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Materiais ceramicos

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UNIVERSIDADE POLITECNICA-APOLITECNICA 
Instituto Superior de Humanidade, Ciência e Tecnologia 
 
 
 
 
 
Engenharia civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
Materiais cerâmicos 
 
 
 
 
 
 
 
Muhamad Ruheid M. Carim 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quelimane 
2020 
2 
 
UNIVERSIDADE POLITECNICA-APOLITECNICA 
Instituto Superior de Humanidade, Ciência e Tecnologia 
 
 
 
 
 
Engenharia civil 
 
 
 
 
 
 
 
Materiais cerâmicos 
 
 
 
 
 
 
Trabalho recomendado na 
cadeira de Materiais de Cons., pelo 
docente, Huguito Mourão 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quelimane 
2020 
3 
 
Índice 
1. Introdução ............................................................................................................................... 5 
1.1 Objetivos .......................................................................................................................... 5 
2. Materiais cerâmicos ................................................................................................................ 6 
2.1 A argila como material de construção .............................................................................. 7 
2.1.1 Classificação das argilas ........................................................................................... 7 
2.1.2 Características da argila ............................................................................................ 9 
2.2 Fabricação de materiais cerâmicos ................................................................................. 10 
2.2.1 Classificação dos materiais cerâmicos .................................................................... 14 
2.3 Tipos de materiais cerâmicos ......................................................................................... 16 
2.3.1 Blocos e tijolos cerâmicos ...................................................................................... 16 
2.3.2 Telhas Cerâmicas .................................................................................................... 17 
2.3.3 Revestimentos Cerâmicos ....................................................................................... 18 
2.3.4 Louças sanitárias ..................................................................................................... 19 
2.3.5 Materiais cerâmicos especiais ................................................................................. 20 
3. Conclusão .............................................................................................................................. 22 
4. Referência Bibliográfica ....................................................................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Lista de Ilustrações 
 
Lista de figura 
Figura 1: Materiais cerâmicos ………………………………………………………………..…6 
Figura 2: Argila …………………………………………………………………...…………….7 
Figura 3: Pedra de micáceas………………………………………………..…………….……...8 
Figura 4: Formação …………………………………………………………..………….……...8 
Figura 5: Fabricação de um material cerâmico ………………………………………………..10 
Figura 6: Extração da argila …………………………………………………………….….….11 
Figura 7: Preparo da argila …………………………………………………………………….11 
Figura 8: Moldagem ………………………………………………………………….…….….12 
Figura 9: Secagem ………………………………………………...……………………….......13 
Figura 10: Cozimento ………………………………….……..………………………….…….14 
Figura 11: Esfriamento …………………………………….………..........................................14 
Figura 12: Cerâmica vermelha …………………………………………………….………...…15 
Figura 13: Cerâmica branca ………………………………………………………….….……..15 
Figura 14: Cerâmica refrataria. ………………………………………….….………..……..….16 
Figura 15: Cerâmica cristalina ……………………………………………………………..…..16 
Figura 16: Bloco e tijolos cerâmicos ………………………………………..........……………16 
Figura 17: Telhas ………………………………………...………..…………………….….….17 
Figura 18: Azulejo …………………………………………………….………………………..18 
Figura 19: Louças sanitárias ………………………………………………………….…...……19 
Figura 20: Manilhas ………………………………………….….……………………………...20 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. Introdução 
No presente trabalho fasear-se-á uma abordagem sobre a matérias cerâmicos, permitindo assim, 
definir e quantificar, de uma forma objetiva, a sua estrutura. Será aqui apresentado a argila como 
material de construção, o fabrico das matérias cerâmicos provenientes da argila, os tipos de 
matérias cerâmicos, e por fim as suas características, de modo a criar condições de satisfazer o 
trabalho. 
 
 
1.1 Objetivos 
1.1.1 Objetivo geral 
 Abordar acerca dos matérias cerâmicos 
1.1.2 Objetivos específicos 
 Descrever o fabrico das matérias cerâmicos provenientes da argila; 
 Explicar sobre a argila como material de construção; 
 Debruçar acerca dos tipos de matérias cerâmicos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. Materiais cerâmicos 
Segundo Borges (2009), os materiais cerâmicos são polifásicos, contendo elementos 
metálicos e não metálicos, e suas propriedades dependem de suas estruturas, tendo alta 
resistência ao cisalhamento e baixa resistência a tração. Ilustrado na imagem abaixo. 
 
Figura 1: Materiais cerâmicos (Borges, 2009) 
 
Chama-se de cerâmica à pedra artificial obtida pela moldagem, secagem e cozimento de 
argilas ou misturas argilosas. Em alguns casos pode ser suprimida alguma das etapas citadas, 
mas a matéria prima essencial de uma cerâmica é a argila. Nos materiais cerâmicos a argila fica 
aglutinada por uma pequena quantidade de vidro, que aparece pela ação do calor de cozimento 
sobre os componentes da argila. 
Segundo Borges, (2009) os materiais cerâmicos com a argila são divididos em cerâmicas 
tradicionais e normalmente são feitos de argila, sílica e feldspato. Como o próprio nome sugere 
as cerâmicas tradicionais não devem satisfazer propriedades específicas rígidas após sua 
produção, de modo que as tecnologias baratas são utilizadas para a maioria dos processos de 
produção. As cerâmicas avançadas são tipos especiais de cerâmica utilizados principalmente 
para aplicações elétricas, eletrônicas, ópticas e magnéticas. Este setor é diferente da cerâmica 
tradicional devido ao fato de que a preparação do pó cerâmico. 
 
7 
 
 
2.1 A argila como material de construção 
De acordo Silva (1985), a argila como material de construção começou a ser utilizada 
pela sua abundância, pelo custo reduzido e por ser um material que, na presença de água, pode 
ser moldado facilmente, secando e endurecendo na presença de calor., conforme ilustra a figura 
abaixo. Além disso, o uso dos produtos cerâmicos produzidos a partir do cozimento das argilas 
surgiu da necessidade de um material similar às rochas, nos locais onde havia escassez das 
mesmas. 
 
Figura 2: Argila (Silva, 1985) 
 
A argila é um material composto principalmente por compostos de silicatos e alumina 
hidratados. De acordo com Petrucci (1975) as diferentes espécies de argilas, consideradas como 
puras, são na verdade misturas de diferentes hidrossilicatos de alumínio, denominados de 
materiais argilosos. Os materiais argilosos se diferenciam entre si pelas diferentes proporções de 
sílica, alumina e água em sua composição, além da estrutura molecular diferenciada. Os 
principais materiais argilosos que têm importância como material de construção são a caulinita, a 
montmorilonita e a ilita. 
 
2.1.1 Classificação das argilas 
Silva (1985) e Petrucci (1975) apresentam as principais formas de classificação das 
argilas, segundo os critérios de estrutura dos minerais e emprego do material. Ilustrado na figura 
abaixo. 
 De acordo com a estrutura do material, as argilas podem ser classificadas 
em: estrutura laminar e estrutura foliácela. 
8 
 
As argilas de estrutura laminar têm seus minerais arranjados em lâminas e são as argilas 
utilizadas na fabricação dos produtos cerâmicos. Entre as argilas de estrutura laminar podemos 
destacar: 
 Caolinita: são as argilas consideradas mais puras.Utilizadas na fabricação 
de porcelanas, materiais refratários e em cerâmicas sanitárias. 
 Montmorilonita: Por ser um material muito absorvente é pouco utilizada 
sozinha. É aplicada em misturas às caolinitas para corrigir a plasticidade. 
 Micáceas: utilizadas na fabricação de tijolos. 
 
Figura 3: Pedra de micáceas (Petrucci 1975) 
 
 Quanto a formação: 
A figura abaixo ilustra a formação da argila. 
 Residuais, quando se encontram no lugar em que foram formadas. 
 Sedimentares ou transportadas, quando removidas depositando-se em 
locais distantes do local de sua formação. 
 
Figura 4: Formação (Petrucci 1975) 
9 
 
 
 Quanto a plasticidade: 
A plasticidade depende da maior ou menor quantidade de substâncias argilosas coloidais. 
 Gordas ou graxas, plásticas devido à alumina, untuosas ao tato, 
deformam-se exageradamente no cozimento, rica em materiais argilosos e pobres em 
areia. 
 Magras, contém excesso de sílica, resulta em produtos porosos e frágeis, é 
pouco plástica, porém tem baixa contração. 
 
2.12. Características da argila 
A argila apresenta algumas características que explicam o seu comportamento como 
material de construção. Entre as principais podemos destacar as citadas por Silva (1985) e 
Petrucci (1975): 
 
 Plasticidade: um material possui plasticidade quando se deforma sob a 
ação de uma força e mantém essa deformação após cessada a força que a originou. A 
plasticidade das argilas é função da quantidade de água presente no material. De acordo 
com Silva (1985), quanto mais água, até certo ponto, maior a plasticidade da argila e a 
partir desse ponto, se for adicionada mais água, a argila se torna um líquido viscoso. 
Quanto mais pura a argila, mais plástica é a sua mistura com água e quanto maior a 
temperatura, menor a plasticidade, porque a quantidade de água é reduzida. 
 Ação do calor: nas argilas, a ação do calor pode ocasionar variação na 
densidade, porosidade, dureza, resistência, plasticidade, textura, condutibilidade térmica, 
desidratação e formação de novos compostos. As argilas cauliníticas perdem pouca água 
em temperaturas inferiores a 400°C, mas acima desta temperatura perdem água de 
constituição (água combinada quimicamente), modificando sua estrutura. As argilas em 
que predomina a montmorilonita perdem quase toda a água a 150°C e as micáceas a 
100ºC, sendo que ambas começam a perder água de constituição a partir de 400°C. 
 Retração e dilatação: de acordo com Silva (1985) a caolinita se dilata de 
modo regular, perdendo água de amassamento de 0°C a 500°C e contrai-se em 
10 
 
temperaturas de 500°C a 1.100°C. As argilas micáceas dilatam-se progressivamente até 
870°C, contraindo-se em seguida. 
 Porosidade: é a relação entre o volume de poros e o volume total de 
material. Quanto maior a porosidade maior a absorção de água e menor a massa 
específica, a condutibilidade térmica, a resistência mecânica e a resistência à abrasão. 
Quanto maior a comuniação entre os poros, maior é a permeabilidade, ou seja, a 
facilidade de líquidos e gases de circularem pelo material. A porosidade das argilas 
depende dos seus constituintes, da forma, tamanho e posição das partículas (argilas de 
grãos grossos são mais permeáveis que as de grãos finos) e dos processos de fabricação. 
 Composição e Impurezas: alguns constituintes presentes nas argilas 
podem melhorar suas propriedades, enquanto alguns podem ocasionar defeitos aos 
produtos. Compostos de sílica e de aluminio fazem parte da constituição principal das 
argilas. A sílica pode estar presente de maneira livre ou combinada. Quando livre, 
segundo Silva (1985) aumenta a brancura do produto cozido, diminui a plasticidade, 
reduz a retração, diminui a resistência à tração e à variação de temperatura e causa 
variações na refratariedade. 
 
2.2 Fabricação de materiais cerâmicos 
De acordo Yazigi (2009), uma maneira geral a fabricação de um material cerâmico segue 
as seguintes etapas, ilustrado na figura abaixo. 
 
Figura 5: Fabricação de um material cerâmico (Yazigi, 2009) 
11 
 
 Extração do barro 
Cada tipo de cerâmica requer um tipo apropriado de barro. Deve ser analisada a 
composição granulométrica, o teor de argila, a umidade e a pureza entre outras. (Yazigi, 2009) 
 
Figura 6: Extração da argila (Yazigi, 2009) 
 
 Preparo do barro 
Extraída a argila, feita a seleção, segue-se o que se chama de “apodrecimento” da argila. 
Ela é depositada ao ar livre, revolvida e passa por um período de descanso. Esta etapa tem por 
finalidade fermentar ao ar as partículas orgânicas existentes no barro, tornandoas coloidais e 
aumentando a plasticidade da massa. Então Yazigi (2009), diz que a etapa seguinte é a de 
maceração (desagregar torrões), correção e amassamento. Na correção usam-se misturas. A fase 
final é do amassamento, que serve para se obter a uniformidade entre os componentes. A argila 
então é preparada para a moldagem. 
 
Figura 7: Preparo da argila (Yazigi, 2009) 
 
12 
 
 Moldagem: 
A figura abaixo ilustra a moldagem. 
 
Figura 8: Moldagem (Yazigi, 2009) 
 
 Moldagem a seco ou semi-seco 
A moldagem pode ser feita a seco ou semi- seco o que demanda uma grande pressão e 
consequentemente grande energia. Este processo também leva o nome de prensagem. Os 
produtos são de excelente qualidade, mais uniformes e sem bolhas, tendo superfíces lisas e 
impermeáveis. Se sabe que as propriedades mecânicas da cerâmica são inversamente 
proporcionais à quantidade de água usada na moldagem. Este processo é normalmente usado 
para ladrilhos, azulejos, isoladores elétricos e também para tijolos e telhas de melhor qualidade. 
(Yazigi, 2009) 
 Moldagem com pasta plástica consistente 
Nestes casos a pasta é forçada a passar sob pressão sob um bocal apropriado, formando 
uma fita contínua e uniforme. Depois esta fita é cortada ns segmentos desejados. Este processo 
não pode ter massa com muita água devido a porosidade no cosimento assim como deformação 
excessiva. O ar também é prejudicial pois além de dilatar a peça na cozedura pode também 
causar o fendilhamento e a desagregação. Nestes casos uma camara de vácuo muitas vezes é 
incorporada ao sistema. A porosidade é boa na formação de aderência com argamassas por isto 
este processo é nuito usado na fabricação de tijolos comuns ou elemetos vazados. No caso das 
telhas a moldagem é feita por prensagem em formas. (Yazigi, 2009) 
13 
 
 Moldagem com pasta plástica mole 
É o processo mais antigo pois é feito até sem equipamentos. A massa é moldada à mão, 
em tornos ou moldes de madeira. É o processo usado em vasos, tijolos brutos, estatuetas pratos e 
chícaras de barro e eventualmente em telhas rústicas coloniais. (Yazigi, 2009) 
 Moldagem da pasta fluida 
Yazigi, 2009Neste caso a pasta tem grande adição de água, formando um líquido 
semelhante ao xarope. A moldagem é feita com contra-molde de metal, molde de gesso e a pasta 
é vertida em camadas até atingir a espessura desejada. Neste momento o gesso absorve a água da 
pasta, ficando só a camada de argila. Normalmente para o disforme o molde precisa ser partido, 
o que encarece a fabricação. É usado em peças de espessura pequena como louças domésticas, 
louças sanitárias e peças de alta precisão. 
 Secagem 
A secagem é a fase obrigatória entre a moldagem e o cozimeto. Feita para que a pasta 
perca o excesso de água antes de ir ao forno. Esta secagem é lenta e bem distribuída evitando o 
fissuramento, deformações e porosidade das cerâmicas. Esta secagem pode ser feita ao natural 
(vento), mas é demorada e exige grandes superfícies de armazenamento, normalmente em 
telheiros extensos para a proteção do sol. (Yazigi, 2009) 
 
Figura 9: Secagem (Yazigi, 2009) 
 
 Cozimento 
É a fase da fabricação em que o barro é colocado em fornos de alta temperatura para que 
ocorram as reações químicas de endurecimento e vitrificação. Yazigi, 2009No resultado influemas temperaturas alcançadas, a velocidade de aquecimento, atmosfera ambiente, pressão e 
umidade. O cozimento pode ser contínuo ou intermitente. Os combustíveis usados são leha, 
14 
 
carvão, óleo ou energia elétrica. Alguns tipos de cerâmica precisam ir duas vezes ao forno para o 
recozimento. Isto é comum nas peças esmaltadas. A aplicação do vidrado pode ocorrer antes, 
durante ou depois do cozimento 
 
Figura 10: Cozimento (Yazigi, 2009) 
 
 Esfriamento 
Nesta fase o único cuidado é evitar um resfriamento muito brusco, que pode fendilhar a 
peça pela rápida retração. (Yazigi, 2009) 
Na imagem abaixo ilustra os modelos finais de tipos de materiais cerâmicos. 
 
Figura 11: Esfriamento (Yazigi, 2009) 
 
2.2.1 Classificação dos materiais cerâmicos 
 Cerâmica Vermelha: Compreende aqueles materiais com coloração avermelhada 
empregados na construção civil (tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, lajes, 
15 
 
tubos cerâmicos e argilas expandidas) e também utensílios de uso doméstico e de 
adorno. 
A figura abaixo ilustra o material feito com a cerâmica vermelha. (Callister, 2010) 
 
Figura 12: Cerâmica vermelha (Callister, 2010) 
 
 Cerâmica Branca: Este grupo é bastante diversificado, compreendendo materiais 
constituídos por um corpo branco e em geral recobertos por uma camada vítrea 
transparente e incolor. Podem ser louça sanitária, louça de mesa e, isoladores elétricos 
pares baixa e alta tensão. A figura abaixo ilustra o material feito com a cerâmica 
branca. (Callister, 2010) 
 
 
Figura 13: Cerâmica branca (Callister, 2010) 
 
16 
 
 Refratárias: não deformam a temperaturas da ordem de 1500°C e possuem baixa 
condutibilidade térmica, sendo utilizadas para aplicações onde o material deva resistir 
ao calor, como na construção e revestimentos de fornos. 
A figura abaixo ilustra o material feito com a cerâmica refrataria. (Callister, 2010) 
 
 
Figura 14: Cerâmica refrataria (Callister, 2010) 
 
 Cerâmicas Cristalinas: em geral, a estrutura cristalina dos materiais cerâmicos é 
mais complexa que a dos metais, uma vez que eles são compostos pelo menos por 
dois elementos, em que cada tipo de átomo ocupa posições determinadas no 
reticulado cristalino. 
A figura abaixo ilustra o material feito com a cerâmica cristalina. (Callister, 2010) 
 
 
Figura 15: Cerâmica cristalina (Callister, 2010) 
 
2.3 Tipos de materiais cerâmicos 
2.3.1 Blocos e tijolos cerâmicos 
Segundo Shackelford (2008), os blocos ou tijolos cerâmicos podem ser divididos em 
basicamente dois tipos: maciços ou vazados. Ilustrada na figura abaixo. 
17 
 
 
Figura 16: Bloco e tijolos cerâmicos (Shackelford, 2008) 
 
 Tijolo maciço 
O tijolo maciço é mais utilizado na execução de muros, alvenarias portantes e nas 
primeiras fiadas de alvenarias comuns. Embora seja utilizado em alguns locais para a execução 
de fundações, esse uso não é recomendado pois a umidade presente no solo pode deteriorar o 
material. Normalmente é fabricado por processos de prensagem, secado e queimado a fim de 
adquirir as propriedades compatíveis com seu uso. (Shackelford, 2008) 
 Blocos cerâmicos vazados 
Os blocos vazados também são fabricados com argila. Normalmente são moldados por 
extrusão e possuem furos ao longo do seu comprimento que podem ser prismáticos ou 
cilindricos. Os blocos vazados são classificados num primeiro momento como blocos de vedação 
ou estruturais. O bloco de vedação é utilizado para fechamento de vãos e a única carga que 
suporta é seu peso próprio. São utilizados em paredes internas e externas dos mais diferentes 
tipos de edificações. (Shackelford, 2008) 
 
2.3.2 Telhas Cerâmicas 
De acordo com Shackelford (2008), além de serem empregados na elevação das paredes, 
os materiais cerâmicos também podem estar presentes nas coberturas das edificações. 
 
Figura 17: Telhas (Shackelford, 2008) 
18 
 
As telhas cerâmicas se apresentam sob diferentes formatos e tamanhos, mas segundo 
Petrucci (1975), independente do tipo, as telhas cerâmicas devem apresentar as seguintes 
características: 
 Regularidade de forma e dimensões. 
 Arestas finas e superfícies sem rugosidades (para facilitar o escoamento 
das águas). 
 Homogeneidade de massa, com ausência de trincas, fendas, etc. 
 Cozimento parelho. 
 Fraca absorção de água e elevada impermeabilidade. 
 Peso reduzido. 
 Resistência mecânica à flexão adequada, mesmo em condições saturada de 
água. 
O processo de fabricação das telhas cerâmicas é semelhante ao dos tijolos. Segundo 
Yazigi (2009), a moldagem das telhas varia, podendo ser feita por extrusão seguida de 
prensagem ou diretamente por prensagem. A argila deve ser mais fina e homogênea e a secagem 
tem de ser mais lenta que a dos tijolos, para diminuir a deformação e possíveis fissuras que 
possam comprometer a impermeabilidade de material, visto que as telhas têm a função de 
proteger a edificação onde serão empregadas, principalmente da ação da água. 
Podem ser: 
 Telhas planas de encaixe 
 Telhas compostas de encaixe 
 Telhas simples de sobreposição 
 Telhas planas de sobreposição 
 
2.3.3 Revestimentos Cerâmicos 
Existem vários tipos e formatos de revestimentos cerâmicos, porém. num primeiro 
momento vamos dividi-los em duas classes principais: os ladrilhos e pisos cerâmicos e os 
azulejos. 
19 
 
 
Figura 18: Azulejo (Shackelford, 2008) 
 
 Ladrilhos e Pisos Cerâmicos 
Assim como os materiais já estudados, os produtos cerâmicos destinados ao revestimento 
de pisos podem ser obtidos por processos de extrusão ou prensagem. Esses produtos podem 
apresentar uma face esmaltada, que é revestida com uma camada vítrea conferindo um aspecto 
brilhoso ao material e uma face porosa, também chamada de tardoz ou face de assentamento. 
Algumas peças possuem as duas faces não-esmaltadas, sendo que uma fica exposta e outra é 
destinada ao assentamento. 
 Azulejos 
São materiais cerâmicos empregados normalmente no revestimento de áreas molhadas e 
fabricados a partir de uma argila quase isenta de óxido de ferro, o que confere ao material a 
coloração branca. Assim como alguns dos revestimentos cerâmicos já estudados, possui uma 
face vidrada e outra não vidrada, que corresponde à face de assentamento ou tardoz. 
(Shackelford, 2008) 
 
2.3.4 Louças sanitárias 
 
Figura 19: Louças sanitárias (Shackelford, 2008) 
20 
 
 
 Formação da massa cerâmica 
A barbotina, massa cerâmica que será moldada e transformada nas louças, é composta por 
caulim, argila, feldspato e quartzo. Primeiro, a argila e o caulim são dispersos em água e 
peneirados. Depois, adicionam-se o feldspato e o quartzo, que passaram por um processo de 
moagem a seco. 
 Moldagem da peça 
São dois os tipos de molde: gesso e resina acrílica. No gesso, a água da massa é puxada 
por capilaridade. Com molde de resina, a massa é aplicada com bastante pressão (até 7 kgf/cm²), 
o que força a passagem da água. As peças ficam na área de produção por dois dias, em média, até 
seguirem para os secadores. 
 Secagem 
A peça ainda contém cerca de 12% de umidade e vai para uma estufa que a seca 
totalmente. Elas ficam por oito horas nesse tipo de secador, à temperatura de 100oC. 
 Inspeção 
Se alguma peça apresenta defeito, é retirada do processo de produção e reaproveitada. O 
material é redispersado em água e vira barbotina de novo. 
 Forno 
O forno, de 100 m de comprimento, é contínuo, ou seja, as peças passam por ele sem 
parar, no tempo total de 15 horas. No início e no final do forno a temperatura é ambiente, e, no 
meio, chega a 1.220 oC. 
 Inspeção e expedição 
Todas as bacias fazem teste de sifonagem: as esferas de plástico simulam resíduos e 
devem ser eliminadas. Também é feita inspeção visual. Se aprovadas, as peças vão para a 
expedição. 
 
2.3.5 Materiais cerâmicos especiais 
Existem outros materiais cerâmicos de construção, cujo emprego é menos frequente ousão utilizados em situações mais específicas e merecem ser abordados, mesmo de maneira 
resumida. Como exemplo destes materiais podemos citar as manilhas ou tubos cerâmicos, as 
louças sanitárias e os produtos de cerâmica refratária. 
21 
 
 
Figura 20: Manilhas (Shackelford, 2008) 
 
 Manilhas 
Manilha é o nome dado aos tubos cerâmicos cilíndricos utilizados principalmente na 
condução de águas residuárias, esgotos sanitários e águas pluviais. Alguns tipos de manilhas 
também podem ser utilizados para revestimentos de chaminés e para condução de tubulação 
subterrânea de rede elétrica e telefônica. 
 Aparelhos sanitários 
Também chamados de louças sanitárias, são constituídos de lavatórios, bacias sanitárias, 
mictórios. De acordo com o material utilizado na fabricação, Petrucci (1975) apresenta a 
seguinte classificação para as louças sanitárias: 
 Aparelhos de pó de pedra: também chamados de faiança podem ter corpo 
branco ou colorido artificialmente. O material é vitrificado, com textura fina e porosa, 
podendo a absorção chegar entre 15 e 20%. 
 Aparelhos de grés branco: também chamados de porcelana sanitária ou 
grés cerâmico, podem ter corpo branco ou colorido artificialmente. O material possui 
vitrificação mais avançada que o anterior, resultando num produto com textura fina e 
não porosa, cuja absorção varia entre 1 e 2%. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
3. Conclusão 
De uma maneira geral, aquilo que se esperava agregar de conhecimento por meio da elaboração 
deste trabalho foi atingido. Dentre os objetivos propostos, os resultados foram alcançados. O 
objetivo era que os aspetos práticos do tema prevalecessem perante a teoria, dando ênfase aos 
procedimentos como são na prática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
4. Referência Bibliográfica 
 Associação Brasileira De Cerâmica. Processo De Produção. Disponível Em: < 
Http://Www.Abceram.Org.Br/Asp/Abc_55. Asp>. Acesso Em: 10 Jun. 2011. 
 Petrucci, E. G. R. Materiais De Construção. Porto Alegre: Globo, 1975. 
 Silva, Moema Ribas. Materiais De Construção. São Paulo: Pini, 1985.Tijolos Cerâmicos 
Maciços. Revista Equipe De Obra. Rio De Janeiro: Pini, V.19, Set. 2008. 
 Yazigi, W. A Técnica De Edificar. 10 Ed. São Paulo: Pini, 2009 
 Revista Construção E Mercado. Telhas Cerâmicas. Ed 27. Rio De Janeiro: Pini, 2003. Disponível 
Em: < Http://Www. Piniweb.Com.Br/Construcao/Noticias/Telhas-Ceramicas-80046-1.Asp>. 
Acesso Em: 29 Jun. 2011. 
 Borges, A.C. Práticas Das Pequenas Construções. 9 Ed. Vol 1. São Paulo: Edgard Blucher, 2009. 
 Mussi, Susan (S / F). Cozinhar Recuperado De: Ceramicdictionary.Comrevista Arqhys (2012). 
Propriedades Cerâmicas. Recuperado De: Arqhys.Com 
 Universidade Tecnológica Nacional (2010). Classificação De Materiais Cerâmicos. Recuperado 
De: Cienciamateriales.Argentina-Foro.Com 
 Universidade Tecnológica Nacional (S / F). Materiais Cerâmicos. Recuperado De: 
Frm.Utn.Edu.Ar 
 Callister, 5 Ed. Cap. 13:13.1a A 13.3; 13.5; 13.7 A 13.10; Resumo; Cap 14: 14.1 A 14.9; 14.15; 
14.18; Resumo; Cap23: 23.9 A 23.11 (Aplicação Do Ônibus Espacial).2010. 
 Shackelford, Ciência Dos Materiais, 6ª Ed., 2008, Cap.12; Cap.6: 6.1; 6.5 A 6.6.2008.

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