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Ação de Contestação de Ação Indenizatória

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO
(05 linhas)
Processo nº (...)
CONDOMÍNIO BOSQUE DAS CAPIVARAS, neste ato, representado pelo seu síndico, Sr. CELIO SILVA, já devidamente qualificado nos autos de AÇÃO INDENIZATÓRIA, movida por ARMANDO MARTINS, também já qualificado na peça exordial, pelo rito ordinário, vem através de seu patrono legalmente constituído (procuração em anexo), com endereço profissional (endereço completo), para fins do art. 39, inciso I, do CPC, vem respeitosamente perante Vossa Excelência propor: 
CONTESTAÇÃO
I. DA SÍNTESE DOS FATOS
A parte autora argumenta, em tese, que em 01/10/2016, caminhava pela calçada da rua onde morava quando foi atingido na cabeça por um pote de vidro supostamente lançado pela janela do apartamento 201 do edifício do Condomínio Bosque das Capivaras.
Informando ainda que em decorrência do impacto causado pelo lançamento do pote de vidro, o requerente teria desmaiado sendo socorrido pelo corpo de bombeiros, outrora acionado por populares que estavam no local ao momento do ocorrido, sendo transferido de imediato ao Hospital Municipal X. chegando lá fora constatado que o mesmo havia sofrido uma hemorragia interna e que teria de ser internado, submetido a exames e ainda a procedimento cirúrgico a fim de controlar a referida hemorragia. Após sua alta hospitalar, como declara o demandante, após sentir-se mal resolveu retornar ao hospital para constatar o que estava ocorrendo e foi verificada a necessidade de uma nova cirurgia para a retirada de uma gaze cirúrgica deixada em seu corpo por ocasião da primeira cirurgia.
Narra a parte autora que é profissional autônomo, tendo como fonte de renda a contratação de fretes e que sofreu prejuízos de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) referente a contratos negociados anteriores a data do ocorrido para prestação do serviço em decorrência de sua primeira internação pelo prazo de 30 (trinta) dias. Alega ademais que durante o período de 30 (trinta) dias da segunda internação teve outro prejuízo no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) referente a não realização de outros contratos.
Diante do exposto, o requerente requer a reparação pelos danos sofridos, alegando que a integralidade destes é consequência da queda do pote de vidro do condomínio, na importância de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), a título de lucros cessantes, e, ainda 50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de danos morais, pela suposta violação de sua integridade física.
II. PRELIMINAR
A. DA IILEGITIMIDADE AD CAUSAM
Antes de prosseguir a impugnação do mérito propriamente dita da presente demanda, devemos verificar que, principalmente, a ilegitimidade passiva do réu para figurar no polo passivo do processo. Isto porque, conforme o próprio requerente discorre em sua peça exordial, o ato ilícito sob qual se funda a ação é o arremesso de um pote de vidro de um dos apartamentos do prédio administrado pelo réu.
Observe Excelência que, a parte demandada outrora indicada pelo demandante na inicial, em nada tem ligação com o ato ilícito pelo simples fato de o mesmo administrar o prédio acima supracitado. Situação essa que tem previsão expressa no Código Civil em seu dispositivo legal art. 938, que diz:
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Dessa maneira, observa-se claramente a ilegitimidade passiva do demandado, razão pela qual este, cumprimento ao dispositivo legal 339 do CPC, passa a indicar a parte legítima para figurar no polo passivo da demanda:
“Nome e sobrenome, estado civil, profissão, inscrito sob o RG nº XXX, e no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico, residente a Rua (endereço completo), nº(...), apartamento nº 201, Bairro Botafogo, CEP: 00.0000-000, Rio de Janeiro/RJ” 
O morador da unidade 201 do referente Condomínio, consta contrato de locação em anexo, ao qual indica o autor em sua peça inicial que fora de onde partiu o lançamento do pote de vidro, tendo este, de acordo com o dispositivo do Código Civil supramencionado, seria o réu legitimo da presente ação.
III. DO MÉRITO
Analisando o relato acima, o objeto lançado do apartamento 201, e que causou ferimentos à Armando e, consequentemente prejuízos financeiros, lucros cessantes no valor de 10.000,00 (dez mil reais), decorrentes da perda de contratos, além dos prejuízos oriundos da intenção e gastos hospitalares, num valor total de 20.000,00 (vinte mil reais).
Ademais Excelência, foi necessário a realização de uma nova cirurgia, da qual resultou em uma forte infecção, fazendo com que fosse necessário realizar nova cirurgia para retirar uma gaze esquecida pelo médico.
O Código Civil prevê acerca desse tipo de situação:
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do prejuízo disposto na lei processual.
Eis o manifesto jurisprudencial, sobre o caso em tela:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ALEGAÇÃO AUTORAL DE FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DA RÉ DECORRENTE DE ERRO MÉDICO. Falha no diagnóstico referente a queda com traumatismo craniano e falha no tratamento dispensado que culminou no óbito do paciente. Sentença condenando o réu ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 70.000,00, honorários advocatícios e taxa judiciária. Apelo das partes. Autora pugnando pela majoração do quantum arbitrado e o réu esperando pela reforma do julgado, redução do valor fixado e afastamento da condenação na taxa judiciária. Responsabilidade objetiva do réu que restou demonstrada nos autos, já que o expert concluiu que houve erro no diagnóstico e no tratamento prestado ao esposo da autora. Danos morais inegavelmente configurados. Verba indenizatória fixada em R$ 70.000,00 que, diante das peculiaridades do caso, mostrou-se adequada e razoável. Aplicação da Súmula nº 343 do TJRJ. Taxa judiciária que é devida pelo Município réu. Súmula 145 do TJ/RJ e verbete n° 42 do Fundo Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. RECURSOS DESPROVIDOS. Conclusões: "POR UNANIMIDADE, NEGOU-SE PROVIMENTO A AMBOS OS RECURSOS NOS TERMOS DO VOTO DO E. DES. RELATOR." 
(TJ-RJ, APELAÇÃO 0001015-31.2007.8.19.0009, Relator(a): DES. NATACHA NASCIMENTO GOMES TOSTES GONÇALVES DE OLIVEIRA , Publicado em: 15/03/2019)
No caso em tela, tendo havido negligencia por parte dos profissionais de saúde, observa-se que no caso de responsabilidade do Município, entidade hospitalar e profissionais que lá trabalhavam, conforme determina a Constituição Federal de 1988, a saber:
Art. 37. A administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§6º As pessoas jurídicas de direito púbico e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurados o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Conforme fatos narrados, a parte requerida, a ausência de legitimidade, sendo que o Condomínio, não tem obrigação de arcar com as despesas com os lucros cessantes bem como não é da responsabilidade condominial o pagamento de indenização do requerente.
Art. 189. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato lícito.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul já manifestou sobre o tema, eis o manifesto jurisprudencial:
APELAÇÃO CÍVEL. CONDOMÍNIO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DESABAMENTO DE MURO. FORÇA MAIOR. AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO CONDOMÍNIO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. Nos termos do art. 373, I, do CPC/2015, ao autor incumbe o ônus da prova quanto à existência dos fatos constitutivos de seu direito. Hipótese dos autos em queos fatos narrados pelo ora apelante, notadamente relacionados aos danos causados pelo desabamento de um muro, decorreram de adversidades climáticas. Assim, tendo em vista que sequer há como ser imputada ao condomínio demandado responsabilidade por eventual retardo (que, no caso, não se observa) na realização dos reparos, impositiva a manutenção da sentença de improcedência ora apelada. Ante o resultado do julgamento, impositiva a majoração dos honorários sucumbenciais, nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015. Apelação cível desprovida. Unânime. (Apelação Cível Nº 70078095478, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Dilso Domingos Pereira, Julgado em 14/11/2018).
(TJ-RS - AC: 70078095478 RS, Relator: Dilso Domingos Pereira, Data de Julgamento: 14/11/2018, Vigésima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 21/11/2018)
Caso não seja acolhida a preliminar de ilegitimidade ad causam alegada e pelo princípio da eventualidade, fazendo jus ao art. 335, caput, do Código de Processo Civil, passa o réu a impugnação de mérito e a demonstração das razões de fato e de direito com que impugna os pedidos pretendidos pela parte autora.
III.1. Da indenização material por lucros cessante
A parte autora argumenta na peça inicial que após a alta hospitalar concedida 30 (trinta) dias posteriores da data da primeira intervenção cirúrgica, voltou as suas atividades laborais rotineiras, realizando novos contratos de frete. Contudo, 20 (vinte) dias após seu retorno ao trabalho rotineiro, sentiu-se mal e retorno ao Hospital Municipal X, onde fora verificada a necessidade de realização de nova cirurgia para retirada de uma gaze cirúrgica que havia sido deixada em seu corpo em decorrência da primeira cirurgia.
Requerendo o requerente o montante de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) a título de lucros cessantes, em decorrência dos contratos que deixara de assinar, sendo R$ 20.000,00 (vinte e mil reais) o prejuízo experimentado pelo requerente por sua internação decorrente da primeira cirurgia e R$ 10.000,00 (dez mil reais), os prejuízos referentes a segunda internação ocorrida após a segunda cirurgia.
Ocorre que não é obrigação do réu ressarcir o autor pelos prejuízos experimentados por este decorrentes de sua segunda internação, dada a inexistência de nexo causal, visto que este é o liame que une a conduta do agente ao dano efetivo causado, estabelecendo um vínculo entre um determinado comportamento e o evento. Não podendo ser o réu condenado a indenizar o requerente por um dano ao qual ele não deu causa.
Portanto, incumbe ao demandante requer a devida indenização ao estabelecimento hospitalar ou ao próprio médico que o atendeu para reparação ao ato ilícito, ligando o nexo causal da conduta a este e não ao réu, que não concorreu de maneira dolosa. Culposa, ou sequer objetiva pelo agravamento dos danos sofridos pela parte autora.
V. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência, os pedidos que passo a expor:
a) Seja acolhida a preliminar de ausência de responsabilidade, conforme art. 186 e art. 927 ambos do Código Civil;
b) Seja acolhida a preliminar de legitimidade passiva e da responsabilidade da qual não pertence ao Condomínio das Capivaras, e, caso negativo de emendar a inicial, pede-se a extinção do processo sem resolução do mérito.
c) Seja acolhida a indicação quanto à indenização oriunda de um erro médico.
d) Seja condenado a parte requerente, ao pagamento dos honorários advocatícios, as custas e despesas processuais.
e) Seja julgado improcedente os pedidos formulados pela parte autora.
V. DAS PROVAS
Requer à produção de todas as provas em direito admitidas, na forma do art. 369 e seguintes do Código de Processo Civil, em especial prova documental, pericial, testemunhal e o depoimento pessoal da parte requerida.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB/UF nº

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