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DIAGNÓSTICO DE SÍFILIS NA GESTANTE Segundo: Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para prevenção da transmissão vertical de hiv, sífilis e hepatites virais 2019 →O diagnóstico da sífilis exige uma correlação entre dados clínicos, resultados de testes laboratoriais, histórico de infecções passadas e investigação de exposição recente. Os testes utilizados para o diagnóstico da sífilis são divididos em duas categorias: exames diretos e testes imunológicos. →Para a sífilis gestacional, utiliza-se como critério de diagnóstico, conforme Manual de Bolso com as Diretrizes de Controle da Sífilis Congênita do Ministério da Saúde, a gestante que durante o pré-natal apresente evidência clínica e/ou sorologia não-treponêmica reagente (VDRL é o mais utilizado), com teste treponêmico positivo ou não realizado (como o FTA-Abs) (BRASIL, 2006). EXAME DIRETO →Os exames diretos são aqueles em que, por meio da observação direta em material retirado das lesões primárias ou secundárias ativas, visualiza-se a presença das espiroquetas →O quadro seguinte resume as informações dos exames diretos. TESTES IMUNOLÓGICOS →Testes treponêmicos: são testes que detectam anticorpos específicos produzidos contra os antígenos do Treponema pallidum. São os primeiros a se tornarem reagentes. →Testes não treponêmicos: esses testes detectam anticorpos não específicos anticardiolipina, material lipídico liberado pelas células danificadas em decorrência da sífilis e possivelmente contra a cardiolipina liberada pelos treponemas. • Os testes não treponêmicos devem ter seu resultado expresso em fração (1:2, 1:4, 1:64 e assim sucessivamente) e são importantes para o diagnóstico e monitoramento da resposta ao tratamento, uma vez que a queda, manutenção ou elevação das titulações indicam a evolução terapêutica. A ESCOLHA DOS TESTES DIAGNÓSTICOS →Para o diagnóstico da sífilis, deve ser realizado um teste treponêmico mais um teste não treponêmico. Considerando a sensibilidade dos fluxos diagnósticos, recomenda-se, sempre que possível, iniciar a investigação por um teste treponêmico (teste rápido, FTA-Abs, ELISA etc.). • O tratamento deve ser iniciado com apenas um teste reagente, treponênico ou não treponêmico, sem aguardar o resultado do segundo teste. →A figura seguinte demonstra a possibilidade de combinações de testes para definição do diagnóstico de sífilis, conforme fluxogramas preconizados pelo “Manual Técnico para Diagnóstico da Sífilis” →O profissional de saúde, médico ou enfermeiro, deve solicitar os testes para sífilis, explicitando no formulário de solicitação a finalidade do exame: • Diagnóstico de sífilis: quando há suspeita de sífilis, independentemente do estágio específico; • Diagnóstico de sífilis após TR reagente: quando foi realizada testagem rápida no serviço de saúde, com resultado reagente. TESTAGEM RÁPIDA E TRATAMENTO IMEDIATO DA GESTANTE − → Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN) do Ministério da Saúde preconiza, desde 2002, a realização obrigatória de três testes de VDRL, sendo dois na gravidez: o primeiro, na primeira consulta, idealmente no primeiro trimestre (antes da 14ª semana de gestação) e o segundo, na trigésima semana, o que é preconizado para assistência pré-natal em todo o Brasil. O terceiro VDRL deve ser realizado no momento da admissão hospitalar, seja por qualquer intercorrência na gestação e/ou para assistência ao parto e/ou curetagem pós-aborto. → A figura abaixo demonstra fluxograma que resume as oportunidades de testagem com TR e a conduta frente a um resultado reagente na gestante. − O Quadro 22 apresenta a interpretação e conduta para a gestante, conforme os resultados de testes treponêmicos e não treponêmicos DIAGNÓSTICO DE SÍFILIS NA CRIANÇA EXPOSTA →Todos os RN nascidos de mãe com diagnóstico de sífilis durante a gestação, independentemente do histórico de tratamento materno, deverão realizar teste não treponêmico periférico. O sangue de cordão umbilical não deve ser utilizado, pois esse tipo de amostra contém uma mistura do sangue da criança com o materno e pode resultar em testes falso-reagentes. → A testagem simultânea da mãe e da criança, no pós-parto imediato, com o mesmo tipo de teste não treponêmico, configura o melhor cenário para a determinação do significado dos achados sorológicos da criança → No teste não treponêmico, um título maior que o materno em pelo menos duas diluições (ex.: materno 1:4, RN maior ou igual a 1:16) é indicativo de infecção congênita. No entanto, a ausência desse achado não exclui a possibilidade do diagnóstico de SC; portanto, é fundamental a realização do seguimento de todas as crianças. → Não há correlação entre a titulação dos testes treponêmicos do RN e da mãe que possa sugerir SC. Dessa forma, não se recomenda a realização do teste treponêmico no bebê até os 18 meses →O Quadro 25 apresenta os testes para a criança exposta à sífilis que devem ser realizados na maternidade ou casa de parto e no seguimento clínico e laboratorial. TESTAGEM PARA SÍFILIS E EXAMES COMPLEMENTARES PARA A CRIANÇA COM SÍFILIS CONGÊNITA
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