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Relatório Setorial Carnes - Outubro 2019

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RELATÓRIO SETORIAL 
Outubro de 2019 
CARNES 
 
 
 
 
 
 
 
Sinopse ................................................................................................................. 5 
Análise .................................................................................................................. 6 
Últimas Fusões e Aquisições ............................................................................... 25 
Destaques do Setor ............................................................................................. 26 
Como a Macroeconomia Afeta o Setor? ............................................................... 32 
Conjuntura .......................................................................................................... 34 
Perspectivas ........................................................................................................ 57 
Anexos ................................................................................................................ 62 
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 RELATÓRIO SETORIAL 
 CARNES - Atualização: Outubro - 2019 
 
 
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Págs. 25. – Últimas Fusões e 
Aquisições/Maiores Anúncios de 
Investimentos no Setor 
Aqui o leitor encontrará as principais 
movimentações de fusões e aquisições e 
investimentos (informando a data do anúncio, as 
empresas envolvidas, o valor do investimento, o 
objetivo e uma breve descrição) dos players que 
compõem o setor. 
 
Pág. 26 – Atualização: Maiores do 
Setor 
Também foram atualizadas as informações do 
ranking das maiores empresas as do setor pelo 
total de vendas líquidas. 
 
Pág. 34 – Atualização: Conjuntura 
Macroeconômica 2018 
O leitor poderá se informar da conjuntura 
macroeconômica referente ao ano consolidado 
de 2018. 
 
Pág. 39 – Atualização: Análise 
S.W.O.T. para 2018 
A Análise S.W.O.T. foi atualizada, de modo a 
incluir os eventos recentes relevantes para o setor 
em 2019 e que possam afetar também os 
próximos anos. 
 
Pág. 41 – Atualização: 
Monitoramento internacional 
Aqui o leitor encontra dados atualizados referente 
ao ano consolidado de 2018 sobre as 
negociações comerciais internacionais do setor de 
carnes. 
 
Pág. 45 – Atualização: Conjuntura 
2019 
O leitor poderá se informar sobre a conjuntura do 
setor referente ano de 2019. As informações 
disponíveis são referentes aos resultados da 
movimentação geral do setor, em especial sobre a 
abertura de novos mercados e demais potenciais. 
 
Págs. 51 – Atualização: Perspectivas 
Macroeconômicas e Setoriais 
O leitor poderá se informar da atualização das 
perspectivas da Lafis para a economia brasileira e 
para a o setor de Carnes para os próximos 5 anos, 
incluindo o ano de 2023. 
 
 
Projeção: 
Não houveram revisões significativas para as 
projeções do setor. 
 
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D e s t a q u e s d a E d i ç ã o 
 
Carnes 
Outubro de 2019 
 
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Índice Analítico 4 
O Setor no Mundo .......................................................................................................................... 6 5 
O Setor no Brasil ............................................................................................................................ 9 6 
Mercados Especiais ...................................................................................................................... 22 7 
Maiores Anúncios de Investimentos no Setor ................................................................................ 26 8 
Maiores Empresas do Setor .......................................................................................................... 27 9 
JBS S.A. ...................................................................................................................................... 28 10 
BRF Brasil Foods ......................................................................................................................... 29 11 
Marfrig ......................................................................................................................................... 30 12 
Pontos Positivos e Negativos do Setor ........................................................................................... 31 13 
Ano de 2018 ................................................................................................................................ 34 14 
Ano de 2019 ................................................................................................................................ 38 15 
Análise S.W.O.T ........................................................................................................................... 39 16 
Monitor Internacional .................................................................................................................... 41 17 
1) Carne Bovina......................................................................................................................... 41 18 
2) Carne de Frango.................................................................................................................... 43 19 
3) Carne suína ........................................................................................................................... 44 20 
Perspectivas Macroeconômicas .................................................................................................... 52 21 
Perspectivas Setoriais .................................................................................................................. 55 22 
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Tabelas e Gráficos 25 
1. Composição da Produção Mundial de Carnes – 2018 ................................................................ 6 26 
2. Características Gerais do Mercado Mundial de Carnes, por Segmento ........................................ 7 27 
3. Distribuição regional da produção de carne bovina, suína e de frango – 2017 ........................... 17 28 
4. Fatos estilizados sobre produção e o consumo de carne bovina, suína e de frango no Brasil ..... 18 29 
5. Reação do consumidor diante de uma alta dos preços, por tipo de carne ................................. 18 30 
6. Programas Nacionais de Sanidade Animal .............................................................................. 19 31 
7. Lista dos aditivos proibidos para alimentação animal e legislação correspondente ..................... 20 32 
8. Status Sanitário do Brasil em relação a doenças selecionadas, por segmento ........................... 21 33 
9. Principais Indicadores Macroeconômicos ................................................................................ 34 34 
10. Evolução dos Preços Internos e Externos de Carne Bovina (por tons.) .................................. 47 35 
11. Evolução das Exportações de Carne Bovina (por tons.) ........................................................ 47 36 
12. Evolução dos Preços ao Produtor – em US$ milhões ............................................................ 49 37 
13. Evolução das Exportações de Carne Suína .......................................................................... 49 38 
14. Evolução dos Preços Internos e Externos de Carne de Frango .............................................50 39 
15. Evolução das Exportações de Carne de Frango ................................................................... 51 40 
16. Quadro de Perspectivas – Carne Bovina .............................................................................. 55 41 
17. Quadro de Perspectivas – Carne Suína ............................................................................... 57 42 
18. Quadro de Perspectivas – Carne de Frango ......................................................................... 59 43 
19. Risco de Cenário: Matriz Probabilidade x Impacto ................................................................ 62 44 
20. Raças bovinas.................................................................................................................... 63 45 
21. Raças Suínas ..................................................................................................................... 65 46 
22. Relação Internacional de Medidas Fitossanitárias – Carne Bovina ......................................... 66 47 
23. Relação Internacional de Medidas Fitossanitárias – Carne Suína .......................................... 68 48 
24. Relação Internacional de Medidas Fitossanitárias – Carne de Frango .................................... 69 49 
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 SINOPSE 51 
 52 
Este setor compreende, em termos gerais, a estrutura de produção e condições de mercado dos 53 
segmentos de carne bovina, suína e de frango. 54 
 55 
Abrangência do Relatório1 56 
Estrutura de produção, preços, políticas públicas e de comercialização dos três tipos de proteína animal. 57 
 58 
 59 
 60 
No ano de 2018, a produção de carnes (bovina, suína e de frango) atingiu aproximadamente 271 milhões 61 
de toneladas, o que representa uma alta de 0,7% em relação a 2017. A demanda começa a se recuperar 62 
lentamente, com destaque para os países do Sudeste Asiático. Os 12 países daquela região demandam 63 
cerca de 8% da produção mundial, com potencial de crescimento nos próximos anos. 64 
 65 
 66 
 67 
O Brasil é um dos principais players globais no segmento, tendo se destacado na produção, sobretudo de 68 
carne bovina. Além disso, o país figura entre os principais exportadores do mundo e também 69 
consumidores, disputando a liderança com os EUA e China. A despeito da recessão recente pela qual 70 
passou, a recuperação da demanda vem sendo sentido pelos produtores que começam a vislumbrar 71 
novas oportunidades de investimento para os próximos anos. 72 
 73 
 74 
 75 
 76 
A Lafis alterou significativamente suas projeções para o curto e médio prazo, tendo em vista a melhora no 77 
volume de exportações. Além disso, a recuperação de alguns mercados (Rússia e EUA) e a abertura de 78 
novos (Índia e parte do sudeste asiático) são fatores relevantes que contribuíram para a revisão. De 79 
modo geral, o setor está em franca expansão, e os possíveis acordos comerciais em discussão pode 80 
beneficiá-lo de maneira positiva. 81 
82 
 
(1)  queda de faturamento abaixo de -5,1%;  queda de faturamento entre -5,1% e -0,1%; ➔faturamento entre 0% e 5%;  cresc. do faturamento entre 
5,1% e 15%;  cresc. acima de 15,0%. Aumento e queda referem-se a valores nominais em moeda. 2017 corresponde a curto prazo, 2018 médio prazo e 
2019 – 2021 longo prazo. 
Analista: 
responsável: 
Marcos Henrique 
Atualização: 
Outubro - 2019 
 
 
Perspectivas 
Setoriais (1) 
 
 
2019 
 
 
 
 
2020 
 
 
 
➔ 
2021 -2023 
 
 
Perspectivas Lafis 
 
O Setor no Brasil 
 
O Setor no Mundo 
 
Caracterização do Setor 
 
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ANÁLISE 83 
O Setor no Mundo | Formação de Preços | Cadeia Produtiva | Bovinos | Aves | Suínos| Distribuição Geográfica | 84 
Demanda e Concorrência Intrassetorial | Aspectos Sanitários | Mercados Especiais | Pontos Positivos e Negativos 85 
do Setor | 86 
 87 
 88 
 O Setor no Mundo 89 
O mercado mundial de proteína animal tem apresentado crescimento consistente ao longo dos últimos 90 
anos. De acordo com a FAO, organização da ONU para Alimentação e Agricultura (em inglês), a 91 
produção de carne deverá aumentar cerca de 20% até 2030, sendo que cerca de 77% desse aumento 92 
se concentrará nos países em desenvolvimento, tais como Brasil, Argentina, Índia, México e Paquistão. 93 
Entre as principais proteínas, a carne de frango segue em destaque tendo como maior produtor os EUA 94 
(19,3 milhões de tons.), Brasil (13,5 milhões de tons.), UE (12,3 milhões de tons.) e China (11,7 milhões 95 
de tons.). Enquanto os EUA lideram a produção e consumo, o Brasil lidera as exportações e o Japão as 96 
importações. 97 
Aspectos como o aumento da população e da renda per capita, aliados a maiores taxas de 98 
urbanização em diversos países emergentes, têm influenciado a dinâmica do consumo de carnes. 99 
Nesse sentido, são identificadas boas perspectivas quanto ao crescimento do consumo mundial de 100 
carnes, mais intensamente nos países em desenvolvimento, responsáveis por boa parte da produção 101 
de alimentos no mundo. No ano de 2018, de acordo com o USDA, foram produzidas 271,4 milhões de 102 
toneladas de carne, distribuídas conforme o gráfico 1. 103 
 104 
1. Composição da Produção Mundial de Carnes – 2018 105 
 106 
 107 
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Fonte: USDA 
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2. Características Gerais do Mercado Mundial de Carnes, por Segmento2 116 
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 123 
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, 143 
 144 
 145 
 146 
 
2 Para mais informações e dados, favor consultar a Tabela de Indicadores Setoriais, que acompanha este relatório. 
Os EUA figuram como o maior mercado 
de carne bovina, concentrando tanto a 
produção quanto o consumo da proteína. 
 
A Índia se beneficia da demanda 
por produtos de baixo custo em 
muitos mercados menores, 
emergentes e sensíveis ao preço 
(Oriente Médio, África, Sudeste da 
Ásia) bem como pela capacidade 
de fornecer produtos halal, o que 
tornou o país o maior exportador de 
carne bovina, à frente do Brasil. 
 
Fonte: USDA 
Tal segmento é fortemente 
concentrado na China, responsável 
por quase 50% do consumo mundial 
de carne suína, ao mesmo tempo que 
se aproxima da autossuficiência no 
produto 
 
Como maior país importador desse 
tipo de carne, figura a China, que 
absorve cerca de 21% do comércio 
internacional de carne suína, 
seguido de perto pelo Japão, que 
importa 18,6% 
 
Fonte: USDA 
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 173 
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 175 
 176 
 177 
A produção de carne de frango 
participa com 34% no mercado 
mundial, bastante pulverizado tanto 
em termos de consumo quanto de 
produção. 
 
Por parte da oferta,apesar dos 
Estados Unidos liderarem o ranking 
de produção (20,1% do volume), é o 
Brasil que figura como maior 
exportador, dado o maior excedente 
do País. 
 
Fonte: USDA 
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178 
 O Setor no Brasil 179 
 180 
O Brasil é um dos mais importantes produtores mundiais de proteína animal e tem no mercado 181 
interno o principal destino de sua produção. Considerando a produção brasileira de carnes (bovina, 182 
suína e de frango) em 2018, a produção foi de 27,1 milhões de toneladas, sendo que 76,3% dessa 183 
produção foi consumida internamente no país. 184 
Ainda que com esse elevado mercado interno, o Brasil figura como um importante fornecedor de carne 185 
em âmbito mundial (21,4%), e no que se refere à carne de frango, cuja produção do país é a maior entre 186 
as demais, o Brasil é o principal exportador global (33%), seguido pelos EUA. 187 
 188 
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Cadeia Produtiva do Setor 
 
Elaboração: Lafis 
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Sistemas de Produção 210 
Atualmente, tanto a pecuária, quanto à suinocultura e avicultura podem adotar três sistemas de 211 
produção: o Sistema de Integração, é aquele em que os frigoríficos atuam de forma conjunta com os 212 
criadores que, por sua vez, mantêm contratos de fornecimento; o Sistema Cooperativo, é onde os 213 
criadores se organizam em cooperativas, participam das decisões e compartilham os riscos; e, por fim, o 214 
Sistema Independente, em que o criador é responsável por todas as fases da produção e qualquer 215 
decisão possui caráter pessoal. 216 
Entretanto, a inexistência de uma legislação específica, que proteja a relação entre integrados e 217 
integradoras mediante o processo de concentração que vem ocorrendo no elo industrial da cadeia de 218 
carnes, compromete a expansão do sistema de integração, ainda que, por outro lado, as cooperativas 219 
venham ganhando espaço. 220 
 221 
 222 
O Brasil é atualmente o segundo maior produtor e o primeiro exportador de carne bovina do 223 
mundo, representando 15,4% e 3,0% do total mundial, respectivamente, segundo dados da USDA para 224 
2018. No primeiro caso, posiciona-se atrás somente dos Estados Unidos, que figura como principal 225 
mercado do segmento. No segundo caso, em 2017, o Brasil ultrapassou a Índia, que até então era a 226 
maior exportadora do mundo. No que se refere à produção, EUA e Brasil respondem por 35% do total 227 
mundial. 228 
 229 
Estrutura Produtiva e Competitividade 230 
A carne bovina nacional é competitiva em relação aos demais países produtores. Tal competitividade é 231 
decorrente do fato de que o Brasil dispõe de ampla extensão territorial, de um grande esforço nacional 232 
em melhoria genética para produção, além de condições climáticas favoráveis à pecuária de baixo custo 233 
e “ecologicamente saudável”, permitindo a criação dos animais soltos e alimentados no pasto. 234 
O nível tecnológico do setor é relativamente heterogêneo. De fato, a utilização da tecnologia varia em 235 
função do porte da empresa e do mercado a que ela atende. Empresas de grande porte e com o foco no 236 
mercado externo, tendem a ser mais intensivas em tecnologia do que empresas de pequeno porte 237 
voltadas mais ao mercado interno e/ou regional. 238 
Apesar do Brasil ser bastante competitivo em âmbito global, devido às condições favoráveis de custos, 239 
especialmente pela possibilidade de manutenção de grande parte do maior rebanho do mundo em 240 
pasto, a produtividade do rebanho brasileiro é ainda considerada baixa, embora tenha apresentado 241 
importantes avanços ao longo dos últimos anos. 242 
Carne Bovina 
 
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De fato, a taxa de desfrute3, índice que representa a produção do rebanho dentro de um dado período, 243 
define a produtividade do setor e a taxa no Brasil está próxima de 15%, enquanto nos Estados Unidos 244 
e na Austrália, os principais concorrentes do País no mercado exportador de carne, ela é de 38% e 31%, 245 
respectivamente. “Uma das saídas mais rápidas para mexer nesse índice é apertar o sistema de 246 
produção na fase em que ele mais responde, a de recria, de acordo com especialistas em rebanho. 247 
 248 
Estrutura Organizacional 249 
Na pecuária, ainda é relevante a parcela de produtores não especializados. Cerca de 30% dos abates 250 
nacionais de bovinos são realizados clandestinamente, o que imputa aos frigoríficos alto nível de risco 251 
no fornecimento da matéria prima, tanto em relação à quantidade quanto à qualidade. Essa deficiência 252 
tem estimulado uma maior integração da cadeia produtiva de carnes. 253 
O segmento de carne bovina foi responsável por um grande avanço nessa integração. Em 2008, o 254 
BNDES autorizou o JBS Friboi, primeiro frigorífico nacional a abrir capital e se internacionalizar, a 255 
constituir instituição financeira própria com o intuito de financiar pecuaristas e fornecedores, além de 256 
realizar operações de hedge cambial. 257 
Nesse sistema, que tem ganhado predominância no segmento, a concessão de empréstimos aos 258 
fornecedores funciona como um mecanismo de fidelização, uma vez que só é aprovada depois de 259 
firmado compromisso de fornecimento de animais para abate. Em termos práticos, tal ação serve para 260 
financiar a fase final de engorda do gado que será abatido pelo frigorífico, bem como para garantir o 261 
suprimento de matéria-prima e uma escala de abate de gado mais estável. 262 
O crescente processo de profissionalização dos frigoríficos, evidenciado por aberturas de capital e 263 
pelo avanço da internacionalização das empresas do setor, está gerando fortes mudanças na forma 264 
como elas se comunicam. Neste novo cenário, o marketing, antes deixado em segundo plano, passa a 265 
ganhar espaço nestas organizações, uma vez que desejam contar com marcas fortes, capazes de 266 
fidelizar clientes. Também há um movimento de diversificação do portfólio de produtos com a 267 
intenção de se posicionarem como empresas de alimentos. 268 
O processo de concentração em que se insere o setor de carnes tende a elevar a sua capacidade de 269 
produção e potencial de investimento. Por outro lado, mediante a formação de grandes players na 270 
indústria processadora de carne bovina, diversos agentes de menor porte iniciaram movimento de busca 271 
de parcerias e associações com grupos estrangeiros e concorrentes, visando manter a sua 272 
competitividade, o que tem estimulado a consolidação do segmento. 273 
 274 
 
3 Taxa de desfrute = (gado abatido/rebanho total)*100 
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Formação de Preços 275 
Na estrutura de formação de preços do segmento, dois aspectos, um de curto prazo (sazonalidade) e 276 
outro de horizonte mais prolongado (ciclo produtivo), merecem destaque. A sazonalidade (padrão de 277 
comportamento dos preços dentro de um ano) da carnebovina decorre, fundamentalmente, das 278 
questões climáticas, concentrando o período de safra no primeiro semestre e o de entressafra, no 279 
segundo, fundamentais para alimentação do gado. 280 
O segundo fator relevante é o ciclo de produção da pecuária. No segmento, o ciclo de produção 281 
(padrão que se repete ao longo dos anos) é longo (cerca de 2,5 anos), o que impossibilita ajustes de 282 
curto prazo na oferta de carne bovina, imputando algum nível de rigidez à oferta de carne. Além disso, a 283 
dinâmica do próprio mercado e dos custos influenciam o comportamento dos preços dentro de um ciclo. 284 
A Embrapa destaca que a eficiência reprodutiva é fundamental para o sistema de produção de bovinos, 285 
que apresenta ciclo reprodutivo longo, com um descendente a cada parto. Uma boa eficiência 286 
reprodutiva, seja pelo acasalamento ou pela inseminação artificial, permite maior vida útil dos animais e 287 
mais nascimentos de bezerros. A idade para se atingir o peso ideal vai depender do nível de manejo, da 288 
alimentação e de cuidados sanitários. 289 
 290 
 291 
 292 
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 294 
 295 
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 297 
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 306 
O Ciclo do Gado 
Esse ciclo compreende a dinâmica do mercado em que, em anos de alta dos preços do boi 
gordo, as margens dos pecuaristas aumentam, estimulando a realização de investimentos e 
aumento da retenção de matrizes (fêmeas). Maior quantidade de matrizes se traduz em 
maior quantidade de bezerros e maior produção de carnes no período subsequente, o que 
pressiona a oferta e deprecia as cotações do produto. Com isso, o pecuarista se vê 
estimulado a se desfazer das matrizes e diminuir o nível de confinamento, o que aumenta 
ainda mais a oferta no curto prazo, embora no médio/longo prazo pressione o mercado, 
aumentando novamente as cotações. Segundo especialistas, esse ciclo dura, 
historicamente, algo em torno de 6 a 9 anos no Brasil, com 3 a 4 anos de baixa e 3 a 4 anos 
de alta, intermediados por uma fase de estabilidade, que dura de 1 a 3 anos. 
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Embora seja a carne mais consumida no mundo, o nível de comércio internacional do segmento é 310 
menor que nas demais categorias de carnes. No Brasil, em 2018, 81,4% da produção foi destinada ao 311 
mercado interno e, ao mesmo tempo, o país é o quarto maior exportador global, atrás de UE, EUA e 312 
Canadá. No que se refere ao consumo, o Brasil é o quinto do ranking mundial, com 2,9 milhões de 313 
toneladas, mas expressivamente inferior ao grande consumidor mundial, a China, com 55,7 milhões de 314 
toneladas. 315 
No mundo, em 2018, foram produzidas 112,9 milhões de toneladas de carne suína, o que representa 316 
41,6% da proteína animal, o que reforça a preponderância deste alimento. 317 
 318 
Estrutura Produtiva e Competitividade 319 
O ciclo produtivo deste setor é considerado longo: são necessários 18 meses entre o nascimento e o 320 
abate do rebanho. Essa característica, assim como ocorre na pecuária de corte, imputa alguma rigidez 321 
dos ajustes de oferta diante da dinâmica do mercado. Cabe salientar que os complexos agroindustriais 322 
da suinocultura são especializados na produção de industrializados, e não na comercialização de 323 
produtos in natura, o que imprime maior incorporação de valor agregado ao setor. 324 
Como grande parte dos custos dos produtores está concentrada na alimentação do rebanho, uma 325 
vantagem comparativa dos produtores nacionais na comparação internacional é o fato do país figurar 326 
como um grande produtor de soja e milho, o que favorece os preços destes insumos e reduz os riscos 327 
de desabastecimento, muito embora a deficiente estrutura logística e de armazenagem venham a depor 328 
contra essa vantagem. 329 
Programas de melhoramento genético de suínos, como resultado do cruzamento entre raças rústicas 330 
nacionais e estrangeiras, além de manejo e nutrição mais adequadas, têm alterado as características da 331 
carne suína comercializada. Atualmente, a carne suína figura entre uma das opções com teor de 332 
gordura reduzido, ao contrário do senso comum a seu respeito, acompanhando a tendência da 333 
demanda por alimentos mais saudáveis. Com isso, o produto brasileiro poderá ganhar mais mercados, 334 
no âmbito externo e conquistar os consumidores brasileiros. 335 
 336 
Estrutura Organizacional 337 
Na produção pecuária, a suinocultura é predominantemente uma atividade de pequenas propriedades 338 
rurais. Na Região Sul, onde concentra-se a produção de suínos, o rebanho industrial é desenvolvido, 339 
Carne Suína 
 
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em grande parte, por sistemas de produção organizados em torno da integração entre produtores e 340 
indústria processadora, embora os sistemas cooperativo e independente sejam ainda relevantes. 341 
A participação da suinocultura de subsistência na produção nacional tem se reduzido a cada ano, 342 
demonstrando a crescente profissionalização do segmento. Esse fator tem elevado a produtividade 343 
por matriz e proporcionando ganhos de escala importantes aos produtores mais tecnificados. 344 
A produção de suínos ocorre preponderantemente nas granjas e são subdivididas em duas formas de 345 
produção: produtores de ciclo completo (todas as fases de produção) e minifundiários que estão, na 346 
maioria dos casos, vinculados à indústria de processamento. No caso dos produtores atrelados à 347 
indústria, esta lhe fornece ração, vacinas e medicamentos que serão descontados do pagamento futuro; 348 
contudo, esta relação contratual é bem simples. 349 
Uma nova forma de vinculação entre cooperativas e/ou produtores ao setor industrial é chamado de 350 
Unidades Produtoras de Leitões (UPL´s). Este novo modelo possui relação contratual entre os dois 351 
elos do processo e as unidades produtoras são altamente especializadas. 352 
 353 
Formação de Preços 354 
A formação de preços na suinocultura possui forte correlação com o preço das rações (milho e farelo 355 
de soja), impactando a alimentação dos animais. Entre os custos de produção, de acordo com a 356 
Embrapa, em agosto de 2019, a nutrição foi responsável por 76,1% destes custos, seguida por mão de 357 
obra (4,91%) e transportes (4,75%); o indicador utilizado é o ICPSuíno/Embrapa. Portanto, uma tentativa 358 
de minimizar estes impactos seria o desenvolvimento de pesquisas para a substituição do milho por 359 
outro insumo, mais barato, na fabricação de rações como forma de redução dos custos. 360 
Em adição, em função da posição “balizadora” do mercado de carne bovina diante da carne suína e de 361 
frango, o comportamento do mercado de carne bovina influencia os preços da carne de porco, através 362 
do efeito substituição. Quanto à sazonalidade, o abate de suínos apresenta relativa constância durante 363 
o ano todo com picos nos meses de julho, outubro e dezembro – o consumo de carnes de porco, 364 
principalmente dos grandes cortes e dos animais inteiros, apresentam um componente sazonal mais 365 
forte que são as festividades do final de ano – Natal, principalmente. 366 
 367 
 368 
 369 
 370 
A carne de frango participa com a maior proporção (50,6%) da produção nacional do complexo de 371 
carnes. Além disso, se constitui no principal produto de exportação desse complexo, respondendo por 372 
28,3% do volume produzido. O Brasil é atualmente o segundo maior produtor de carnes de frango 373 
do mundo,com um total de 13,5 milhões de toneladas em 2018. 374 
Carne de Frango 
 
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Os EUA, além de maior produtor, é também o maior consumidor de carne de frango no mundo. Das 19,3 375 
milhões de toneladas produzidas em 2018, o país consumiu 16,2 milhões. Já o Japão figura como o 376 
principal importador desta proteína, tendo atingido 1,1 milhão de toneladas no ano passado. 377 
 378 
Estrutura Produtiva e Competitividade 379 
No Brasil, a avicultura é beneficiada por fatores como o clima favorável à criação, a expansão da 380 
cultura da soja e do milho, importantes insumos, e a boa receptividade do consumidor ao produto. 381 
As exportações de carne de frango estimularam a consolidação do segmento e, com isso, a demanda 382 
externa tem um papel importante no desempenho da avicultura de corte. 383 
Ao contrário dos segmentos de carne bovina e suína, a produção de carne de frango possui um ciclo 384 
curto de produção (cerca de 45 dias), o que proporciona ao setor maior flexibilidade no processo de 385 
ajuste da produção às condições de mercado. Devido a essa característica do segmento, o ciclo de 386 
ajuste dos preços se torna historicamente mais curto: em momentos em choques de demanda (ou de 387 
custos) pressionam as cotações, o avicultor é estimulado a aumentar a produção, criando um excesso 388 
no mercado, que tende a depreciar as cotações e, conseqüentemente, estimula o produtor a reduzir a 389 
produção, revigorando os preços do frango. 390 
A capacidade de produção do segmento é determinada pelo alojamento de matrizes de corte em um 391 
momento anterior. Isso porque, depois de alojada uma matriz, a produção de ovos férteis ocorre após 392 
cerca de 6 meses, mantendo-a produtiva pelos 10 a 11 meses subsequentes. 393 
 394 
Estrutura Organizacional 395 
As exportações de carne de frango ganharam ímpeto após as crises de febre aftosa e vaca louca, que 396 
reduziram as negociações internacionais de carne bovina. Com tal crescimento das exportações, houve 397 
estímulos à especialização e à realização de investimentos, o que contribuiu para a consolidação do 398 
segmento. 399 
Com o objetivo de reduzir os custos e ampliar a eficiência, os abatedouros estão se unindo para realizar 400 
as compras de insumos, como milho, farelo de soja e aminoácidos. Além de trazer economias de escala, 401 
a ação permite insumos de melhor qualidade, na medida em que possibilita às cooperativas 402 
fornecedoras a padronização de processos voltados à produção de frango de corte. 403 
O sistema produtivo da avicultura apresenta duas formas principais: o sistema integrado (cooperação 404 
entre os produtores e a indústria) e o sistema independente (onde todas as atividades se concentram 405 
nas mãos dos produtores). O primeiro modelo encontra-se principalmente no Sul do país e é 406 
responsável pela maior parte da produção de carne de frango do país (90%). Já o segundo modo 407 
encontra-se preponderantemente em São Paulo e Minas Gerais e é mais voltada para atender as 408 
demandas do mercado interno. 409 
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O segmento industrial apresenta-se dominado por grandes empresas que concentram em seus 410 
domínios aproximadamente 50% dos abates. A indústria brasileira deste setor é caracterizada por ser 411 
fortemente desenvolvida tecnologicamente, em aspectos sanitários e ambientalmente serve como 412 
modelo para sistemas produtivos do setor no mundo. No que tange às práticas industriais destacam-se 413 
o consumo de água e o tratamento de efluentes além do aumento do percentual de frango em cortes no 414 
rol de produção; já nas instalações industriais a automatização da linha de cortes e a fabricação própria 415 
de ração atuam como aspectos relevantes para fortalecimento do setor. 416 
 417 
Formação de Preços 418 
A formação de preços no setor de frangos possui forte correlação com os preços da ração, uma vez 419 
que 67,15% (dados de ago/19) dos custos de produção são atrelados a este componente. A principal 420 
matéria prima para as rações utilizadas na avicultura é o milho e, portanto, o preço dos frangos está 421 
diretamente relacionado ao preço do cereal. Os pintos correspondem a aproximadamente 15,8% dos 422 
custos de produção; logo, somente estes dois componentes perfazem mais de três quartos do custo de 423 
produção. 424 
O setor de criação de frangos e de produção de carnes não apresentam grande sazonalidade, 425 
mantendo números muito próximos durante todo o ano. Além disso, como o ciclo de produção é curto, 426 
os preços dos segmentos tendem a se ajustar as condições do mercado, principalmente a pressões de 427 
custos e de demanda. 428 
 429 
 430 
 431 
 432 
 433 
 434 
 435 
 436 
 437 
 438 
 439 
 440 
 441 
 442 
 443 
 444 
 445 
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 446 
 447 
3. Distribuição regional da produção de carne bovina, suína e de frango – 2017 448 
 449 
Norte
23%
Nordeste
9%Sudeste
19%
Sul
12%
Centro-
Oeste
37%
Bovinos
Norte
0%
Nordeste
1%
Sudeste
18%
Sul
66%
Centro-
Oeste
15%
Suínos
 450 
 451 
Norte
1%
Nordeste
4%
Sudeste
21%
Sul
60%
Centro-
Oeste
14%
Frangos
 452 
 453 
 454 
 455 
 456 
 457 
Distribuição Geográfica 
 
Fonte: IBGE 
 
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 458 
4. Fatos estilizados sobre produção e o consumo de carne bovina, suína e de frango no Brasil 459 
 460 
Carne Bovina 
Ao longo dos últimos anos, tem sido observado crescimento dos rebanhos nos estados no Centro-Oeste e 
do Norte do país, o que tem sido contrabalançado pela estabilidade ou pequenos decréscimos em alguns 
estados do Sudeste, destaque para São Paulo e Minas Gerais. Essa “migração” do gado encontra 
explicação na percepção que estas regiões mais interioranas do país seriam a nova fronteira da pecuária 
no país, além de que as terras nestas regiões seriam muito mais baratas do que observadas no Sudeste. 
Carne Suína 
A influência da colonização europeia pode ser apontada como principal fator na determinação geográfica 
da produção suína no Brasil. A Região Sul concentra a maior parte, tanto do rebanho como das indústrias 
processadoras. No entanto, estados como Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm, nos 
últimos anos, atraído vultuosos investimentos no setor. Além disso, o desenvolvimento da suinocultura em 
regiões quentes se depara com alguns problemas de ordem sanitária, como a disseminação de 
doenças parasitárias, bacterianas e virais, o que exige investimentos ambientais que podem inviabilizar o 
negócio aos pequenos produtores. 
Carne de Frango 
O consumo de carne de frango ainda é bastante regionalizado (concentração no Sul e Sudeste), o que 
demonstra forte potencial de crescimento do mercado interno nas demais regiões. Todavia, observa-se 
que uma mudança de hábito de consumo vem ocorrendo nos últimos anos: o crescimento do consumo de 
carne de frango, em detrimento das carnes bovina e suína, por ser considerada mais saudável. 
 461462 
 463 
 464 
 465 
5. Reação do consumidor diante de uma alta dos preços, por tipo de carne 4 466 
 467 
Carne Bovina 
No Brasil, tradicionalmente, a carne bovina é a preferida dentre as demais, o que faz com que a 
dinâmica dos outros segmentos oscilem, em alguma medida, em torno do comportamento do 
mercado de carne bovina. Em função da preferência, a demanda por essa categoria de carne tende 
a ser menos elástica em relação ao preço, embora, para aumentos persistentes de preços, o 
consumo tenda a migrar para as carnes concorrentes. Além disso, melhorias nas condições 
financeiras da população tendem a se refletir em importantes avanços para o segmento. 
Carne Suína 
Foi observada, pelos atacadistas, dificuldades quanto ao aumento do consumo de carne suína 
quando está em patamares mais elevados de preços em relação à carne bovina, demonstrando que 
 
4 Em outros termos, será descrita (qualitativamente) a elasticidade-preço da demanda por cada uma das três categorias de carne. 
Demanda e Concorrência Intrassetorial 
 
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a demanda é bastante sensível a aumentos de preços relativos. Assim, é crucial para o 
produtor manter os seus custos de produção sob controle, a fim de que os preços ao consumidor 
sejam atrativos comercialmente. 
Carne de Frango 
A carne de frango é a mais barata entre os três segmentos, o que tende a favorecer as decisões 
de consumo, reduzindo a concorrência com a carne suína e bovina. Ainda assim, aumentos no 
consumo de carnes de frango podem ter forte correlação com aumentos nos preços dos cortes 
bovinos e daí decorre o efeito substituição: com os preços da carne de boi mais altos, os 
consumidores tendem a buscar proteínas animais mais baratas e migram para o consumo de 
carnes de frango. Por outro lado, se o preço da carne de frango eleva-se consideravelmente, deve 
aumentar a substituição pelos demais tipos de carnes, principalmente, a bovina. 
 468 
 469 
 470 
 471 
Ao longo dos últimos anos, tem-se observado aumento expressivo da preocupação das pessoas quanto 472 
à segurança dos alimentos e com o bem estar animal. De fato, é forte a cobrança, especialmente nos 473 
mercados de exportação, de uma forte inspeção sanitária dos produtos de origem animal. 474 
No Brasil, há um grande programa nacional de inspeção sanitária para cada segmento, os quais 475 
estabelecem procedimentos voltados à segurança dos alimentos. 476 
No que confere à segurança da carne há preocupação das indústrias na produção, desde o alimento 477 
fornecido para o gado até a carne embalada presente nas gôndolas dos supermercados. Por essa 478 
razão, é de fundamental importância o desenvolvimento de tecnologias associadas à segurança do 479 
alimento em toda a cadeia produtiva,desde a prevenção, detecção, adoção precoce de medidas de 480 
controle, até a erradicação de doenças e de outros problemas relacionados. 481 
Diversos são os esforços na busca de novas vacinas, como, por exemplo, contra a brucelose bovina, 482 
visando além da eficácia, a segurança dos manipuladores e do próprio animal vacinado e, 483 
principalmente, que seu uso não interfira nos testes diagnósticos utilizados nos atuais programas de 484 
controle. Para garantir a segurança do alimento, outro aspecto primordial é a disponibilidade de 485 
metodologias de diagnóstico rápidas e eficazes, para a detecção de patógenos. 486 
 487 
6. Programas Nacionais de Sanidade Animal 488 
 489 
Segmento Programas 
Carne Bovina 
Sistema Brasileiro de Identificação e 
Certificação de Origem Bovina e Bubalina 
(SISBOV) 
O sistema estabelece um conjunto de ações, medidas e 
procedimentos voltados para a caracterização da origem, 
do estado sanitário, da produção e da produtividade da 
Aspectos Sanitários 
 
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pecuária nacional. 
Carne Suína 
Programa Nacional de Sanidade Suídea 
(PNSS) 
O programa visa coordenar, normatizar e dar todo o 
suporte às ações de defesa sanitária com a finalidade de 
garantir a sanidade do rebanho brasileiro. 
Carne de Frango 
Programa Nacional de Sanidade Avícola 
(PNSA) 
O programa garante a vigilância epidemiológica e sanitária 
das principais doenças aviárias através da aplicação de 
medidas que buscam a profilaxia, o controle e a 
erradicação das doenças. 
 490 
7. Lista dos aditivos proibidos para alimentação animal e legislação correspondente 491 
 492 
Aditivo Legislação 
Avoparcina Of. Circular DFPA Nº 047/98 
Cloranfenicol e Nitrofuranos Instrução Normativa 09, 27/06/2003 
Arsenicais e antimoniais Portaria 31, 29/01/2002 
Penicilina, tetraciclinas, sulfonamidas sistêmicas Portaria 193, 12/05/1998 
Olaquindox Instrução Normativa 11, 24/11/2004 
Violeta Genciana Instrução Normativa 34, 13/09/2007 
Carbadox Instrução Normativa 35, 14/11/2005 
Anabolizantes para bovinos Instrução Normativa 10, 27/04/2001 
Hormônios como aditivos alimentar em aves Instrução Normativa 17, 18/06/2004 
 493 
 494 
 495 
 496 
O país ainda possui alguns problemas sanitários, especialmente na cadeia de bovinos e suínos, com 497 
falhas no controle de doenças e dificuldades no rastreamento de animais, o que possibilita a imposição 498 
de barreiras não tarifárias às exportações brasileiras de carne. 499 
A adoção de medidas protecionistas em importantes mercados de exportação da carne brasileira, 500 
como subsídio aos produtores locais e barreiras não-tarifárias, prejudica a competitividade e as 501 
margens de comercialização da carne exportada para estes mercados. Além disso, incertezas quanto 502 
a políticas comerciais a serem adotadas por estes países tendem a aumentar os riscos dos 503 
exportadores. 504 
Nesse sentido, a Operação Carne Fraca deflagrada pela PF em março de 2017, é mais um dos entraves 505 
ao desempenho do setor, que vem sofrendo diversas barreiras nas exportações nos últimos meses. 506 
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA 
Barreiras Técnicas e Sanitárias às Exportações 
 
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Dessa forma, outros players globais, na América do Sul e também, com mais ênfase, na Ásia, têm se 507 
fortalecido para ocupar o lugar do Brasil como um dos principais exportadores mundiais. 508 
 509 
 510 
8. Status Sanitário do Brasil em relação a doenças selecionadas, por segmento 511 
512 
 
5 Sigla em inglês para Organização Mundial de Saúde Animal. 
Segmento Doenças Descrição da doença Status Sanitário 
Bovinos 
Febre Aftosa 
Doença viral altamente contagiosa que afeta 
bovinos de leite e de corte e os suínos. A 
doença já causou muitos prejuízos ao setor, 
especialmente na Europa. 
Atualmente, 15 estados são reconhecidos pela 
OIE5 como livres de febre aftosa com 
vacinação. Santa Catarina é o único estado 
reconhecido como livre de febre aftosa sem 
vacinação. Do total do rebanho registrado no 
MAPA em 2012, 89% concentrava-se na zona 
livre de febre aftosa (com e sem vacinação). 
Encefalopatia 
Espongiforme Bovina 
(EEB) ou Doença da 
Vaca Louca 
Doença neurodegenerativa transmissível ao 
homem. Alguns pesquisadores concluíram que 
a doença está associada ao uso da adoção de 
farinha de carne e ossos de animais como 
ração. 
O Brasil nunca registrou casos de vacalouca. 
Em 2012, o país conquistou o status sanitário 
de “risco insignificante”, segundo critérios da 
OIE5. 
Suínos 
Doença de Aujeszky 
(Falsa Raiva) 
A Falsa Raiva, causada por um vírus, espalha-
se rapidamente pelos rebanhos, matando 
leitões e diminuindo o ganho de peso de 
animais adultos. Pode provocar abortos e 
latência. 
Santa Catarina é o único estado brasileiro 
considerado área livre da doença. Tal condição 
foi alcançada graças ao programa de 
erradicação (2000), que congregou os governos 
federal e estadual, empresas públicas, 
agroindústrias e produtores de suínos. 
Peste Suína Clássica 
(PSC) ou Febre Suína 
A PSC é contagiosa e muitas vezes, fatal aos 
suínos. Esta é uma das doenças mais 
importantes dos suínos domésticos, sendo 
assim de notificação compulsória. 
São 14 os estados, além do Distrito Federal, 
que integram a zona livre de PSC. São eles: 
BA, ES, GO, MT, MS, MG,PR, RS, RJ, RO, SC, 
SP, SE e TO. 
Frangos 
Gripe Aviária 
No Brasil, a gripe aviária é considerada uma 
doença exótica, uma vez que não se registrou 
contágio de aves nacionais. No entanto, a 
preocupação de contaminação é constante. 
O país tem status sanitário de livre de ambas 
as doenças. 
Doença de Newcastle 
(DNC) 
Essa doença é virótica, altamente contagiosa. 
O contágio acontece através da inalação ou 
ingestão e, depois de contaminada, toda a 
carcaça e fezes dos animais passam a conter o 
vírus. 
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 513 
 Mercados Especiais 514 
 515 
Diversos segmentos da agroindústria brasileira, com foco no mercado estrangeiro, estão se 516 
especializando em realizar o abate religioso, para conquistar povos nos quais a fé rege também os 517 
hábitos alimentares. Além deste segmento, o mercado europeu exige regras rígidas de qualidade para 518 
produtos de origem animal. 519 
 520 
 521 
 522 
 523 
 524 
▪ Certificado Halal6 525 
O incremento das exportações para o Oriente Médio, onde a maioria da população (90%) segue os 526 
preceitos do líder espiritual Maomé, despertou o interesse de frigoríficos, uma vez que o consumo de 527 
carne bovina e de frango é permitido desde que seguindo os preceitos da religião. Com isso, carnes com 528 
abate diferenciado, conhecido como halal, ganham espaço nas linhas de produção de grandes empresas. 529 
Na prática, o termo halal significa permitido para consumo, mas o conceito ultrapassa o simples 530 
consentimento, tratando de princípios que vão do respeito a todos os seres vivos até questões sanitárias. 531 
A preocupação com a higiene do alimento estende-se ao bem-estar do animal, no caso dessas proteínas. 532 
Para os islâmicos, o ritual de abate do boi ou do frango deve ser feito apenas pela degola7, para garantir 533 
a morte instantânea do animal. Todos os procedimentos com o abate devem ser realizados por um 534 
muçulmano praticante, em geral árabe, treinado especificamente para essa função. O ofício do degolador 535 
é estritamente ligado às tradições religiosas e ao abate, e envolve diversos ritos. Um deles estabelece 536 
que, cada animal que passa pela mão desse profissional, seja oferecido a Alá antes de ser morto. Nesse 537 
momento, ele pronuncia, em árabe, a frase “em nome de Deus” e sacrifica o animal. 538 
 539 
A carne de frango brasileira possui Certificação Halal e é considerada uma das melhores 
do mundo. 
No segmento de carne bovina, as empresas tem buscado a habilitação para exportar ao mercado 540 
islâmico. Recentemente, a Síria reconheceu e habilitou a certificação halal emitida pela SiiLhalal, empresa 541 
 
6 Baseado em informações do Ministério da Agricultura e da Abiec – Associação Brasileira dos Exportadores de Carne. 
7 No sistema tradicional de abate bovino, a insensibilização por meio de métodos que levam ao atordoamento deve ser feita antes da sangria. 
 
Judeus e Islâmicos não ingerem carne suína. Carnes bovina e de 
frango são permitidas, desde que animais tenham sidos mortos sob as 
bênçãos de suas crenças. 
 
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com sede em Chapecó, em Santa Catarina. O reconhecimento sírio da carne brasileira, abre as portas 542 
para que outros países árabes também reconheçam o certificado emitido pela empresa no Brasil. 543 
O Brasil é o maior exportador de carne halal do mundo, cujo mercado consumidor atinge cerca de 1,8 544 
bilhão de consumidores muçulmanos. A Câmara de Comércio Árabe Brasileira informa que as 545 
exportações de carne, frango e halal para países árabes aumentaram 418% nos último 15 anos, saltando 546 
de US$706 milhões em 2003 para US$3,65 bilhões em 2017. O Brasil supriu, em 2017, 51,9% da 547 
demanda por proteína animal halal para o mundo árabe, de acordo com dados do Centro de Comércio 548 
Internacional (ITC). 549 
Nesse sentido, a aproximação do governo brasileiro com Israel, incluindo uma visita do presidente Jair 550 
Bolsonaro ao Muro das Lamentações (fato inédito para chefes de Estado), além da discussão em torno da 551 
mudança da embaixada do País para Jerusalém, tem provocado ruídos na comunicação com parceiros 552 
importantes. A ideia recente de criar um “escritório de negócios” na Terra Santa, por enquanto, não gerou 553 
efeitos negativos práticos, mas os países árabes cogitam substituir produtos brasileiros por indianos caso 554 
essa aproximação com Israel avance. No momento, o asunto parece ter sido deixado de lado, mas o setor 555 
mantém sinal de alerta. 556 
 557 
▪ Certificado Kosher8 558 
 559 
É a definição dada aos alimentos preparados de acordo com as Leis Judaicas de alimentação. A Torá 560 
exige que bovinos e frangos sejam abatidos de acordo com essas Leis, num ritual chamado Shechita. 561 
Apenas uma pessoa treinada, denominada Shochet, é apta a realizar esse ritual. Antes do Shechita é 562 
realizada uma oração especial chamada Beracha. 563 
O objetivo desse ritual é fazer a degola do animal ainda vivo e assim provocar uma morte instantânea, 564 
sem dor. É utilizada uma faca especial bem afiada. O corte deve atingir a traquéia, o esôfago e as 565 
principais veias e artérias do pescoço. Deve haver uma intensa sangria do animal. 566 
Após o abate, um inspetor verifica os órgãos internos do animal para procurar alguma anormalidade 567 
fisiológica que torne a carne não-Kosher. Hoje em dia, todo o processo Kosher, inclusive a salga é feito 568 
no próprio frigorífico sob a supervisão de um Rabino, que garante que o alimento é Kosher. Os produtos 569 
Kosher também possuem um selo que certifica que todo o processo para a produção do alimento seguiu 570 
as exigências da Torá. A certificação de produtos Kosher é concedida por rabinos e pode ser obtida no 571 
rabinado da região onde o frigorífico está instalado ou por empresas certificadoras. 572 
 573 
 574 
 575 
 
8 Baseado em informações do Ministério da Agricultura e da Abiec – Associação Brasileira dos Exportadores de Carne. 
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 576 
▪ Cota Hilton 577 
A Cota Hilton compreende determinada quantidade de carne bovina fresca ou resfriada, sem osso e com 578 
alto padrão de qualidade, destinada à exportação para a União Europeia, sob imposto menor que a carne 579 
importada fora da cota. 580 
A cota anual, de 65.250toneladas, é fixa, e a ela somente têm acesso os países credenciados: 581 
Argentina, Austrália, Brasil, Uruguai, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá e Paraguai, segundo a 582 
ABIEC. A cota possui uma taxa de importação de 20% ad valorem. A tarifa extra cota é de 12,8% mais 583 
303,4 euros por 100 quilos de carne. A cota brasileira é de 10 mil toneladas anuais. 584 
O Brasil tem lidado com dificuldades de cumprir a Cota Hiton porque a UE tem exigido, desde 2007, que 585 
os cortes vendidos dentro da cota sejam provenientes apenas de animais rastreados (com brincos) desde 586 
a desmama (10 meses de vida) e que sejam alimentados só a pasto, sem nenhum tipo de suplementação 587 
a partir de então. Isso deverá refletir em perda desse mercado para os exportadores americanos e 588 
australianos. 589 
590 
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 ÚLTIMAS FUSÕES E AQUISIÇÕES9 591 
Mês/ano Transação 
Valor 
(R$ 
milhões) 
Empresa(s)-alvo Descrição 
Set/19 Aquisição 208,4 BRF 
SATS compra participação da BRF em joint venture em 
Cingapura por cerca de R$ 51 milhões. 
Ago/19 Aquisição 1.442,9 
 
Tulip 
Pilgrim's, da JBS, compra britânica Tulip em negócio de US$ 
354 milhões. 
Ago/19 Aquisição ND Vibra Tyson Foods compra 40% do grupo brasileiro Vibra. 
Ago/19 Aquisição ND Minerva Foods 
A BRF deixou de ser acionista da Minerva Foods, terceira 
maior indústria de carne bovina do Brasil. A empresa zerou a 
posição acionária na Minerva foods. 
Abr/19 Aquisição 235,0 ND 
A JBS anunciou nesta sexta-feira que fez acordo para 
comprar uma processadora de carne suína no Rio Grande 
do Sul por 235 milhões de reais. 
Abr/19 Aquisição ND 
Imperial American 
Wagyu Beef LLC 
A JBS USA comprou a Imperial American Wagyu Beef LLC, 
localizada em Omaha, adicionando a raça ao seu portfólio de 
marcas especiais. 
 592 
 593 
 594 
 595 
 596 
 597 
 598 
 599 
 600 
 601 
 602 
 603 
 604 
 605 
 
9 Fusões e aquisições referentes aos últimos 12 meses. Para todos os invetimentos, consultar a tabela de Indicadores Setoriais, anexa a 
este Relatório Setorial. 
https://fusoesaquisicoes.blogspot.com/2019/08/tyson-foods-compra-40-do-grupo.html
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DESTAQUES DO SETOR 606 
Maiores Investimentos | Maiores Empresas 607 
 608 
 609 
 610 
Maiores Anúncios de Investimentos no Setor 10 611 
 612 
Mês/ano Empresa 
Valor 
(R$ milhões) 
 Objetivo Descrição 
Set/19 Alliz 730,0 
Ampliação da 
Capacidade 
O Frigorífico Alliz anunciou novo complexo de produção de 
carne de frango em Conchal (SP). O valor total do 
investimento será de R$ 730 milhões e deverá gerar cerca 
de 12 mil empregos diretos e indiretos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 Investimentos referentes aos últimos 12 meses. Para todos os invetimentos, consultar a tabela de Indicadores Setoriais, anexa a este 
Relatório Setorial. 
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 613 
Maiores Empresas do Setor11 614 
 615 
 616 
 Empresa Origem do Capital 
Receita Líquida 
(R$ milhões) 
Lucro Líquido 
(R$ milhões) 
Patrimônio Líquido 
(R$ milhões) 
1 JBS Brasil 181.680,0 210,1 27.946,2 
2 BRF Brasil 30.188,4 -4.466,2 7.531,8 
3 Marfrig Brasil 29.715,2 2.154,0 4.011,6 
4 Minerva Foods Brasil 16.214,9 -1.264,8 -301,1 
5 
Aurora 
Alimentos 
Brasil 8.215,5 -153,1 1.718,9 
6 Copacol Brasil 3.596,5 84,8 1.216,5 
7 Frimesa Brasil 2.509,4 29,0 511,9 
8 Frigol Brasil 1.583,0 1,2 27,8 
 Valores em R$ milhões. Ranking por Receita Líquida. 617 
 Fonte: As 1000 maiores empresas do Brasil, 2019. 618 
 619 
 620 
621 
 
11 Para informações mais completas sobre estas empresas, consultar nossos Perfis Corporativos. 
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 622 
 623 
JBS S.A. 624 
 625 
 A Empresa no Brasil 626 
 627 
 628 
 629 
 630 
 631 
 632 
 633 
 634 
 635 
 636 
 637 
 638 
 Destaques na Mídia 639 
 640 
 641 
 642 
 643 
 644 
 645 
 646 
 647 
 648 
Últimos Anúncios de Investimentos 649 
 650 
 651 
 652 
 653 
 654 
 655 
 656 
Fonte: Época Negócios 657 
JBS paga R$1,5 bilhão antecipado a bancos e libera R$7,8 bilhões em garantias - Set/19 
A JBS afirmou nesta segunda-feira que concluiu o pagamento de dívidas com bancos no valor de 
R$ 1,5 bilhão, antecipando o vencimento, previsto para julho de 2021. Com isso, liberou R$ 7,8 
bilhões em garantias que estavam atreladas ao pagamento integral dos débitos, afirmou a 
companhia em comunicado ao mercado. 
Fonte: G1 
Mês/Ano Descrição 
Abr/19 
JBS USA adquiriu neste mês a Imperial American, empresa especializada em gado 
wagyu. O movimento faz parte dos esforços da empresa em ampliar o portfólio de 
carnes especiais – o gado wagyu tem origem japonesa e sua carne é conhecida pela 
alta qualidade e preço. O valor da transação não foi divulgado. A empresa também 
não divulgou a capacidade produtiva da Imperial American. 
❖ ATUAÇÃO: Carnes, lácteos, couros, latas, colágeno, biodiesel, 
transporte, vegetais, oleoquímica, confinamentos, energia elétrica, Nº 
DE UNIDADES (divisão de carnes): 35 unidades de abate de 
bovinos, 1 unidade de carne em conserva. 
❖ Nº DE FUNCIONÁRIOS: 44.993 no Brasil. 
❖ MERCADOS DE LIDERANÇA: Maior empresa em processamento de 
proteína animal do mundo. 
https://g1.globo.com/tudo-sobre/jbs/
https://epocanegocios.globo.com/palavrachave/jbs/
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 658 
 659 
 BRF Brasil Foods 660 
 661 
A Empresa no Brasil 662 
 663 
 664 
 665 
 666 
 667 
 668 
 669 
 670 
 671 
 672 
 673 
 674 
Destaques na Mídia 675 
 676 
 677 
 678 
 679 
 680 
 681 
 682 
Últimos Anúncios de Investimentos 683 
 684 
 685 
 686 
 687 
 688 
 689 
 Fonte:MoneyTymes690 
BRF altera governança, fecha parceria com PF e se pacifica - Out/19 
Empresa, que discute acordo de leniência, colabora na nova fase da Carne Fraca. 
Fonte: Folha de S. Paulo 
Mês/Ano Descrição 
Mar/19 
No começo da tarde desta sexta-feira (29) na bolsa paulista, as ações da 
 BRF (BRFS3) são negociadas com valorização de 0,62% a R$ 22,74. 
Como pano de fundo, a notícia de que a companhia pretende se instalar na 
Arábia Saudita para fornecer carne para a região, driblando assim as 
constantes barreiras comerciais e sanitárias imposta pelo país. 
❖ ATUAÇÃO: Carnes (bovinos, suínos e aves), alimentos 
processados de carnes, lácteos, margarinas, massas, pizzas e 
vegetais congelados. 
❖ Nº DE UNIDADES: 50 fábricas e distribuição por meio de33 centros 
de distribuição. 
❖ Nº DE FUNCIONÁRIOS: Aproximadamente 110 mil. 
❖ MERCADOS DE LIDERANÇA: Uma das maiores exportadoras 
mundiais de aves e destaca-se entre as maiores empresas globais 
de alimentos em valor de mercado. 
❖ 
https://moneytimes.com.br/brf
https://moneytimes.com.br/cotacao?tvwidgetsymbol=BMFBOVESPA:BRFS3
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 691 
Marfrig 692 
 693 
 A Empresa no Brasil 694 
 695 
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 698 
 699 
 700 
 701 
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 703 
 704 
 705 
Destaques na Imprensa 706 
 707 
 708 
 709 
 710 
 711 
 712 
 713 
 714 
 715 
 716 
Últimos Investimentos 717 
 718 
Mês/Ano Descrição 
Abr/19 
A Marfrig informou nesta segunda-feira, 1º de abril, que assumiu por inteiro 
as operações da unidade de abate de bovinos e da fábrica de processados 
em Várzea Grande, Mato Grosso. O frigorífico pode abater até 2 mil 
cabeças de gado por dia e um outro produz até 69 mil toneladas de 
hambúrgueres anualmente. 
Marfrig e Minerva têm plantas habilitadas a exportar carne para a China - Set/19 
No caso da Marfrig, foram liberadas a vender carne bovina para a China as unidades de 
Tangará da Serra e Várzea Grande (MT). 
Fonte: BeefPoint 
❖ ATUAÇÃO: Alimentos à base de carne bovina, ovina, suína e 
aves. Além disso, atua nos segmentos de laticínios. 
❖ Nº DE UNIDADES: 56 unidades produtivas, comerciais e de 
distribuição instaladas em doze países em quatro continentes. 
❖ Nº DE FUNCIONÁRIOS: Aproximadamente 33 mil. 
❖ MERCADOS DE LIDERANÇA: Segunda maior empresa de carne 
bovina do mundo. 
❖ 
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 719 
Pontos Positivos e Negativos do Setor 720 
 721 
 722 
 723 
 724 
 725 
Carne Bovina 
O Brasil é o maior exportador de carne bovina, respondendo por 20% das exportações totais do 
segmento, ultrapassando os EUA; 
No Brasil, tradicionalmente, a carne bovina é a preferida dentre as demais, o que faz com que 
uma melhoria nas condições financeiras da população ocasione importantes avanços para o 
segmento. Diante da recessão, no entanto, tem perdido a preferência; 
A carne bovina nacional é muito competitiva em relação aos demais produtores; 
Alguns frigoríficos nacionais possuem presença internacional, o que amplia o reconhecimento 
do produto brasileiro no mercado externo, reconhecido por sua qualidade elevada. 
Carne Suína 
O Brasil é o quarto maior produtor de carne suína no mundo, ocupando a mesma posição 
quanto às exportações, de acordo com dados do USDA para 2018; 
A carne suína é a mais consumida em todo o mundo, representando quase metade do 
consumo total de carnes, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e 
Alimentação – FAO; 
Segundo pesquisas dos representantes do segmento, a carne suína é considerada a mais 
saborosa pelos consumidores brasileiros. 
Carne de 
Frango 
O Brasil é o maior exportador de carne de frango, respondendo por cerca de 33% das 
exportações totais do segmento, ocupando a posição de segundo maior produtor; 
A carne de frango participa com a maior proporção (35%) da produção nacional do complexo 
carnes. Além disso, se constitui no principal produto de exportação desse complexo, 
respondendo por 46,3% exportações totais; 
A carne de frango brasileira possui Certificação Halal (alimentos cultivados e processados de 
acordo com as leis religiosas e higiênicas islâmicas) e é uma das melhores do mundo, 
constituindo-se como uma importante porta de entrada ao mercado islâmico; 
O ciclo curto de produção (45 dias) da carne de frango possibilita maior flexibilidade para os 
produtores adequarem a oferta às condições do mercado. 
 726 
 727 
 728 
Pontos Positivos 
 
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 729 
 730 
 731 
 732 
Carne Bovina 
A pecuária compete terras com a atividade agrícola e sofre restrições ambientais; 
O Brasil é dependente de tecnologia genética estrangeira para a reprodução de bovinos, o que 
dificulta a adaptação das novas linhagens às condições ambientais nacionais; 
A pecuária extensiva praticada no Brasil é considerada altamente prejudicial ao meio ambiente 
na medida em que é apontada como a grande vilã do desmatamento; 
A carne bovina é comercializada como commodity, o que implica em pouca influência dos 
aspectos diferenciais do produto nos preços; 
Longo ciclo produtivo (cerca de 2,5 anos), impossibilita ajustes de curto prazo na oferta de 
carne bovina; 
Cerca de 30% dos abates nacionais de bovinos são realizados clandestinamente. 
Carne Suína 
O ciclo produtivo do setor suinícola é considerado longo; são necessários 18 meses entre o 
nascimento e o abate do rebanho; 
O descarte de matrizes é muito custoso para o produtor de suínos, já que uma fêmea leva de 
três a quatro partos para compensar o investimento; 
Dejetos de suínos possuem alto potencial poluidor, seja pelo seu volume gerado ou por sua 
composição microbiológica e físico-química. 
Carne de 
Frango 
 Segmento estruturalmente pouco organizado. Conjunturalmente, a recente greve dos 
caminhoneiros gerou impactos negativos ao setor (com dezenas de mortes de aves 
precocemente), que tendem a se espraiar ao longo de todo o ano. 
 733 
 734 
 735 
 736 
 737 
 738 
 739 
 740 
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 743 
Pontos Negativos 
 
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COMO A MACROECONOMIA AFETA O SETOR? 744 
 745 
VARIÁVEL MACROECONÔMICA IMPACTO 
Atividade Econômica 
(IBC-Br, PIB, produção industrial) 
A atividade agropecuária, assim como a indústria e os serviços, é um dos 
macrossetores da economia. A agropecuária responde por cerca de 5% do PIB 
total. 
Melhor atividade econômica favorece a demanda por alimentos. 
Inflação 
(IPCA, IGP-DI) 
A inflação causa, por definição, a piora do poder de compra da população. Com 
isso, a cesta de consumo das famílias tende a ser mais rígida em produtos básicos, 
limitando a capacidade de crescimento do setor. 
Câmbio 
A desvalorização do Real frente ao Dólar (aumento da taxa de câmbio – R$/US$) 
tende a aumentar a competitividade das exportações de produtos nacionais diante 
dos seus concorrentes. 
Mercado de Trabalho 
(Taxa de desemprego, massa salarial, 
rendimento) 
Baixas taxas de desemprego em ambiente de alta da massa salarial estimulam o 
aumento da demanda da indústria alimentícia. Além disso, um ambiente favorável do 
mercado de trabalho estimula a diversificação da cesta de consumo das famílias, 
aumentando a incorporação de valor agregado pelo setor. 
Por outro lado, o setor é um demandante de mão de obra. Em cenários de baixas 
taxas de desemprego, a oferta de trabalho é menor, ao mesmo tempo em que os 
salários (que representam custos para as empresas) são pressionados. 
 746 
 747 
 748 
 749 
 750 
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 752 
 753 
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 757 
 RELATÓRIO SETORIAL 
 CARNES - Atualização: Outubro - 2019 
 
 
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CONJUNTURA 758 
Ano de 2018 | 2019 759 
 760 
 761 
 Ano de 2018 762 
 763 
 764 
 765 
9. Principais Indicadores Macroeconômicos 766 
 767 
 2016 2017 2018 
PIB (var. % real) -3,5 1,1 1,1 
 PIB Agro (var. % real) -4,3 12,5 0,1 
Taxa média de câmbio (R$/US$) 3,49 3,19 3,65 
Taxa de desocupação média (%/ PEA) 11,3 12,8 12,3 
Rendimento médio (var. % real) 0,6 1,7 0,8 
Juros: Selic (referencial), final, % aa 13,75 7,00 6,5 
IPCA (var. %) 6,29 2,95 3,75 
 768 
Atividade Interna 769 
O Produto Interno Bruto brasileiro cresceu 0,13% no quarto trimestre de 2018, em relação ao trimestre 770 
do ano anterior, na série com ajustes. Com isso, o PIB acumulado do ano apresentou expansão de 771 
1,1%. Tal desempenho corrobora o cenário de baixo crescimento econômico. Do lado da oferta, todos os 772 
segmentos apresentaram expansão no ano: PIB Serviços (+1,3%), PIB Indústria (+0,6%) e PIB 773 
Agropecuária (+0,5%). 774 
A produção industrial apresentou crescimento de 0,2% entre outubro e setembro, após três meses de 775 
queda consecutiva, que acumulou recuo de 2,7% na atividade industrial. No acumulado do ano, com os 776 
resultados até outubro, a produção industrial ainda apresenta um crescimento de 1,8% em relação ao 777 
mesmo período de 2017, ancorada, principalmente, na alta da produção de bens de consumo duráveis, 778 
com um crescimento de 15,8% na produção de veículos automotores. Além disso, vale destacar o 779 
crescimento da metalurgia (5,2%), celulose, papel e produtos de papel (6,0%), e de máquinas e 780 
equipamentos (4,5%), com o aumento da produção de máquinas agrícolas. 781 
 782 
 783 
 784 
Conjuntura Macroeconômica 
 
 RELATÓRIO SETORIAL 
 CARNES - Atualização: Outubro - 2019 
 
 
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Juros e Inflação 785 
Em dezembro, o IPCA variou 0,15, representando a menor variação para um mês de dezembro desde o 786 
início do Plano Real, em 1994, ficando 0,29 p.p abaixo da variação obtida no mesmo mês (dezembro) de 787 
2017 (0,44%). Entre os grupos que apresentaram aceleração inflacionária, Alimentação e bebidas 788 
(0,44%) que, com 0,11 p.p. de impacto, foi responsável por quase 3/4 do índice de dezembro. Por outro 789 
lado, os grupos Transportes (-0,54%) e Habitação (-0,15%) apresentaram deflação em dezembro, 790 
contribuindo para que o índice geral de preços deste mês fosse tão baixo. 791 
Em sua última reunião do ano, realizada em dezembro, o Copom decidiu, por unanimidade, manter 792 
inalterada a taxa Selic (6,5% a.a). Este movimento, iniciado em março deste ano, foi um marco de um 793 
novo momento onde a Selic permaneceu inalterada até o fim do ano. 794 
 795 
Setor Externo 796 
Em 2018, o saldo comercial foi de US$ 58,298 bilhões, 13% abaixo do observado em 2017 e próximo ao 797 
saldo projetado pela Lafis desde o início do ano (US$ 56,8 bi). As exportações voltaram a crescer em 798 
2018 pelo segundo ano consecutivo, após quedas seguidas entre 2012 e 2016. A alta foi derivada do 799 
crescimento do volume embarcado (+ 4,1% no índice quantum) e 5,1% nos preços. 800 
A quebra de safra na Argentina, aliada à guerra comercial entre EUA e China, contribuiu positivamente 801 
para a soja brasileira. Após imposição de tarifas em produtos chineses por Donald Trump, na tentativa 802 
de redução do déficit comercial com o país asiático, o Brasil se beneficiou com aumento de demanda em 803 
alguns de seus produtos, em especial as commodities. 804 
 805 
 806 
 807 
 808 
 809 
 810 
 811 
 812 
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 815 
 RELATÓRIO SETORIAL 
 CARNES - Atualização: Outubro - 2019 
 
 
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 816 
Carne Bovina 817 
A produção de carne bovina no Brasil, de acordo com dados do USDA, teve alta de 4,2% em 2018, 818 
atingindo 9,9 milhões de toneladas. Na esteira da recuperação da demanda interna, além do início da 819 
recuperação de alguns mercados perdidos na operação Carne Fraca, o setor vem se aumentando sua 820 
capacidade produtiva. No ano de 2018, o Indicador Cepea/Esalq do boi gordo teve aceleração entre os 821 
meses de junho e setembro, atingindo maior patamar desde meados de 2017; no primeiro trimestre de 822 
2019, todavia, o indicador já superou este patamar, o que indica um ano positivo para os criadores. 823 
Já as exportações, cresceram 12%, faturando 10,8% mais em 2018 em relação a 2017. Ao longo de todo 824 
ano passado, os embarques da proteína bovina somaram 1,3 milhão de toneladas, ante o 1,2 milhão de 825 
toneladas embarcadas no ano anterior. No que diz repeito à receita, houve alta de 10,8%, saindo de US$ 826 
5,042 bilhões em 2017, para US$ 5,589 bilhões no ano passado. 827 
 828 
Carne de Frango 829 
Após forte alta nos preços do frango em maio de 2018, resultado da paralisação dos caminhoneiros que 830 
prejudicou a oferta, os preços recuaram, mas para um patamar consideravelmente acima do pré-greve. 831 
Desde então, o indicador Cepea/Esalq para frango resfriado vem se acelerando, o que aponta para 832 
resultados positivos em 2019. 833 
A produção sofreu queda de 1,8% no ano passado, influenciada pelas perdas já destacada no mês de 834 
maio, além do fechamento de alguns mercados para o produto brasileiro. Já as exportações alcançaram 835 
4,1 milhões de toneladas em 2018, queda de 5,1% na comparação com 2017, de acordo com a ABPA. O 836 
volume confirma previsão feita pela própria entidade ainda em dezembro, quando citou restrições em 837 
importadores e a greve dos caminhoneiros como razões para tal estimativa. 838 
Conforme a associação, uma média mensal de embarques de 377,3 mil toneladas no segundo semestre - 839 
o melhor desempenho dos últimos três anos - atenuou as perdas acumuladas na primeira metade do ano 840 
passado, período marcado pela greve dos caminhoneiros. 841 
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Conjuntura Setorial 
 
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Carne Suína 845 
A produção de carne suína aumentou marginalmente em 2018 (+1,0%), de acordo com USDA. Já as 846 
exportações in natura fecharam 2018 com redução de 7,4%, atingindo 549 mil toneladas, também de 847 
acordo com a ABPA, frisando que as perdas de 19,5% acumuladas no primeiro semestre foram 848 
atenuadas pela elevação de 4,5% nos últimos seis meses do ano passado. 849 
Em dezembro, houve elevação de 8,8% nos embarques de carne suína in natura, com total de 47,7 mil 850 
toneladas. De acordo ainda com a entidade representante do setor, o ritmo das vendas para a China foi 851 
determinante para o desempenho das exportações do setor em 2018. A expectativa é que o fluxo para o 852 
mercado asiático se mantenha, impulsionando as vendas quando a Rússia retoma gradativamente as 853 
importações do produto brasileiro.” Em receita, as vendas de carne suína in natura chegaram a US$ 854 
1,115 bilhão em 2018, montante 23,9% menor em relação ao saldo de 2017. 855 
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 Ano de 2019 864 
Conjuntura Macroeconômica | Análise S.W.O.T |Conjuntura Setorial 865 
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Atividade e Inflação 869 
O resultado anunciado do PIB do segundo trimestre deste

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