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AULA01 - O FENÔMENO URBANO NO BRASIL

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Prévia do material em texto

1
CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA 
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
CURSO: GEOGRAFIA DISCIPLINA: GEOGRAFIA URBANA DO BRASIL 
 
CONTEUDISTA: MARCELO WERNER DA SILVA. 
 
 
Aula 1 
O FENÔMENO URBANO NO BRASIL 
 
META 
 
Nessa aula você terá um panorama geral do que verá na disciplina. Serão 
apresentados os conteúdos que posteriormente serão desenvolvidos em cada aula. 
Desta maneira, você poderá acompanhar os tópicos que compõem a disciplina de 
Geografia Urbana do Brasil. 
 
OBJETIVOS 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: 
 
1. Identificar as temáticas do curso de Geografia Urbana do Brasil 
2. Identificar como a Geografia Urbana do Brasil se constituiu processualmente, isto 
é, que a realidade urbana atual do país foi se constituindo historicamente; 
3. Identificar a natureza social dos problemas urbanos 
4. Identificar as relações existentes entre as urbanizações brasileira e mundial 
 
Introdução 
 2
 
Nesta aula inicial você terá contato com um apanhado geral do que se constituirá a 
disciplina de Geografia Urbana do Brasil. É preciso saber, primeiramente, que a 
leitura atenta, a resolução dos exercícios e desafios propostos levarão ao domínio 
da Geografia Urbana do território brasileiro. 
 
Como, por exemplo, passamos do cenário apresentado na figura 1.1 da cidade de 
Ouro Preto - MG, formada no período colonial, para outro apresentado na figura 2 
da grande metrópole de São Paulo? 
 
 
 
FIGURA 1.1 – Ouro Preto, Minas Gerais. 
 
Original em: http://www.freeimages.com/photo/110900 
 
 
 3
 
 
FIGURA 1.2 – SÃO PAULO ATUAL 
 
Original em: 
https://www.flickr.com/photos/stankuns/11938799326/in/photolist-7v1gBr-
8F6JgF-85w89b-7xPiVh-fy7Wfq-dJ2Ngd-fyybDP-iZo1tr-4AhdRf-6Kk1Ju-
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gKDXx5-4AhdHC-nF1SJf-n2EDm 
 
Isso se explica temporalmente, pela evolução processual por que passou a 
sociedade brasileira e sua acelerada urbanização. Por outro lado observe a imagem 
seguinte (1.3). O que podemos constatar de sua observação? A desigualdade 
sócioespacial das cidades brasileiras: prédios de classe média dividindo o espaço 
com favelas, ou seja, que há disparidades sociais na sociedade brasileira e que 
estas se refletem em nossas cidades... 
 
 4
 
 
FIGURA 1.3 - Praia de Cobacabana, Rio de Janeiro/RJ. Um dos lugares onde as 
disparidades sociais de nossa sociedade são mais gritantes. 
 
Fonte: Por Amadeu Júnior, (CC BR-NC-AS 2.0). 
 
Original em: https://www.flickr.com/photos/amadeujr/3073831286/in/set-
72157610512275105/ 
 
Outra coisa que podemos observar estudando as cidades brasileiras: é que há 
cidades de diversos tamanhos, pequenas, médias e grandes. As maiores 
denominamos metrópoles e que nessas observamos diversos municípios 
praticamente interligados, formando um único “organismo” urbano. “Organismo” no 
sentido de que funcionam interligadamente. A esse grande crescimento das cidades 
chamamos de “metropolização”. 
 
 5
Por outro lado dentro das cidades ou das regiões metropolitanas podemos observar 
o deslocamento diferencial de acordo com o horário. Podemos observar esse 
fenômeno no transporte coletivo das cidades brasileiras. Pela manhã os ônibus e 
trens estão cheios no sentido periferia-centro e no final da tarde no sentido contrário. 
Muitas vezes esses deslocamentos são para os municípios do entorno das 
metrópoles, chamados, algumas vezes, por essas características de “cidades-
dormitórios”. 
 
Inicio do verbete 
 
Cidades-dormitório são áreas residenciais com elevada proporção de pessoas que 
realizam suas atividades cotidianas (trabalho, estudo ou lazer) em outra cidade, 
geralmente na sede metropolitana, originando os fluxos de deslocamento pendular 
(OJIMA Et. al, 2010, p. 396) 
 
Final do verbete 
 
São questões como estas que serão desenvolvidas durante o curso e que nesta 
primeira aula você terá uma visão geral do conteúdo da disciplina. Espero que você 
aproveite! Vamos começar? 
 
1 - O fenômeno urbano no Brasil 
 
Os estudos sobre cidades dentro da geografia têm larga tradição, tanto na geografia 
mundial, quanto na brasileira. Segundo Pedro de Almeida Vasconcelos (1994) a 
geografia, vista como um todo, trataria: 
1. Do estudo da superfície terrestre; 
2. Do estudo da paisagem; 
3. Do estudo da individualidade dos lugares; 
 6
4. Do estudo da diferenciação de áreas; 
5. Do estudo das relações entre o homem e o meio ou entre sociedade e 
natureza; 
6. Do estudo do espaço; 
7. Da análise espacial; 
8. Do estudo da sociedade através de sua organização espacial. 
 
É importante destacar que “em qualquer desses objetos indicados, a cidade pode 
ser considerada como campo de análise da geografia. Isso porque as cidades 
sempre foram uma das formas mais tradicionais de assentamento humano através 
da história, aumentando muito sua importância a partir da revolução industrial que 
ocorreu a partir do século XVIII na Inglaterra, espalhando-se por todo o mundo a 
partir de então. 
 
Porém quando a geografia é implantada como disciplina científica, não é de 
imediato que o assunto é tratado no âmbito da geografia clássica. Segundo Maurício 
de Almeida Abreu (1994) é, sobretudo, a partir do conceito de posição/situação 
que a cidade entra no temário geográfico moderno, a partir da influência de Friedrich 
Ratzel, que tem nesse conceito uma das bases fundamentais de toda a sua obra, 
sobretudo de sua “Geografia Política”. 
 
Boxe de Verbete 
 
Posição/Situação: “’Onde’, como o ponto de referência é fundamental ao 
pensamento geográfico. As expressões ‘localização’, ‘posição’, ‘situação’, ‘local’, 
‘distribuição’ e ‘disposição’ são as mais freqüentes na literatura geográfica. 
Relacionam-se, todas, com a colocação das coisas sobre a superfície terrestre. (....) 
‘Situação ” refere-se à localização de um lugar, em relação a outros: o lugar visto 
em interação com outros lugares” (BROEK, 1976, p. 45-46). 
 
 7
Fim do boxe 
 
Quando a geografia se institucionaliza como disciplina universitária, se contrapõem 
as escolas alemã e francesa de geografia. Friedrich Ratzel era o principal expoente 
da escola alemã. Ja na escola francesa, o principal nome é Vidal de La Blache, que 
enfatizava o conceito de “sítio”. Ainda em uma abordagem naturalista, mas a cidade 
já simbolizando a vitória da “vontade humana” sobre a natureza (ABREU, 1994). 
 
Boxe de Explicação 
 
Localização absoluta (sítio) e localização relativa (posição geográfica) 
 
A localização de cada cidade implica em duas escalas espaciais: uma se refere à 
localização absoluta (o sítio) e a outra em localização relativa, que se refere à 
posição geográfica. A localização absoluta, o sítio, é o chão sobre o qual a cidade 
se estende. Já a localização relativa ou posição geográfica refere-se à situação 
locacional de uma cidade em relação à aspectos externos a ela, envolvendo o 
conteúdo natural e social das áreas circunvizinhas. (CORRÊA, 2004, p. 317). 
 
Fim do boxe 
 
Prevalece, até o início do século XX, uma abordagem naturalista nos estudos sobre 
cidades dos geógrafos franceses. Podemos citar aqui Jean Brunhes que define a 
cidade “... como uma ‘espécie de organismo vivo ao qual se aplicam os métodos 
comparativos das ciências da observação” (ABREU, 1994, p. 203). 
 
No processo de implantação da geografia no Brasil, contamos com a colaboração 
de geógrafos franceses que realizaram trabalhos importantes sobre o Brasil e sobre 
suas cidades. Pode-se destacar Pierre Deffontaines, discípulo de Jean Brunhes, 
que traz em sua formulação a visão naturalista da geografia francesa. É dele o 
 8
estudo clássicosobre “Como se constituiu no Brasil a rede das cidades”, do qual 
falaremos mais adiante. Porém antes disso Carlos Delgado de Carvalho já 
disseminava as idéias da geografia francesa no país. No entanto, a chegada dos 
mestres franceses para a criação da Universidade de São Paulo e da Universidade 
do Distrito Federal (Rio de Janeiro) acrescentou grande impulso à geografia de 
matriz francesa implantada no Brasil (ABREU, 1994, p. 205). 
 
No Brasil o fenômeno urbano aumentou sobremaneira após 1930, tido como o 
marco do processo de industrialização do país. Isso fez com que, a partir desta data, 
fosse aumentando rapidamente a percentagem de população urbana em 
contraposição à população rural. 
 
2 –O processo histórico da urbanização brasileira” 
 
Neste curso estudaremos a urbanização da sociedade brasileira e nessa primeira 
aula faremos um apanhado geral dos temas que serão estudados nos aulas 
posteriores. Também serão recordados alguns conceitos necessários. 
 
Na aula 2, denominado “O processo de urbanização no Brasil até o início do século 
XX”, falaremos sobre o processo de urbanização até 1930, período em que vigorou 
no país uma economia agro-exportadora, que manteve grande parte da população 
brasileira vivendo no campo. As cidades já existiram desde o início da colonização, 
servindo como “pontos de controle do território”. Nesse período, as cidades atuavam 
como locais preferenciais da atuação política que intermediava, através da Câmara 
das cidades e vilas, as ordens vindas de Portugal com os chamados “homens bons”, 
na verdade proprietários de terra que atuavam na Câmara e determinavam a 
execução das ordenações portuguesas. 
Nesse momento as cidades (e vilas) ainda eram muito pequenas, refletindo essa 
prevalência do rural sobre o urbano. Porém o número de cidades e vilas ia 
aumentando na medida em que o processo de ocupação das terras no interior do 
 9
país ia avançando. Aroldo de Azevedo, em seu estudo clássico “Vilas e Cidades do 
Brasil Colonial” mostra o progressivo avanço da colonização e como esse ia se 
espraiando para o interior a partir do litoral. 
 
É necessário destacar que a progressão da urbanização acontecia e se articulava 
com o sistema produtivo da colônia e com o aumento da população. Na medida em 
que os novos produtos de exportação eram incorporados ao sistema produtivo, 
novas áreas também iam sendo incorporadas e também o fenômeno urbano se 
estendia. Isso aconteceu, por exemplo, com a descoberta de ouro em Minas Gerais, 
que levou à ocupação dessas áreas e à formação de inúmeros núcleos urbanos. 
 
No século XIX são tomadas iniciativas para a imigração de população de origem 
europeia, que tiveram como objetivo: 
 
• Substituir a mão de obra escrava, que diminuía devido a uma série de 
dificuldades que se antepunham ao tráfico negreiro; 
• Atender ao objetivo ideológico de promover um “branqueamento” da 
população brasileira, pois era grande a quantidade de negros devido à 
escravidão vigente no país até 1889; 
• Ocupar áreas ainda não integradas ao sistema produtivo da época. 
 
Tais iniciativas também contribuíram para a expansão da urbanização em áreas, 
por exemplo, do sul do país. Já no final do século XIX, o Brasil sofre importantes 
transformações políticas e econômicas, que vão mudar a face do país. Com o final 
da escravidão em 1888 muda-se também o sistema político, com o final da 
monarquia e o início da República que ocorre no ano seguinte, em 1889. Essas 
grandes transformações também se refletem no plano econômico, com a crise do 
Encilhamento que se caracteriza como um período de crise econômica e 
especulação financeira. O final do século XIX e início do século XX coincidem com 
o crescimento das maiores cidades brasileiras, como o Rio de Janeiro, e a 
 10
implantação de reformas urbanísticas que procuravam adequá-la às necessidades 
de uma cidade. Reformas essas espelhadas naquelas ocorridas nas principais 
cidades européias, tendo como modelo a reforma Haussmann aplicada em Paris no 
século XIX. 
 
 
 
Imagem 1.x – Assinatura da Lei Áurea no Paço Imperial 
 
Fonte: Lago, Bia Corrêa do; Corrêa do Lago, Pedro. Coleção Princesa Isabel: Fotografia 
do século XIX. Rio de Janeiro: Capivara, 2008. ISBN 9788589063258 
Original em: 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/47/Povo_pa%C3%A7o_1888.jpg 
 
Inicio do verbete 
 
Encilhamento foi a crise econômica ocorrida no Brasil entre o final do Império e a 
proclamação da República (1889) como decorrência das políticas econômicas 
implantadas pelo ministro da fazenda, Ruy Barbosa, que causaram uma grande 
expansão financeira, com especulação, inflação e queda do valor da moeda, 
prejudicando as atividades econômicas e o cidadão comum. 
 
 11
Final do verbete 
 
A década de 1930 marca então o início da modernização brasileira, com nova 
ênfase na industrialização e na urbanização. Com isso iniciamos a aula 3, “O 
processo de concentração urbana e as metrópoles brasileiras, que apontará os 
principais fatores “processuais” da urbanização brasileira após o início efetivo da 
industrialização brasileira. 
 
Com a industrialização tanto das cidades, quanto do campo, ocorre o fenômeno 
denominado “êxodo rural”, com a expulsão da população que vivia no campo e sua 
transferência para as cidades, que passam por um processo de crescimento 
acelerado. Com isso se dá a “verdadeira inversão quanto ao lugar de residência da 
população brasileira” (SANTOS, 2005, p. 31). Segundo dados do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE, 2014), em 1940 apenas 31,2% da população 
residiam em áreas urbanas. Este percentual vai subindo sistematicamente até 
chegar a 84,36% no Censo Demográfico de 2010. 
 
 
 
Figura 1.4 – Gráfico mostrando o crescimento da população urbana brasileira 
entre os anos de 1940 e 2010 
 
 
 12
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 
 
Original em: http://goo.gl/l2maF9 
 
Em termos absolutos a população também cresce muito, passando de 41 milhões 
de habitantes no país em 1940 para 190 milhões no Censo Demográfico de 2010. 
Claro que a distribuição populacional não é igualitária entre as regiões, mas isso 
representa também o aumento da densidade demográfica no Brasil, que passa de 
4,84 habitantes por km² em 1940 para 22,43 habitantes por km² em 2010. Esse 
aumento brutal na concentração da população nas cidades e mesmo o aumento a 
que é submetida a população total do país impactam fortemente nas cidades 
brasileiras. 
 
O processo de urbanização acelerado e o aumento no tamanho das cidades levam 
a que algumas cidades ganhem cada vez mais importância por concentrarem mais 
população, maior quantidade de indústrias ou de comércio, maior importância 
política, por serem capitais, gerando assim a formação de metrópoles. 
 
Boxe de Explicação 
 
Metrópoles 
 
Segundo Moraes (2006, p. 23-24) “...a metrópole é uma forma histórica de 
organização do espaço geográfico. Um tipo específico de habitatr humano. A forma 
pela qual expressa o maior nível de adensamento populacional existente na 
superfície terrestre. Trata-se de uma massa contínua de ocupação humana e de 
edificações contíguas, sem paralelo no globo. Uma grande aglomeração de pessoas 
e de espaços socialmente construídos, de magnitude ímpar na história. O fato 
metropolitano, é, portanto, temporal e espacialmente singular, expressando uma 
particularidade do mundo contemporâneo. 
 13
 
A metrópole pode ser, assim, definida como um lugar, e, nesse sentido, pode ser 
associada hoje a uma escala da análise geográfica (que ocupa o ápice da hierarquia 
urbana). Presta-se a ser – por essa via – um qualificativo espacial atual: a escala 
metropolitana. Sendo um espaço específico, a metrópole pode ser analisada nas 
diferentes dimensões recobertas pela geografia: 
 
 - Posso falar de uma geografia econômica da metrópole, estudando suas 
funções produtivas (comercial,industrial e, cada vez mais, financeira e de serviços). 
A metrópole como um espaço de trocas, por excelência um lugar de atividades de 
circulação (mercantis e informacionais). E também um espaço básico da reprodução 
social, locus prioritário da economia ‘informal’; 
 
 - Pode-se estudar também, ainda no campo do diálogo entre geografia e 
economia, a valorização do espaço na metrópole, avaliando o comportamento 
próprio de seu mercado fundiário ou a lógica locacional das diferentes atividades 
em seu interior. As formas de uso e de renda da terra específicas podem emergir 
de visão que aborde o movimento econômico interno do espaço metropolitano; 
 
 - Posso falar de uma geografia política das metrópoles, enfocando, de um 
lado, a ação do Estado em sua produção, reprodução e organização, e, de outro, a 
atuação dos movimentos sociais em seu dinamismo com tais processos. Posso 
analisar a política urbana estatal (habitação, transporte, segurança, etc.) e a vida 
política dos atores sociais metropolitanos”. 
 
Fim do boxe 
 
Além dessa definição, pode-se destacar que a região metropolitana é um ente de 
gestão pública, regido por lei. Nesse sentido durante o regime militar, em 1973, é 
aprovado o I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND), que entre outras medidas 
 14
recomenda a criação de Regiões Metropolitanas, reconhecendo a importância 
crescente das cidades, não só como espaço de vivência, mas também de produção 
(GOUVÊA, 2005, p. 90). A partir da Constituição de 1988, a criação das regiões 
metropolitanas passa a ser prerrogativas dos Estados. 
 
O crescimento das principais cidades, que mais tarde se transformariam em 
metrópoles, pode ser apurado por alguns dados. A maior cidade em 1920 era o Rio 
de Janeiro, com uma população de 1.157.873 habitantes. Ela é ultrapassada por 
São Paulo em 1960, que nesta data registra 3.825.351 habitantes, contra os 
3.307.163 habitantes da cidade do Rio de Janeiro. O crescimento a partir daí é 
vertiginoso, chegando São Paulo em 2010 a 11.253.503 habitantes e a cidade do 
Rio de Janeiro a 6.320.446 habitantes. 
 
O grande crescimento das principais cidades brasileiras e sua importância no 
contexto nacional pode ser avaliado pelo dado que em 2010 as metrópoles 
brasileiras e suas regiões metropolitanas concentravam 37,5% da população 
brasileira. 
 
Atividade 1 – Atende ao objetivo 1 
 
Pesquise a data de fundação de sua cidade. Você consegue apontar, em sua 
cidade, aspectos que comprovem a afirmação de que as cidades brasileiras se 
formaram historicamente? 
 
(Diagramação: Favor deixar 10 linhas para a resposta) 
 
Resposta comentada: 
 
A partir da data de fundação de sua cidade você poderá ter uma idéia de quão antiga 
ela é. Mesmo que seja recente, ela pode ter sido desmembrada de um outro 
 15
município (como Búzios que já foi parte de Cabo Frio e Quissamã que se emancipou 
de Macaé) . No site IBGE CIDADES 
(http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php), você encontra informações sobre 
sua cidade e sobre seu histórico. Quanto a aspectos da história da cidade, você 
pode apontar casas, edifícios e igrejas antigas que demonstram o passado de sua 
cidade. 
 
Fim da Atividade 
 
3 –A metropolização no espaço brasileiro 
 
Essa dinâmica de formação de metrópoles ou processo de metropolitazação 
decorrente é abordado na aula 4, “A dinâmica das regiões metropolitanas no Brasil”. 
O grande crescimento urbano já assinalado na aula 3, leva ao surgimento de 
grandes cidades, de metrópoles e de regiões metropolitanas, reunido em torno de 
uma grande cidade uma série de outros municípios que passam a funcionar 
interligadamente, formando a “região metropolitana”. 
 
No Brasil as regiões metropolitanas contam com articulação para a execução 
conjunta de políticas urbanas, seja de transporte, seja pela articulação de áreas de 
ocupação e expansão. Veremos a legislação, sua implementação e como é a 
dinâmica populacional, econômica, de transportes, de efetiva interligação 
metropolitana. Analisaremos o caso concreto das duas maiores metrópoles, Rio de 
Janeiro e São Paulo, bem como as demais regiões metropolitanas, apontando 
tendências e similaridades entre os casos analisados. 
 
Por fim cabe destacar, que, como nos explica Sandra Lencioni, as elevadas taxas 
de urbanização no território brasileiro levam à uma “metropolização do espaço”, do 
conjunto do espaço brasileiro, imprimindo ao território “características que até então 
eram exclusivas da região metropolitana” (LENCIONI, 2003, p. 35). 
 16
 
O aumento das metrópoles em contraposição às demais cidades, colocando-as sob 
a influência das metrópoles nacionais ou regionais gera a formação de uma “rede 
urbana”, tema da aula 5, denominada “Configurações da rede urbana brasileira”. 
 
Uma rede urbana se constitui enquanto hierarquia entre os lugares, com as 
metrópoles nacionais influenciando praticamente todo o país e as metrópoles 
regionais influenciando suas respectivas regiões e assim sucessivamente. Até a 
menor cidade influencia o seu entorno imediato, mormente áreas rurais. Indica a 
subordinação existente entre metrópoles, cidades médias e cidades pequenas. 
 
Segundo classificação do IBGE realizada em 2007 (IBGE, 2008), a rede urbana 
brasileira pode ser assim caracterizada: uma grande metrópole nacional (São 
Paulo), duas metrópoles nacionais (Rio de Janeiro e Brasília), nove metrópoles 
(Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e 
Porto Alegre), setenta capitais regionais, centro e sessenta e nove centros sub-
regionais, 556 centros de zona e as demais 4.473 cidades aparecem como centros 
locais. Como se pode perceber, a rede urbana se configura enquanto uma 
hierarquia urbana, demarcando a subordinação entre metrópoles, cidades médias 
e cidades pequenas. 
 
 17
 
Figura 5 – A hierarquia urbana brasileira 
 
Esse grande crescimento não foi acompanhado por uma explosão das metrópoles, 
pelo contrário, os dados apontam para a diminuição do ritmo de crescimento das 
grandes cidades, no que Milton Santos chamou de “involução metropolitana”. Esse 
fenômeno pode estar relacionado a uma desconcentração econômica, com muitas 
indústrias deixando São Paulo devido à suas deseconomias de aglomeração. Esse 
é o assunto da aula 6, “Involução metropolitana, desmetropolização e a dinâmica 
das cidades médias no Brasil”. 
 
Boxe Explicativo 
 
Deseconomias de aglomeração 
 
A excessiva centralização das atividades econômicas nas metrópoles causa 
“desvantagens” ocasionadas por essa centralização, tais como: 
 
1. Aumento constante do valor da terra, impostos e aluguéis, afetando certas 
atividades que perdem capacidade de se manterem localizadas na Área Central. 
 18
2. Congestionamento e alto custo do sistema de transportes e comunicações, que 
dificulta e onera as interações entre as firmas; 
4. Dificuldade de obtenção de espaço para expansão; 
5. Restrições legais implicando na ausência de controle do espaço; 
6. Ausência ou perda das amenidades, afetando atividades e população de alto 
status, mas também deve-se às pressões contra determinados tipos de uso da terra, 
com indústrias poluentes, por exemplo (CORRÊA, 2001, p. 125). 
 
Fim do boxe 
 
Verbete 
 
Milton Santos (1926-2001) é considerado por muitos o mais importante geógrafo 
brasileiro de todos os tempos. Produziu uma vasta e fecunda obra, trabalhou em 
diversos países (Europa, América e África), muito contribuindo para a teorização do 
espaço geográfico e da urbanização. 
 
 
 
Fonte: "Milton Santos (TV Brasil)" por TV Brasil - Conexão Roberto D'Avila - episódio 
"Uma homenagem a Milton Santos". Licenciado sob Creative Commons Attribution 
3.0-br, via Wikimedia Commons – 
 
 19
Original em: 
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Milton_Santos_(TV_Brasil).jpg#medi
aviewer/Ficheiro:Milton_Santos_(TV_Brasil).jpg 
 
Fim do verbeteMilton Santos criou vários termos (“involução metropolitana”, “desmetropolização”, 
“dissolução” da metrópole) para designar o mesmo fenômeno, a diminuição relativa 
da importância das metrópoles brasileiras. Por um lado o fenômeno está associado 
ao movimento de concentração-dispersão, próprio da dinâmica territorial, mas que 
no período histórico atual, a descentralização se impôs, ganhando maior 
importância e atingindo áreas mais vastas (SANTOS, 2005, p. 99-100). 
 
O fenômeno se associa, portanto, à fuga de atividades para fora das metrópoles, 
gerando o processo de desconcentração econômica, principalmente industrial. Essa 
desconcentração industrial leva também população a estas cidades ou impede a 
saída de população rumo aos grandes centros. 
 
Esse processo então gera novas centralidades que podem ser associadas a um 
fenômeno contemporâneo, que é o grande crescimento das cidades médias, que 
cada vez mais ocupam um lugar de destaque na rede urbana brasileira. 
 
O papel das metrópoles permanece muito importante, mas cresce também a 
importância destas cidades “intermediárias” ou cidades médias como um elo de 
ligação entre as metrópoles e as cidades pequenas. Sua importância não está 
ligada unicamente ao tamanho populacional, mas também às suas funções de 
centralidade, seu papel na hierarquia urbana, sua extensão física, suas 
características funcionais e econômicas (BRANCO, 2006, p. 245-246). 
 
 20
O aumento do papel das cidades médias também reflete o crescente papel das 
novas tecnologias, que dispensam a grande concentração de atividades produtivas 
nas grandes metrópoles. O fenômeno então está também ligado aos processos de 
desconcentração industrial em curso nas últimas décadas. Serão então estudadas 
as condições de uma tipologia de cidades médias, seu papel na rede urbana 
brasileira e as características dessas cidades nas diversas regiões brasileiras. 
 
 
 
4 – A desigualdade socioespacial das cidades brasileira 
 
A aula 7 denominada “Desigualdades socioespaciais das cidades brasileiras” vai 
desenvolver o que já apontamos em relação às metrópoles brasileiras, mas que se 
estende às demais cidades, que é a desigualdade socioespacial. 
 
Como já apontado, as cidades brasileiras cresceram muito e de maneira 
desordenada. Isso as levou a concentrarem a riqueza proveniente das mais 
diversas atividades produtivas, assim como a pobreza proveniente do sistema 
econômico e do crescimento acelerado. As cidades, assim como as demais 
construções humanas, refletem as características do sistema econômico capitalista. 
O espaço podendo ser visto como um reflexo da sociedade. Desta maneira 
podemos observar na paisagem urbana a pobreza e riqueza do sistema econômico 
vigente. À isto chamamos de desigualdade socioespacial (ver figura 1.3). 
 
Roberto Lobato Corrêa nos ensina que, no espaço urbano da cidade capitalista 
ocorre uma série de processos sociais, entre os quais a acumulação de capital e a 
reprodução social. “Estes processos criam funções e formas espaciais, ou seja, 
criam atividades e suas materializações, cuja distribuição espacial constitui a própria 
organização espacial urbana” (CORRÊA, 1995, p. 36). Esses processos sociais 
 21
geram as formas espaciais (dentre elas a própria cidade) através de processos 
espaciais. 
 
Deste modo, através dos processos espaciais, surgem todas as formas espaciais 
responsáveis pela cidade capitalista: áreas comerciais e de serviços, industriais, 
bem como áreas residenciais. No caso específico das áreas residenciais tem grande 
importância o processo de segregação residencial, através do qual as diversas 
classes sociais vão se isolando através da capacidade diferencial de acesso à 
moradia. Há também aqueles que não possuem nenhuma capacidade financeira, 
constituindo o lumpemproletariado. 
 
Boxe de Verbete 
 
Lumpemproletariado - Segundo a sociologia marxista, grupo social proletário 
formado por pessoas que, por estarem fora do mercado formal de trabalho, vivem 
na mais profunda miséria, sendo destituídos de qualquer tipo de consciência de 
classe (IDICIONÁRIO AULETE, 2014) 
 
Fim do Boxe 
 
Deste modo a cidade vai se constituindo de forma desigual, com áreas ricas, áreas 
de classe média e outras de pobres e excluídos. Analisaremos como isso acontece 
nos cidades brasileiras, obedecendo a mesma classificação apontada 
anteriormente entre metrópoles, cidades médias e cidades pequenas. No Brasil um 
dado importante é também a desigualdade regional, com a maior parte das riquezas 
se concentrando no chamado Centro-Sul do país. Essa desigualdade regional 
também será analisada no que tange ao seu papel para a desigualdade urbana. 
 
Essa desigualdade socioespacial será aprofundada na aula 8, “Segregação e 
pobreza urbana” que procura mostrar como as características de um país 
 22
subdesenvolvido, como o Brasil, se refletem no espaço urbano. Fenômeno 
característico de países subdesenvolvidos, mas que também ocorre nos países 
desenvolvidos, a pobreza urbana adquire contornos dramáticos de exclusão social 
e esta tende a se reproduzir em um ciclo contínuo de pobreza e mais exclusão. Sua 
característica espacial é a ocorrência do processo da favelização, que afeta todas 
as metrópoles brasileiras, bem como as cidades médias e pequenas. 
 
Milton Santos em seu livro “Pobreza Urbana” (2009) procura discutir seu significado 
e causas, principalmente em relação aos países subdesenvolvidos. Em sua análise 
procura discutir a pobreza em suas possíveis relações com o circuito inferior da 
economia urbana. 
 
Boxe Explicativo 
 
Circuitos inferior e superior da economia urbana 
 
Milton Santos em sua obra “O Espaço Dividido: os dois circuitos da economia 
urbana dos países subdesenvolvidos” (2004) apresenta uma formulação teórica 
inovadora. Essa formulação é construída considerando as especificidades do 
espaço urbano dos países subdesenvolvidos. Sua consideração é que a cidade dos 
países subdesenvolvidos não é um bloco maciço, então sua economia urbana é 
constituída por dois circuitos: o circuito superior, que se origina-se da modernização 
tecnológica e seus elementos mais representativos são os monopólios. O essencial 
de suas relações se encontra fora da cidade/região, muitas vezes no exterior. Já o 
circuito inferior apresenta atividades de pequena dimensão e interessando 
principalmente às populações pobres. Encontra-se bem enraizado nas cidades, 
mantendo relações privilegiadas com a região. Compreende: fabricações 
tradicionais, como o artesanato, transportes tradicionais, prestação de serviços,etc. 
Porém não se confunde com o chamado “mercado informal”, tendo relações com o 
circuito superior da economia urbana. 
 23
 
Fim do boxe 
 
Como já citado anteriormente a pobreza urbana também se relaciona com as 
desigualdades regionais, mas através do fenômeno das migrações entre as 
diversas regiões brasileiras acaba se manifestando de maneira mais grave nas 
grandes metrópoles do Centro-Sul brasileiro. 
 
5 – Movimentos Sociais e a luta pelo Direito à Cidade] 
 
A aula 9 abordará “A luta pelo direito à cidade no Brasil”. As extremas desigualdades 
existentes nas cidades brasileiras, leva a que movimentos sociais organizados 
lutem por condições mais dignas de moradia e para que a ênfase das políticas 
públicas não seja apenas voltada para a valorização dos capitais imobiliários. 
 
Essas reivindicações tiveram seu ápice em junho de 2013, com grandes 
manifestações em todo o país. As reivindicações dos movimentos por moradia e 
pela democratização do transporte podem ser resumidas através do conceito de 
direito à cidade. 
 
Henri Lefebvre, formulador desse conceito, contrapõe o valor de uso da cidade (a 
cidade, a vida urbana, o tempo urbano) e o seu valor de troca (a compra e venda 
dos espaços, dos produtos, dos bens). O direito à cidade seria o direito à priorização 
do valor deuso, o direito à vida urbana renovada e transformada e com a inscrição 
no espaço de um tempo promovido á bem supremo entre os bens (LEFEBVRE, 
2001, p. 117-118). 
 
No próprio texto do “Estatuto da Cidade” está consignado que “garantia do direito a 
cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao 
saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços 
 24
públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações...” 
(ESTATUTO DA CIDADE: GUIA PARA IMPLEMENTAÇÃO PELOS MUNICÍPIOS E 
CIDADÃOS, 2002), o que já confirma que o conceito de Lefebvre, de uma cidade 
para seus moradores e não para o capital (imobiliário) está presente nos que 
pensam a política da cidade. 
 
Aí então entram as estratégias de movimentos sociais de luta principalmente pela 
moradia, como o “Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto” e demais “grupos 
sociais excluídos”, denominação utilizada por Corrêa (1995) para um dos agentes 
modeladores do espaço urbano, ao lado dos proprietários dos meios de produção, 
dos proprietários fundiários, os promotores imobiliários e o próprio Estado. 
 
Esses movimentos que envolvem estratégias de ocupação de imóveis não utilizados 
no espaço urbano, dando-lhes uma função social, ocorre em maior grau nas 
grandes metrópoles, onde as distâncias e as dificuldades de transporte fazem com 
que seja imperiosa a busca por moradias mais próximas dos locais de trabalho. As 
principais áreas visadas estão nos centros das grandes cidades, que estão 
próximas das áreas comerciais e de serviços e dispõem de imóveis abandonados. 
 
A luta dos movimentos sociais organizados também pressiona pela implementação 
de políticas públicas favoráveis ao direito à cidade. Porém grupos imobiliários e 
empresariais pressionam para que suas demandas de valorização capitalista 
também sejam atendidas. O fórum desta disputa que contrapõe, como já dito, valor 
de uso versus valor de troca é o próprio Estado e seus órgãos legislativos. 
Destacaremos aqui questões relativas às legislações pertinentes ao espaço urbano, 
juntamente com as diversas estratégias de planejamento urbano implementadas 
pelos municípios brasileiros. 
 
 25
 
 
Figura 1.5 – Manifestação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) em 
frente à Câmara Municipal de São Paulo, no momento em que era votado o novo 
Plano Diretor da Cidade de São Paulo no dia 30/06/2014. 
 
Fonte: “Vitória do MST” por Ninja Midia (CC BY-NC-AS 2.0). 
 
Original em: 
https://www.flickr.com/photos/midianinja/14552402265/in/photolist-nTsscn-
oaNJNY-oaNKu7-oaNJiQ-nTsysC-nTseu9-oaWSck-o8UMhY-ocHSNH-
oaSdRJ-oaDxtt-2La821/ 
 
Muitas dessas lutas sociais estão associadas à mudança/implementação dos 
mecanismos da legislação urbana. Esse é o assunto da aula 10 “Marcos legais 
 26
para o planejamento urbano no Brasil”, em que as questões relacionadas à 
legislação aplicada às cidades brasileiras serão detalhados. 
 
Na constituição de 1988 houve a aceitação de demandas de movimentos sociais e 
a aprovação do “Estatuto da Cidade”. Porém sua regulamentação demorou 13 anos, 
o que demonstra a série de desafios para sua efetiva vigência. Mesmo aprovado, 
muitas das suas medidas de cunho social dependem de condicionantes, como a 
exigência de um “Plano Diretor” para cidades com mais de 20.000 habitantes. O 
plano diretor se constitui em um conjunto de normas que orientam e disciplinam a 
ocupação do espaço urbano. 
 
Tais legislações são também conquistas dos movimentos urbanos, porém sua 
efetiva implementação depende da luta política, não sendo de aplicação imediata, 
por isso a luta dos movimentos sociais urbanos é fundamental para que avanços 
ocorram (vide figura 1.5). 
 
Assunto de muita importância no estudo das cidades brasileiras é a questão da 
“mobilidade urbana”, assunto da aula 11 (Mobilidade urbana nas cidades brasileiras) 
As grandes manifestações que ocorreram em todo o país em junho de 2013 tiveram 
como detonador a questão do transporte público, submetido, à décadas, à lógica de 
mercado. Surgiram propostas para democratizar o transporte e até propostas de 
que todo o transporte público nas grandes cidades brasileiras fosse totalmente 
custeado pelo poder público (movimento passe livre), por sua grande importância 
na reprodução da classe trabalhadora. 
 27
 
 
 
Figura 1.6 – Manifestantes no teto do Congresso Nacional em 17 de Junho de 2013 
 
Fonte: "ABr17062013JFC2558" por Jose Cruz/ABr - Agência Brasil. Licenciado sob 
Creative Commons Attribution 3.0-br, via Wikimedia Commons - 
 
Original em: 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fe/ABr17062013JFC2558.jpg 
 
A aula então busca analisar a gestão da mobilidade urbana nas cidades brasileiras, 
desde iniciativas pioneiras de interligação do transporte público, caso de Curitiba, 
até outras iniciativas como a da cidade de São Paulo de um bilhete único de 
interligação. Apesar de iniciativas como estas o quadro do transporte público no pais 
deixa a desejar, ainda mais que as cidades brasileiras cresceram sem um real 
política pública de expansão, crescendo horizontalmente o que aumentou as 
distâncias e os custos de deslocamento, principalmente para a classe trabalhadora, 
 28
mas também para a classe média, que se vê cada vez mais atrapalhada em sua 
mobilidade pelos congestionamentos recorrentes. 
 
 
 
Figura 1.7– Engarrafamento do Vale do Anhagabaú – São Paulo. 
 
Fonte: "Congestionamento no Vale do Anhagabaú" por Henrique Boney - Obra do 
próprio. Licenciado sob Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0, via 
Wikimedia Commons 
 
Original em: 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ab/Congestionamento_no_
Vale_do_Anhagaba%C3%BA.JPG 
 
 
Essa cidade como campo de disputas entre a lógica privada e os movimentos 
sociais organizados, esconde uma cidade hegemonizada pelo capital. As cidades, 
principalmente as metrópoles são pólos de atração de capital e participam de uma 
 29
rede mundial de cidades, que concentram os principais centros decisórios do 
capitalismo mundial. Essas questões serão discutidas na aula 12, “A inserção do 
Brasil na rede de cidades mundiais”. 
 
6 – A inserção brasileira na rede mundial de cidades 
 
O capitalismo atual passa por um aumento de revalorização espacial e com essa 
revalorização aumenta também a importância das cidades. Grandes cidades do 
mundo inteiro que passaram por períodos de decadência como foi o caso de Nova 
Iorque, retomaram seu protagonismo e se firmaram como grandes centros da 
economia mundial. Muito desse protagonismo passa pela promoção das cidades, 
de um marketing das cidades, ou city marketing, entendido “como instrumento 
necessário à busca de ‘um lugar ao sol’ para as cidades, no processo da 
globalização. Com efeito, as cidades passam a ser cada vez mais tratadas como 
produtos para ser vendidos e o marketing é utilizado como fundamental instrumento 
para aumentar a capacidade de atração do ‘produto cidade’” (SÁNCHEZ, 1999, p. 
118). 
 
 
 
Figura 1.8 – Nova Iorque, uma das maiores e mais importantes metrópoles do 
mundo. 
 
 30
Fonte: "New York Midtown Skyline at night - Jan 2006 edit1" por Diliff - Obra 
do próprio. Licenciado sob Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0, via 
Wikimedia Commons – 
 
Original em: 
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:New_York_Midtown_Skyline_at_nigh
t_-
_Jan_2006_edit1.jpg#mediaviewer/File:New_York_Midtown_Skyline_at_night
_-_Jan_2006_edit1.jpg 
 
Além disso, em praticamente todas as cidades brasileiras existem empresa 
multinacionais, ao menos como franquias, como é o caso de redes como Bob’s, 
Mcdonalds e de refrigerantes como Pepsi-Cola e Coca-Cola. Elas são a face visível, 
em nossas cidades, do processo de globalização, da mundialização da economia. 
 
BOXE EXPLICATIVO 
 
Cidades Mundiais 
 
A discussão que se desenvolve atualmente sobre as grandescidades mundiais, ou 
cidades globais, está centralizada nas teses de Sassen (1998), envolvendo, 
fundamentalmente, Nova Iorque, Londres e Tóquio. Porém outras cidades vêm 
sendo consideradas nesse rol, e a discussão abre-se para dois pontos: quais são 
efetivamente as cidades que podem ser chamadas de globais? E, sobre os efeitos 
polarizadores no nível das estruturas sociais e dos espaços urbanos, eles não 
estariam ocorrendo em outras grandes cidades, mesmo fora desse circuito global? 
É importante, portanto, delimitar as diferentes dimensões do urbano que estão 
envolvidas na polêmica. Assim, temos as cidades globais, que são os centros 
fundamentais nos novos circuitos do capital, e as metrópoles, ou grandes cidades 
em geral, que constituem as concentrações urbanas que podem ser encontradas 
 31
em vários países, como são exemplos, na América Latina, as cidades do México, 
de Buenos Aires, de São Paulo e do Rio de Janeiro. Em relação à hierarquia urbana 
do Brasil, a noção de metrópole vem sendo estendida para o que conhecemos como 
áreas metropolitanas (BARCELLOS, MAMMARELLA, 2001, p. 248). 
 
 
 
Figura 1.9 – Tóquio, a capital do Japão. Sua Região Metropolitana possui mais de 
37 milhões de habitantes, sendo a área urbana mais populosa do mundo. 
 
Fonte: "Skyscrapers of Shinjuku 2009 January" por Morio - Obra do próprio. 
Licenciado sob Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0, via Wikimedia 
Commons – 
 
Original em: 
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Skyscrapers_of_Shinjuku_2009_Jan
uary.jpg#mediaviewer/File:Skyscrapers_of_Shinjuku_2009_January.jpg 
 
FIM DO BOXE 
 
 32
Atividade 2 – Atende ao Objetivo 2 
 
Quais seriam as formas para alterar vários dos “problemas urbanos” apontados para 
as cidades brasileiras? Você sabe a importância da Câmara de Vereadores para a 
resolução de vários desses problemas? Você sabe se sua cidade tem um plano 
diretor? 
 
(Diagramação: Favor deixar 10 linhas para resposta) 
 
Resposta comentada: 
 
Muitos desses problemas tem origem no próprio sistema capitalista em que 
vivemos, mas vários poderiam ser minimizados politicamente através dos 
vereadores de sua cidade. Ocorre que estes atendem à demandas que não 
necessariamente são àquelas da população. Portanto é necessária a mobilização 
popular, para que estes legisladores criem e apliquem planos diretores que 
diminuam muitos desses problemas. Se sua cidade tem mais de 20 mil habitantes 
ela deverá ter um plano diretor. Ocorre que nem todas ainda o fizeram. Se informe 
sobre o andamento do plano diretor de sua cidade. 
 
FIM DA ATIVIDADE 
 
No Brasil São Paulo e Rio de Janeiro cumprem esse papel de cidades mundiais, 
conectando a rede urbana brasileira ao restante do mundo. Nesse tópico também 
inserimos a discussão da realização no país de grandes eventos políticos, 
principalmente na cidade do Rio de Janeiro, que além da Copa do Mundo de 2014 
também sediará as Olimpíadas de 2016, gerando grandes transformações urbanas 
e adequação da metrópole carioca à possibilidade de uma maior inserção mundial 
gerada pela valorização de sua paisagem e também de seu espaço urbano. 
 
 33
Estas transformações fazem a ponte com a aula 13, “Projetos de requalificação 
urbana nas cidades brasileiras” em que se discute essa transformação das cidades 
através de sua revalorização como produto turístico através do processo de 
gentrificação e da valorização de aspectos da história urbana daquela localidade. 
A homogeneização gerada pela globalização gera a busca pela diferenciação 
através da memória da cidade, do resgate de seu patrimônio arquitetônico. Esse é 
um movimento que atinge várias cidades com a valorização das “cidades históricas” 
que preservaram muito de suas construções pretéritas, mas também gerando 
movimentos de recriação de uma memória inventada. É a mercantilização da 
paisagem que se faz por duas vias principais: pela revalorização de paisagens 
antigas e pela criação de novas paisagens (CORRÊA, s/d). 
 
Verbete 
 
Gentrificação: ação ou resultado de gentrificar; retorno à condição de nobre; 
processo de recuperação do valor imobiliário e de revitalização de região central da 
cidade após período de degradação; enobrecimento de locais anteriormente 
populares (IDICIONÁRIO AULETE, 2014). 
 
Fim do Verbete 
 
Assim nessa aula serão analisados os casos das cidades históricas mineiras, mas 
também de outras regiões brasileiras (São Luis, Recife, Salvador, etc.), bem como 
projetos como o da transformação radical do porto da cidade do Rio de Janeiro 
(Projeto Porto Maravilha) e da cidade de Curitiba, dentre outras. Tais projetos de 
valorização urbana se inserem em uma tendência de transformação das cidades 
para o turismo e para a promoção de negócios, gerando impactos, de maior ou 
menor grau, nas demais cidades brasileiras. 
 
Atividade 3 (atende ao objetivo 3) 
 34
 
Existe relação entre as cidades brasileiras e outras cidades do mundo? Justifique. 
 
(Diagramação: Favor deixar 5 linhas para a resposta) 
 
Resposta comentada: 
 
Sim, pois A chamada globalização da economia atua através das cidades 
(mundiais). Mas também em todas as cidades brasileiras há produtos ou empresas 
cujas sedes estão em outros países, o que demonstra que as relações não se 
limitam apenas às metrópoles, mas, levando em conta as redes urbanas, acabam 
atingido o mais diversos cantos do Brasil. 
 
Fim da atividade 
 
7. Problemática ambiental nas cidades brasileiras 
 
No aula 14 abordaremos a “Problemática ambiental nas cidades brasileiras”. A 
discussão de temas ambientais é recorrente nos dias atuais, em que enfrentamos 
uma crise ecológica em vários aspectos da vida humana. Associado à questão 
ambiental está o conceito de “desenvolvimento sustentável”. Mesmo esse conceito 
sendo utilizado, no discurso oficial, como um meio de ocultar as contradições de 
classe (RODRIGUES, 2005), é patente que o capitalismo tem levado ao 
esgotamento de muitos recursos naturais e à uma crise ecológica que se materializa 
na produção de resíduos lançados na natureza e também à mudanças climáticas, 
por exemplo. 
 
Isso se reflete nas cidades reduzindo a qualidade de vida pela poluição (e até o 
tempo de vida) e pela escassez de certos recursos naturais necessárias à vida (por 
exemplo, a crise de abastecimento de água para a cidade de São Paulo em 2014). 
 35
As iniciativas para uma melhor gestão ambiental das cidades ainda são tímidas. 
Mesmo a separação e coleta do lixo reciclável não é feita na maior parte do país. 
Questões sanitárias primordiais para a saúde da população, como abastecimento 
regular de água potável e saneamento básico ainda não são estendidos a todas as 
cidades, fazendo com que os índices de mortalidade infantil sejam altos. Portanto 
nesse aula será abordado o tratamento dado à problemática ambiental nas cidades 
brasileiras, analisando a situação nas metrópoles e nas cidades médias e pequenas 
e as conseqüências resultantes da desigualdade regional brasileira. 
 
 
 
Figura 1.10 – Lixão à céu aberto em Taguatinga/DF 
 
Fonte: Foto por João Guilherme de Carvalho, (CC BY-NC 2.0). 
 
Original em: https://www.flickr.com/photos/jotagedf/5855212787/in/photolist-
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8 - Dinâmica recente da urbanização brasileira 
 
Na aula 15, “Dinâmica recente da urbanização brasileira”, faremos um balanço das 
informações apresentadas em todo o curso e serão analisadas as tendências mais 
recentes da urbanização brasileira, apontando caminhos para a reflexão urbana 
dentro da geografia. 
 
ConclusãoComo você pode perceber, apontamos os principais elementos que estudaremos 
em todo o curso, aula por aula. A idéia é desenvolver, através dos tópicos 
apontados, elementos para que a Geografia Urbana do Brasil passe a ser 
compreensível e sirva como instrumental para sua futura atuação como profissional 
da geografia. 
 
Atividade Final – Contempla todos os objetivos 
 
Com base na aula, reflita sobre a cidade em que vive, apontando de que modo os 
“problemas urbanos” apontados na aula, como falta de serviços públicos, 
favelização, pobreza urbana, falta de segurança pública, falta de saneamento, etc. 
se relacionam com a sua cidade e à sua vida cotidiana. 
 
(Diagramação: Favor colocar 15 linhas para resposta) 
 
Resposta comentada: 
 37
 
Se você vive em uma grande cidade, provavelmente vivencia as questões 
apontadas no texto, como a desigualdade socioespacial, a favelização, a violência, 
a falta de mobilidade urbana, problemas de saneamento, a questão da destinação 
do lixo urbano. Tudo potencializado pelo tamanho da cidade e suas grandes 
distâncias. Se você vive em uma cidade média várias das questões apontadas 
também estarão presentes, apenas que em uma escala menor. E se você vive em 
uma cidade pequena talvez muitos dos problemas apontados não façam parte de 
sua realidade, mas alguns já estarão presentes, visto que não vivemos em uma ilha 
e os problemas das grandes cidades se expandem até às cidades menores. 
 
Fim da atividade 
 
Resumo 
 
Nessa aula foram apresentados elementos para uma compreensão geral da 
disciplina de Geografia Urbana do Brasil. Foi mostrado como as cidades que temos 
hoje se formaram historicamente, atendendo a processos sociais e econômicos que 
levaram à grande concentração de população nas cidades brasileiras. Por um lado 
um processo de “metropolização” do espaço, em que as características das grandes 
cidades (metrópoles) foram se expandindo às cidades menores, por exemplo. Por 
outro o fortalecimento recente do fenômeno das cidades médias, contraponto ao 
crescimento exagerado das metrópoles brasileiras e aos problemas decorrentes 
deste crescimento. Foi mostrado como o conjunto das cidades brasileiras 
estabelece uma “rede urbana” interligada, que funciona como uma estrutura 
importantíssima para o funcionamento da sociedade brasileira. Em relação à 
estrutura interna das cidades brasileiras foram discutidas questões como a 
desigualdade socioespacial existente e a conseqüente pobreza e exclusão social 
que, infelizmente, caracterizam nossas cidades. A superação desta desigualdade 
passa pela luta por uma cidade em que não prevaleça apenas os interesses 
 38
capitalistas de reprodução do capital, mas também o “direito à cidade”, que a cidade 
seja feita para e por seus moradores. Aí entram as lutas de movimentos sociais para 
que os mecanismos existentes de planificação urbana sejam postos a serviço dos 
moradores de cada cidade. Para melhorar as condições de vida das populações 
urbanas é importantíssima a melhoria da mobilidade urbana, da construção de um 
sistema de transporte que atenda aos interesses da população e por um preço justo. 
Essa luta por uma cidade mais justa se contrapõe, como já dito, aos interesses 
capitalistas que a vêem como lócus privilegiado da reprodução capitalista. Deste 
modo também abordaremos a inserção das grandes cidades brasileiras na rede 
mundial de cidades, através das quais o capital, em nível internacional, realiza sua 
acumulação e valorização. As cidades procuram então se adequar aos novos 
tempos através de projetos de (re) qualificação urbana, que atendam aos novos 
interesses do capital. Contraponto a esse desenvolvimento urbano é a crise 
ambiental que vivemos, com questões como saneamento, processamento do lixo 
urbano e abastecimento de água sendo cada vez mais importantes, desafios a 
serem superados pelas cidades brasileiras e seus moradores. 
 
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Editores, 1976. 4. ed. 
 
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