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1 SEMAD PROFESSOR: WELLINGTON MELO ARQUIVÍSTICA: PRINCÍPIOS E CONCEITOS. A Teoria Arquivística, também conhecida como Arquivologia, pode ser entendida como um conjunto de princípios, conceitos e técnicas a serem observados na produção, organização, guarda, preservação e uso de documentos em arquivos. Síntese: A teoria e o trabalho acadêmico dos arquivos é chamada arquivística. Há 2 (dois) aspectos que devemos salientar sobre "Arquivística": a) O primeiro refere-se aos grandes volumes de documentos acumulados diariamente pelas organizações, o que exige uma maior sofisticação dos esquemas de classificação e; b) O segundo relaciona-se ao desenvolvimento teórico da organização de documentos arquivísticos. Princípios: Os princípios arquivísticos constituem o marco principal da diferença entre a arquivística e as outras “ciências” documentárias. São eles: Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do documento, relativamente a seu produtor. Por este princípio, os arquivos devem ser organizados em obediência à competência e às atividades da instituição ou pessoa legitimamente responsável pela produção, acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos originários de uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva individualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não devendo ser mesclados a outros de origem distinta. Princípio da Organicidade: As relações administrativas orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas. Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter único, em função do contexto em que foram produzidos. Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os fundos de arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição indevida. Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma formação progressiva, natural e orgânica. # Arquivo: É o conjunto de documentos CRIADOS ou RECEBIDOS (ACUMULADOS) por uma instituição ou pessoa, no exercício de sua atividade, preservados para garantir a consecução de seus objetivos. Para entendermos o conceito de Arquivo, devemos antes conhecer TRÊS conceitos básicos: INFORMAÇÃO, SUPORTE e DOCUMENTO. INFORMAÇÃO : Idéia, Mensagem ou Conhecimento SUPORTE: Meio no qual a informação está registrada (papel, CD, fita, microfilme) DOCUMENTO: É toda informação registrada em um suporte material DICAS 1- Conjunto de documentos = ACERVO 2- Embora não seja palpável, um “disco virtual” é considerado um suporte para as informações nele registradas. 3- Os documentos de Arquivo são produzidos ou recebidos. Isto significa que são ACUMULADOS dessa forma: • Importância do Arquivo – Função e Finalidades do Arquivo Função do Arquivo: Guardar e organizar os documentos, tornando-os disponíveis as informações mantidas sob sua guarda. Finalidades do Arquivo: Servir a Administração e Servir a História DICA: 1- Todo documento nasce com a FINALIDADE de SERVIR a ADMINISTRAÇÃO • Distinção entre Arquivo e Biblioteca Arquivo: É o conjunto de documentos CRIADOS ou RECEBIDOS (ACUMULADOS) por uma instituição ou pessoa, no exercício de sua atividade, preservados para garantir a consecução de seus objetivos. Biblioteca: É o conjunto de material, em sua maioria impresso e NÃO produzido pela instituição em que está inserida. Normalmente constituída de coleções temáticas e seus documentos são adquiridos por meio de COMPRA, DOAÇAO ou PERMUTA. Arquivo Biblioteca Objetivo Funcional Cultural Formas de ingresso dos Produção Recebimento Compra Doação INFORMAÇÃO + SUPORTE = DOCUMENTO Produzidos ou Recebidos = Acumulados ARQUIVOLOGIA 2 SEMAD documentos na instituição Permuta Quantidade de exemplares de cada documento Único exemplar Numerosos exemplares DICAS: 1- O Arquivo tem finalidade funcional. Preservam as informações que evidenciam o funcionamento da instituição ao longo do tempo. 2- A Biblioteca tem finalidade essencialmente cultural – guardar informações para estudo. Seus documentos são acumulados por meio de compra, doação ou permuta. 3- ARQUIVO PÚBLICO é um conjunto de documentos acumulados em decorrência das funções executivas, legislativas e judiciárias do poder público no âmbito federal, estadual e municipal, bem como o conjunto de documentos de entidades de direito privado encarregadas de serviços públicos. • Classificação dos Arquivos Os Arquivo podem ser classificados em 4 TIPOS. Segundo o(a): 1) Entidade Mantenedora: (Público ou Privado) 2) Natureza dos documentos: (Especial ou Especializado) 3) Estágio de Evolução: (Corrente, Intermediário e Permanente) 4) Extensão de sua atuação: (Setorial ou Central) 1) Entidade Mantenedora (natureza da entidade): Podem ser Público ou Privado - Público: Órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciários, nas esferas Federal, Estadual, Municipal e do DF. Também são considerados públicos os Arquivos das Fundações Públicas e Empresas Públicas. - Privado: São aqueles mantidos por instituição de caráter particular. Ex: arquivo do Bradesco, Arquivo das Lojas Renner, arquivo da TV Brasília. DICA: 1- Marilena Leite Paes, apresenta a seguinte divisão: Públicos, Institucionais, Comerciais, Pessoais ou Familiares. Sobre isso devemos lembrar que os institucionais, comerciais, pessoais ou familiares devem ser entendidos como Arquivos Privados. 2) Natureza dos documentos: Podem ser Especiais ou Especializados Especiais: São arquivos em que os documentos cuja forma física (suporte) exija cuidado especial, diferenciado, por causa da sua preservação ou manuseio. Ex: Foto, Filme, Negativo, Microfilme Especializados: São aqueles que mantêm em sua guarda documentos de determinada área do conhecimento (um assunto específico). Ex: Arquivo Médico, Arquivo Cartográfico, Arquivos de Engenharia. 3) Estágio de Evolução: Podem ser Corrente, Intermediário e Permanente Arquivo Corrente: São os Arquivos que guardam os documentos mais novos e mais utilizados pela instituição. No Arquivo Corrente os documentos possuem grande freqüência de uso, possuem fim administrativo. É a fase em que os documentos são criados; - Nesta fase os documentos tramitam bastante e são muito consultados; - Os arquivos correntes se localizam nos próprios setores que produzem/recebem os documentos (Arquivos Setoriais) ou em locais próximos a estes (Arquivo Central/Geral). Arquivo Intermediário: São os Arquivos que guardam os documentos menos utilizados pela instituição. No Arquivo Intermediário os documentos possuem baixa freqüência de uso, mas ainda possuem fim administrativo. O Arquivo Intermediário também pode ser denominado por LIMBO ou PURGATÓRIO É a fase em que os documentos ainda têm valor administrativo mas são pouco consultados; - Permite que os setores otimizem seu espaço; - Não há necessidade de serem conservados próximos aos setores; - Nesta fase, os documentos aguardam sua destinação final (eliminação ou guarda permanente); - É também chamado de limbo ou purgatório. Arquivo Permanente: São os Arquivos que guardam os documentos que, já tendo cumprido seu fim administrativo, sua função administrativa, agora são preservados, conservados, pelo seu valor histórico para Instituição. É a fase em que os documentos já perderam seu valor administrativo e são guardados pelo seu valor histórico, probatório ou informativo; - Os documentos destafase JAMAIS serão eliminados. DICA: 1- Documentos de Arquivo Permanente JAMAIS poderão ser eliminados 4) Extensão de sua atuação: Podem ser Arquivos Setoriais ou Centrais 3 SEMAD Arquivos Setoriais: São aqueles instalados no setores que utilizam os documentos, onde ficam os documentos do uso do dia a dia. É um Arquivo descentralizado. Cada setor de trabalho possui o seu. Arquivos Centrais (Gerais): São aqueles localizados fora do local de trabalho, e acumulam em um único local, documentos de provenientes dos diversos setores da instituição, de forma centralizada. É um Arquivo Centralizado, recebem os documentos correntes dos diversos setores da instituição. DICA: 1- Não confundir Arquivo Central com Fase Intermediária ou Arquivo Intermediário • Classificação dos Documentos Os documentos de Arquivo possuem a seguinte Classificação: • Gênero • Espécie / Tipologia Documental • Forma • Formato • Natureza do Assunto 1) Gênero • Escritos ou Textuais Documentos cuja informação esteja escrita ou impressa. Ex.: Contrato, atas, relatórios, certidões • Iconográficos Documentos cuja informação esteja em forma de imagem estática. Ex.: Fotografia, negativos, diapositivos(slides), desenho e gravuras • Sonoros Documentos cuja informação esteja em forma de som/audio. Ex.: Escuta telefônica, discurso gravado em fita cassete • Filmográficos Documentos cuja informação esteja em forma de imagem em movimento (com ou sem som). Ex.: Películas filmográficas, filmagens, vídeos • Informáticos ou digitais Documentos gravados em meio digital e que, por isso, necessitam de equipamentos eletrônicos para serem lidos. Ex.: Arquivo em MP3, Arquivo do Word • Cartográficos Documentos que representem, de forma reduzida, uma área maior. Ex.: Mapas e Plantas • Micrográficos Documentos em microformas. Ex.: Microfilmes e microfichas 2) Espécie/Tipologia documental Espécie é a denominação que se dá ao aspecto formal de um documento, as instituições possuem diversas espécies. Ex.: Ofício, memorando, declaração, certidão. Tipologia documental é a denominação que se dá quando reunimos determinada espécie à função ou atividade que o documento irá exercer. Ex.: Declaração de Imposto de Renda, Certidão de nascimento. Veja mais exemplos: Espécie Tipologia Contrato → Contrato de locação Alvará → Alvará de funcionamento Certidão → Certidão de nascimento 3) Forma É classificação relacionada quanto à forma do seu estágio de preparação do documento. São as formas documentais. Ex.: Rascunho ou Minuta; Original e Cópia. 4) Formato Denomina-se formato de um documento o seu aspecto físico, independente da informação nele registrada. Ex.: Ficha, livro, caderno, pergaminho. 5) Natureza do assunto Em relação à Natureza dos assuntos, os documentos são classificados como OSTENSIVOS ou SIGILOSOS - Ostensivo = ordinário É a classificação dada ao documento cuja divulgação não prejudica a administração. O documento ostensivo pode ser de livre conhecimento. - Sigiloso Documento que, por sua natureza, devem ser de conhecimento restrito. O Documento classificado como sigiloso será diferenciado pelo GRAU DE SIGILO. São 3 os graus de sigilo: • Ultra-secreto: Assuntos que requerem excepcional grau de segurança e cujo teor só devem se do conhecimento de pessoas intimamente ligadas ao seu estudo ou manuseio. • Secreto: Assuntos que requerem alto grau de segurança e cujo teor podem ser do conhecimento de pessoas que, sem estarem intimamente ligadas ao seu estudo ou manuseio, são autorizadas a deles tomar conhecimento, funcionalmente. • Reservado: Assuntos que não devem ser do conhecimento do público em geral. 4 SEMAD UNIDADE 02: Aprofundamento dos Tópicos Conceituais de Arquivística NATUREZA ORGÂNICA DOS ARQUIVOS E O SEU CARÁTER PROBATÓRIO A Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados. O art. 1º dispõe que: “É dever do Poder Público a gestão documental e a de proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação”. Conforme o Conselho Nacional de Arquivos – Conarq, o arquivo pode ser definido como a designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou privada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus sucessores, para fins de prova ou informação. Ou ainda, Os arquivos são constituídos por um conjunto de documentos produzidos e/ou recebidos por uma organização. Eles só tem sentido se relacionados com o meio que os produziu, devem atestar e comprovar as atividades do órgão ou instituição que os produziu. Os arquivos derivam da atividade-meio e da atividade-fim da organização, a última é desenvolvida em decorrência da finalidade da instituição, da sua razão de existir, ou seja, de sua missão. Assim, direta ou indiretamente, as informações contidas nos documento de arquivo têm relação com a missão dessa organização. Dos conceitos de arquivo, podemos deduzir três características básicas: 1– Exclusividade de criação e recepção por uma repartição, firma, instituição ou pessoa. Assim, não se considera arquivo, por exemplo, uma coleção de manuscritos históricos, reunidos por uma pessoa. 2– Origem no curso de suas atividades. Os documentos devem servir de prova de transações realizadas. 3– Há um caráter orgânico que liga o documento aos outros do mesmo conjunto. Um documento, destacado de seu conjunto, do todo à que pertence, significa muito menos do que quando em conjunto. DICA: O documento é considerado orgânico ou não, de acordo com a relação que guarda com o conjunto de documentos que formam o arquivo. Os documentos de arquivo são meios naturais, imparciais, são resíduos e prova das atividades, pois, decorrem das atividades da entidade e são interdependentes, em virtude do caráter orgânico que possuem. O potencial probatório do arquivo advém do caráter orgânico (interrelacionamento) e decorre, do fato do documento ser produzido em um único exemplar ou limitado número de cópias (unicidade e autenticidade) e no decorrer das atividades da entidade, de onde os documentos são colhidos naturalmente e representam prova autênticas dessas atividades (naturalidade e imparcialidade). Fundo de Arquivo Um fundo nada mais é do que o conjunto de documentos de uma mesma proveniência (origem). O fundo é aberto se podem ser acrescentados novos documentos em função do fato de a entidade produtora continuar em atividade; e, fechado se não recebe acréscimos de documentos, em função de a entidade produtora não se encontrar mais em atividade. Documento Oficial Documento oficial é aquele emanado do poder público ou de entidades de direito privado capaz de produzir efeitos de ordem jurídica na comprovação de um fato. Ou seja, qualquer entidade, seja pública ou privada, pode emitir um documento oficial, que serve de prova das transações realizadas. Contexto Arquivístico Estão incluídos no contexto arquivístico, todos os fatores ambientais que determinam como os documentos são gerados, estruturados, administrados e interpretados. Estes fatores são, cada um ao seu tempo, determinados pelo contexto sóciopolítico, cultural e econômico. Ou seja, a situação da sociedade no tempo em que os documentos foram gerados. Arquivo, Biblioteca, Museu e Centros de Documentação • pela biblioteca, são preservados os impressos ou audiovisuais resultantes de atividades cultural e técnicaou científica, seja ela criação artístico-literária, pesquisa ou divulgação; • pelo arquivo, são preservados o material de uma gama infinitamente variável, oriundo de atividade funcional ou intelectual de instituições ou pessoas, e produzido no decurso de suas funções; e • pelo museu, são preservados os objetos que tanto podem ter origem artística quanto funcional. • Os centros de documentação, por sua vez, no que se refere à origem, à produção e aos fins do material que armazenam (ou referenciam), representam um somatório das instituições anteriormente indicadas (Arquivo, Biblioteca e Museu). São em geral REPRODUÇÕES (em microforma ou não) ou REFERÊNCIAS VIRTUAIS que originariamente poderiam ser tipificados como documentos de biblioteca, arquivo ou museu. Atenção: Não há possibilidade de coleção nos arquivos genuínos porque, em se tratando de fundos (conjunto de documentos de uma mesma proveniência), é fundamental a relação orgânica entre seus elementos. Não se compreende o documento de arquivo fora do meio genético que o produziu. Os documentos de arquivo surgem obrigatoriamente dentro das funções e atividades de uma administração. 5 SEMAD Unidade 03 - Ciclo Vital dos Documentos A Arquivologia adota a Teoria das 3 idades ou Ciclo Vital dos documentos para classificar os estágios ou fases pelas quais passam os documentos dentro uma instituição. (Corrente, Intermediário e Permanente) 1ª idade Corrente 2ª idade Intermediário 3ª idade Permanente 1) Arquivo de primeira idade ou corrente, constituído de documentos em curso ou consultados frequentemente, ou seja, em tramitação ou não, conservados nos escritórios ou nas repartições que os receberam e os produziram ou em dependências próximas de fácil acesso. São os documentos mais utilizados, que frequentemente são consultados. Por documentos em curso entenda-se que, nesta fase, os documentos tramitam bastante de um setor para outro, ou seja, podem ser emprestados a outros setores para atingirem a finalidade para a qual foram criados. Características: - Alto grau da freqüência de uso - Documentos em curso - Necessitam estar próximos aos usuários/setores de trabalho - Serve à Administração 2) Arquivo de segunda idade ou intermediário, constituído de documentos que deixaram de ser frequentemente consultados, mas cujos órgãos que os receberam e os produziram podem ainda solicitá-los, para tratar de assuntos idênticos ou retomar um problema novamente focalizado. Não há necessidade de serem conservados próximos aos escritórios. A permanência dos documentos nesses arquivos é transitória. Por isso, são também chamados de “limbos” ou “purgatórios”, onde os documentos ficam aguardando sua destinação final. Características: - Baixo grau da freqüência de uso - Não necessitam estar próximos aos usuários/setores de trabalho - A permanência nessa fase é transitória - Aguardam destinação final - Também é conhecido por limbo ou purgatório - Serve à Administração 3) Arquivo de terceira idade ou permanente, constituído de documentos que perderam todo valor de natureza administrativa, que se conservam em razão de seu valor histórico ou documental e que constituem os meios de conhecer o passado e sua evolução, sendo esporadicamente utilizados. Cada uma dessas fazes exige maneira diferente de conservar e tratar os documentos. Estes são os arquivos propriamente ditos. Pois, nas duas fases anteriores os documentos ainda tramitavam, ou seja, iam de um setor para outro, eram consultados, na primeira idade mais frequentemente, na segunda idade, com pouca frequência. Características: - Documentos que não possuem valor de natureza administrativa, mas que são conservados pelo seu valor histórico - Permitem conhecer a História da Instituição - Revelam a origem e constituição da Instituição - Serve à História A teoria das 3 idades encontrou amparo em nossa legislação arquivística, a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados define no art. 8º que os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e permanentes. Segundo a referida lei, consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas frequentes. Os documentos intermediários são aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Por sua vez, documentos permanentes, são os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados. Em virtude da importância documental, da preservação do patrimônio histórico e cultural, o art. 9º da referida Lei determinou que a eliminação de documentos produzidos por instituições públicas e de caráter público será realizada mediante autorização da instituição arquivística pública, na sua específica esfera de competência. Já, o art. 10 dispõe que os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. A legislação determina ainda que a cada uma dessas fases – que são complementares – corresponde uma maneira diferente de conservar e tratar os documentos. DICA: Arquivo em Depósito - É possível a existência de documentos no arquivo permanente, mas que não pertençam ao seu acervo. É o arquivo em depósito que é o conjunto de documentos colocados sob a guarda de um arquivo permanente, embora não pertençam ao seu acervo. Transferência e Recolhimento TRANSFERÊNCIA: passagem do arquivo corrente para o intermediário. RECOLHIMENTO: passagem do arquivo corrente para o permanente. Obs. Também caracteriza recolhimento a passagem do arquivo intermediário para o permanente. Enfim, se o destino do documento é o arquivo permanente estamos tratando de recolhimento, se for o arquivo intermediário estamos falando de transferência. Valor do Documento O documento só é guardado, preservado pela instituição, porque possui algum valor. Esse valor pode ser Administrativo ou Histórico. 6 SEMAD Valor Primário O valor primário é atribuído ao documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora, levando-se em conta a sua utilidade para fins administrativos, legais, fiscais etc. Valor Primário = Valor Administrativo - Dar suporte/apoio às atividades da instituição - É um valor temporário – Em determinado momento o valor administrativo irá acabar - Todo documento nasce com valor administrativo - Finalidade: Servir à Administração Valor Secundário O valor secundário é atribuído a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora e outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes daqueles para os quais foi originalmente produzido. O valor histórico do documento enquadra-se na definição de valor secundário. Ou seja, os documentos de 3ª idade têm valor histórico, portanto, tem valor secundário. Valor Secundário = Valor Histórico - Documento que perdeu seu valor administrativo, mas adquiriu valor histórico - Serve de fonte de pesquisa para terceiros e ou para própria instituição Finalidade: Servir à História DICA: 1- O documento que possuir valor secundário poderá ser recolhido ao Arquivo permanente 2- O documento de valor secundário JAMAIS poderá ser eliminado Idade do arquivo Valor predominante Frequência de uso Localização Corrente Primário Alta Próximo aos escritórios Intermediário Primário Média Distante dos escritórios Permanente Secundário Baixa Distante dos escritórios Prazo de Guarda dos Documentos O Prazo de guarda dos documentos é o período em que o documento deve ser mantido nos arquivos corrente eintermediário. Não existe prazo no arquivo permanente, já que a guarda é definitiva. O Prazo de guarda vincula-se à determinação do valor do documento, de acordo com seguintes fatores: • Freqüência do uso das informações contidas nos documentos • Existência de leis ou decretos que regulem a prescrição legal dos documentos (prazo prescricional) • Existências de outras fontes com as mesmas informações (documentos recapitulativos) • Necessidade de guarda de documentos por precaução, em virtude das práticas administrativas (prazos precaucionais) Atenção! Toda vez que a banca afirmar, de forma genérica, que os documentos do arquivo corrente e/ou intermediário devem ser mantidos por X anos, a questão estará errada. Destinação Final dos Documentos Todo documento, seguindo o ciclo vital, deverá ao final ser encaminhado à sua destinação final. A destinação final do documento irá ocorrer no momento em que ele perder seu valor administrativo/valor primário. Eliminação: Quando o documento que perdeu o valor administrativo, não apresentar valor histórico Guarda Permanente: Quando o documento que perdeu o valor administrativo, apresentar valor histórico Tabela de Temporalidade de Documentos 7 SEMAD É o instrumento arquivístico resultante da etapa de avaliação dos documentos. É ela, a tabela de temporalidade, que determina o prazo de guarda dos documentos nas fases corrente e intermediário, bem como indica a destinação final (eliminação ou recolhimento para guarda permanente). A tabela de temporalidade deve ser aprovada por autoridade competente. Exemplo de uma tabela de temporalidade de uma determinada empresa: Código Assunto Prazo de Guarda Destinação final Corrente Intermediária 002 Planos e projetos de trabalho 5 anos 9 anos Guarda Permanente 022.11 Cursos internos 5 anos - Guarda Permanente 024.1 Folha de pagamento 5 anos 95 anos Eliminação 024.2 Escala de Férias 7 anos - Eliminação A partir dos dados apresentados na tabela acima, podemos verificar a existência de QUATRO situações. 002 – O documento foi criado na fase corrente, cessada essa fase ele será transferido para o Arquivo Intermediário, onde cumprirá seu prazo de guarda, cessada essa fase ele será recolhido ao Arquivo Permanente. 022.11 – O documento foi criado na fase corrente, cessada essa fase ele será recolhido ao Arquivo Permanente. 024.1 – O documento foi criado na fase corrente, cumpre seu prazo de guarda nessa fase, posteriormente será transferido para o Arquivo Intermediário, onde cumprirá seu prazo de guarda, cessada essa fase ele será eliminado. 024.2 – O documento foi criado na fase corrente, cessada essa fase ele será eliminado sem passar pela fase intermediária. Unidade 4 - Organização e Gestão de Documentos Organização do Arquivo No momento em que uma organização toma a decisão de organizar seu arquivo, é necessário que seja realizada uma campanha de sensibilização envolvendo os diversos níveis hierárquicos, com o objetivo de envolver todos no projeto. A organização do Arquivo de uma instituição ocorre em quatro etapas: 1 – Levantamento dos dados 2 – Análise dos dados coletados 3 – Planejamento 4 – Implantação e acompanhamento 1- Levantamento dos dados São atividades de exame e coleta de informações acerca da documentação do arquivo. Nessa etapa, são coletadas as informações sobre o gênero dos documentos (textuais, iconográficos, informáticos etc.), as espécies documentais (cartas, faturas, projetos etc.), o tamanho e estado de conservação do acervo, os recursos humanos da instituição, enfim, todo os dados relevantes para o arquivo da instituição. Nessa fase é necessário realizar o estudo, o exame dos estatutos, regimentos, regulamentos, normas, organogramas. É necessário, nessa fase, conhecer os dados relativos aos documentos que circulam na instituição. É necessário conhecer, também: - A quantidade de servidores no arquivo, formação profissional e escolaridade - A quantidade de equipamento, modelo e estado de uso - A situação física do arquivo (área ocupada, luminosidade, umidade, tipo de proteção contra incêndio e outros sinistros) 2- Análise dos dados coletados A partir dos dados coletados na etapa anterior, será feita uma análise objetiva da real situação dos serviços de arquivo e um DIAGNÓSTICO que permita propor alterações no sistema a ser implantado. Ou seja, o diagnóstico consiste em uma constatação das falhas existentes na administração que impedem o correto funcionamento do arquivo. 3- Planejamento É nesta fase que será elaborado o plano arquivístico que leve em consideração tanto as disposições legais quanto as necessidades da organização. Esse plano deve levar em consideração os seguintes elementos: a) posição do arquivo na estrutura organizacional da administração – recomenda-se que seja a mais alta possível; b) centralização ou descentralização dos serviços de arquivo em fase corrente; c) criação de uma coordenação central dos serviços de arquivo, nos casos de descentralização; d) definição dos métodos de arquivamento; e) estabelecimento das regras e normas de funcionamento; f) necessidades de recursos humanos; g) escolha das instalações e equipamentos; h) constituição de arquivos intermediários e permanentes. 4- Implantação e Acompanhamento É nessa fase que o que foi planejado será colocado em prática, será executado, será implantado. É nessa fase que as orientações e normas descritas no MANUAL DE ARQUIVO serão implantadas na instituição. A implantação deve ser procedida por um acompanhamento constante dos resultados, a fim de corrigir e/ou adaptar eventuais impropriedades ou falhas no sistema arquivístico. O Manual de arquivo deverá ser sempre revisto, atualizado quando necessário 8 SEMAD Gestão de Documentos É qualquer atividade que vise controlar o fluxo de documentos existentes, de forma a assegurar a eficiência das atividades É o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes às atividades de produção, tramitação e uso, avaliação e arquivamento de documentos em fases corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente (Lei 8.159/1991 - § 3º). A Gestão de documentos é atingida por meio do planejamento, organização, controle, coordenação, dos recursos humanos, do espaço físico e dos equipamentos, com o objetivo de aperfeiçoar o ciclo documental. OBJETIVOS DA GESTÃO DE DOCUMENTOS: - Garantir e assegurar, de forma eficiente a produção, administração, manutenção e destinação de documentos. - Garantir que a informação estará disponível no momento necessário ao usuário. - Eliminação de documentos que não possuem valor administrativo, fiscal, legal ou para fins de pesquisa científica ou histórica. - Assegurar uso adequado da micrográfica, processamento automatizado de dados, e outras técnicas da gestão da informação. - Contribuir para o acesso e a preservação dos documentos que deverão ser guardados e preservados por seus valores históricos ou científicos. A Gestão de Documentos acontece em 3 FASES básicas: 1ª FASE - PRODUÇÃO 2ª FASE - UTILIZAÇÃO 3ª FASE - DESTINAÇÃO 1ª FASE: PRODUÇÃO Refere-se à elaboração dos documentos em decorrência das atividades de um órgão ou setor. Nessa fase, o arquivista deve contribuir para que sejam criados apenas os documentos essenciais à administração, evitando duplicação e emissão de vias desnecessárias. A elaboração de documentos ocorre na fase corrente. 2ª FASE: UTILIZAÇÃO Inclui as atividades de protocolo (recebimento, classificação, registro e movimentação), expedição, organização e arquivamento de documentos em fase corrente e intermediária. Além disso, nessa fase, são elaboradas as normasde acesso à documentação e à recuperação de informações (empréstimo e consulta). Nesta fase é desenvolvida a gestão de arquivos correntes e intermediários. 3ª FASE: DESTINAÇÃO Compreende a ANÁLISE e AVALIAÇÃO dos documentos acumulados nos arquivos, com vistas a estabelecer seus prazos de guarda, determinando quais serão objeto de arquivo permanente e quais serão eliminados por terem perdido o seu valor para a instituição. Os dois principais instrumentos de destinação são: a) Tabela de Temporalidade: determina os prazos em que os documentos devem ser mantidos nos arquivos correntes e/ou intermediários, ou recolhidos aos arquivos permanentes. Além disso, estabelece os critérios para recolhimento no arquivo permanente e eliminação. b) Lista de Eliminação: consiste em uma relação específica de documentos a serem eliminados de uma só vez e que necessita ser aprovada pela autoridade competente. Gestão de Documentos Produção • elaboração dos documentos em decorrências das atividades da instituição. • criação de documentos essenciais à administração, evitando duplicação e emissão de vias desnecessárias. Utilização • protocolo, classificação, organização e arquivamento durante a idade corrente e intermediária. • normas de acesso à documentação e à recuperação de informações. Destinação • análise e avaliação dos documentos (valor). • definição de quais serão objeto de arquivo permanente e quais serão eliminados. Gestão de Arquivos Correntes e Intermediários GESTÃO DE DOCUMENTOS CORRENTES No cumprimento de suas funções, os arquivos correntes devem permitir aproveitar, ao máximo, a informação disponível e necessária à tomada de decisões, aumentando, assim, a eficiência administrativa. Podemos destacar quatro atividades distintas, inerentes a essa idade do arquivo: 1) Protocolo (recebimento, classificação, registro, movimentação e expedição). 2) Arquivamento 3) Empréstimo e consulta 4) Destinação 9 SEMAD 1) Protocolo - Inclui atividades de recebimento, classificação, registro e movimentação de documentos, além da Expedição (apesar de a doutrina classificar a expedição como distinta da “atividade protocolo”, a expedição é executada pelo “depto de protocolo”. 2) Arquivamento – é a fase que consiste no conjunto de operações destinadas ao acondicionamento e ao armazenamento de documentos. Para a atividade de arquivamento deve-se levar em conta as fina- lidades institucionais e as características dos documentos. Os métodos de arquivamento podem ser divididos em duas classes: básicos e padronizados. Estes métodos pertencem a dois grandes sistemas: direto e indireto. O sistema direto é aquele que permite a busca diretamente no local onde o documento foi guardado. O sistema indireto não permite essa localização direta, sendo ne- cessário a utilização de índices ou códigos remissivos. O método alfanumérico - combinação de letras e números - não se inclui nas classes de métodos básicos e padronizados e é considerado do sistema semi-indireto. 3) Empréstimo e consulta – sem dúvida é uma das atividades nobres dos arquivos, pois todo o trabalho arquivístico, do recebimento ao arquivamento, é desenvolvido visando à recuperação rápida e completa da informação. De modo geral, os documentos só podem ser consultados ou cedidos, por empréstimo, aos órgãos que os receberam ou produziram, aos órgãos encarregados das atividades a que se referem os documentos e às autoridades superiores, na mesma linha hierárquica. Recomenda-se, salvo alguns casos, que os documentos não sejam retirados das pastas para empréstimo, para facilitar o profissional deve colocar uma “Guia fora” no lugar, informando onde se encontra o documento. A utilização da “guia fora” facilita o rearquivamento e possibilita a cobrança das pastas não devolvidas no prazo estipulado. 4) Destinação – é a fase que consiste no conjunto de operações referentes ao controle da destinação dos documentos (eliminação, transferência, recolhimento). Fazem parte das rotinas para destinação de documentos na fase corrente as seguintes atividades: - verificar se os documentos a serem destinados estão organizados de acordo com os conjuntos definidos na tabela de temporalidade; - verificar se cumpriram o prazo de guarda estabelecido; - registrar os documentos a serem eliminados; - proceder à eliminação; - elaborar termo de eliminação; - elaborar lista de documentos destinados à fase intermediária; e - operacionalizar a passagem ao arquivo intermediário. Protocolo Vamos aprofundar um pouco o estudo sobre o protocolo pois é muito cobrado em provas de concursos públicos. No Protocolo são executadas um conjunto de operações e procedimentos visando o controle dos documentos que ainda tramitam no órgão, de modo a assegurar, garantir a imediata localização e recuperação do documento. Garantido assim o acesso a informação. A atividade de protocolo é uma atividade típica de arquivo corrente As atividades realizadas no protocolo podem ser assim divididas: 1) RECEBIMENTO E CLASSIFICAÇÃO: Quanto ao recebimento e classificação pode-se adotar a seguinte rotina: Passo Atividades 1 Receber a correspondência 2 Separar a correspondência oficial da particular 3 Distribuir a correspondência particular 4 Separar a correspondência oficial de caráter ostensivo da de caráter sigiloso 5 Encaminhar a correspondência oficial sigilosa 6 Abrir a correspondência ostensiva 7 Tomar conhecimento da correspondência ostensiva verificando a existência de antecedentes 8 Requisitar ao Arquivo os antecedentes. Se os antecedentes não estiverem no Arquivo, o Setor de Registro e Movimentação informará onde se encontram e os solicitará para ser feita a juntada 9 Interpretar e classificar a correspondência 10 Apor carimbo de protocolo no canto superior direito do documento 11 Anotar abaixo do número e da data a primeira distribuição e o código de assunto, se for o caso 12 Elaborar o resumo do assunto a ser lançado na ficha de protocolo 13 Encaminhar os papéis ao Setor de Registro e Movimentação O plano de classificação é o esquema de distribuição de documentos em classes, de acordo com métodos de arquivamento específicos, elaborado a partir do estudo das estruturas e funções de uma instituição e da análise do arquivo por ela produzido. É esse plano que vai dar origem ao código de classificação. 10 SEMAD O código de classificação é um instrumento de trabalho utilizado nos arquivos correntes para classificar todo e qualquer documento produzido ou recebido por um órgão no exercício de suas funções e atividades. 2) REGISTRO E MOVIMENTAÇÃO: É o setor de autuação e controle da tramitação (movimentação) Este setor funciona como um centro de distribuição e redistribuição de documentos e suas atribuições podem ser assim descritas: Passo Atividades 1 Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anotando: número de protocolo, data de entrada, procedência, espécie, número e data do documento, código e resumo do assunto, primeira distribuição 2 Anexar a segunda via da ficha ao documento, encaminhando-o ao seu destino, juntamente com os antecedentes, após o registro e as anotações pertinentes nas respectivas fichas 3 Inscrever os dados constantes da ficha de protocolo nas fichas de procedência e assunto, rearquivando-as em seguida 4 Arquivar as fichas de protocolo em ordem numérica 5 Receber dos vários setores os documentos a serem redistribuídos, anotar nas respectivas fichas (numéricas) o novo destino 6 Encaminhar os documentos aos respectivos destinos, de acordo com despacho de autoridade competente 3) EXPEDIÇÃO: Geralmente são adotadas as seguintes atividades: Passos Atividades 1 Receber a correspondência 2 Verificar se não faltam folhas ou anexos3 Numerar e completar a data, no original e nas cópias 4 Separar o original da cópias 5 Expedir o original com os anexos 6 Encaminhar as cópias, acompanhadas dos antecedentes que lhes deram origem, ao arquivo GESTÃO DE DOCUMENTOS INTERMEDIÁRIOS A função principal do Arquivo Intermediário consiste em proceder a um arquivamento transitório, isto é, em assegurar a preservação de documentos que não são mais movimentados, utilizados pela Administração e que devem ser guardados temporariamente, aguardando pelo cumprimento dos prazos estabelecidos pelas comissões de análise ou, em alguns casos, por um processo de triagem que decidirá pela eliminação ou arquivamento definitivo, para fins de prova ou de pesquisa. O arquivo intermediário tem a dupla vantagem de centralizar e de administrar os documentos que perderam sua utilidade corrente para as administrações. Ele evita a eliminação descontrolada e permite uma verdadeira política de conservação dos arquivos. Responsáveis pela guarda física dos documentos de uso pouco freqüente, os arquivos intermediários: - atendem às consultas feitas pelos órgãos depositantes; - coordenam as transferências de novos documentos aos seus depósitos; - procedem à aplicação de tabelas de temporalidade por meio de seleção de documentos para eliminação ou recolhimento; - coordenam o recolhimento de documentos permanentes para o arquivo de terceira idade. Atenção: 1- Os documentos só devem ser aceito para guarda intermediária quando for conhecido: Conteúdo; prazo de guarda e data de eliminação ou recolhimento 2- Os documentos transferidos ao Arquivo Intermediário, continuam sendo de posse dos setores que os transferiram e que podem consultá-lo e tomá-lo emprestado. A consulta por terceiro só é permitida se autorizada pela unidade que o transferiu. ARQUIVO PERMANENTE Arquivo Permanente é o conjunto de documentos preservados por possuírem valor secundário. A função de um arquivo permanente é reunir, conservar, arranjar, descrever e facilitar a consulta aos documentos sob sua custódia. Embora não exista a atividade de gestão documental nos arquivos permanentes, notamos a realização de outras tão igualmente vitais para o bom funcionamento de um arquivo, são elas: arranjo, descrição, difusão e conservação. • ARRANJO → reunião e ordenação adequada dos documentos; • DESCRIÇÃO e PUBLICAÇÃO → acesso aos documentos para consulta e divulgação; • DIFUSÃO ou REFERÊNCIA → política de acesso e uso dos documentos. • CONSERVAÇÃO → medidas de proteção dos documentos e do seu lugar de guarda. ARRANJO "Arranjo é o processo de agrupamento dos documentos singulares em unidades significativas e o agrupamento, relação significativa, de tais unidades entre si" (SCHELLENBERG apud BELLOTTO, 2004, p. 135). O conceito de arranjo é o reflexo do princípio da organicidade. 11 SEMAD Arranjo é uma terminologia usada exclusivamente nos arquivos permanentes para designar a mesma atividade de classificação na gestão documental. A sistemática de arranjo inicia-se no momento do recolhimento, sendo realizada quando se recebe documentos desordenados. Noutro caso, o arranjo deve respeitar a classificação de origem (desde os arquivos correntes), admiti-se pequenas adaptações. O arranjo é ao mesmo tempo uma atividade intelectual, conforme explicitada anteriormente, e uma atividade material: deve-se organizar os documentos internamente uns em relação aos outros, colocá-los em caixas ou pastas e ordená-los em estantes. DESCRIÇÃO e PUBLICAÇÃO A descrição é atividade também exclusiva de arquivo permanente, sendo substituída nos arquivos correntes e intermediários por planos de classificação, vocabulários controlados que servem de recuperação da informação. A descrição na fase permanente "consiste na elaboração de instrumentos de pesquisa que possibilitem a identificação, o rastreamento, a localização e a utilização de dados" (BELLOTTO, 2004, p. 179). É imprescindível que para a sua realização já tenha sido executado o arranjo documental, haja vista que a descrição deve revelar ao pesquisador o meio orgânico em que os documentos foram produzidos, ou seja, a relação entre os conjuntos documentais. Nesse sentido, a descrição aplica-se a conjuntos de documentos; as séries (órgãos e suas subdivisões, atividades funcionais ou grupos documentais da mesma espécie) são consideradas unidades para fins de descrição. As tarefas da descrição levam à elaboração dos chamados instrumentos de pesquisa. Constituem eles vias de acesso do historiador ao documento, sendo a chave da utilização dos arquivos como que fontes primárias da história. Os instrumentos podem ser genéricos ou específicos. - Guia: instrumento de pesquisa mais abrangente, com linguagem que permite atingir também o grande público. Este instrumento permite uma visão geral do acervo. - Inventário: instrumento de pesquisa que descreve conjuntos documentais ou partes do fundo. É parcial e traz uma descrição sumária (coletiva). - Catálogo: instrumento que descreve documento a documento unitariamente, respeitando ou não a ordem da classificação. Apresenta uma descrição analítica (unitária). - Catálogo seletivo: instrumento que descreve minuciosamente peças documentais selecionadas de um ou mais fundos. - índices: instrumentos complementares dos catálogos e inventários, por apresentar nomes, locais ou assuntos em ordem alfabética e remetendo o leitor às respectivas notações de localização. - Edição de fontes: apresentação do texto integral. Aconselha-se que além dos textos sejam apresentados estudos introdutórios e fontes paralelas. DIFUSÃO OU REFERÊNCIA É nesta fase que se completam as funções do arquivista: aproximar o arquivo da comunidade, com atividades voltadas às áreas social, educativa e cultural. Cabem duas ações na difusão: a que lança elementos de dentro para fora e a que promove atrativos no recinto do arquivo. Atividades como visitas à comunidade, visitas orientadas no arquivo, exposições, trabalhos conjuntos entre escolas e arquivos beneficia tanto a comunidade, por conhecer fontes documentais que baseiam sua história, como para os arquivos que alcançam representatividade para o desenvolvimento de suas atividades. As atividades de difusão não podem afastar o arquivo da sua função principal que é a de servir às necessidades das administrações a que servem. Unidade 05 - Métodos de Arquivamento Métodos de Arquivamento Arquivamento é conjunto de operações destinadas ao acondicionamento e ao armazenamento de documentos. O método de arquivamento deve ser escolhido de acordo com a natureza dos documentos e pela estrutura da instituição. A instituição pode ter quantos métodos forem necessários Arquivamento HORIZONTAL - Os documentos são dispostos uns sobre os outros e arquivados em caixas, estantes e escaninhos. - Indicado para Arquivos Permanentes (onde a frequencia de uso é menor) e para documentos de grandes dimensões como plantas, desenhos e mapas. - Para consultar qualquer documento é necessário retirar os que se encontram sobre ele, dificultando a localização rápida das informações – por esse motivo é desaconselhável na fase corrente dos arquivos (onde a frequência de uso é maior). Arquivamento VERTICAL - Os documentos são dispostos um atrás do outro em gavetas ou estantes, permitindo a rápida consulta, sem necessidade de remover outros documentos. - Indicado para Arquivo Corrente, pois agiliza a busca e a localização dos documentos Os Métodos de Arquivamento, em relação à ordenação podem ser divididos em DOIS grandes sistemas: SISTEMA DIRETO e SISTEMA INDIRETO Sistema DIRETO É aquele em que a busca do documento é feita diretamente no local onde se acha guardado. Por exemplo, se vocêprocura por um documento endereçado ao Fernando e os documentos estão organizados alfabeticamente, basta ir à letra “F” para encontrá-lo. É Característico dos métodos: Alfabético, Geográfico, Dicionário e Enciclopédico. Sistema INDIRETO É aquele em que, para se localizar um documento, é preciso, antes, consultar um índice ou código. É Característico dos métodos: Numérico simples, Numérico cronológico, Numérico dígito-terminal, Decimal e Duplex. Atenção! O método ALFANUMÉRICO -combinação de letras e números- não se inclui nas classes de métodos básicos e padronizados e é considerado semi-indireto. Quando se trata de planejar a organização do arquivo, os elementos constantes de um documento a considerar são nome (remetente, destinatário ou pessoa referida no documento), local, número, data e assunto. 12 SEMAD Ou seja, é o elemento mais importante para cada caso que define como o arquivo será organizado: ordem alfabética, geográfica, numérica (simples ou cronológica) ou por assunto. MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO: Métodos Básicos Alfabético Geográfico Numérico Simples Cronológico Dígito-terminal Ideográficos (Assunto) Alfabéticos Enciclopédico Dicionário Numéricos Duplex Decimal Os métodos mais comumente cobrados em concursos públicos são os seguintes: • Método Alfabético • Método Geográfico • Método Numérico (Simples, Cronológico ou Dígito-Terminal) • Método Ideográfico MÉTODOS BÁSICOS I- MÉTODO ALFABÉTICO É um método direto, que não exige a adoção de índice para que o documento seja localizado e tem como elemento principal o NOME. As fichas e pastas são dispostas na ordem alfabética, respeitando as regras gerais de alfabetação e ordenação. Em geral, o método alfabético é mais simples e barato, se comparado aos demais. Quando for adotado a ordem alfabética, será necessário conhecer as regras de alfabetação. São 13 as regras de alfabetação. 1. Nos nomes de pessoas físicas, considera-se o último sobrenome e depois o prenome. Exemplo: João Barbosa adota-se, BARBOSA, João. Pedro Álvares Cabral, adota-se, CABRAL, Pedro Alvares Obs: Quando houver sobrenome igual prevalece a ordem alfabética do prenome. Exemplo: Aníbal Teixeira Pedro Teixeira Marilda Teixeira Vitor Teixeira Arquivam-se: Teixeira, Aníbal Teixeira, Marilda Teixeira, Pedro Teixeira, Vitor 2. Sobrenomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen não se separam. Exemplo: Camilo Castelo Branco Paulo Monte Verde Heitor Villa-Lobos Arquivam-se: Castelo Branco, Camilo Monte Verde, Paulo Villa-Lobos, Heitor 3. Os sobrenomes formados com as palavras são, santo, santa seguem as regras aplicadas para sobrenomes composto por adjetivo e um substantivo. Exemplo: Waldemar Santa Rita Luciano Santo Cristo Irwing São Paulo Arquivam-se: Santa Rita, Waldemar Santo Cristo, Luciano São Paulo, Irwing 4. As iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na classificação de sobrenomes iguais Exemplo: J. Vieira Jonas Vieira José Vieira Arquivam-se: Vieira, J. Vieira, Jonas Vieira, José 5. Os artigos e preposições, tais como, a, o, de, d’, da, do, e, um, uma, não são considerados (ver também regra nº. 9) 13 SEMAD Exemplo: Pedro de Almeida Ricardo d’Andrade Lúcia da Câmara Arnaldo do Couto Arquivam-se: Almeida, Pedro de Andrade, Ricardo d’ Câmara, Lúcia da Couto, Arnaldo do 6. Os sobrenomes que exprimem grau de parentesco como Filho, Neto, Júnior, Sobrinho são considerados parte integrante do último sobrenome, mas não são considerados na ordem alfabética. Exemplo: Antônio Almeida Filho Paulo Ribeiro Júnior Joaquim Vasconcelos Sobrinho Henrique Viana Neto Arquivam-se: Almeida Filho, Antônio Ribeiro Júnior, Paulo Vasconcelos Sobrinho, Joaquim Viana Neto, Henrique Obs: Os graus de parentesco só serão considerados na alfabetação quando servirem de elemento de distinção. Exemplo: Jorge de Abreu Sobrinho Jorge de Abreu Neto Jorge de Abreu Filho Arquivam-se: Abreu Filho, Jorge de Abreu Neto, Jorge de Abreu Sobrinho, Jorge de 7. Os títulos não são considerados na alfabetação. São colocados após o nome completo, entre parênteses. Exemplo: Ministro Milton Campos Professor André Ferreira General Paulo Pereira Dr. Pedro Teixeira Arquivam-se: Campos, Milton (Ministro) Ferreira, André (Professor) Pereira, Paulo (General) Teixeira, Pedro (Dr.) 8. Os nomes estrangeiros são considerados pelo último sobrenome, salvo no caso de espanhóis e orientais (ver também regras no. 10 e 11) Exemplo: Georges Albert Winston Churchill Paul Müller Jorge Schmidt Arquivam-se: Aubert, Georges Churchill, Winston Müller, Paul Schimidt, Jorge 9. As partículas dos nomes estrangeiros podem ou não ser consideradas e colocadas antes do sobrenome, o mais comum é considera-las como parte integrante do nome apenas quando escritas com letra maiúsculas. Exemplo: Giulio di Capri Esteban De Penedo Charles Du Pont John Mac Adam Gordon O’Brien Arquivam-se: Capri, Giulio di De Penedo, Esteban Du Pont, Charles Mac Adam, John O’Brien, Gordon 10. Os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo sobrenome, que corresponde ao sobrenomes de família do pai. Exemplo: José de Oviedo y Baños Francisco de Pina de Mello Angel del Arco y Molinero Antônio de los Rios Arquivam-se: Arco y Molinero, Angel del Oviedos y Baños, José de Pina de Mello, Francisco de Rios, Antônio de los 11. Os nomes orientais – japoneses, chineses e árabes – são registrados como se apresentam. Exemplo: Al Ben-Hur Li Yutang 12. Os nomes de firmas, empresas instituições governamentais devem ser transcritos como se apresentam, não considerando, porém, para fins de ordenação, os artigos e preposições que os constituem. Admite-se, para facilitar a ordenação, que os artigos iniciais sejam colocados entre parênteses após o nome. Exemplo: Embratel Álvaro Ramos & Cia. Fundação Getúlio Vargas A colegial The Library of Congress Companhia Progresso Guanabara Barbosa Santos Ltda Arquivam-se: Álvaro Ramos & Cia. Barbosa Santos Ltda Colegial (A) Companhia Progresso Guanabara Embratel 14 SEMAD Fundação Getúlio Vargas Library of Congress (The) 13. Nos títulos do congressos, conferências, reuniões, assembléias e assemelhados os números arábicos, romanos ou escritos por extenso deverão aparecer no fim, entre parênteses. Exemplo: II Conferência de Pintura Moderna Quinto Congresso de Geografia 3º Congresso de Geologia Arquivam-se: Conferência de Pintura Moderna (II) Congresso de Geografia (Quinto) Congresso de Geologia (3º) Estas regras podem ser alteradas para melhor servir a organização, desde que o arquivista observe sempre o mesmo critério e faça as remissivas necessárias para evitar dúvidas futuras. Exemplo: José Peregrino da Rocha Fagundes Júnior José Félix Alves Pacheco Podem ser arquivados pelos nomes mais conhecidos: Peregrino Júnior, José Félix Pacheco, José Colocam-se remissivas em: Além de observar as regras de alfabetação, e necessáriotambém considerar as REGRAS DE ORDENAÇÃO, que podem ser palavra por palavra ou letra por letra. Letra por letra Exemplo: Monte Alegre Monte Branco Monteiro Monte Mór Montenegro Monte Sinai Palavra por palavra Exemplo: Monte Alegre Monte Branco Monte Mór Monte Sinai Monteiro Montenegro A escolha de um dos critérios implica a exclusão do outro. II- MÉTODO GEOGRÁFICO Neste método, o elemento principal é o local, seja o país, o Estado ou, a cidade. É considerado a origem, a procedência do documento. Devem ser observadas as seguintes regras: 1) MÉTODO GEOGRÁFICO – PAÍS Quando o elemento principal forem países, alfabeta-se em primeiro lugar o país, seguido da capital e do correspondente. As demais cidades apresentam-se após as respectivas capitais. - Os PAÍSES deverão ficar em ordem alfabética - Dentro de cada país, a 1ª cidade deverá ser a CAPITAL - As demais cidades seguem em ordem alfabética Exemplo: Fagundes Júnior, José Peregrino da Rocha Ver Peregrino Júnior, José Pacheco, José Félix Alves Ver Félix Pacheco, José MALÁSIA GRÉCIA FRANÇA ESPANHA CANADÁ BRASIL Brasília Belém João Pessoa Maceió Rio de Janeiro 15 SEMAD 2) MÉTODO GEOGRÁFICO – ESTADO Quando for organizar um arquivo por Estado, devem ser arquivadas primeiro as capitais, independentemente da ordem alfabética em relação às demais cidades, que deverão estar dispostas após as capitais. - Os ESTADOS deverão ficar em ordem alfabética - Dentro de cada estado, a 1ª cidade deverá ser a CAPITAL - As demais cidades seguem em ordem alfabética Exemplo: 3) MÉTODO GEOGRÁFICO – CIDADE Quando o principal elemento é a Cidade e não o Estado, deve-se observar a rigorosa ordem alfabética por cidades, não havendo destaque para as capitais. - O arquivo é organizado por cidade, sem a separação por estado. - As CIDADES deverão ficar em ordem alfabética e devemos indicar ao final de cada cidade, o estado correspondente. Exemplo: III- MÉTODO NUMÉRICO É quando o método de arquivamento é feito por ordenação numérica. 3.1- Método Numérico Simples 3.2- Método Numérico-Cronológico 3.3- Método Numérico-Digito-Terminal 3.1- Método Numérico Simples Método indireto em que o principal elemento a ser considerado em um documento é o seu número. É atribuído um número a cada correspondente de acordo com registro ou ordem de entrada, ou seja, sequência numérica de entrada. - A busca é feita por um nome, por isso exige um índice alfabético, também conhecido como ONOMÁSTICO. 3.2- Método Numérico-Cronológico TOCANTINS SÃO PAULO PARANÁ GOIÁS CEARÁ BAHIA ALAGOAS Maceió Arapiraca Palmeira dos Índios Penedo Santana do Ipanema Taguatinga (DF) São Paulo (SP) Piripiri (PI) Macapá (AP) Lages (SC) Campinas (SP) Arapiraca (AL) 16 SEMAD Nesse método, além da ordem numérica deve-se observar a data. É um método adotado em quase todas as repartições públicas. Numera-se o documento e não a pasta. Depois de autuado, o documento é colocado em uma capa de cartolina, passando a ser chamado daí em diante de processo. As vantagens desse método são maior grau de sigilo, menor possibilidade de erros, por ser mais fácil de lidar com números do que com letras. Sua desvantagem é o fato de ser um método indireto, obrigando duplicidade de pesquisa. Exemplos: 00101/2009 00256/2010 00289/2010 3.3- Método Numérico-Digito-Terminal Os documentos são numerados sequencialmente, os números são dispostos em três grupos de pares numéricos e sua leitura é feita da direita para a esquerda. Ex.: 645.321, decompondo 64-53-21. Neste exemplo o número 21 é o grupo primário, 53 o secundário, e o terciário é o número 64. O arquivamento dos documentos, pastas ou fichas é feito considerando-se em primeiro lugar o grupo primário, seguindo-se o secundário e, finalmente o terciário. Quando o número for composto de menos de seis dígitos, serão colocados zeros à sua esquerda para fins de complementação. São vantagens do método dígito-terminal a redução de erros de arquivamento e rapidez na localização e arquivamento. Unidade 6 - Microfilmagem e Automação Microfilmagem A microfilmagem é um sistema de gerenciamento e preservação de informações, mediante a captação das imagens de documentos por processo fotográfico. O Brasil possui legislação federal específica, que autoriza as atividades de microfilmagem no país, estabelecendo que o microfilme reproduz os mesmos efeitos legais dos documentos originais, podendo estes serem eliminados após a microfilmagem, salvo os casos dos documentos permanentes que não podem ser eliminados. Benefícios da microfilmagem: - Validade legal - a microfilmagem é um processo reprográfico autorizado pela Lei n° 5.433, de 8/5/1968 e pelo Decreto n° 1.799, de 30/1/1996, que conferem ao microfilme o mesmo valor legal do documento original. - Redução sensível de espaço - redução da ordem de até 98%, sempre em proporcionalidade ao grau de redução utilizado quando da microfilmagem. - Acesso fácil e rápido - conseqüência das pequenas dimensões das microformas, da eficiência de sua catalogação e indexação, comparativamente aos arquivos convencionais em papel. - Segurança - por se tratar de um material fotográfico, além de permitir reproduções com rapidez e baixo custo, o arquivo microfilmado, devido ao pequeno volume, permite o seu acondicionamento em caixas-forte (arquivo de segurança), protegido de sinistros. - Confidencialidade das informações - a confidencialidade é maior visto que a olho nu é impossível visualizar qualquer informação. - Durabilidade - respeitando-se determinadas normas da microfilmagem, acondicionamento e manuseio, os arquivos microfilmados podem ser conservados indefinidamente. ATENÇÃO! Os documentos permanentes, quando microfilmados, não poderão se eliminados. a microfilmagem desses documentos visa a preservação dos originais e facilitar o acesso à informação. Automação Aplicada aos Arquivos É o conceito de tornar automáticas atividades repetitivas com uso de sistemas e equipamentos que efetuam coleta de dados e atuam nos processos, minimizando a necessidade da interferência humana e resultando em maior velocidade nas operações, redução de erros, controle e principalmente em fidelidade de informações, elementos essenciais para um gerenciamento eficaz. Dentre as modernas técnicas de informatização de arquivo, podemos destacar: • Workflow – é um sistema que permite dizer exatamente onde está cada documento que tramita dentro da sua organização. Garante maior produtividade, segurança e controle total de possíveis gargalos operacionais. • Gerenciamento Eletrônico de Documentos - GED, é o processo de converter documentos em suporte de papel ou microfilme para um formato eletrônico representado pela figura de uma página e o seu gerenciamento por meio de um 17 SEMAD software que permite que estes sejam indexados, armazenados, pesquisados, recuperados e visualizados. Os documentos são convertidos por meio de scanner. ALTERAÇÃO DO SUPORTE DA INFORMAÇÃO A adoção de recursos tecnológicos para alteração do suporte da informação requer a observância de determinados critérios que levam em consideração os preceitos técnicos da Arquivologia, a legislação em vigor e a relação custo/benefício de sua implantação. Assim, a alteração de suporte de qualquer série documental só poderá ocorrer se constar da tabela de temporalidade da instituição, com a aprovação da Comissão de Avaliação de Documentos. A alteração de suporte, quando tecnicamente orientada, traz como benefícios: 1. agilizar a recuperaçãodas informações, bem como o seu intercâmbio; 2. garantir a preservação de documentos originais passíveis de destruição pelo manuseio, bem como a segurança do acervo contra furtos, incêndios, inundações etc; 3. preencher lacunas nos acervos arquivísticos; 4. substituir, em situações específicas, grandes volumes de documentos destinados à eliminação, que tenham prazos de guarda muito extensos, proporcionando um melhor aproveitamento de espaço, reduzindo o custo da sua manutenção, concentrando as informações e facilitando o seu manuseio. Cada órgão necessita encontrar a solução que melhor atenda às suas peculiaridades, examinando as vantagens e desvantagens que envolvem a adoção desses recursos, bem como o custo global e os benefícios a serem obtidos. Ainda assim é preciso observar que: a) a atual legislação de microfilmagem não permite a eliminação de documentos públicos ou oficiais destinados à guarda permanente, mesmo após microfilmados; b) o microfilme tem validade em juízo, desde que se obedeça aos critérios e padrões estabelecidos em lei; c) a atual legislação brasileira que garante a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica (cópias em formato digital) encontra-se em processo de regulamentação, sendo aconselhável a observância da legislação em vigor no momento da adoção desse suporte; d) os documentos devem apresentar uma organização que possibilite a recuperação das informações neles contidas antes e depois de processada a alteração do suporte; e) os documentos devem ser previamente avaliados, para verificar se o valor justifica a operação; f) os documentos devem ter características físicas que se prestem ao uso do recurso, dando preferência às grandes séries e não a peças isoladas, observado o estado de conservação, para que a reprodução ocorra dentro de parâmetros técnicos adequados; g) o recurso utilizado deve ser adotado dentro da melhor técnica, de forma a assegurar a qualidade da reprodução, a durabilidade do novo suporte e o acesso à informação; h) o órgão que adotar recursos para alteração do suporte da informação deve contar com depósitos e equipamentos de segurança que garantam a preservação do novo suporte. Unidade 7 - Preservação, conservação e restauração de documentos. PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS O arquivo permanente, além da guarda, deve se preocupar também com a preservação dos documentos da instituição, de forma a garantir que os valores secundários (histórico e cultural, probatório e informativo), inerentes a essa idade do arquivo, não sejam perdidos. A preservação visa o controle ambiental que é o conjunto de procedimentos para criação e manutenção de ambiente de armazenamento propício à preservação, compreendendo controle de temperatura, da umidade relativa, da qualidade do ar, da luminosidade, bem como prevenção de infestação biológica, procedimentos de manutenção, segurança e proteção contra fogo e danos por água. Há dois fatores – apontados pela Repartição de Normas Técnicas (Bureau of Standards) – que afetam a preservação do material sob a custódia de um arquivo: agentes externos e internos de deterioração. Os agentes externos decorrem das condições de armazenagem e de uso; os internos são inerentes à própria natureza material dos documentos. Cabe ao arquivista precaver-se contra esses agentes destrutivos, provendo-se de instalações que anulem ou reduzam os efeitos maléficos dos agentes externos e empregando métodos que preservem os materiais perecíveis, seja na forma original, seja em qualquer outra forma. A luz, a temperatura, a umidade, a poluição ácida do ar e as impurezas no papel são os principais agentes de deterioração. Os agentes externos mais responsáveis pela deterioração são os gases ácidos da atmosfera e particularmente o dióxido sulfúrico (H2SO5). A poluição ácida do ar, bem como outros fatores externos de deterioração, temperatura e umidade desfavoráveis, somente podem ser tratados pelo uso de aparelhos de ar-condicionado. Nas áreas onde se observa elevada poluição atmosférica, os prédios destinados a arquivos devem ser equipados com aparelhos de ar-condicionado. O controle de temperatura, de umidade 18 SEMAD relativa e de poluentes, por meio de instrumentos, com o objetivo de criar uma atmosfera favorável à conservação dos documentos denomina-se CLIMATIZAÇÃO. A luz do dia deve ser abolida na área de armazenamento, porque não só acelera o desaparecimento das tintas, como enfraquece o papel. A própria luz artificial deve ser usada com parcimônia. O ar seco é outro fator de enfraquecimento do papel. A umidade, além de exercer o mesmo efeito do ar seco, propicia o desenvolvimento de mofo. A umidade alta enfraquece o papel. O índice de umidade ideal situa-se entre 40 e 50%. A temperatura não deve sofrer oscilações, mantendo-se entre 18 e 21º. O calor constante destrói as fibras do papel. O ideal é a utilização ininterrupta de aparelhos de ar condicionado e desumidificadores, a fim de climatizar as áreas de armazenamento e filtrar as impurezas do ar. Não sendo viável tal prática, deve-se empregar sílica-gel, acondicionada em recipientes plásticos, no fundo das gavetas ou estantes para combater a umidade. O ideal sempre é o meio termo: nem muito frio, nem muito quente; nem muito seco, nem muito úmido. Os fungos são organismos prejudiciais que se alimentam de papéis, amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. Além da umidade e nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento das colônias de fungos: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta de higiene. O uso de fungicidas não é recomendado, pois os danos causados superam em muito a eficiência dos produtos sobre os documentos. Não de deve limpar o ambiente com água, pois esta, ao secar, eleva a umidade relativa do ar, favorecendo a proliferação de colônias de fungos. Na higienização do ambiente, é recomendado o uso de aspirador. A poeira e os gases contribuem para o envelhecimento prematuro dos papéis. As emanações dos gases também destroem as fibras do papel. Determinados insetos são atraídos pela celulose do papel, cola, goma ou caseína, mas a umidade é a principal causadora de seu aparecimento, pois neste ambiente encontram condições ideais para se desenvolverem. Para a preservação dos documentos, recomenda-se o seguinte: I – Quanto ao ambiente: a) Manter sempre limpo e arejado; b) Utilizar aspirador de pó e pano levemente úmido para não dispersar o pó existente no chão, estantes e armários; c) Não consumir alimentos e bebidas nos locais do acervo, pois atraem insetos e roedores que atacam os documentos; d) Não fumar nos locais de acervo, pois resíduos químicos da fumaça causam danos aos suportes documentais; e) Manter a temperatura do local entre 18ºC e 21°C e a umidade relativa do ar entre 40% e 50%, pois níveis elevados de temperatura e umidade geram campos favoráveis para a proliferação de microorganismos e deterioração dos suportes dos documentos. II – Quanto ao manuseio: a) Evitar o manuseio desnecessário; b) As mãos devem estar sempre limpas e livres de sujeira e gorduras. Sempre que possível, utilize luvas de algodão para manipular documentos, fotografias e gravuras. c) Evite cópias reprográficas de documentos. A luz ultravioleta causa danos cumulativos irreversíveis e o manuseio provoca dobras e rasgos nas lombadas. d) Não dobrar os documentos, pois as fibras são rompidas e o papel se rasga facilmente; e) Não faça anotações sobre o original. Utilize grafite e papel para anotações e não se apóie sobre a documentação. Qualquer anotação que se faça necessária nos documentos, deverá ser feita a lápis, que possibilita a correção, se for necessária. f) Não grampear os documentos (especialmente os de guarda permanente), pois os grampos de metal enferrujam rapidamente, além de produzir perfurações nopapel; g) Não use clipes e grampos metálicos. Utilize clipes plásticos ou proteja os documentos com um pequeno pedaço de papel na área de contato. h) Não utilize fitas adesivas. Elas causam manchas de difícil remoção e se desprendem do suporte rapidamente. i) Nunca usar saliva para folhear livros e documentos, pois além de danificar o documento, formando no local um depósito de acidez e bactérias, podendo também haver contaminação com microorganismos existentes no papel ou até com resíduos de venenos, naqueles locais em que se costumam fazer desinsetizações. III – Quanto ao acondicionamento: a) Não usar barbantes ou elásticos, eles podem cortar e danificar os documentos; b) Não usar pastas com prendedores e hastes de metal, pois estes enferrujam com facilidade, danificando os documentos; c) As embalagens devem ser de tamanho maior que o documento para não dobrá-lo ou amassá-lo; d) Não acondicionar documentos em quantidade superior à capacidade da pasta ou caixa; e) Manter os documentos protegidos da luz solar intensa e evitar o contato com água. 19 SEMAD IV – Conservação de fotografias: a) Não tocar na parte da imagem das fotografias, pois a gordura natural que existe nas mãos pode deixar manchas de difícil remoção; b) Fazer anotações no verso da foto utilizando lápis macio; c) Não utilizar objetos estranhos ao suporte fotográfico, como clipes e grampos de metal; d) Nunca utilizar cola ou fita adesiva em contato com a imagem fotográfica. V – Conservação de documentos eletrônicos e magnéticos: a) Produzir cópias de segurança (backup) dos documentos que devem ser guardados; b) Não armazenar disquetes, fitas e CDs sobre aquecedores, peitoris de janelas, televisores, equipamentos eletrônicos e máquinas em geral; c) Não tocar no meio magnético; d) Usar, preferencialmente, móveis de madeira ou de acrílico para a guarda dos discos e fitas magnéticas; e) Acondicionar discos, CDs e fitas em posição vertical ou em móveis adequados; f) Evitar choques e quedas; g) Fitas de vídeo devem ser rebobinadas periodicamente e mantidas na posição vertical com a bitola cheia voltada para baixo. h) Fitas de rolo devem ser seguradas pelo meio do eixo central durante o manuseio e transporte. i) As etiquetas deverão ser preenchidas com lápis, antes de serem fixadas no disquete ou na fita. j) A remoção de poeira em um disco óptico deve ser feita com tecido não-abrasivo ou com escova macia. CONSERVAÇÃO DOS DOCUMENTOS CONSERVAÇÃO é o conjunto de atividades que visam à preservação dos documentos, isto é, ações realizadas com o objetivo de desacelerar os processos de degradação por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos. A conservação compreende os cuidados prestados aos documentos e, conseqüentemente, ao local de sua guarda. A conservação tem como principal objetivo estender a vida útil dos documentos, procurando mantê-los o mais próximo possível do estado físico em que foram criados, incluindo-se a guarda ou acondicionamento de documentos em depósitos e a restauração com o objetivo de revitalizar a concepção original, ou seja, a legibilidade do documento. Há uma série de tratamentos e técnicas que podem ser utilizadas na conservação dos documentos. A doutrina da Marilena Leite Paes cita quatro principais operações de conservação: desinfestação, limpeza ou higienização, alisamento, restauração ou reparo. • Desinfestação: Processo de destruição ou inibição da atividade de insetos. O método mais eficiente de combater os insetos é a fumigação. Fumigação - Processo de destruição de insetos em qualquer fase de desenvolvimento. A substância química a ser empregada nesse processo deve passar por testes de garantia da integridade do papel e da tinta sob sua ação. Contudo, de acordo com uma publicação oficial do Arquivo Nacional, a fumigação de documentos não é mais recomendada em virtude dos gases tóxicos e compostos oxidantes danosos. • limpeza ou higienização: Retirada, por meio de técnicas apropriadas, de poeira e outros resíduos. É a fase posterior à fumigação. Na falta de instalações especiais para essa operação, utiliza-se um pano macio, uma escova ou um aspirador de pó. • Alisamento: Consiste em colocar os documentos em bandejas de aço inoxidável, expondo-os à ação do ar com forte percentagem de umidade, 90 a 95%, durante uma hora, em uma câmara de umidificação. Em seguida, são passados a ferro, folha por folha, em máquinas elétricas. Caso existam documentos em estado de fragilidade, recomenda-se o emprego de prensa manual sob pressão moderada. Na falta de equipamento adequado, aconselha-se usar ferro de engomar caseiro. • Restauração ou reparo: Conjunto de procedimentos específicos para recuperação e reforço de documentos deteriorados e danificados. Os documentos devem ser tratados em relação à acidez, antes de se tentar a restauração por qualquer método. A restauração exige um conhecimento profundo dos papéis e tintas empregados. Vários são os métodos existentes. O método ideal é aquele que aumenta a resistência do papel ao envelhecimento natural e às agressões externas do meio ambiente, sem que advenha prejuízo quanto à legibilidade e flexibilidade, e sem que aumente o volume e o peso. Técnicas de Restauração : 20 SEMAD Banho de gelatina Consiste em mergulhar o documento em banho de gelatina ou cola, o que aumenta a sua resistência, não prejudica a visibilidade e a flexibilidade e proporciona a passagem dos raios ultravioletas e infravermelhos. Os documentos, porém, tratados por este processo, que é natural, tornam-se suscetíveis ao ataque dos insetos e dos fungos, além de exigir habilidade do executor. Tecido Processo de reparação em que são usadas folhas de tecido muito fino, aplicadas com pasta de amido. A durabilidade do papel é aumentada consideravelmente, mas o emprego do amido propicia o ataque de insetos e fungos, impede o exame pelos raios ultravioletas e infravermelhos, além de reduzir a legibilidade e a flexibilidade. Silking Este método utiliza tecido – crepeline ou musseline de seda – de grande durabilidade, mas, devido ao uso de adesivo à base de amido, afeta suas qualidades permanentes. Tanto a legibilidade quanto a flexibilidade, a reprodução e o exame pelos raios ultravioletas e infravermelhos são pouco prejudicados. É, no entanto, um processo de difícil execução, cuja matéria prima é de alto custo. Laminação Processo em que se envolve o documento, nas duas faces, com uma folha de papel de seda e outra de acetato de celulose, colocando-o numa prensa hidráulica. O acetato de celulose, por ser termoplástico, adere ao documento, juntamente com o papel de seda, e dispensa adesivo. A durabilidade e as qualidades permanentes do papel são asseguradas sem perda da legibilidade e da flexibilidade, tornando-o imune à ação de fungos e pragas. Qualquer mancha resultante do uso pode ser removida com água e sabão. O volume do documento é reduzido, mas o peso duplica. A aplicação, por ser mecanizada, é rápida e a matéria-prima, de fácil obtenção. O material empregado na restauração não impede a passagem dos raios ultravioletas e infravermelhos. Assim, as características da laminação são as que mais se aproximam do método ideal. Laminação manual Este processo, desenvolvido na Índia, utiliza a matéria-prima básica da laminação mecanizada, embora não empregue calor nem pressão, que são substituídos pela acetona. A laminação manual, também chamada laminação com solvente, oferece grande vantagem àqueles que não dispõem de recursos para instalar equipamentos mecanizados. Encapsulação Utiliza basicamente películas de poliéster e fita adesiva de duplo revestimento. O documento é colocado entre duas lâminas de poliéster (plástico) fixadas nas margens externas por fita adesiva nas duas faces; entre o documento e a fita
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