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Prescrição e decadência
APRESENTAÇÃO
A prescrição e a decadência estão ligadas à inércia e o decurso do tempo do titular do direito.
Os institutos da prescrição e da decadência têm tratamento específico no Código de Defesa do 
Consumidor, visto que a decadência está presente no artigo 26 e a prescrição no artigo 27.
Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer a regulamentação destes dois institutos pelo 
Código de Defesa do Consumidor. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar a prescrição da decadência.•
Aplicar a prescrição ao caso concreto.•
Demonstrar a decadência ao caso concreto.•
DESAFIO
Considerando a prescrição e a decadência previstas no Código de Defesa do Consumidor, clique 
em cada caso abaixo e analise:
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
INFOGRÁFICO
Clique no Infográfico o que a legislação consumerista regulamenta acerca da prescrição e da 
decadência.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
A prescrição e a decadência presentes no Código de Defesa do Consumidor possuem algumas 
especificidades. Para conhecer mais sobre o assunto, leia o capítulo Prescrição e Decadência do 
livro "Direito do Consumidor".
Boa leitura.
Conteúdo:
DIREITO DO 
CONSUMIDOR
Gustavo 
Santanna 
PRESCRIÇÃO E 
DECADÊNCIA
4
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
• Diferenciar a prescrição da decadência. 
• Aplicar a prescrição ao caso concreto.
• Demonstrar a decadência ao caso concreto.
 
INTRODUÇÃO
A prescrição e a decadência estão ligadas à inércia e o decurso do tempo do 
titular do direito. Os institutos da decadência e da prescrição têm tratamento 
específico no Código de Defesa do Consumidor, respectivamente, nos artigos 
26 e 27 do Código de Defesa do Consumidor. 
Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer a regulamentação destes 
dois institutos pelo Código de Defesa do Consumidor
A PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NO CÓDIGO CIVIL
A prescrição e a decadência são institutos que decorrem do entendimento 
segundo o qual o exercício de um direito não pode ficar pendente de forma 
indefinida no tempo. Possuem como objetivo conferir maior equilíbrio e 
segurança às relações jurídicas e sociais, visto que impedem que determinado 
ato/fato jurídico possa produzir seus efeitos de forma ad aeternum.
Pode-se afirmar, ainda, que a prescrição e a decadência trazem um caráter de 
estabilização das relações jurídicas no que se refere aos princípios e garantias 
constitucionais, tendo em vista que estes se mostram incompatíveis com 
a instabilidade produzida pela possibilidade de exercício temporalmente 
ilimitado de direitos. 
Importante citar, no que tange à codificação desses institutos, que o Código 
Civil de 1916 não os tratava de forma sistêmica e isolada, visto que utilizava 
da mesma nomenclatura – prescrição – ao discorrer sobre qualquer um 
dos dois. Tal tratamento causou confusão na doutrina e na jurisprudência, 
motivando a realização, mesmo que distinta da legislação, de separação 
entre os institutos. 
5
A Codificação de 2002, ao valer-se do princípio da operabilidade, utilizou 
da composição de vários entendimentos já consagrados na doutrina e 
na jurisprudência, em especial no que tange aos institutos da prescrição e 
da decadência, no intuito de conciliar a lei com a prática jurídica (FARIAS; 
ROSENVALD, 2013, p. 741). 
Da prescrição
Conforme disposto no artigo 189 do Código Civil vigente, a prescrição é a 
forma pela qual é extinta a pretensão (é a afirmação de ter direito) de quem 
teve violado determinado direito, em decorrência do decurso do tempo, 
nos termos dos artigos 205 e 206. Dessa forma, caso o titular do direito de 
pretensão quedar-se inerte por prazo superior ao estipulado na lei, receberá 
como “pena” a impossibilidade de reclamar a violação sofrida diante do Poder 
Judiciário. 
Importante ressaltar, nesse ponto, que a extinção refere-se somente à 
pretensão, sem qualquer relação ao direito violado, quedando-se este apenas 
sem proteção jurídica para solucioná-lo a partir da ocorrência da prescrição. 
Tal afirmação é corroborada pelo artigo 882 do Código Civil, que dispõe que 
“não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita ou cumprir 
obrigação judicialmente inexigível”. Isto é, se alguém pagar uma dívida 
prescrita, não pode requerer a devolução do valor pago, já que o direito do 
crédito não foi extinto pela prescrição.
Os prazos prescricionais encontram-se dispostos nos artigos 205 e 206. 
Enquanto o primeiro traz a regra geral, determinando a ocorrência da 
prescrição em 10 (dez) anos, nos casos em que a lei não fixar prazo menor, o 
artigo 206 traz rol de casos em que a prescrição se dá em tempo diferenciado 
da regra geral.
Artigo 206. Prescreve:
§1º Em um ano:
I – a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a 
consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem 
ou dos alimentos;
II – a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, 
contado o prazo;
a) par ao segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, na data em 
6
que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro 
prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III – a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, 
árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
IV – a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram 
para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação 
da ata da assembleia que aprovar o laudo;
V – a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e 
os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da 
liquidação da sociedade;
§2° Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir 
da data em que se vencerem.
§3º Em três anos:
I – a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II – a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias 
ou vitalícias;
III – a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações 
acessórias, pagáveis em períodos não maiores de um ano, com 
capitalização ou sem ela;
IV – a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V – a pretensão de reparação civil;
VI – a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-
fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII – a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da 
lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade 
anônima;
b) para os administradores ou fiscais, da apresentação aos sócios do 
balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou 
da reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes da primeira assembleia semestral posterior à 
violação;
VIII – a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do 
vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
7
IX – a pretensão do beneficiário contra o segurador e a do terceiro 
prejudicado no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da 
aprovação das contas.
§5º Em cinco anos:
I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento 
público ou particular;
II – a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores 
judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo 
da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou 
mandato;
III – a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em 
juízo.
Sobre a contagem do prazo prescricional, o Enunciado nº 14, aprovado na I 
Jornada de Direito Civil, assim expõe: “Art. 189: 1) oinício do prazo prescricional 
ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito 
subjetivo”. Este entendimento foi aceito e utilizado pela corrente majoritária 
da doutrina, que assevera como termo inicial da contagem do tempo 
prescricional o momento do surgimento da pretensão. 
Todavia, referido posicionamento é contestado jurisprudencialmente, em 
especial pelo Superior Tribunal de Justiça, que se utiliza do princípio da actio 
nata, em seu viés subjetivo, para aferir a ocorrência da prescrição. Neste, o 
critério utilizado como marco para início da contagem do prazo é o momento 
em que sujeito conheça da violação de seu direito. 
Administrativo. Responsabilidade civil do Estado. Pretensão de indenização 
contra a Fazenda Nacional. Erro médico. Danos morais e patrimoniais. 
Procedimento cirúrgico. Prescrição. Quinquídio do art. 1º do Decreto 
20.910/1032. Termo inicial. Data da consolidação do conhecimento efetivo 
da vítima das lesões e sua extensão. Princípio da actio nata. 1. O termo a quo 
para aferir o lapso prescricional para ajuizamento de ação de indenização 
contra o Estado não é a data do acidente, mas aquela em que a vítima teve 
ciência inequívoca de sua invalidez e da extensão da incapacidade de que 
restou acometida. Precedentes da Primeira Seção. 2. É vedado o reexame 
de matéria fático-probatória em sede de recurso especial, a teor do que 
prescreve a Súmula 07 desta Corte. Agravo regimental improvido. (STJ, 
8
AgRg no REsp nº 931.896/ES, Relator Ministro Humberto Martins, julgado 
em 20.09.2007).
A actio nata objetiva é aquela prevista no Enunciado nº 14, ou seja, prevê como 
termo inicial do prazo prescricional a violação do direito, independente do 
conhecimento do titular deste. Ressalta-se que a aplicação do viés subjetivo 
do princípio da actio nata prestigia a boa-fé de forma mais vigorosa, impedindo 
que o indivíduo seja prejudicado em virtude do desconhecimento da lesão de 
seu direito, tendo em vista a possibilidade da afronta de um direito sem que o 
seu titular tenha imediato conhecimento.
Não nos parece racional admitir-se que a prescrição comece a correr sem 
que o titular do direito violado tenha ciência da violação. Se a prescrição 
é um castigo à negligência do titular – cum contra desides homines, et sui 
juris contentores, odiosa exceptiones oppositae sunt –, não se compreende a 
prescrição sem a negligência, e esta certamente não se dá quando a inércia 
do titular decorre da ignorância da violação. Nosso Código Civil, a respeito 
de diversas ações, determina expressamente o conhecimento do fato de 
que se origina a ação, pelo titular, como ponto inicial da prescrição. (LEAL, 
1959, p. 37)
Percebe-se, pela citação do autor acima, que desde o Código Civil de 1916, o 
prazo prescricional tinha início no conhecimento do fato pelo titular do direito, 
pela sua inércia, e não pela sua ignorância.
Da decadência
O Código Civil de 2002 não conceituou o instituto da decadência, 
diferentemente do que foi visto com a prescrição. Sua definição deriva do 
entendimento doutrinário que a reconhece como “a perda de um direito, 
em decorrência da ausência de seu exercício” (TARTUCE, 2016, p. 333). A 
decadência é a perda do próprio direito, em decorrência do seu não exercício 
em um determinado decurso de tempo, quando a legislação determina um 
prazo para a execução deste. 
Ocorre a decadência quando um direito potestativo não é exercido, 
extrajudicialmente ou judicialmente, dentro do prazo para exercê-lo, o que 
provoca a decadência desse direito potestativo. Ora, os direitos potestativos 
são direitos sem pretensão, pois são insuscetíveis de violação, já que a eles 
9
não se opõe um dever de quem quer que seja, mas uma sujeição de alguém 
(o meu direito de anular o negócio jurídico não pode ser violado pela parte 
a quem a anulação prejudica, pois esta está apenas sujeita a sofrer as 
consequências da anulação decretada pelo juiz, não tendo, portanto, dever 
algum que possa descumprir). (MOREIRA ALVES, 2003, p. 161)
Os prazos decadenciais, diferentemente dos prescricionais, encontram-se 
dispersos por todo o Código Civil vigente. Ademais, outra diferença existente 
entre os dois institutos é a forma pela qual é estipulado cada prazo; enquanto 
na prescrição o tempo é determinado em anos, na decadência a contagem 
é realizada em dias, meses ou anos e dias. Entretanto, cabe o alerta de que 
certos prazos decadenciais são determinados em anos, como, por exemplo, 
os previstos nos artigos 178, 179, 501 e 1.649 na legislação civil pátria.
Necessário ressaltar que não se aplica como regra geral à decadência as 
regras que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição, salvo 
disposição legal em contrário, conforme disposto no artigo 207 do Código 
Civil. A exceção à referida normativa é apresentada no artigo subsequente que 
prevê a aplicação dos artigos 195 e 198, inciso I ao instituto da decadência. 
Ao aplicar o artigo 198, inciso I ao instituto da decadência, a legislação civil 
prevê a impossibilidade da contagem do prazo da decadência contra os 
absolutamente incapazes previstos no artigo 3º da mesma normativa, tendo 
em vista que não seria razoável deixar um incapaz sofrer por um prejuízo 
causado pela atuação de seu representante. Igualmente, a aplicação do artigo 
195 reconhece o direito de ação regressiva dos relativamente incapazes e das 
pessoas jurídicas contra seus representantes ou assistentes para os casos de 
não alegação oportuna da decadência a favor de seu representado.
Ação rescisória. Prazo decadencial. Discute-se no REsp se o prazo de dois 
anos previsto no art. 495 do CPC para a propositura de ação rescisória flui 
em desfavor de incapazes. Noticiam os autos que os recorrentes, ainda 
menores de idade, ajuizaram ação de indenização visando à condenação 
dos recorridos pelos danos morais sofridos em razão da morte de seu avô, 
em virtude de acidente em que esteve envolvido veículo pertencente a 
um dos recorridos. O acórdão que julgou o recurso de apelação interposto 
reformou a sentença para julgar improcedente o pedido. Alegaram, na 
inicial da ação rescisória, que os fundamentos da improcedência tomaram 
o pedido relativo ao dano moral como se se tratasse de dano material, 
pois exigiu a dependência econômica como requisito para acolhimento 
10
do pleito. O relator, monocraticamente, julgou extinta a ação rescisória 
ao fundamento de ter ocorrido decadência. Alegam os recorrentes que, 
à época, por serem menores absolutamente incapazes, não fluía contra 
eles prazo, nem de decadência nem de prescrição. Admitido o REsp, Min. 
Relator entendeu que o prazo para o ajuizamento da ação rescisória 
é de decadência (art. 495, CPC), por isso se aplica a exceção prevista no 
art. 20 do CC/2002, segundo a qual os prazos decadenciais não fluem 
contra os absolutamente incapazes. Esse entendimento foi acompanhado 
pelos demais Ministros, que deram provimento ao REsp e determinaram 
o prosseguimento da ação rescisória (REsp nº 1.165.735/MG, Relator 
Ministro Luis Felipe Salomão, julgado em 06.09.2011).
A PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NO CÓDIGO DE DEFESA 
DO CONSUMIDOR
O legislador, ao elaborar o Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 
8.078/1990 – disciplinou de forma própria os institutos da prescrição e da 
decadência, determinando que há prescrição quando se trata de fato do 
produto ou do serviço, ou seja, de acidente de consumo, e decadência no caso 
de vício do produto ou do serviço, seja este de qualidade ou de quantidade. 
Da prescrição
A prescrição no Código de Defesa no Consumidor está prevista no artigo 27 
(também há previsão no artigo 45, § 5º, mas será objeto de estudo em outro 
capítulo) que determina que a pretensão à reparação pelos danos causados 
por fato do produto ou do serviço prevista prescreve em cinco anos, tendo 
como marco inicial para a contagem do prazo a data de conhecimento do dano 
e de sua autoria. Confere-se que, diferentemente do previsto no Código Civil, 
a prescrição do CódigoConsumerista possui somente o prazo de cinco anos. 
Outrossim, já se encontra com a teoria da actio nata subjetiva consignada, 
visto que determina como termo inicial para fluência do tempo o momento 
de conhecimento do dano e de sua autoria pelo consumidor. 
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CIVIL. CONSUMIDOR. 
NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. INVESTIMENTO FICTÍCIO. 
ESTELIONATO PRATICADO POR GERENTE DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. 
APLICAÇÃO DO CDC. DEFEITO DO SERVIÇO. PRETENSÃO INDENIZATÓRIA. 
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. 
11
1. Controvérsia acerca da prescrição da pretensão indenizatória originada 
de fraude praticada por gerente de instituição financeira contra seus 
clientes. 
2. “As instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos 
causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros - como, por 
exemplo, abertura de conta corrente ou recebimento de empréstimos 
mediante fraude ou utilização de documentos falsos -, porquanto tal 
responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-se 
como fortuito interno” (REsp 1.197.929/PR, rito do art. 543-C do CPC). 
3. Ocorrência de defeito do serviço, fazendo incidir a prescrição quinquenal 
do art. 27 do Código de Defesa do Consumidor, quanto à pretensão dirigida 
contra a instituição financeira. 
4. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
(AgRg no REsp nº 1.391.627/RJ, Relator Ministro Paulo de Tarso 
Sanseverino, julgado em 04.02.2016).
Como bem observou Marcelo Fonseca Boaventura (2011, p. 1242-1243), 
inicialmente parece que o CDC inseriu dois requisitos para o início da 
contagem do prazo prescricional: o conhecimento do dano e o conhecimento 
de sua autoria. Contudo, na verdade, são três, pois acresce-se a esses dois o 
conhecimento do defeito “porque o conhecimento do dano deve pressupor o 
conhecimento do defeito”. 
A decadência
A decadência encontra-se prevista no artigo 26 do Código de Defesa do 
Consumidor, que determina a caducidade do direito de reclamação pelos 
vícios aparentes ou de fácil constatação em 30 (trinta) dias, quando tratar-se 
de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis, e de 90 (noventa) dias 
nos casos de fornecimento de serviço e de produtos duráveis, iniciando-se a 
contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do 
término da execução dos serviços.
12
Serviços e produtos não duráveis são aqueles de vida útil breve, 
consumidos com pouco tempo de uso, como, por exemplo, 
alimentos, alguns tipos de medicamentos, produtos de limpeza, 
entre outros. Produtos e serviços duráveis são aqueles que têm 
vida útil prolongada, como veículos, eletrodomésticos, móveis, 
imóveis, entre outros.
FIQUE
ATENTO
Importante também a diferenciação entre vício aparente e vício oculto. 
O primeiro, como o próprio nome indica, é o vício de fácil constatação, 
visível ou percebível tão logo o produto é recebido ou o serviço prestado. O 
vício oculto é aquele que não pode ser percebido desde logo, que só vem a 
se manifestar depois de um certo tempo de uso do produto ou de fruição 
do serviço, mas dentro do seu período de vida útil. (CAVALIERI FILHO, 
2014, p. 363)
Os prazos para os vícios aparentes e ocultos são os mesmos, o que os 
diferencia é o termo inicial para a sua contagem. No vício aparente ou de 
fácil constatação, o prazo decadencial é contado a partir da entrega efetiva 
do produto ou do término da execução do serviço, conforme o artigo 26, § 
1º do CDC. Já no vício oculto, conforme determina o § 3º do mesmo artigo, 
o prazo só começa a correr a partir do momento em que ficar evidenciado o 
defeito. Ocorre vício oculto quando se exige do consumidor um exame mais 
meticuloso para a descoberta do vício. Já é aparente quando o vício é “gritante, 
que salta aos olhos” (FERREIRA, 2011, p. 1261).
A partir da leitura do § 3º, do artigo 26, se confere que o Código de Defesa do 
Consumidor não estabeleceu um prazo de garantia legal para que o fornecedor 
responda pelos vícios do produto ou do serviço prestado. Entretanto, 
compreende-se que o fornecedor não pode ser responsável ad aeternum 
por seus produtos e serviços, tendo em vista que, por mais duráveis que 
possam ser, não são eternos. Desse modo, a doutrina consumerista possui 
o entendimento que, nos casos em que o vício é oculto, deve ser adotado o 
critério da vida útil do bem.
13
Se o vício é oculto porque se manifestou somente com o uso, 
experimentação do produto ou porque se evidenciará muito tempo após 
a tradição, o limite temporal da garantia legal está em aberto, seu termo 
inicial, segundo o § 3º do art. 26, é a descoberta do vício. Somente a partir 
da descoberta do vício (talvez meses ou anos após o contrato) é que 
passará a correr os 30 ou 90 dias. Será, então, a nova garantia eterna? 
Não, os bens de consumo possuem uma durabilidade determinada. É a 
chamada vida útil do produto. (MARQUES, 2003, p. 1196-1197)
Na mesma linha segue Antônio Herman Benjamin (1991, p. 134-135), 
que coloca: “Diante de um vício oculto, qualquer juiz vai sempre atuar 
casuisticamente. Aliás, como faz em outros sistemas legislativos. A vida útil 
do produto ou do serviço será um dado relevante na apreciação da garantia”.
O Código de Defesa do Consumidor, diferentemente do disposto no Código 
Civil, prevê duas causas de suspensão do prazo decadencial no artigo 26, 
§ 2º. Conforme o referido parágrafo, obstam a decadência, a reclamação 
comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de 
produto e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser 
transmitida de forma inequívoca, e a instauração do inquérito civil, até seu 
encerramento. 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS E MATERIAIS. ENTREGA DE VESTIDO DE NOIVA 
DEFEITUOSO. NATUREZA. BEM DURÁVEL. ART. 26, INCISO I, DO CÓDIGO 
DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PRAZO DECADENCIAL DE NOVENTA DIAS. 
1. A garantia legal de adequação de produtos e serviços é direito potestativo 
do consumidor, assegurado em lei de ordem pública (arts. 1º, 24 e 25 do 
Código de Defesa do Consumidor). 
2. A facilidade de constatação do vício e a durabilidade ou não do produto 
ou serviço são os critérios adotados no Código de Defesa do Consumidor 
para a fixação do prazo decadencial de reclamação de vícios aparentes ou 
de fácil constatação em produtos ou serviços. 
3. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação 
caduca em 30 (trinta), em se tratando de produto não durável, e em 90 
(noventa) dias, em se tratando de produto durável (art. 26, incisos I e II, do 
CDC). 
4. O início da contagem do prazo para os vícios aparentes ou de fácil 
constatação é a entrega efetiva do produto (tradição) ou, no caso 
14
de serviços, o término da sua execução (art. 26, § 1º, do CDC), pois a 
constatação da inadequação é verificável de plano a partir de um exame 
superficial pelo “consumidor médio”. 
5. A decadência é obstada pela reclamação comprovadamente formulada 
pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a 
resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma 
inequívoca (art. 26, § 2º, inciso I, do CDC), o que ocorreu no caso concreto. 
6. O vestuário representa produto durável por natureza, porque não se 
exaure no primeiro uso ou em pouco tempo após a aquisição, levando certo 
tempo para se desgastar, mormente quando classificado como artigo de 
luxo, a exemplo do vestido de noiva, que não tem uma razão efêmera. 
7. O bem durável é aquele fabricado para servir durante determinado 
transcurso temporal, que variará conforme a qualidade da mercadoria, os 
cuidados que lhe são emprestados pelo usuário, o grau de utilização e o 
meio ambiente no qual inserido. Por outro lado, os produtos “não duráveis” 
extinguem-se em um único ato de consumo, porquanto imediato o seu 
desgaste. 
8. Recurso provido para afastar a decadência, impondo-se o retorno dos 
autos à instância de origem para a análise do mérito do pedido como 
entender de direito. 
(REsp nº 1.161.941/DF, Relator Ministro RicardoVillas Bôas Cueva, julgado 
em 05/11/2013).
enquanto a prescrição atinge a pretensão, a decadência atinge o 
próprio direito. O CDC não apresentou nenhuma causa interruptiva 
ou suspensiva da prescrição, contudo, no caso da decadência, 
trouxe duas causas que a obstam: A instauração de inquérito 
civil até seu encerramento e a reclamação comprovadamente 
formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos ou 
serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser 
transmitida de forma inequívoca.
FIQUE
ATENTO
15
REFERÊNCIAS 
BENJAMIN, Antônio Herman de Vasconcellos. Comentários ao Código de 
Defesa do Consumidor. São Paulo: Saraiva, 1991.
BOAVENTURA, Marcelo Fonseca. Os institutos da prescrição e da decadência 
no CDC. In: MARQUES, Claudia Lima; MIRAGEM, Bruno (orgs.). Direito do 
Consumidor: teoria de qualidade e danos. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, 2011, p. 1.233-1.250.
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de direito do consumidor. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2014.
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: 
parte geral e LINDB. 11. ed. Salvador: Juspodivm, 2013.
FERREIRA, Willian Santos. Prescrição e decadência no Código de Defesa do 
Consumidor. In: MARQUES, Claudia Lima; MIRAGEM, Bruno (orgs.). Direito 
do Consumidor: teoria de qualidade e danos. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, 2011, p. 1.251-1.278.
LEAL, Antônio Luis da Câmara. Da prescrição e da decadência. Teoria geral 
do direito civil. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1959.
MARQUES, Cláudia Lima. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003.
MOREIRA ALVES, José Carlos. A parte geral do Projeto do Código Civil 
Brasileiro. 2. ed., São Paulo: Saraiva, 2003.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
O tema prescrição e decadência fica mais fácil de ser compreendido com algumas dicas e é 
exatamente o que será explicado na Dica do Professor.
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EXERCÍCIOS
1) Sobre a prescrição e a decadência: 
A) São prazos de prescrição os das ações constitutivas e as decadenciais são prazos da 
pretensão condenatória.
B) O prazo prescricional reclama o vício aparente dos produtos e o de decadência reclama por 
vício oculto dos produtos.
C) Decadencial é o prazo para o exercício da pretensão à reparação pelos danos causados por 
fato do serviço e do prescricional o prazo para a reclamação por vício aparente ou oculto 
de produto ou de serviço.
D) Os prazos prescricionais ou decadenciais se sujeitam à interrupção e à suspensão da 
mesma forma.
E) Prescricional é o prazo para o exercício da pretensão à reparação pelos danos causados por 
fato do produto e decadencial o prazo para reclamar pelo vício do produto.
2) Sobre decadência do direito de reclamar de vícios de produtos ou serviços no âmbito 
das relações de consumo, podemos afirmar que: 
Noventa dias é o prazo decadencial tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos A) 
não duráveis.
B) A decadência é obstada pela reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor ao 
fornecedor e pela instauração de inquérito civil.
C) Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do 
começo da execução dos serviços.
D) Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar 
evidenciado o defeito, até o prazo máximo de cento e vinte dias contados da data entrega 
do produto ou da conclusão do serviço.
E) O direito de reclamar dos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca no mesmo prazo 
tanto para produtos duráveis quanto para os não duráveis, diferentemente do que ocorre em 
relação aos vícios ocultos.
3) O direito de reclamar dos vícios aparentes ou de fácil constatação decai em: 
A) Sessenta dias, tratando-se de fornecimento de produtos não duráveis, iniciando-se a 
contagem do prazo decadencial a partir da compra do produto.
B) Noventa dias, tratando-se de fornecimento de produtos duráveis, iniciando-se a contagem 
do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto.
C) Cento e vinte dias, tratando-se de fornecimento de serviços duráveis, a partir do término da 
execução dos serviços.
D) Quarenta e cinco dias, tratando-se de fornecimento de serviços não duráveis, iniciando-se a 
contagem do prazo decadencial a partir do término da execução dos serviços.
Trinta dias, tratando-se de produtos não duráveis, iniciando-se a contagem do prazo E) 
decadencial a partir da compra do produto.
4) Sandra comprou um pacote de viagens para Austrália, onde participaria de um 
campeonato de natação. Na data programada, sem prévio aviso, a viagem foi 
cancelada, causando muitos transtornos. Sandra entrou com uma ação contra a 
agência de viagens depois de cem dias. A agência de viagens contestou alegando 
prescrição. 
A) Passados noventa dias do conhecimento do dano e de sua autoria, ocorreu a não prescrição, 
mas decadência do direito de reclamar pelo fato do serviço.
B) A prescrição não ocorreu, pois prescreve em 5 anos a pretensão, a reparação por fato do 
serviço, contados do conhecimento do dano e de sua autoria.
C) Passados noventa dias da realização do negócio, ocorre a não prescrição, mas decadência 
do direito de reclamar pelo vício do serviço.
D) A prescrição não ocorreu, só prescreve em cinco anos a pretensão, a reparação por vício do 
serviço, contados da realização do negócio.
E) Passados noventa dias do conhecimento do dano e de sua autoria, ocorreu a não prescrição, 
mas a decadência do direito de reclamar pelo vício do serviço.
5) José adquiriu uma cafeteira para seu restaurante e o fabricante exigiu, para efeito de 
manutenção da garantia contratual, que a instalação fosse feita por um funcionário 
seu. Passados quinze dias a cafeteira foi instalada. Ao usá-la, José percebeu que não 
funcionava como deveria. Que direito tem José? 
A) José tem noventa dias para reclamar do defeito do produto, contados da data da compra, 
sob pena de caducidade.
B) José tem noventa dias para reclamar o conserto do vício do produto, contados da data do 
serviço de instalação, sob pena de decadência.
C) Noventa dias para reclamar o conserto do vício do produto, contados da data do serviço de 
instalação, sob pena de prescrição.
D) Cinquenta dias para reclamar do defeito do produto, por ser de fácil constatação, contados 
da data da compra, sob pena de decadência.
E) Cinquenta dias para reclamar do vício do produto, contados da data da compra, sob pena 
de prescrição.
NA PRÁTICA
Veja um exemplo prático sobre decadência, clique no caso onde o ar-condicionado Split 
apresenta defeito devido a instalação.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Prescrição e decadência Professor Carlos Maia
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A decadência e a prescrição no direito do consumidor
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Prescrição e decadência de tributos no Brasil
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