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CONTESTAÇAO- CONDOMÍNIO 1211

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Acadêmica: Patrícia Oliveira Santos Rodrigues 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 2ª VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE RIO DE JANEIRO/RJ. 
 
 
 
 
CONDOMÍNIO BOSQUE DAS ARARAS, representado por 
Marcelo Rodrigues, com qualificação nos autos da AÇÃO 
INDENIZATÓRIA, movida por JOÃO, igualmente qualificada nos 
autos, vem por seu procurador signatário devidamente constituído 
pelo instrumento de mandato anexo, vem à presença de Vossa 
Excelência apresentar 
 
 CONTESTAÇÃO 
 
com fundamento nos artigos 335 e seguintes do Código de 
Processo Civil, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
1 – DOS FATOS: 
A autora moveu ação em desfavor do requerido alegando que foi atingindo 
por um pote de vidro, lançado do apartamento n° 601, do Edifício Condomínio 
Bosque das Araras, quando trafegava na rua. 
Argumenta que pelo impacto sofrido desmaiou e teve de ser socorrido por 
terceiros que ali passavam. Após, foi internado e realizou exames, sendo que 
necessitou intervenção jurídica. 
Aduziu que durante o período de internação não pode trabalhar, ficando com 
prejuízo de aproximadamente R$ 20.00,00 (vinte mil reais). 
Acadêmica: Patrícia Oliveira Santos Rodrigues 
Relatou que após a alta hospitalar voltou a trabalhar, mas novamente se 
sentiu mal necessitando de nova internação, ocasião em que foi descoberta uma 
infecção no crânio, causada pelo esquecimento de uma gase quando da realização 
da primeira cirurgia. 
Conforme consta da inicial, com esta segunda internação o autor teve de se 
manter afastados de suas atividades laborais por mais 30 (trinta) dias, restando com 
um prejuízo de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). 
Desta forma, ingressou o autor com a presente ação pleiteando o valor de 
R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de indenização por lucros cessantes e 50 
(cinquenta) salário mínimos a título de indenização por danos morais, em razão da 
violação de sua integridade física. 
Citado o réu, os autos vieram para Contestação, o que se faz 
tempestivamente. 
É breve o relatório. 
2. Preliminares 
2.1 Ilegitimidade do requerido 
Inicialmente, cumpre ao requerido alegar a sua ilegitimidade para responder 
a presente ação, nos termos do artigo 337,inciso XI do Código de Processo Civil, 
vejamos: 
“Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
[...] 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;” 
Conforme se verifica da inicial, o autor quando do ingresso com a ação já 
tinha conhecimento de qual apartamento do Edifício foi responsável pela queda do 
pote, que teria lhe causado os danos e prejuízos alegados na inicial, deveria, então, 
ter ingressado com a ação diretamente contra este proprietário, conforme dispõe o 
Código Civil a respeito, vejamos: 
Acadêmica: Patrícia Oliveira Santos Rodrigues 
“Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo 
dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em 
lugar indevido.” 
Conforme Gonçalves : 1
 
 
A responsabilidade recai sobre o habitante da casa, que não se 
escusa alegando que o ato prejudicial foi praticado por outra pessoa. 
Em relação às coisas e líquidos lançados ou caídos de edifícios, sem 
que se consiga apurar de qual apartamento tombou, a solução tem 
sido responsabilizar solidariamente todos os moradores. 
No caso dos autos, era de conhecimento da autora, o responsável pela 
queda do objeto, não devendo responder o condomínio. 
Neste sentido: 
RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. LESÕES 
DECORRENTES DE QUEDA DE OBJETO LANÇADO DE JANELA 
DE EDIFÍCIO. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE DE ONDE PARTIU A 
COISA. ​A responsabilidade civil calcada no disposto no artigo 
938 do Código Civil é objetiva, bastando ao seu reconhecimento 
a presença do liame causal entre o ato e o dano. ​Identificada a 
unidade autônoma de onde partiu o objeto que feriu o autor, não 
há como atribuir responsabilidade ao condomínio​, que apenas 
responderia no caso da impossibilidade de identificação do 
causador direto do dano. Transeunte atingido por um martelo 
caído da unidade 61 do Condomínio Edifício Regente. ​Dano 
moral por presunção. Ainda que tenha sido prestado efetivo socorro 
ao autor quando do acidente, resta claro que os acontecimentos 
fogem dos meros aborrecimentos. A dor física, o susto, os incômodos 
relativos ao tratamento/recuperação traduzem efetivo dano moral a 
ser compensado mediante indenização pecuniária Quantum fixado 
na sentença mantido (R$ 3.000,00). APELAÇÕES DESPROVIDAS. 
UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70062500616, Décima Câmara Cível, 
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, 
Julgado em 25/06/2015) (GRIFEI) 
 
Desta forma, resta clara a ilegitimidade do condomínio de responder pelo 
pleito indenizatório, uma vez que restou devidamente identificado o condômino 
responsável pelo lançamento do objeto, excluindo o condomínio de qualquer 
responsabilidade. 
1 ​Gonçalves, Carlos Roberto Direito das obrigações : parte especial : responsabilidade civil / Carlos 
Roberto Gonçalves. – 14. ed. – São Paulo : Saraiva, 2017. – (Coleção sinopses jurídicas; v. 6, t. II) 
Acadêmica: Patrícia Oliveira Santos Rodrigues 
 
3. Do direito 
Vencida a questão alegada em preliminar, imprescindível o conhecimento da 
improcedência da obrigação de indenização autor em relação aos danos sofridos em 
decorrência da segunda cirurgia, bem como em relação aos lucros cessantes uma 
vez que não houve a comprovação do requerido de que recebia média daqueles 
valores mensalmente. 
Inicialmente, destaca-se que tanto a violação física da segunda cirurgia, 
quanto os lucros cessantes advindos deste segundo período de internação, deu-se 
em razão de erro médico, ocorrido no Hospital do Município X, em razão do 
esquecimento de uma gase no interior do crânio do autor, e não pela queda do pote 
na cabeça do autor. 
Nestes termos, vejamos o que dispõe o Código Civil: 
“Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, 
as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros 
cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do 
prejuízo disposto na lei processual.” 
Assim, mesmo que se esteja devidamente identificado o responsável pela 
queda do pote de vidro, mas respondendo o condomínio a presente ação, deve-se 
apenas ser atribuído os resultados sofridos do primeiro evento, isto é, da primeira 
cirurgia, sendo os lucros cessantes, em razão do afastamento das atividades 
laborais serem fixados somente em relação a este período. 
Assim, necessária a nomeação de perito a fim de calcular os valores 
devidos, para verificar se o valor foi corretamente calculado, uma vez que a parte 
autora não comprovou aferir esta renda mensalmente. 
4. Dos pedidos 
Ante o exposto requer-se: 
Acadêmica: Patrícia Oliveira Santos Rodrigues 
a) O acolhimento da preliminar de ilegitimidade passiva, com a 
consequente extinção do processo sem análise do mérito; 
b) Sejam julgados parcialmente procedentes os pedidos do autor, devendo o 
condomínio responder apenas pelo dano e pelos lucros cessantes referentes a 
primeira cirurgia; 
c) A condenação do autor em honorários advocatícios, a serem fixados por 
esse Juízo;d) Por fim a produção de todas as provas admitidas em direito. 
Nestes termos pede e espera deferimento. 
 
Rio de Janeiro, 12 de novembro de 2018. 
 
 Patrícia O. S. Rodrigues, 
Advogada, OAB/RS 101.000.

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