do que acontecerá no estudo e recebe informações que podem afectar a sua decisão de participar (Goldim, Pithan, Oliveira, & Raymundo, 2003). Uma excepção à exigência do TCLE refere-se a pesquisas que envolvam unicamente a consulta a prontuários de pacientes ou a bases de dados como fontes de informação. CONCLUSÃO Os métodos são conjuntos de procedimentos, estratégias que facilitam no alcance dos objectivos pretendidos, ora, os métodos de pesquisa em psicologia do desenvolvimento são: Método longitudinal é o método efectuado á um grupo restrito de pessoas baseando-se numa mesma idade em longo tempo, método transversal é o método efectuado ao estudo de um grupo de crianças á um curto intervalo de tempo em idades diferentes, já método transverso -longitudinal é a unidade deles, ou seja, conexão entre o longitudinal e transversal usados parcialmente. No entanto, os locais para se fazer estudo depende do investigador ou psicólogo, decidindo se vai estudar as crianças em seu lugar de conforto ou espontâneo, exemplo: em casa, escola. Pode decidir em estudar um grupo de duas crianças na mesma idade, mas de cultura e origem diferente. Ou pode decidir em um laboratório. Cada investigador deve saber as leis de cada região, ou país do qual vai realizar as pesquisas para não ferir a cultura ou a lei, isto é, para se fazer a pesquisa em indivíduo tem-se regras para se cumprir e Angola não está isenta destas regras começando pela Constituição e cada área de actuação. 3.Teorias do Desenvolvimento Humano Teorias do desenvolvimento humano são conjuntos de argumento que cada psicólogo usou para descrever o desenvolvimento do ser humano em diversas etapas da sua transformação. 3.1. Teoria naturalista Esse modelo afirma que o homem é produto da evolução natural da espécie, que por sua vez é resultado de um processo de adaptação ao meio ambiente. Este processo ocorre através da selecção natural. Nessa conformidade o mundo é tido como um grande organizador vivo e a sociedade como uma forma complexa de organização dos organismos vivos. Desse modo, o desenvolvimento humano fundamenta-se na teoria da recapitulação, isto é, a ontogenia recapitula a filogenia, em que o desenvolvimento do individuo repete as várias fases na evolução da espécie. O modelo naturalista não apresenta uma teoria unificada de desenvolvimento. Assim sendo subdivide-se em (3) teorias: Inatista, ambientalista e interaccionista. 3.2. Teoria Inatista A teoria inatista, também conhecida como maturacionista do desenvolvimento humano, defende que os factores endógenos do individuo, já existem em potência e que, apenas aguardam a oportunidade de manifestação. Assim, a inteligência, a aptidão e a personalidade do individuo são determinados hereditariamente. Desse modo, a aprendizagem do individuo é determinando pela naturalidade do organismo. Segundo Arnold Gesel, de todas as criaturas, é o homem que possui o período mais longo de imaturidade relativa. É uma criatura tão complexa que requer mais de vinte anos para crescer física e mentalmente. Por outro lado a maturidade é a actividade interna que determina as fases do desenvolvimento. 3.3. Teoria ambiental Teoria ambiental do desenvolvimento humano valoriza os factores externos do comportamento, em detrimento dos factores internos ou seja o ambiente é mais valorizado do que a maturação do organismo. Nesta teoria, o homem é um elemento passivo, moldável, onde o ambiente controla o seu desenvolvimento. O Neobehaviorismo, formulado pelo Psicólogo norte-americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1987) dentro dos parâmetros da teoria ambientalista considera o homem como uma caixa preta, no qual os estudos de dados observáveis do comportamento exterior, como comportamento motor e verbal, são as bases para a compreensão do processo do desenvolvimento humano e não dos processos mentais. 3.4. Teoria interaccionista A teoria interaccionista ou construtivista do desenvolvimento humano destaca que os factores internos e externos actuam reciprocamente na formação das estruturas psicológicas. O Psicólogo Jean Piaget (1895-1980) é o mais importante desta teoria, tendo considerado que o desenvolvimento humano ocorre por processos de mudanças nas estruturas internas mediante relações que o indivíduo estabelece com o meio. Piaget explica que o processo de desenvolvimento humano deve levar em consideração dois aspectos: uma ontogenética e outra social no sentido da transmissão de trabalho sucessivo das gerações que num e no outro caso a questão central é a do mecanismo interno de todo o construtivismo. 3.5. Teoria da continuidade e descontinuidade do desenvolvimento A noção de descontinuidade é associada à de plasticidade, que enfatiza a capacidade do indivíduo em gerar mudanças no curso de seu desenvolvimento, a partir das forças de coação. Essas mudanças são frutos dos efeitos cumulativos das interacções entre o indivíduo, seus processos intra- orgânicos e o contexto (Gariépy, 1996; Keller, 1991). A continuidade, por sua vez, considera as características que se mantém estáveis no decorrer dos estágios e transições. A continuidade de certas características e funções garante que, a partir de comportamentos anteriores, comportamentos futuros se tornem previsíveis, de acordo com os contextos em que o indivíduo se encontra e suas temporalidades (Keller, 1991). Segundo essa autora, a definição clássica de continuidade refere-se a uma "série de mudanças inter-relacionadas" (p. 137), que compõem o continuum do desenvolvimento. 3.6. Teoria Psicossexual de Freud Santos (p.5) segundo Sigmund Freud, os estágios do desenvolvimento psíquico sexual são: oral (0-2 anos), anal (2-4 anos), fálico (4-6 anos), latência (6-11 anos) e genital (início da adolescência). Para Freud, cada indivíduo dentro de cada estágio deveria resolver o conflito referente ao próprio desenvolvimento; caso contrário não poderá passar para o outro estágio o que significa que exibirá um comportamento de fixação num determinado estágio. 3.7.Teoria Cognitiva (Piaget) De acordo com esta teoria, o desenvolvimento cognitivo humano é dividido em 4 estágios: Sensório – motor, pré – operacional, operatório concreto, operações formais. Essa característica da sua obra a tornou uma das maiores contribuições para a psicologia do desenvolvimento, pois muitos psicólogos incluindo Piaget tiveram a certeza que a construção do ser humano é um processo que vai acontecendo ao longo da vida das crianças. E outras teorias já foram detalhadas anteriormente. CONCLUSÃO Teorias do desenvolvimento humano “são conjuntos de argumento que cada psicólogo usou para descrever o desenvolvimento do ser humano em diversas etapas da sua transformação”. Assim as ideias apresentadas representam pensamentos estudados até os dias de hoje. Todavia, a teoria naturalista afirma que o homem é produto da natureza, sendo sujeito a contactos com o ambiente e pessoas ao seu redor. A teoria interaccionista declara que o homem é produto de factores externo e interno dele em reciprocidade. A continuidade do desenvolvimento individual é um processo lento, gradual, cumulativo, sendo quantitativo, nos conhecimentos, aptidões, competências, e a descontinuidade individual verifica-se a alternância entre períodos com mudanças pouco frequentes e relevantes e períodos marcados por mudanças abruptas. Referência Bibliográfica Santos, V. António (2016) Material de apoio de Psicologia do desenvolvimento para os cursos de Psicologia e Pedagogia. Bengo Mendes, Maria; Manuel, Tuca (2016) Investigação em Educação: Opções metodológicas para pesquisa científica. Benguela. KAT editora. https://www.researchgate.net/publication/236631581_Questoes_Eticas_da_Pes quisa_em_Psicologia_do_Desenvolvimento https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 98932013000100012 https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_cognitiva Thirza Reis Sifuentes1; Maria Auxiliadora Dessen; Maria Cláudia Santos Lopes de Oliveira, disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 37722007000400003 https://www.researchgate.net/publication/236631581_Questoes_Eticas_da_Pesquisa_em_Psicologia_do_Desenvolvimento https://www.researchgate.net/publication/236631581_Questoes_Eticas_da_Pesquisa_em_Psicologia_do_Desenvolvimento https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932013000100012 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932013000100012 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722007000400003#back
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