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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA- UESB DEPARTAMENTO DE SAUDE II CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA PROTOCOLO DE TESTES FARMACOLÓGICOS DANIELE SANTOS MANGABEIRA TESTES FARMACOLÓGICOS PARA O DIURÉTICO HIDROCLOROTIAZIDA (HCTZ) JEQUIÉ- BA 2020 DANIELE SANTOS MANGABEIRA TESTES FARMACOLÓGICOS PARA O DIURÉTICO HIDROCLOROTIAZIDA (HCTZ) JEQUIÉ-BA 2020 Protocolo de testes farmacológicos entregue ao Curso de Farmácia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia como requisito parcial de obtenção de créditos na disciplina Farmacodinâmica I, ministrada pela profa. Drª Julieta Borges. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO____________________________________________04 2. OBJETIVO_______________________________________________05 3. METODOLOGIA__________________________________________06 3.1. TESTES FARMACOLÓGICOS IN VICTRO________________08 3.2. TESTES IN VIVO EM ANIMAIS/HUMANOS_______________09 4. PRINCÍPIOS BIOÉTICOS___________________________________10 5. CONCLUSÃO____________________________________________11 6. REFERÊNCIAS___________________________________________12 1. INTRODUÇÃO Até que cheguem às prateleiras das farmácias, todos os medicamentos têm de passar, obrigatoriamente, por uma série de ensaios que comprovem sua qualidade e segurança, como determina a Política Nacional de Medicamentos- PNM. Os estudos de equivalência farmacêutica contemplam análises comparativas de controle de qualidade entre dois medicamentos — teste e referência — com o mesmo princípio ativo e dose. Já o estudo de bioequivalência é a etapa posterior, onde esses mesmos medicamentos são administrados em voluntários sadios para avaliação da segurança e eficácia dos mesmos (BRASIL,2020; OLIVEIRA, 2019). A Hidroclorotiazida, cuja denominação química é 6-cloro-3,4-dihidro-2H- 1,2,4-benzotiadiazina-7-sulfonamida-1,2-dióxido, trata-se de um diurético muito utilizado como monoterapia ou associado com outros fármacos, tais como captopril, losartana potássica no tratamento da Hipertensão arterial sistêmica e edema (RANG et al., 2004; PENILDON, 2017).Todos os tiazídicos são eficazes pela via oral, sendo estes bem absorvidos pelo trato gastrintestinal. Eles são excretados pela urina, principalmente pela secreção tubular. Dentre os fármacos de ação curta, como a HCTZ, o efeito máximo é observado em cerca de quatro a seis horas com duração de 8 a 12 horas. A HCTZ é usada sob forma de cloridrato e encontrada no mercado farmacêutico na apresentação de comprimidos de 25 mg e 50 mg (MAHLE et al., 2007; PENILDON, 2017). presente protocolo tem como objetivo descrever testes de equivalência e bioequivalência farmacêutica aplicados ao medicamento Hidroclorotiazida (HCTZ), relativo as modalidades in victro, in vivo ou ex- vivo em animais e humanos a partir da literatura científica. 2. OBJETIVO Descrever testes de equivalência e bioequivalência farmacêutica aplicados ao medicamento HCTZ, relativoas modalidades in victro, in vivo ou ex- vivo em animais e humanos a partir da literatura científica. 3. METODOLOGIA 3.1. Testes in victro No estudo de Oliveira (2019), as análises físico-químicas dos comprimidos foram realizadas a partir de amostras oriundas do mercado, contendo 25 mg de hidroclorotiazida. O estudo comparativo foi realizado entre um medicamento de referência, um genérico e um similar, sendo testados dois lotes diferentes de cada laboratório (R1 e R2, G1 e G2 e S1 e S2). A Substância Química de Referência (SQR), com teor 99,7%, foi obtida da Fiocruz/INCQS (Lote:V2F01). Todo o estudo foi realizado com as amostras comerciais dentro do prazo de validade. A qualidade foi verificada pelos testes de peso médio, dureza, friabilidade, desintegração, doseamento, uniformidade de doses unitárias e dissolução, conforme descrito na Farmacopeia Brasileira – 5a edição, volumes 1 e 2. 3.1.1. Peso médio Para a determinação do peso médio, pesou-se individualmente 20 comprimidos de cada lote em uma balança analítica (Shimadzu – Modelo: AUY220). Em seguida, determinou-se a média, o desvio padrão e os limites entre o menor e o maior peso. 3.1.2. Dureza O teste foi realizado com 10 comprimidos de cada lote, sendo eliminado anteriormente qualquer resíduo superficial. Utilizou-se um durômetro manual (Nova Ética – Modelo: 298) para determinar a força necessária para quebrar o comprimido no eixo vertical. Calculou-se a média e o desvio padrão dos valores obtidos para cada amostra. 3.1.3. Friabilidade Pesou-se 20 comprimidos de cada lote, os quais foram adicionados em um friabilômetro (Pharma Test – Modelo: D-63512 Hainburg) e submetidos a 100 rotações durante 4 minutos (25 rpm). Após o término da ação do aparelho, foram removidos os resíduos de pó dos comprimidos e, em seguida, foram pesados novamente. Determinou-se o percentual de peso perdido a partir da diferença entre o peso inicial e o peso final. 3.1.4. Desintegração Foram utilizados 6 comprimidos de cada lote e cada unidade foi colocada em um dos seis tubos da cesta do desintegrador (Nova Ética – Modelo: 301/AC), com um disco cilíndrico de 201272 mm de diâmetro e 9,50 mm de espessura na superfície, utilizando água a 37 ± 1°C como líquido deimersão. As amostras foram submetidas ao movimento da cesta e à imersão de maneira a observar o tempo necessário para que os 6 comprimidos se desintegrassem completamente. 3.1.5. Doseamento Para a avaliação do teor de hidroclorotiazida, pesou-se e pulverizou-se 20 comprimidos de cada lote. Transferiu-se uma quantidade de pó equivalente a 30 mg de princípio ativo para um balão volumétrico de 100 mL, adicionou-se 50 mL de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol L-1 e, em seguida, agitou-se durante 20 minutos. Após a agitação, completou-se o volume para 100 mL com o mesmo solvente, homogeneizou-se e filtrou-se. Na sequência, transferiu-se 5 mL para um balão volumétrico de 100 mL e diluiu-se com água de maneira a atingir uma concentração de 0,0015% (p/v). Por fim, determinou-se a absorvância da solução por espectrofotometria de UV em 273 nm (PerkinElmer – Modelo: Lambda 35 UV/VIS Spectrometer), utilizando água para ajuste do zero. A concentração foi calculada a partir da curva analítica obtida em água (y = 50,631x - 0,007; r2 = 0,9997). 3.1.6. Uniformidade de doses unitárias por variação de peso Pesou-se 10 comprimidos de cada lote individualmente. A partir do resultado do doseamento e do peso individual de cada comprimido, estimou-se a quantidade de componente ativo em cada unidade, considerando distribuição homogênea. Os resultados individuais foram expressos em porcentagem da quantidade declarada. Em seguida, o Valor de Aceitação (VA) foi calculado de acordo com a Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2010). 3.1.7. Dissolução O procedimento para determinação dos perfis de dissolução foi realizado com 6 comprimidos de cada lote, que foram dispostos individualmente em cada aparato tipo cesta do dissolutor (Nova Ética – Modelo: 299), tendo como meio de dissolução 900 mL de solução de Ácido Clorídrico 0,1 mol L-1, em temperatura de 37 ± 0,5 °C. O teste foi realizado de maneira comparativa nas velocidades de rotação de 100 rpm, de acordo com o método farmacopeico, e de 50 rpm, como ensaio adicional. Para a obtenção do perfil de dissolução, coletou-se e filtrou-se alíquotas de 5 mL nos tempos de 5, 10, 15, 20, 30 e 40 minutos. Em seguida, analisou-se todas as amostras em espectrofotômetro (PerkinElmer – Modelo: Lambda 35 UV/VIS Spectrometer) em 272 nm, utilizando o mesmo solvente para ajuste do zero. A concentração foi calculada a partir da curva analítica obtida em ácido clorídrico 0,1 mol L-1 (y = 61,795x + 0,0333; r2 = 0,9999).3.2. Testes in vivo animais/ humanos Após as etapas de descoberta e de pesquisas pré-clínicas in victro, é chegado a hora da etapa clínica envolvendo animais. Nela, são feitos os testes com camundongos, depois cachorros e por último chipanzés, para depois serem iniciados os estudos com humanos voluntários, respeitando-se os princípios bioéticos. Os testes em humanos visam a obtenção de dados de farmacocinética ( como o tempo de meia vida do fármaco dentro do organismo) e , principalmente, da farmacodinâmica do medicamento, seus receptores envolvidos, parâmetros bioquímicos que são alterados, proteínas plasmáticas, toxicidade do fármaco etc., tudo mediante um monitoramento via exames clínicos laboratoriais, como AST, ALT, hemograma completo, dosagem de minerais como Na+, K+, bilirrubina etc (BRASIL, 2020; INSTITUTO BRASILEIRO DE ATENÇÃO A FIBROSE CISTICA, 2017; OLIVEIRA, 2019). Segundo o IBAFC (2017), a pesquisa clínica é destrinchada em 3 fases : Fase 1: Primeira investigação sobre o potencial de um novo medicamento em seres humanos, para determinar como o medicamento reage no organismo e vice-versa (absorção, distribuição, metabolização). Geralmente conduzido em pequeno número de voluntários saudáveis com o objetivo principal de avaliar primeiramente a segurança e a dosagem ideal do produto sob investigação. Fase 2: Foca na efetividade clínica do medicamento, e é realizado em pacientes com a doença. O estudo também avalia efeitos adversos de curto prazo e riscos relacionados à segurança do medicamento, como, por exemplo, a incidência de reações adversas. Geralmente é feita em um número maior de sujeitos de pesquisa. Fase 3: Estudos realizados em grande número de pacientes, comparando o medicamento com o melhor tratamento existente ou padrão de tratamento da doença. Seu objetivo é confirmar os dados de segurança e eficácia obtidos na fase 2, determinar as reações adversas mais frequentes e a relação risco/benefício no curto e longo prazos do produto. Se os resultados forem favoráveis, estes estudos são utilizados para solicitar o registro do medicamento. Fase IV/ Registro: Para que este produto chegue ao mercado, ele deverá ser registrado de acordo com a legislação sanitária vigente. Para esse processo, o fabricante deverá apresentar à agência reguladora (a Anvisa) os resultados de todas as fases pré-clínicas e estudos clínicos junto com a descrição dos processos de produção do medicamento. Se a Anvisa estiver de acordo com os dados submetidos referentes a qualidade, eficácia e segurança do medicamento, a autorização para lançamento e comercialização é concedida, e o novo medicamento estará disponível aos pacientes. O esquema 1 a seguir mostra as etapas acerca da descoberta e desenvolvimento de fármacos até chegar ao mercado. Esquema 1. Etapas acerca da descoberta e desenvolvimento de fármacos até chegar ao mercado. Fonte: IBAFC, 2017. 4. PRINCÍPIOS BIOÉTICOS A Resolução 251/97, do Conselho Nacional de Saúde aprova as seguintes normas de pesquisa envolvendo seres humanos para a área temática de pesquisa com novos fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos. Segundo a mesma, o pesquisador responsável deverá: a - Apresentar ao Comitê de Ética em Pesquisa - CEP - o projeto de pesquisa completo, nos termos da Resolução, 196/96 e desta Resolução. b - Manter em arquivo, respeitando a confidencialidade e o sigilo as fichas correspondentes a cada sujeito incluído na pesquisa, por 5 anos, após o término da pesquisa. c - Apresentar relatório detalhado sempre que solicitado ou estabelecido pelo CEP, pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP ou pela Secretaria de Vigilância Sanitária - SVS/Ministério da Saúde-MS. d - Comunicar ao CEP a ocorrência de efeitos colaterais e ou de reações adversas não esperadas. e - Comunicar também propostas de eventuais modificações no projeto e ou justificativa de interrupção, aguardando a apreciação do CEP, exceto em caso urgente para salvaguardar a proteção dos sujeitos da pesquisa, devendo então ser comunicado o CEP a posteriori, na primeira oportunidade. f - Colocar à disposição, do CEP, da CONEP e da SVS/MS toda informação devidamente requerida. https://www.ufrgs.br/bioetica/res19696.htm#projeto https://www.ufrgs.br/bioetica/res19696.htm#projeto https://www.ufrgs.br/bioetica/confiden.htm https://www.ufrgs.br/bioetica/res19696.htm#cep https://www.ufrgs.br/bioetica/res19696.htm#conep g - Proceder à análise contínua dos resultados, à medida que prossegue a pesquisa, com o objetivo de detectar o mais cedo possível benefícios e um tratamento sobre outro ou para evitar efeitos adversos em sujeitos de pesquisa. h - Apresentar relatórios periódicos dentro de prazos estipulados pelo CEP havendo no mínimo, relatório semestral e relatório final. i - Dar acesso aos resultados de exames e de tratamento ao médico do paciente e ou ao próprio paciente sempre que solicitado e ou indicado. j - Recomendar que a mesma pessoa não seja sujeito de pesquisa em novo projeto antes de decorrido um ano de sua participação em pesquisa anterior, a menos que possa haver benefício direto ao sujeito da pesquisa. Ademais, exige-se ainda a formulação e disponibilização de um protocolo detalhado de pesquisa, contendo informações como : informações farmacológicas básicas adequadas à fase do projeto, em cumprimento da Res. GMC 129/96 - Mercosul ; Especificação e fundamentação de fase de pesquisa clínica na qual se realizará o estudo e suas fases anteriores; descrição completa do fármaco ou produto em investigação ( características físicas, químicas e físico-químicas, origem, fórmula química etc); Apresentação detalhada da informação pré clínica necessária para justificar a fase do projeto, contendo relato dos estudos experimentais e discussão embasada na literatura científica; dados toxicológicos com estudos realizados em pelo menos 3 espécies de animais e análise dos efeitos sobre a fertilidade, embriotoxicidade, atividade mutagênica, potencial oncogênico (carcinogênico) e ainda outros estudos, de acordo com a natureza do fármaco e da proposta terapêutica (BRASIL, 1997). No mais, os seres humanos envolvidos têm total liberdade de decisão sobre si na pesquisa, podendo desistir da participação a qualquer tempo, sem sofrer nenhuma punição por isso, respeitando-se os princípios bioéticos de Autonomia, Não-Maleficência, Beneficência, Justiça e Equidade. 5. CONCLUSÃO No desenvolvimento de métodos, é imprescindível que todas as condições envolvidas no teste sejam elaboradas de acordo com as características físico-químicas do fármaco, forma farmacêutica e sistema de liberação, para que este seja discriminativo e quando aplicado de forma correta, possa fornecer informações referentes a avaliação do processo de liberação do fármaco; orientação no desenvolvimento e otimização de formulação; a obtenção de dados sobre a estabilidade; correlação in victro/in vivo; indicação de semelhança entre o medicamento genérico/similar e o medicamento de referência através do perfil de dissolução; ferramenta para a bioinserção; uniformidade e reprodutibilidade lote a lote e detecção de desvios na produção. Nesse escopo, a utilização de equipamentos e aparatos qualificados outrossim calibrados conforme as especificações das agências regulatórias são imprescindíveis para a condução do teste e obtenção de resultados precisos e fidedígnos. O treinamento e capacitação do analista para a realização do ensaio é um fator determinante para a confiabilidade dos resultados. Por fim, todos os experimentos abordados nos estudos tiveram resultados satisfatórios, fazendo jus a farmacopéia brasileira. REFERÊNCIAS BRASIL. Fundação Oswaldo Cruz, 2020. Página eletrônica disponível em : < https://portal.fiocruz.br/equivalencia-e-bioequivalencia-0 >. Acesso: 08 de nov.,2020.BRASIL. Resolução 251/97. Disponível em : < https://www.ufrgs.br/bioetica/res25197.htm >. Acesso: 09 de nov.,2020. CORREIA, L.F et al., Avaliação da equivalência farmacêutica de comprimidos de hidroclorotiazida disponíveis no mercado do Rio de Janeiro, Rev. Bras. Farm. 96 (2): 1266 – 1284, 2015. INSTITUTO BRASILEIRO DE ATENÇÃO A FIBROSE CISTICA. Como um novo medicamento é desenvolvido e testado, 2017. Página on-line disponível em : < https://portal.fiocruz.br/equivalencia-e-bioequivalencia-0 https://www.ufrgs.br/bioetica/res25197.htm https://unidospelavida.org.br/como-um-novo-medicamento-e-desenvolvido-e- testado/ >. Acesso: 09 de nov.,2020. PENILDON, Silva. Farmacologia. Editora Guanabara Koogan, 5ª ed., Rio de Janeiro, 2017. MAHLE, F et al., Avaliação do perfil de dissolução de comprimidos de hidroclorotiazida comercializados no Brasil. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl., v. 28, n.3, p. 265 - 271, 2007. OLIVEIRA, Camila de Lima. Teste de Dissolução: conceitos, aplicações e relevância no desenvolvimento e controle de qualidade de medicamentos. Trabalho de Conclusão de Curso ( Especialização em Vigilância laboratorial em Saúde pública), Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo, CEFOR/ SUS- SP, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, 2019. RANG, H.P; DALE, M.M; RITTER, J.M; MOORE, P.K. Farmacologia. Elsevier 5.ed. p. 414, Rio de Janeiro, 2004. https://unidospelavida.org.br/como-um-novo-medicamento-e-desenvolvido-e-testado/ https://unidospelavida.org.br/como-um-novo-medicamento-e-desenvolvido-e-testado/
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