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f lbert~instev eopo Infel A EVOLUÇAO DA FISÍCA i%- De Newton até à Teoria dos quanta - , M 2. p e c c ã o Vida e Cuitura W i i tivrosdoBrasl-li&m F: Este clássico da divulgação cien- tífica, divulgação que os «puristas» têm vindo, ao longo do tempo, a con- siderar como supérflua ou, até, im- possível, foi, e continua a ser, um livro básico para a compreensão - a nível do grande público, evidente- mente - da física moderna e, em particular, da teoria da relatividade. O admirável trabalho de colaboração entre Leopold Infeld e Albert Eins- tein, no qual a modéstia dos verda- deiros sábios não desempenha menor lugar que o seu imenso saber, veio, com efeito, abrir a muita gente pers- pectivas de maravilha sobre o livro cifrado que a Natureza incessante- mente nos vai dando a ler! por ALBERT EINSIEIN e LEOPOLD INFELD «O esforço para ler o grande r o mance policial da Natureza é vel!lo rorno o próprio pensamento humano. Mas há apenas uns três séculos que OS estudiosos começaram a com- preenda a língua em que o livro está escrito. E a partir desse tempo -a *a de W l e u e Newton- a leitaira passou a fazer-se com ra- pidez. Foramse desenvolvendo t6c- nicas de invaitigação, métodos sis- tem6ticos de descobrir e seguir pistas. Alguns dos enigmas ~ecebe- ram sdução -embora muitas solu- ções fossem p~ecárias e acabassem abandonadas em consequência de posteriores pesquisas. Um problema fundamental, e por milhares de anos completamente o b d d o p&s suas próprias com- plicações, é o do movimento. Todos os movimentos obçmáveis na Na- tureza - o da pedra lançada pma o ar, o do navio que sulca as águas, o do automóvel que roda pela es- trada - são na realidade muito com- plicados. Para comp~eendê-10s temos que começar pelos casos mais sim- ples e gradualmente irmos subindo. Consideremos um corpo em repouso, no qual não haja nenhum movi- mento. Paira mudar a posição desse corpo t necessário que sobme ele exerçamos alguma influência - em- puirrá-10, erguê-lo ou deixar que outros corpos, h o os cavalos ou os motms, o façam. A nossa ideia intuitiva do movimento comelacio- n a a a actos de puxar, empurrar, le- vantar. Expexiênoias muito repetidas fazem-nos arriscar a ideia de que temos de empurrar com mais força, se querwmos que o corpo se mova mais depressa. Parece natural con- cluir que, quantu maior for a acção exercida sobre um corpo, tanto maior será a sua velocidade. A in- tuição diz-nos que a velocidade está essencialmente ligada A acção.» C O L E C Ç A O V I D A . E C U L T U R A ALBERT EINSTEIN LEOPOLD I N F E L D O desemolvimento das ideias desde os primiivos conceitos até à Rebti i iade e aos h n t a EDIÇAO aLIVROS DO BRASILn LISBOA R u a dos Caetanos , 2 2 Tituio da ediçdo origiml: THE EVOLUTION O F PHYSICS The growth of idem from early concepts to relativity and quanta Traduçüo de IONTEIRO LOBATO C a p a d e A. PEDRO Reservados os direltoa pela le~lniação em vigor Edição Portuguesa feita por acordo com a Companhia Editora Nacional - S. Paulo - Brami1 VENDA INTEFtDITA NA BEPOBUOA F E D E R A T I V A D O S E S T A D O S U N I D O S D O B R A S I L 1 N D I C E ........................................... Agradecimentos 5 Prefácio ................................................... 7 .................. SliRTO DA INTERPRETAÇAO MECANICISTA g O grande romance m c i a l , I I -A primeira p h , 13 - Vectores, 18 - 0 enigma do movimento, 25 - Uuna pista que permanece. 57 - E o calor uma substanda?, 41 -A h t a n h a - -russa, 48- h taxa de c%mbio, 51 -O fundo filosófico, 54 - Teoria cinética da m a í k a , 58 .................. . jECLfNIO DA cONCEPÇAO MECANICISTA 67 Os dois fluidos eléctricas, 69- 0 s fluidos magnéticas, 78 - Primeira diiiculdiade séria, 82 -A velocidade da luz, 87 -Luz como substância, 89 -0 enigma da cor, 92 -Que é uma cmda?, 95- A teoria ondulat6ria da luz, roo -Ondas l u d - nosas langitudh~is ou tu-anwensais, r09 - O &ter e a teoria mecanicista, I I I C 4MPO. RELATIVIDADE ..................................... 115 O campo w m o representação, I 17 - 0s dois pilares da teoria de campo, 128 -A realidade do campo, 133- Campo e Bter, 139 - O andaime mecanico, 142 - Eter e movimato, 151 - Tempo. distancia. relatividade, 162 - Relatividade e me- cânica, 175 - 0 contínuo espaçetempo, I& - Relatividade geral, 188- Dentro e fora do elevador. 192-Gieometrila e experihcia, 199 -Relatividade geral e sua verificação, 210 - Campo e matéria, 214 Continuidadedes~ndnuidride, 223 - 0 s aquaaitan elementares de matéria e de electricidade, 225-0s aquantan de luz, 230 -Espectro da luz. 236-Ondõç de matéria. 241 -Probabi- Ydades-ondulat6rias, 247 -Física e realida&, 258 AGRADECIMENTOS Desejamos expressar os nossos sinceros agrade. cimentos a quanto5 tão amavelmente nos auxilia- ram na preparação deste livro, particulawnte: Aos Profs.: A. G. Shenstone, de Rincetown, Nova jersey. e St. Loria, de Lwow. Polónia. pelas fotogra- fias da página 219. Ao Sr. I. N. Steinberg, pelos seus desenhos. i DrP M. Phillips, pela revisão do manuscrito c pela sua valiosa cooperação. Quem pega neste Hvro tem o &Mto de indtigar da ma razüo de ser e de perguntar a que pbbfico se dirige. No começo da obm não é P&l a resposta; torna-se f d d no fim - m a é jd supérflua. Bem mais simples senZ; &r o que o fivm não é. Não é, por exemplo, um compêndio de ffsica-nada de um c u m elementur de teorias e factos ffsicos. A no= intenção pende mais pam um largo esboço das tentativns do espírito humano no apreender as conexdes entre o mundo das ideias e o dos fenómenos. Pam isso pro- cumremos ver as forças activas que compelem a ciência a inventar i&s em cor~espondência com a realidade do nosso mundo. Mas a representuçdo tem que ser simples. No amon- toado de factos e conceitos temos de escolher uma estmda que nos pareça a mais cumcterfstica e significativa. Factos e teorias não alcanpdos por esta estmda serão omitidos. O fim que visamos obriga-nus a fazer uma escoiha bem deli- nida de factos e ideias. A importdncia de um problema ndo depende do número de &ims a ele comqmdas. Deixámos de lado algumas linhas essenciais de pensamento; não que as considerássemos sem imprtdncia, mas poryue não se achavam à beim do caminho. Durante a feitura do livro, lonps debates tivemos a pre yósito das características do leitor idealizudo, ponto que muito nos preocupou. lmcigindms um leitor de gmndes qualidades. mas por completo desconhecedor da física e das matemáticas; interessado, entretanto, em ideias fisicas e filosólicas - e muito admiramos a paciência desse leitor nas passaps menos interessantes e mais penosas. lmaginúmos um leitor que sabe que, pam entender qualquer pdgina do livro, tem de k r cui& dosamente as precedentes. Um leitor que sabe que um livro de ciência, embora popular, não pode ser lido como se ]&em OS romances. Trata-se de uma simples convem entre nós, de um lado. e esse leitor imaginário, do outro. Poderá ele achar a obra interessante ou maçadora, excitante ou sonolenta - mas o nosso objectivo terá sido atingida se lhe dermos uma ideia da luta sem fim em que o espfrito humano se empenhou para u compreensão das leis que regem os fenómenos ffsicos. SURTO DA IWTERPR~AÇÁO MfCANICISIA O GRANDE ROMANCE POLICIAL m r n ~ p a i ~ ~ i e 3 E 6 9 t t n e i ~ o . k ~ mance Jnosaai todos os fios da n~eada ou piseas essenciais, e canipele-nos a fcmnu~lw a nossa teoria p d sobre o caso. Se seguirmos c u i d a d m e n t e o emdo, por nós pdprios descobriremos a solução, ,antes que o autor nela desvende no fim do l i m . E, além de nos apmm no momento exacto em que a espeaa~nos, não #nos diesaponta- ao contrário do que se dd nos mistérios vulgares. Ser-nos& possível m p a m o leitor de tai romance aos cientistas ,que através de sucessivas geqões continuam a procurar a chavedos mistérios do liwo da Natuma? A com- parayão é faka; terá -s tarde de ser abandonadaL. mas possui uma parcela de justificaqão que pode ser ahgada e modificada com proveito para 4 d q o da ciência no decifrar dos mistérios do Universo. O grande romance policial do Universo está ainda m solução. E nem sequer podemos afirmar que comporte solu- ção. A sua ieitura já nos deu (muito; ensinou-nos os dhm- tos & língua da Natureza. habilitou- a apreender nume- m m fios da meada, e ttm sido uma fonte de excitação e deleite na penosai maarhn da ciência. Ptircebemos, entn%mto, que, apesar de todos os volumes lidos e campmndidm, estaunos ainda muito longe da soluqão completa -se é que existe. Em cada, edgio procimrmm encontrar explicação que harmonize os pontos j4 descobertos. Teorias hipotéticas têm explicado muitos fartas, mas nenhuma solução gerd, que reúna tados os fios, apa1wa-a ainda. Frequentemente urna teoria na apartncia perfeita mostra-se falha logo que a leitura do grande livro proaregue. Novas factos surgem que a contra- dizem ou não são por ela explicados. Quanto mais leimos a Natureza, mais lhe apremdeimos ai perfeiqão - embora a solu- ção do enigma se afaste com essa, maiar leitura. Em todos os romances policiais, desde as primorosos de Conm Doyle, momento chega em que o detective reúne todo6 os elementos de que nmssita para resolver pelo menos parte do problema. Esses elementos podm parecer muito estranhos entre si, e incoemtes. O arguto detective, mímtmto, sente que bamm, e que apenas pela força do pensamento poder& ligá-los todos num conjunto wlucionador. E vem então a hora em que os Sklocks pegam do violino ou se estiram na cadeira preguipsa, de cachimbo na boca, até que... Santo De& HCR1IP1CQ't h- Não 96 mooniitraan a explicação paira os factos já cdigidos, como deduza que umas tantas c o b devem ter oconado. E como saibem agora para onde se dirigir. p d m , se querem, coiigir anais faams comprovatWo5 das suas tearies. Mas o cientista que 1ê o livro da Natureza tem que achar a solução por si mesmo; aião pobe, como o te i&or de nodtis, saltar paginas para ver o Mecho, Para obter uma soluqão, ainda que parcial, o cientista sendo ao mesmo íennp leitor e pesquida rem de reunir factos e à força de pensa- mento Iógiao coorden&IÚs, coerente .e extensivaanaxte. O nosso objectivo, nas &iÙia~ que se seguem, é descrever em largos traqos a obra dos fkk06, que às con- jectura, às «Muçães» do detective. Preocupar-haçernos. sobretudo, aam o papei do pensamento e das ideias na wen- turosa caça de soluções denim do muda físico. A PRIMElk4 PISTA O esfarço paira ler o gramde romance policial da N a m a é velho como o próprio p e n s a m t o h-0. Mas há apenas uns três sécuios que os estudiosos com- a1 compreender a língua em que o livro está d t o . E a partir desse tempo - a épaca de Galileu e Newton -a leitura passou a fazer-se com rapidez. Fora'm-se desenrvolvendo técnicas de hvestiggão, m6todos sistemáticos de descobrir e seguir pistas. Alguns dos enigma6 receberam solução -embora muitas soluqões fossem precdrias e acabassem abandonadas em consequência de pos- teriores pesquisas. Um problema fundamental, e por milham de anaç com- pletamente . obscurecido pelas suas próprias complicayões, é o do movimento. Todos os movimentos observáveis na Natureza- o da pedra l q d z para o ar, o do navio que wlca as águas, o do au&el que roda pela estrada-são na realidade muito carnplicados. Para compeendê-los t e m a que comeqar pelos casos mais simples e graduahnente irmos subinao. Consideremos um corpo em repouso, no qual não haja nenhum movimento. Pam mudar a pasiqão desse corpo é necessário que sobre ele e x q ã m o s alguma influh&- empurrá-lo, erguê-lo ou deixar que outros corpos, como os cavalos ou os motores, o façam. A nossa ideia intuitiva do movimento correlacionm a actos de puxar, empurrar, levan- tar. Experiências muito repetidas fazem-nos amscas a ideia de que temos de empurrar cam mais força, se queremos que o corpo se mova mais depressa. Parece natural concluir que, quanto maior for a acção exercida sobre um c-, tanto maior será a sua velocidade. Um carro de quatro camlos vai mais depressa que uun de dais. A fntuicão diz-nos que a veloci- dade está essen~ia~lmente ligada, à acção. * Os leitores de novelas sherlockiamas sabem camo as pistas fdsas perturbam a história e atrasam a solução. O método de raciocinar ditado pela intuigão era1 uma pista m a d a q w levou a ideias &as sobre o movimento, as quais perduraram pr & u h . A g r a d e autoridade de Arist6teies foi tailvez a causa principail dai longa fé no intuito. Na Mecdnica, que há dois mil anos C atribuída a esse fiósafo, lemos o seguinte: O corpo em movimento estaciona quando a força que o impele cessa de agir. A dacoberta e o emprego do raciocínio científico, que d e m o s a Galileu, foi um dos mais hprtamtes triunfos regis- tados na história do pensamento humano - e mmaun o verda deiro começo dai ciência fisicá~ Ensina-nos essa descoberta que as conclusões intuitivas baseadas na obsewaqão imediata nem sempre merecem fé, porque muitas vezes levam a pistas emdas. Mas como erra a intuição? Poderá ser erro dizer que um carro de quatro animais deve radar mais depressa que um de apenas dois? Examinemos mais de perto as factos fundamentais do movimento, tomando como ponto de partida simples experiên- cias de todos ,os dias, familiares ao hamem d d e os começos da Civilização e adquiridas na árdua luta peb existência. Suponhamos que a l g h vai por m a estrada plana a empurrar um a n i n h o e subitamente pare de empd-10. Antes de imobilizar-se, o cmrinho ainda se mover4 até curta distância'. Surge a pergunta: como será p d v d aumentar essa distância? Há vários meios: mitm o eixo, tomar a estrada. mais lisa. Quanto mais lisa for a estrada e mais maciamente g i r a m as rodas, maior será a distância per- comida. E que acontecieu em consequênch do azeiíamenito do eixo e do alisaunemo da estrada? Apenas isto: diminuição das influências externas. O efeito do que chamamos atrito d h i - nuiw, tan~to no contacto do eixo m a rodas, m o no das rodas com o chão. Isto já C uma hterpn%yão te6rica da evidência obsewárel -tuna interpretação, na realidade, arbi- - trAsria. Se clermos )mais um passo à frente, entraremos na pista cwta. Imaginemos uma estrada perfeitamemie lisa e um sis- tema de eixo e rodas em que não haja nenhum atrito. Neste caso, nada interferiria no caminho. o qual d a r i a perpetua- mente. Formulam esta cmclusão unicamente por força do pensamento, iàealizamh uma experiência que não pode ter realidade, visto ser i m ~ v e l eliminar todas as influências externa. Mas esra experiência iddizada dá-nos a' base me- cânica{ do movimento. A compa~rqão dos dois métodos de abordar o problema permite-nos dizer: a ideia intuitiva é que quanto for a x@o, tanto maior será a velocidade. Assim, a velocidade indica se há ou, não forças externas actuando sobre o corpo. Gdileu mostrou mais ccmectarmieate que, se iun corpo não é puxado ou i'mpelido, nem influenciado de qualquer maneira (ou, mais sinteticamente, se nenhuma força externa actua sobre ele), esse corpo se move uniformemente, isto 8, sempre com a mesma vdocida& e em linha recta. Sendo mim, a velocidade não indica que forças externas estejam ou não agindo sobre o corpo. A conclusão de Gdileu foi mais tarde fornuladai spx Isaac Newton nos aennnos da lei i dainércia. Tomou-se umai das primeiras coisas que de física castumamos decarar na escola: Todos os corpos se conservam em estado de repouso, ou em movimento uniforme em linha recta, salva se fonim com- pelidos a sair desse estado por acção de forças exercidas sobre ele. Já vimos que esta lei da inércia não pode ser directamente deduzida de qualquer experiência; decarre do pensamento especultùtivo baiseâdo na observação. A experiência ideal que o casoexigia, conquanto não passa ser realizada, leva-nos a uma profunda compreensão das experiências redizáveis. Da variedade de movimentos complexos que nos cerca vamos tornair, para, nosso primeiro exemplo, o ccmovimenito uniforme)). É o mais simples, porque wrti livre de farças extemas actuantes. Mas o Imovimento uniforme ngo pode ser nxdizado; ai pedra que cai de umai torre ou o aninho empur- rado na estrada não lpodem, nunca, ~ m w e r e de modo absalu- tamente uniforme, parque é hpoaIivd eliminamos a influên- cia das forças externas. Nos m a n c e s policiais, as p'has mais óbvias frequente- mente levam-nos a suspeitas injustas. Nas uiossas tentativas para apreender as leis da NaturiiQac igualmente verificaùnos que as explica@es mais intuitivamente óbvias nos levalm também. muitas vezes, a erros. O p e n m e n t o do homem cria do Universo um quadro em perpétua m u d q a . A contribuição de Gdileu destruiu a inter- p t q ã o intuitiva para enntraniza~ umai interpretação nova. I? essa ai grande significação da sua descoberta. Uma pergunta relativa, ao movimento surge Se a1 velocidade não é r d t a n t e das forças externas aictumtes sobre um corpo, que é então? A resposta P esta questão funda- mental foi dada por Galileu e, de modo ainda m& conciso, por Newton - adv inb dai mais uma pista para a nossa inves- tilgaqão. Para conseguirmos a resposta correcta, temos de pen- sar um pouco mais al fundo no caso do carrinho a &r na estrada perfeiralmiente lisa,. Na nossa experiência ideal a uni- formidade do movimento é devida à a&cia de forças a t a - - nas. 1,maginemos agora que a esse caminho em movimento uniforme damos um impulso no sentido deste movimento. Que acontece? Claro que a velocidade aumenta. Se déssemos um impulso no sentido contdrio, a velocidade decresceria. Uo primeiro C-, O caminho acelera o movimento grgas ao impulso, e m segundo retarda-. Conclusão: a x ~ ã o de uma força externa muda ri velocidade. M m , a velocidade pre priamente dita não é consequência do impulso dado ao c m i - nho, mas as variaqões da velocidade ou as acelwaQks do nisvimento é que o sãs. A foiya interferente atumenlta ou diminui a velocidade conforme actua no sentido do movimento ou no sentido cmtrário. Gdileu percebeu-o e com clareza o disse em Duas Ciências Novas: ... qualquer velocidade comunicada a um corpo cm movi- mento ser& mantida enquanto as causas externas de acele- ração ou retardamento estiverem ausentes, condição que s6 é mcontmda em planos horizontais; se os planos forem inclina- dos para baixo, estard sempre presente uma causa de acelera- ção; e se inclinados para cima. um retardamento; disto se conclui que o movimento ao longo de um plano horizontal é perpktuo; pois se a velocidade for uniforme não poderd ser diminuída, e muito menos ser destruída. Seguindo a boa pista chegamos a uma compreensão mais profunda do pblema do oovi~mento. A conexão entre a f o r p e vatriaqão de velocidade (e n,?o entre a força e velocidade, como pareceria intuitivo) constitui o alicerce da, mecânica clássica formulada px N e w n . Estamos ai fazer uso de dois m e i a o s muito importantes nm mecânica de Newton: o de força e o de variaqão de veloci- dade. No ulterior desenvolvimento da ciênciai serão ambos dargados e generalizados. Por esse motivo temos de examiná-los mais de perzo. Que C f w p ? Intuitivamente sentimos que é o que a próc pria palavra significaL O conceito inwitivo de força a d h do esfoqo de empurrar, puxar cru h ç a r ; advém dia sensação muscdar que acompanha esses actos. Mas, se generalizamos, iremos muito além desses simples exemplos. Podemos pemsar em força sem figuramos um animal que puxa um carro. Falamos da força de atracção entre o Sol e ai Terra, entre a Terra e a Lua, como também falamos das forças que causam as marés. Fa~lamos da força por meio da qual s Terra com- pele tudo quanto sobre ela existe a permanwer sob a' sua esfera de influhcia; fa~lamos da força dos ventos a ondear a água dos oceanos ou a agitar a folhagem das árvores. Sempre que observama uma variaqão de velocidade, temos de admitir uma faça externa, respondvel. Diz Newton nos seus Princípios: Uma força actuante é uma acçdo exercida sobre um corpo. de modo a mudar-lhe o estado, seja de repouso, seja de movi- mento uniforme e em linha recta. Esta força consiste apenas na acção; e não permanece no corpo depois que a acção passa. Porque o corpo mantém cada novo estado adquirido em mzão da ((vis inertiae)) -da força da inércia. As forças actuantes são de diferentes origens, como as que vêm da percussão. & pressão, da atracção centrípeta. Se iwlai pedra é largado do alto de uma torre, o seu mwi- manto de nenhum modo é uniforme: a docidade aumenta à medida que a pedra cai. Podemos conclub que uma força externa está actuando na direcç5o do movilmento. Por outras palmas: a tema atrai a pedra. Vejaanos outro exemplo. Que acontece com a pedira lançada para cima? A velaidade vai decmcendo até que a p d m chega a um ponto mais dto e começa ai cai'r. F,ste decréscimo da velocidade é causado pela mesma força que acelera a queda de itm corpo. Num caso a força actua no sentido do movimento e no outro actuo em sentido contráaio. A força é a miemnia, mas determina acele- r a @ ~ ou diminuição da velocidade, conforme o sentido do movimento da pedra for para cima ou para baixo. Todos os movimentos que vimos considerando são recti- Iíneos, isto C, em lilnha rectac -~emcis agora de dar um passo adiante. Com analisar os casos mais simples gamhhos c m - preensão das leis da Natureza; nestas primeiras tentaltivas, t i i a m o s de fugir dos casos waiss inbrincados. A linha recta é mais simples que a curva(, mas não podamos satisfazer-nos aipenas cam a compreeusão do movimento recti- líneo. Os movimentos da Lua, da Tema e dos planetas, justa- mente os corpos aos quais os principias da m â n i c a faram aplicados com lmalior brilhantismo, são ~movimen~tos curvos - e ai passagem do movimento rectilíineo para o m&mento curvilinm . traz-nos novas dificuldades. Precisamos ter a coragem de enfrentá-las, caço queiramos compreender os pnncfpios da velha mecânica que nos deram as pirneiras pistas e assim formaram o ponto de partida do desenvolvi- mmto da ciência. Consideremos outra experiência ideal, em que m a esfera perfeita mla uniformmente sobre uma mesa perfeitamente: lisa,. Já sabemos que se demos impulso h esfera, isto é, se u m força externa actuar sobre ela, a sua velocidade muda. Suponhamos agora que a direcção do impulso não é, camo no exemplo do carrinho, na direcção do movimento, mas sim perpendicular à linha do movimento. Que sucede à esfera' Três estádios do movimento podem ser distinguidos: s movi- mento i n i d , a a q ã o da força e o movimento final depois que ai força cessa de agir. De acordo com a lei da inércia. as velocidades de antes e de depois dai acção da força são ambas perfeitamente uniformes. Mas há uma d i k m p entre o movimento uniforme de antes e o de depois da acção da força: a direcção mudou. O m o inicial da esfera e a direc- ção da força são perpendiculam entre si. O movimento final não será naf dimqão de nenhuma dessas linhas, mas entre elas, mais perto da direcção da força, se o impulso for forte e a velocidade inicial pequena, e mais perto da linha original do movimento, se o impulso for f m o e a velocidade inicial gramde. A n m a conclusão, baseada na lei da inércia, 6 que, em geral, a acção de uma força externa muda não só a velocidade como ainda pode mudar a direcção do movimento. A compreensão d a t e facto prepara-nos para 3 gneralizaqão introduzida na física pelo conceito de vector. Prossigama rm msço rudimentar modo de raciocinar. O ponto de partida continua sendo a lei da inércia de Galileu. Ainda estaunos longe de esgotar as consequências desta pre- pista do enigma d o mavimento. Consideremos duasesferas que sobre a mesa lisa se m o v m em direcçõieç diferentes. Para termos uma mpmentação mental definida, vamos admitir que as duas d i ~ c ç õ e s são perpendiculares entre si. Desde que não há forfas externas actuantes, temos movimentos perfeitamente unifomes. S u p nùiamos ainda que as velocidades são iguais, ou que as esferas percorrem a mesma distância no mesmo espayo de tempo. Poderemos dizer que as duas esferas têm a mesma velocidade? A resposta será sim ou não! Se os marcadores de velocidade de dois ca~rros mostram igualmente quarenta quilómetm por hora, o usual é dizer-se que OS c m o s têm a mesma velocidade. Mas a ciência precisa de criar língua e conceitos próprios para U ~ X ) próprio. Os conceitos científicos em regra camqaan com os usados na linguagem comum e ganham em precição, de modo a serem aplicáveis ao pensamento cientifico. Do ponto de vista físico é vantajoso dizer que as veloci- dades das duas esferas a moverem-se em direcções diferentes são também diferentes. Por mera convenção, o mais conve- niente é dizer que quatro carros que se afasta~m de um mesmo ponto por diferentes estradas não t&m a mesma velocidade, embora os respectivos velocímetros registem a de quarenta quilómetros por h m . Esta diferenciação entre a velocidade e a raipidez ilustra o mudo pelo qual a física, partindo de c m - mitos em uso na vida comum. os transforma de um m d o útil ao desenvolvimento científico. Se uma distância é medida, o resultado exprime-se por um certo numero de unidades. O comprimento de uma vara @e ser de três metros e sete centímetros; o peso de um objecto pode ser de dois quilos e três graunas; um intervalo de tampo pode ser de tantos minutos ou segundos. Em cada casca a medida exprime-se por um número. Mas um n h e r o apenas nem sempre é bastaate para exprimir os conceitos física. O reconheciimento deste facto assinaEou um sério avaqo na investigação científica. Assim, uma direcção. tanto quanto um número, C essencial para a caraute~izaqão da velocidade. Toda a quantidade possuindo siimultaineamente grandeza e direcção é repmentada pelo que se chama vector. Podeaios adequadamente simboljá-10 por m a flecha A velocidade será representada pùr umna flecha. oul, segunda a nossa conven@o, por wm vectcu cujo comprimento, em qual- quer escala de unidades que esccdhmos, é a {medida da veloci- dade e cuja di'recqão é a direcção do movimento. Se quatro carros partem com a anesma velocidade do mesmo ponto ahstando-çe em direcqões divergentes, as suas respectivas velocidades podem ser representadas par quatro vectores do mesmo camprianmto, como se vê no gráfico. Na escala usada. cada centímeúro representa quarenta quilQ merxos por h-. Deste modo qudquer velocidade pude ser expressa por um vector; e, inversamente, se a escala é conhe- cida, podemos conhecer ai velocidade por meio de um vectw. ' Se dois carros se cniz'am numa estrada e os seus velocí- metros marcam quatrenita quilámems por hora, caracterizamos essas velocidades por meio de dois diferentes vectores a j a s flechas apontam para di<mções opostas. Nos metropolitanos de Nova Iorque vemos flechas em direcções opostas indicando ,up€own» e mbwntownn. Mas tcxios os comboios que, com a mesma rapidez, se movem «uptown» têm a mesma veloci- dade, a qual pode ser nepresentadai por uun vector único. Nada há no vector que indique as estaqães pelas quads Q comboio passa, ou em qud das linhas paralelas d e com. Por outras pailavras: todos os vectures, camo os figurados logo abaiixo, podem ser convencion~ente oJhadw como iguais; estirralm-se aw> l a g o da mesma linha ou de linhas paira- Mas, são de igual comprimento e as suas flechas apontam ria mesma direcção. O &fico seguinte mostra iectores diferentes, porque variam de cmprimenito ou dri.ecção, ou de comprimento e d k ç ã o . Esses quatro vectares podem ser traçados todos a divergi- rem de um m a m o ponto: Desde que o ponto d e partidai não importa, tais vvectorw podem representar as velocidades de quatro camas que se àfastaan de um mesmo ponto, ou as velocidades de quatro I ~ Y K E que corram em diferentes pastes d o pais, viajando nas direcções indica&, c m a rapidez indicada. Esta r e p m t q ã o por meio de vectom pode %r usada para descrever os factos já discutidos amtmimmnte e rela- cionados com o movimento linear. F a l h o s do. carrinho a mover-se uniformemmtc em linha recta e a a e b e r uni impulso na, direcç50 do movimento, impulso que lhe aumenta a velocidade. Graficamente isto pode ser figurado por doi5 vectores, um mais curto, representamdo a velocidade antes do impulso e um mais lango, na mesma direc~ão, representando a velocidade depois do impulso. A significaqão do vectar em linha pontuada C clara: (representa a rnudaqa de velocidade causada pelo impulso. E no caso em que ai força do impulso se dirige em sentido contrário do movimento do carrinho. fazendo-o diminuir de velocidade, o diagrama varia assim: Novamente a linha, pontuada corrwpnde a uma unudmçs de velocidade; ma6 neste caso em direcção diferente. Tarna-se claro que não só as próprias velocidades, como tannbém as suas vairigões, são vectores. Mas cada variqão de velocidade é devida A xção de m a força externa; assim, essa força t m l h pode ser representada por um vector. Para1 cmacte- rizar uma força não basta conhecer o &TO com que empur- ramos o carrinho; temos ainda de dizar em que clirecção o empurramos. A força, do mesmo maio que a velocidade ou a sua variaqão, deve ser repnsentada por imm v e m e n%o por um número apenas. Por isso: a foqa exterior C também um vector e háde ter a ,mesma direcção da mudança de velo- cidade. Nas duas Últijmas figuras os vectores de linhas pon- tuadas lmostram cam igua,l correcção a direcção da foqa e a da mudança de velocidade. Neste ponto, o cépcn observará que não vê vantagem na introdução dos vectores, já que tudo niio passa do mulado de factores previamente adrnitidos para uma linguagem pouco fmillar e complicada. De momento é difícii convencer o cCptico de que está errado. Quem tem razão de momento é malmente ele. A seguir, entretanto, veremos que esta lin- guagem estranha nos leva a importante generalizaqão na qual os v e c t m aparecem coono essenciais. O ENIGMA DO !MOVIMENTO Enquanto lidamos apenas com o movimento em linha recta torna-se-nos impossível compreender os movimentos ohser- vados na Naturatt Ternos que atentar nos movimentos em c w a e determinax as leis q m os governam. Não é fácil a tarefa. No caso do movimento rectillneo, os nossos conceitos de velocidade, v&@o de velocidade e força, mostram-se muito úteis. Mas não vemos como aplicá-los aos movimentos em curva e somos levados a imaginar que os velhos conceitos são i~nadequados ?i descrição do movimento em @, e que novos conceitos têm que ser criados. Que fazer? !3eguir o velho trilho ou procu~rar caminho novo? A generailizaqão de um conceito C processo frequentemente usado pela ciência. E não existe aipenas um método de gene- ralizar, mas sim váaios. Um requisito, porém, é rigorosamente exigido de todos: qualquer conceito generalizado deve poder reduzir-se m conceito original quando as condi^ originais se realizam. Explicaremos mlhor, recomendo a~ exemplo já empregado. Podemos generallizar os velhos conceitos de docidade, varia- @o de velocidade e força, estendmdwx ao movimento m linha curva. Tecnicamente, quando falamos em curval, in- cluimos a liaiba recta. A linha niecta niio & um wpecid e trivial exemplo de linha curva. Portanto, se velocidade, variaqão de velocidade e forqai são introduzidas no movimento em curva, claro que também são introduzidas no movimento em linha recta^ Mas este m l t a ~ d o não deve contradizer cw resultados previamente obtidos. Se a curva se toma linha1 recta, todos os conceitos generaaizados &vem ser redutíwis aos conoeitos familiares sobre movimento mtilfneo.Esta restrição, p a r h , não basta para a l u t o r h a generalização. Deixa muitas possibilidades em aberto. A histária da ciência mostra que as mais simples gemalizaqões são As vezes correctas e outras vezes não. Temos primeiramente de conjecturar. No caso pre- m t e é coisa simples conjecturar sobre o mdtodo certo de genie- radizaqão. Os novos conceitos provam o seu próprio valor aijudandcmos a m p e e n d e r o movimento talnto da pdra lançadai ao ar como dos planetas. Vejmm, pois, que significam a velocidade, a variaqão de vekcidade e a farça no caso do movimento em linha curva. Comecemos pela velocidade. Ao longo da curva desta figura !emos um pequeno corpo a mover-se da esquierda~ para a direita. Tal corpo é com frequência chamado partícula. O ponto negro na figura mostra a posição da particuia num dado momento. Qual a velocidade comespondente a essa posi~ão e a esse tempo? De novo Gdileu nos ajuda a achas o meio de estudar a velocidade. Precisamos, uma1 vez mais, tirar partido da imaginqão e p d g u r a r uma experiência idealizada: A partícula move-se ao longo da curva, da esquerda para a1 direita, influenciada por f o q externas. Su,pnhamos que, em dado momento, e no lugar indicado pelo ponlto negro, todas as forças subitamente cessam de agir. Nesse momento, de acordo com a lei da1 in&cia, o movimento deve ser miifome. Isto na experiência idalizado, porque na prhtica não há corpos libertas de influências exrernns. Podemos apenas con- jecturar o «que sucederia se...?)) e julgar do adequado da nossa conjectura por meio das conclusões dela tilradas e da confha@o dansas concl& pela experiência. O vecmr abaixo indica a direcção conjectura1 desse movimento uni- forme, no caso da supressão de todas as forças externas. E a dkqFio da tangente. Examinando ao mimosc6pio a par- ajcuia em movimento, m o s m a parte da curva, a qual aparece como pequeno segmento. A tangente é o prolonga- mento desse segmento. Deste modo, o vector da figura repre- senta a velocidade num dado momento. O vector da velocidade está na tangente. O campnmmto desse vector representa a grandeza da velocidade, ou ai rapidez, como a indica. por exemplo, o veldmetro do cmo. A nossa experiência iddizada, da supresão das influên- cias externas do movimento para o enconltro do vector da velocidade, não deve ser tomada muito ai rigor. Apenas nas ajuda a compreender o que puaiariamos cha~mm vector da velocidade e nos habilita ai determiná-lo num dado ponto e num dado marimto. Esta outra figura mosm as vectores de velocidade de três diferentes p o s i ç k de uma prticdal a mover-se em linha cu,rva. Neste caso, mão s6 a direcção como a grandeza da velocidade, indicada pelo comprimento do vector, variam durante o movimento. Satisfari este novo conceito de velocidade a d o s os nequi- sitos necessários As generaiiza&s? Isto E: poderá reduzir-se ao conceito anterior, se a, curva se tmair linha m t a ? Claro que poderá. A tangente a uma linha recta é e s a pr6pria linfha. O vector da velocidade te.m a direc~ão da linha do movhenm, exactamente como no caso do cairrin!ho e das esferas. O passo i d i a t o consiste no estudo da variação de velo- cidade de uma particula o moveroe ao longo de uma linha curva. Isto também pode seir f i t o de válias maneiras, das quis va~mos escolher a1 mais simples e conveniente. A figura anterior mostrou diversos vectores de velocidade r q r m - tando o movimento em virios pontos do percUTs0. Os vectores n.OR I e 2 podem ser novamente desenhados com um p t o de partida comum, coisa que sa~bemos posçivel para todos os vectom. O vector de linha pontuada é chamado o vector da varia- cão da velocidade. O seu ponm de partida esta no fim do primeiro w t o r e o seu término a p m para o fim do segundo vector. Esta definifão da variaqão da velocidade pode, h pri- meira vista, parecer artificial e sem significaqão. Torna-se multo mais c1aù.a no caso especial em que os vectores ( I ) e (2) têm a mesma direcção. Isto naturalmente significa \dver ao caso do movifmento em linha recta. Se ambos os vectores partem do mesmo ponto, o vector de linha panrudai liga de novo os seus extremos. E a figura toma+se idêntica h da página 24, ficando o conceito primitivo reduzido a um (n60 especiad do novo conceito. Cumpre observar que na figulra sepa&mos as duas linhas, para que não coincidam e desse miodo possam ser distinguidas. Vamos agora dar o último passo no nosso processo de generaliza@ - formulando a mais importante das suposiçõles que até aqui fizamos. A conexão entre a força e variqão de velocidade tem que ser e~ta~belecida de modo que possamos entrar no caminho da compreensão do problema geral do movimento. A pista para a explanação do movimento em linha recta era simples: a força externa responde pela va~riaqão de velo- cidade; o vector da foqa tem a mema direcção do vectar da variaqão de velocidade. Agora, por6m, qual a explicaqão do movimento em curva? Exactaimente o mesmo! A única dife- rença esta em que agora a variaqão de velocidade tem uma significa~ão mais larga do que antes. Uma vista de olhos aos vectores de linhas pontuadas das duas Últimas figuras escla- recera. Se a velocidade em talas os pontos da curva 6 conhecida, a d k ç ã o da força em q u d q w dos pontas pode ser deduzida ilediamente. Podemas traçar os vectores da velqcidade para1 dois instantes separados por um culto inter- valo de tempo e portanto c o ~ d l e a t e s a posi~õies muito próximas entre si. O vector que vai do ponto tminaà do primeiro ao ponto terimim1 do segundo indica a direcção da força amante. Mas é essencid que a dois wtores da velo- cidade sejam separados par m intervalo de tempo «muiro curto». A análise rigohsa de tais expressões, ((muito pró- xi'mo» e «muito curto», não é simpies, e foi o que Iwuu Newton e Leibnia à dscoberta do cálculo difermciail. Muito penoso é o caminho que leva à generdizaç50 de Gaiileu, e não podanos mostrar aqui como foi abundante e fecundo em comquências. A sua, aplicação conduz-nos a simples e convincentes explanqões de muitos factos a~te então sem nexo e incompreensíveis. Da grade variedade de movionemtos vamos tomar o mais simples para a demmstrgão da lei acima formuladal. Uma bala que parte da carabina. uma pedra lançada a dis- tância, u~m jacto de água: tados estes corpos em movimento desenevem uma curva que nos é familiar. a parábola. Imagi- n a o s um velocímetro ligado, por exemplo, à pedira, de modo que o vector da velocidade possa ser traçado a quadquw momeai to. O resultado pode muito bem ser represantado nesta figura. A direcção da força actuante na pedira é a mesma que a da O vector de linha pontuada, é chamado o vector da varja- qão dai velocidade. O seu ponto de partida esta no fim do primeiro m t o r e o seu término aiponta para o fim do segundo vector. Esta definição da variação da velocidade pode, h pri- meira vista, parecer artificial e sem significaqão. Torna-se muito mais clam no caso especial em que os vectores ( I ) e (2) têm a mesma direcção. Isto naturalmente significa ~ o l v e r a~ caso do movimento em linha recta. Se ambos os vectores partem do m a m o ponto, o vector de linha pontuadai liga & novo os e x t m o s . E a figura tornabse idêntica A da págilitri 24, ficando o conceito pPiunitivo reduzido a, um c n ~ , especid do novo conceito. Cumpre observar que na figulra sepairámos as duas linhas, para que não coincidam e d w e modo possam ser distinguidas. V m o s agora dar o último paciso no nasso processo de genaralização - formulando a mais importainte das suposiçõles que até aqui fizamos. A conexão entre a f o r p e variaqão de velocidade tem que ser e~ta~belecida de modo que posamos entrar no caminho da compreensão do problema geral do movimento. A pista paira a explanação do movimento em linha recta era simples: a força extema responde pela va~rialção de velo- cidade;o vector da força tem a mesma direcção do vwtar da variação de velocidade. Agora, porém. qual a explica~ção do movimento em curva? Exactaimente o mesmo! A única dife- rença esta m que agora a varialção de velocidade tem uma significação mais larga do que antes. Uma vista de olhos aos vectores de linhas pontuadas das duas últimas figuras escla- recer& Se a velocidade em todos os pontos da curva é conhecida, a d k ç ã o da foqa em qudqiùer dos pontos pode ser deduzida imediatamente. Pad- -ar os vetares da velocidade para dois instantes separados por 'u'm curto inter- vaio' de tempo e portanto cormpndmtes a posiçk muito próximas entre si. O vector que vai do ponto temninail do primeiro ao ponto terminal do segundo indica a dimcqão da força actumte. Mas é essenciaJ que os dois vectons da velo- cidade sejam separados por unn intavalo de tempo «muito curto)). A amálise rigoiosa de tais expressões. mui to pr& ximo)) e amuito cucto~, não é simples. e foi o que lwou Newton e Leibnitz à descoberta do cálculo difereaiciail. Muito penoso é o caminho que leva à genõrdiza@o de Gadileu, e não podanos mostrar aqui como foi abudaininte e fecundo em conquênciar;. A sua aplicação conduz-nos a simples e convincentes explanqões de muitos factos alté então sem nexo R incompreençíveis. Da grande v a i r i d e de movianmtus vamos tomar o mais simples para a demmstrgão da lei acima formulada^ Uma bala que parte da ca~abima, uma pedra Imçada a dis- tância. um jacto de água: todos estes corpos em movimento descrevem uma curva que nos é familiar. a parábola. Iaag i - nmos um velocímetro ligado, por exemplo, A pkt, de modo que o vector da velocidade possa ser traqado a quailquer momemto. O resultado pode muito bem ser representado nesta figura. A dimção da f o r p actuainte na pedra é a mesma que o da vahqão de xelwidade, e já vimos como pode ser. determinada. A figura seguinte mostra que a força é vertical e dirigida paira baixo. Exactamente o. mesmo que se dá quando a pedra cai de uma torre. As trajectórias são diferentes, como tam- bém são d i fmtes as velocidades, mas a variqão da veloci- dade, isto é, a aceleração do movimento tem a mesmal direcção -O centro da Tema. Uma pedra ligada a um c d d e girada em plano horizon- tal diescreve uma trajecthria circular. Todos OE vect<uies do diagmm &r, nepresentando e t e movimmm, possuem o mwmo mI>rime3~o, quando a velocidade for u~nifomne. Não obtmte, a wiucidade não é unifarmiie, porque o tlaniinllio a 6 0 é em linha nxm. Unáaunente m moviimieni~to unifmme m t i l h não há f m p immfermtes. AqiJ, no emto, há tais f a p s , e a velwidiadie muda, M o m grandeza, mias em & I E ~ ~ Y ) . De acordo cmn a lei d~ movimento deve existir aiguima f o v respolnsáwl p estn m w h q a , u m f q que aparece enm a pedra e a mão que segura o d w l . Surge então a pergunta: em que d i q ã o age essa força? De novo o d b p a n a veczoaiiail nios dá a respom. Traçado8 os vectcms da wIiocidade de duis p u s muito próxiimios, o da vark@o da velocidade, ou ecelerq5o do miwiimienito esta114 encomtmdo. Este úIitlmu> vector dkige-se iaio 1- db c d d para o L W ~ do círculo e é sempre ~i~ ato v w m da velo- cidade, que cem a, direcção da tangente. Par ouiwats palavras: p meio do c d e l a mão e x m mbre a pedm uma força. Muito semelhante a isto é o caso da rev01ução da Lua em &r da Tara,, que pode ser a i e v n i t a d i a como um movi- -manto u~n,ibme circular. A forp dhigxe para á Tema pela m m i a razão que no ÚItinlo exemplo se dirigia pam a mão. Não há cordel ligaaido a Tema h Lua, mas podemos imaginas mma Iiuiha mtre as: mim dos d& corpos; a fmp c o m a - s e w> Iongo diesm linha, tendo a sua direcção pam o centro da rem, iustatmente camo a f o r p no caso de u m pedra l@a para cifma ou a cair de m a m. Tudo qua~nito di19semaç a respeito do movimento pode a~sumir-se numa só senireya. Força actuante e variação de . elocidade ou aceleração são bectores com a mesma direcçüo, E d aqui o caminho inicial para a sol~uqão do p m b l ~ do ,movimento, mas nião b a m p m l a mple l t a explicação de todbs as wvimienitm otwewadw. A tmmiqão do peaxwmeaiita dr rbrirtóteles p m O de Gdileu colnartirui a mais i m p t a n t e pedra .linguilar da ciêncb. Reakada, esta pamagam, o ruinuo de futuros desenùvolvimienitos m m - w claro. O nosia interesse mide n o s weiiros estAgias do desenvolvimento: no seguir as sendas in,ichis e m r a r como os cooimitas fisiiocrs niawem desça penma ata m m as velhlas ideias. A prieacupaçãu, dmte livro só val ;ma as trabalhos pianeim da c i k i a , os que lhe revelaram :iovos e ilnesperados caiminihos de de5ienivolvime~nto; ção as aven- rwas do p n s a m n t o científico que criaim ulma c m c ~ ã o a e m p m mudaqa do Univem. Os p a m s fundamentais e: ,niciais &o sâmpre de cairáictm revolucimário. Quando ti ima- g i ~ q ã o ckitífica acha os velliob concei1tos muito cmfinudob, suàstitulss par conceitos novos. Mas antes que isso se torne ~iecexiirio paaa a conquista de uon novo campo, o desenvolvi- :nentto dm ideias num rumo já tmlado está mais nia naibuunan da evolu~ção. Para que compreendamos que r a x k e dificuldades IOS f q a m a mdiificar impoflmtes conceitos, devemos conihe- =r n ã ~ 6 ss çaiminthss i~niciak como também aiç cmçlustks a que eles es Ievm. Uma d ~ a miais impmnitÊs çmacteristicas da fkim mo- denna é que as crrnçluições tiradas dos caminhos iniciais &o igdmn,te qualitmtivac; e qulantitartivas. Atentemos de novo na pedra a ca,ix- da torre. Vimos que a sual velocidade cnesce, mas gstadamos de sim algo mais. Que p p ç ã o tem este aumento? Qual a posição e ri velocidade da pedm em qualquer nurmmto dai queda? @aremos hlabiilimtr-nm a pnediueir o que -.ai dar-se e ai deteminar pela experiêncita se a observaqãs .onfima esas prediqõt?ç e, pontamito, as sup iqões iniciais. Para esmiklecsr mnchsões quamti~uativas precisamos ulwr .I linguagem d a mam5ticas. A maim parte &s ideias cien- +]ficas funda,mentais são na essência simpies e em gemi podem ser expresws em termas compreensiveis a todas. Mas par? prosseguir m desdiobra~menno dessas ideias há que ter cmhlec~- matos ck .requintada técnica de investigação. Se q u m o c obter cmclulsões que possam ser mcorrfimladas pela experiência. temos de usar ais matemáticas camo imtnimmãnco de ~âcicdnniu>. \kw como só estairnas in~temsados mias i d e h físicas funda- menca~is, podemos fugir à linguagem matemática. É delibemda- mente que nestas página6 fazemas imo e, prtanto, m o s forçados o a a s i o ~ h e n k à a p ~ a ç ã o sem p v a s de algum6 resultados 'miessários à c a m ~ p n s ã o de impraantes princípios que iniflum no diesenimlvimmto u&rerjm. O preço a ser pago pelo a ~ b a n h o da linguagem matemática é a perda de precGs e la necessidade de As w 7 ~ apmsemcair mulltadios sãm mostrar ramo faram obtidm. Importante exemplo de movimento, remdo ao da Terra em redor d~ Sol. 9aikse que a órbita demita é uma ouwn fechada, chamada elipse. A canstrução do v c w r da variação da velocidade nimtra que a força de gravitação exercida sobre a Terra se dirige para o %I. Mas isto é pouco. Gosom'wmos de predizer a pxição da Terra e das demais plamta~s num d a d ~ immento; p t a d m o s de predizer a data e a du~ração do próximo eclipse do Sol e de muitos outros ncontecimenitos astrmámiros. São coisas possipossi~~s de fazer, mas não c m base m nossos caminhos i~niciais, porque se torna necedtio canihecer niío só a direcção da f q a como talmbem o seu va1y)ir absoluto, a sua grandeza. A Newtm devamas a hpirada canjectrura que m l v e u o problema. De .?cardo cam a sua lei da gravitação, a força de otracqão entw dois m r p depende da distância a que estes se acham entre si, Toimse menor quandb a disitância sufmenira. Mais precisa- meate, toma-se 2x2=4 vezaç m~ se a distância dobra: 3 x 3 =9 vezesmwmr se ia distância ioriplica. Vemos, pois, que no caso dia hrqa de giravita@ canse- ~ u i ~ s exprimir de um modo simples a depemdênciat entre n folya e a disthcia de dois corpos celestes em movi~mmto. C procedanas da m m a n1laneim em todas os c a w em que f o n p de diferremks tipos (eiléc~rlco, magnético, etc.) entram em acção. E x p e n m d m o s w r iâ forqa ama e x p d o simples, expressão que só se ju~tifica porque as isncncksões que dela tiramas são cmflnnaidias pela ex@.ência. Mas este conhecimento da força de girawikqão não basta para a descriqão dos rmovimen!ros pldimAxi~~~. Já vimw que tem a mesma dilmqão os vectom repmsenramd~ esta força e a acelieimqão clo movimento para um mrto intervalo de tempo, mas temo6 que seguir Newtan e admitir uma mlaqão simples e n m us cmprinmnto6 dos wtwres. Dado que sejam ats mesmas todas outras condiqães, e o carpo em movimento seja con- sidmdo iguais intervalos de tampo, então, de acordo com Newtm, a vairkqão de velocidade é propoximl à forqa. Assim, duas conjlec~mras complmentanes são mesár ias para cancl~uisões quaatii6aitivas em irelaqão ao ~ m ~ m t w > dos planetas. Uima, de carácter geral: a que estabelece a, conexão en~tm a Ewya e a rmziidanca de velocidade. Outra iespeciiad: a que tmtmbelece a exacta dependência entre a força particuilair eniivol- \ida e a dktânscia enltre os corpos. A primeira é a lei geral do niovimento, de Newton; a segunda, a sua lei da giraivi~taição. Cmtjm1asB essa5 leis determinam o movimento. U m raciwíouo elmwnMr pxielr5 m a r isto m'k claro. Supanhiaimos que, num dado momento, a posição e a, velocidade de um planeta @em seir datermlndas, e que a força é conhecida. Nesse caso, de ~cardol com as leis de Newton nds s a b e m a aceleração d s niovimenro, duraante ulm curto hmwào de tempo. E sabedom da velocidade bid e da sua variaqão, @e- mos tachar a velocidade e a posição do planeta no fi~m d t pequem i~nitmrvalo de tempo. Com a continua repetição d a t e ,xwvsao, podamos tirruçar toda a órbita do movimento s n i recomrmos a nenhum dado de observqão. Quer dizer que, em princípio, a i~nterpratação m â n 8 i c a torna possível a pe- dição do cuuw de um corpo em movimienitrx mfas este mdtado >ferem grande dificuldade na prática, ande eme pmm a, passo ,@ria extmmamenlte tdioso e çam precisão. Felizmente, não h~ aec&dade de mrrmer a ele; as mateimáticas fonnecelm uni m l h o que possibilira a exacta descrição do movimemo com m a a r gasto de tinra do que o preciso palra ieiçarever uma frase As sonclusciaç deste miud'o alca~qadas podem ser provadas OU ; erificadas pela o k g ã o . Na pedra que cai e nla revduqão da Lua na sua órbita r~onhecealcxç o mesmo t i p de força exitmm: a atracção da T'erra- Newtm admitiu que o movimento da pedra que caia, r> movitmento da Lua e dos plainms mão passam de mlamifes- t q ã o de uma íoqa de gravi&ão ai agir entre dois ~wpx. Nm casos simples o m o v h m m pode cxr descrim e predito pol. meio das maitieimá~ticas. Em c a m extremamente ooonpiexos. que implicam a acção de muitas ampm utm wbre as mtm, a descrição matemática aùão é pies-^ os pnndpim im&menm,k ccmervaim-se a mesmos. As conclusCes a que c h e g h m com aB nmsas pistas iniciais, vemo-las miizad; no movimento de luma +a no w, nu movimento dla Lua, da Tenra e das planetias. Mas o n m o sisiteunia inteiro de cmjectuaas tem que x: alxr>vadr> OIU mtt&dr> pela experibncb. Nenhuma das hipD teses pode ser ii901âda para wm teste w p m d o . No caso do^ pl,lane€as lem movimento em redw d o Sal, esse sistmna de iãiiter- p m q ã o miecâniica fumcwna miagnificiaunm~te. Não obstante. pudemos multo h imaigincaa que ourro sistema, bmeado em outras cmjecltuiras, vmha a justificar-se igualmente h. Os conceitos da física são cr ia~ões da @rito humano, ç não, como pcnssam parecer, coisas d e t m h d a s pelo mundo exmo. Nus n06~~) eSforqo para c c n n p m d e r a realidade i nossa posição lembra a de um homem que procura adivinhar o m.ecaaiçmr, de 'uim rel6gio f e o h h . Esse h m ã m vê a mo+ trador e as p l t e i o s , ouve o tiquetaque, mas não tem meia de abrir a caixa que esconde s maquinism~. Se é um homem cngenbuso, pode fazer ideia de üim \maqui~rtianrYo responsável por tudo o que observa exterionmente. m i a não poderá nunca Ter a certeza de que o maquinismo que imagina seja o único que possa explicar as moviunmtos exmiones. Não poderá nunca comparar a ideia que forma d o meca- n irno interno com a m11idade desse unececaniaimo - nem sequer pode imaginar a possibilidade ou a sigailfiraição de cal c m p a - rafla. Mas realmiente r& que, 2 medida que o mu conheci- mento cresce, a sua repriasenta@o da realidade se mrna mais P mais simples, e explimtiva de mais e mais wisas. E pode ainda crer na existência de l imim para o mhwimieoi~M,, e a d ~ m i ~ r que o espiiriito hmnmo se aproxima de- limites. E s e extremo ideal será «a verdade objectiva^. UMA PISTA QUE PERMANECE Quando camgamczs a estudar lmlecânica tiemos a imp&n' de que tudo nesta ciência é simpks, funidammml e fixo pam todo o sempre. Dificilmnite swpeita~ri'aimrx de uma pista quc pasuou dapercebida tnezentos anos. Essa pista liga-se a um do$ -onceitm fundarnonirais da mecCnlica - o conceito de massu Vdtem,os de novo a experiikia idealizada do carrinho a~bile a superfic~ie pdei tamente lisal. !k o cairnniho inicial- m n t e pmio m b e um impuko, p-rá a mover-se unifor- memente can m a velocidade. S~lganihlaimcã que a acsão da forca poss ser mpetida tantas vezes quanta quisemos, cmi o mecanismo do i m , p h actua& no m a m o d d s e exei- d o a mesma farsa. Par malis que a experiênciat se repita, LI veiocidade fina11 6 seirnpre a (mesma. Mas que acontece % J: experiência muda. se o caminho a t a r a al princípio vazio c agora. esta carregado! O carri~nho caitrregfuds terá no final um3 %-elocidade menor que o carrinho vazio. -4 cançllmão 6: se ,i mesma força age em dois diferentes corpos, ambos inicial- "mente em m p s o , a velociidadles m~l t awte s não serão az a-. Daí d~~ que a velocidade &pende da mawa do cmrpo, sendo m o r se a massa é maior. ~~~, prx-tamto, pelo menos em temial. como determinar r massa de um caripo, au, ma~is e=taimte, qwmas v e m +iim dada mwa é maior que outra. Temos f o w a idênticas dctuando em d w mssas em regaum. Se verificamos que a wlwldanle da primeira é três vezes maior que a da segunda, i.oncluímos que a primeira mama é três vezes menor que a @a. Não 6 isto, ceiicaimenite, um meio prhtico de detei- miniair a m l q ã o de dum massas. Mas f izemdo balseados IIJ .~pl icqão dia lei da i'n.ércia. &mo ma prática determinar a massa? De nsnhuni modo Ja maneira acilmai descrita. T d o o mniuydio sa~k o melhor 51s- lema: peçado o cospo na baknqa. Vejamos mais detalhadalmente os dois melos de determ- idr massas. A primeira experiencia nada tem com a gravidade ou i~tsaqão da Terra. Depois de reoebido o impuluo. o carrinho Inove-se pam a, frente sobre o plains perfeitamente liso e hori- ~anita~l. A força da gmvidade que o faz manter-se sobre esse plano não muda e não repnesenlta nenhum paipel na determi- ~iaqão da massa: Já tudo muda na balatnqa. Não poderhmss qxa-la se a Perra iiào atraísse os corpos, se ri gravidade não cxietiçse. A difeiieinp mwe as duas d e k r m i n a q k de massa t. que. a primeira nada tem com a gravidade e ai segunda se batda nela essencialmeaite. Perguoiitaimm: ob-OS igualis mdranios se determi- umnos a relaçio de duas mamas pelos dois procesw,s acima rlesrritos? A resposta expesimenta~l 6 clara. Os resultados são cxmtaimenite aç mesrnm! Esta conclusão não tinha sido pre- .ista; baseou-se na obsarvação, ndo na rzão . Por amor i birnplicidade chamemos i m a s i determinada pelo primeifro :nodo, inercial; e A deteminada pelo segundo, gravitacional. No nwxsso mundo acontece que são iguais, mas podemosima- ginar que não o fossem. Nova questão se ergue imediatamente* essa âdeineintidade dos dois tipos de miaistua seri4 pwamemte aciden- tal au psssui signifiiaqão mais profunda? A m p t a da velha Iisica C: a identidade das duas m ~ w s 6 ac idm~t l e nenhumri significação mais profuinda lhe pode ser atribuida. A r e s p t a da física miaderna C o op tm a idkntidade das duas massas C fu~iaùne~11td e constitui uma pista nova essencial que leva a luma c u r m ~ G o (mais profulnd'a. Isto foi, de facto, uma das iniaiis i m p t a a t e ç plstas de que se demvdveu a chamada r 4 a da relatividade. Uma novela policial parem5 de inferior qualidade, se explica os acanrcecimeniitos estranhos como m;erm acide~ntes. Muito mais saitisfaitória ser& se seguir m plano racional. Assim iambem ri ~ a r P que oferece explicação ~ J U a identidade da i a s a inercial e gravi~tarimsl é superior i que a interpreta como m m e m l t e acidental - conimto que, sem dúvida, as duas teotrias sejam i p d m m t e justificadas pela okerva@o dw factos. Cmno â identidade das dum ma- foi básica para a toi- :nda@o da teoria da datividade, estamos justifi~ados de exaimiiná-la aqui um p u c s mais de perto. Que experibcias demonstram qw as duas massas são ais mesmas? Gaililleu fei cair diferentes ~ m a t s s do alto & uma torre e verificou que O t a i n p gasto na queda era sempuie o imesmo, isto é, que o ntovimen~o do corpo que cai não &pende da ~ m m . Para 1iga)r i identidade das diaas rruaiwas o ramiltâdr, desta ex@êaCia :Ao simples, m a tão imporiaainte, temos de r m m r a unq omplicado raciocínio. IJm campo em negoum c& à acqão de uma f o r p exteirna. q~vve-se e atinge urna certa velocidade. M e anais au menm facilmente, de afioirdo m m a sua mima imrcicul; &te maii- :o movimenm, se a massa é mim; e menos, .se é menor. l'odemos dizer, embora não em rigor: a prontidão cam que um- o p r e s p d e ao apelo de urna forqa exbem depende da, sua missa inercial. Se fase verdade que a Terra atrai tados os orpos cam a mama força, a mim M a hercial mover-se-ia mais lentalmmte na queda do que qualquer outra menor. Mas nào é esçe o caso; todos os cmpm caem da Imwma maneira Isto significa que a força com a qual a T m a atrai d i f m n t v tii~ssas deve ser diferente. A Terra atrai a pedsa com a força da gravidade, sem nmhama atenção para cam a sua massa imlriail. -4 f m p de «apeio)> dá Tema depende dia mama gravi- taciaml. O muwimanto de «mpostai» da pedra depeade da sua mama inexiail. Dade que o m o v i m t o de « ~ a » é sempre o Imesmo- bodas crç mpos l m p d m da mamia ~ l r u r a caiem da mema mlanieira -temos que cancluilr que la mama inerciar e a gr~vitaciana~l são iguais. O físico formIla mais pedantescamienrte ressa conclusão: a .iceleiracão de um campo que cai cresce nta ~pnoporção da sua mlasscl g~avitacional e deorase na pmprção da sua uniassa incrcial. E d d e que tmbs os corpos que caem i apm~ta im a meqm2 acelerqão, duas rnams d e v a ser iguais. Na nossa grande novela policial MO e x h p b l m ~ i.esalvidos definitimrnmite p r a 'rodo o 8amp-e. Após trezieaiirm -~iios de estaigna$ão wtorniamos ao problema i~niciail do movi- ;iiento, para rever o processo de iniviesrigaqão e descobrir pistas que passaram desperoebidas - adquirindo n h assim uma dife- mte represenra~ão do U n i v m , E O CALOR UMA SUBSTÂNCIA? Aqui cavmiQ6 a w u i r m a nova pista no reino dos whuemx cio dor. I m p o ~ w l , todiavia. separar a cihcia em -ecq&s sem ligqão. Breve verificairamos que os inovos c m - ieitos agoia introduzidoti se entdaçatm m as que já nos sã[ Ia~miliaires a com os que \'aimos amidiair. Ulnila linha de ps- iiienito que se desaravolve num mmo da ciência p i e muita.. \cm ser aplicadla % aiescriqão de coisas de carácter na apa- ;C.ncia divem. Neste p m e s o os conceitos originais são fre .iuen,temente indificados de modo a atemdex aos dois ficl Os conceitos fundammtais do fenómeno c(calor,, são tem- iWratUN e calor. Muito tempo levou a ciência pa ieistabeleces esta distilnqão, mias depois que a estaikleceu os prognxsw toraim dpidm. Embara sejam cunceitos familiares a toda a gente, vamm emminl-Ias de perto para I k acentuar a,\ i iferenqas. O nosso sen,tido d o tacto dizmxs qiw um a m p está quente e o u m frio. Ma6 é um oritério puiraimmte quiallirraitivo, iinsufi- t i e m paira uma descrição quauiairaitiva -e às v a e s aimbíguo i Jma simples experiêncila o pmva: tamios três vúmx, com água: quente, m m a e fria. Se ùn~gu~lhwmos luma das mãos ns água quente e a o u m na fria, recebamos ai ilmpresão do quente e do frio. Se depais disso mmgulhumar as duas mãm na Agua morna rembemos duas impressões contradit&rias, umn mi cada mio. I'eb mesmo motivo um esqui(& e um e q u a h a que num dia de Primavera se encanibrem em Nova Iorque t&c oph,iões d i f e m t a mbre se Q duma C frio ou quente. N6s i,esoiiwmos essas dSividas par meio do mm&metro, um insbni- iiiento concebido pcxr Gallileu. De inovo ele! O uso d o lmrn6- wetm bacseia-sr em alguimas óbvias mnijechwas físicas. Vamos mnscrever algumias linha6 de Blxk, fixadair; sécudo e meiu AS, e que contribuíram para esckmxw os canceitos de teni- pmrn e d o r , por meio deste insitaumenits podemos kerificar que, 3c iomarmos mil ou mais c o i w difermtxs, como metais, pedra,. sais, madeiras. lãs, água e m a vairidade de oultros Iiquid~s. :dos de difarentes calores, e os p u m m num miesirnu> recintc~ bem aquecimento e no qual o sol não penetre, s calor comu- +arse-a e n m esses oarpos do mais quente para o mais frif: dumme h m s , talvez, ou n o curso de um dia; e, se a o cabo medirmos com o termírmetm, veremos que esses objecto.< mdicarão o mesmo gmu. A palavra c~caloes), e o que h+ ch~~maimos temperaturus. U'm m&lico que tira Q termómetro da boca de um doenre pode raciocinax assim: «O termámiebro indica a ayua próprid írmperatwa pela extensão da coluim de mercúrio. S a ~ h o ~ que a) e x ~ n s á o dessa coluna cresce na proparção d o aumento de Wmgeratulra. Mas o mrmámaro esbeve alguns minutos em onitacto com o meu doente de modo que s doente e o termo- iiie01-0 ficaraim com a meçma temlpratura. Concluo, portanto. que a t e m ~ r ; ~ t u ! r a do meu doente esta registada no t a m w ?ietro.i, Na prkicai esse m&iro agirá de modo mecânico, sein pensar que está aplicando princípios fkicos. Mas c m t h s mmbmet rs a mesma soma de calor do urpo h~manio? Claro qim niio. Afirmar que dois s o r p cone :em Iguais qulmtidades de calor s5 porque a6 temperaturas s h ? p a i s , seria. como Black notou, .con< lu1 r multa apmsada~mmte. Seria confiundir a quan t i- I& de cailar em diferentes corpas com a intensidade do calo1 : sendo (.Iam que quentidude e ini&dde são coisas dite- ,.enites, devemos wmpR distinguli-Ias quando pensairnos n a d1.s- * ribuiqão do c alar.)) Melhm compreensão desta difereqa pode ser alcanqada c m uma experiêricia muito simples. Um litro de água colo- cadn wbre um bico de gAts leva algum r e m p p r a ir da m p e - ratwa m b i i t e ao p t o de fervuira. Muím mais tmpo seri wquerido para f m e r doze litros de água na, mamia chama e na m m a vaailha. Temios de interpretar este facto como indi- wivo de que mnk «ailpma coisa)) se nieceSSj!tia ali - e essa rlgumn coisa C o que chaimamos calor. Calor específico: este importainte conceito &nos &do pela experlêmh de uma vadha com 6gua e de ou<tra com mercúrio, submetidas aio memo pracesso de aquecimento. O mercúrio aquece muita mais Idepresça que a dgm. mlcwtrando assim que muito mm ((calor» se torna necessário pam elevar de um grau a sua tenipat~ura. Em regra, difmniks qiiauiitid'ades de I aJwr são necesá~rbs paira mudar de um grau. d i g a o s de .~uinze a dezasseis graus. as tempwaturas de diferentes subs- ?ânci[aai, cais como águial, mieucúrio, ferro. cobre. madei,ra. etc.,tadas com a inama massa. Dizmos que cada substância tem a sua capacidade M ~ i d u w l de callor- ou calor específico. Uma vez apreendido s conceito de calor podemos inveslti- gar imis de peirto a msua natureza. Temas dois corpos. uni !uenite, auap frio, isto C. um em teunptwa mais ailital que ~utro. Ponhamo-los em contacto, livra de qualquer influência ~ ~ X W M ~ . Acaibarão por adquirir a mesma temperatura. Mias que icwinecau? Que aconteceu entre o instamte em que esses corpos mtram m mùtaçts e aquele em que se igwidim em tempe- ratura? O calor u fluiu» de um carpo para mtm - a mmnia hagem da Agua que flui de um dve1 mas a~lto para um mais baixo. A representação disto, C O ? U Q U I ~ ~ ~ primitiva. adequa-se ..; muitos faato~, de modo que a auidagila serve. Água - L a h Sível mais alto - Temperatura rmis alta Nível mais baixo - T~mpera~euira. mfalis baixa A corrente perdura até que ambos os níveis e aimbas a< iemperajturas se igualem. Esta ingénua nepresentação pode se7 ace~tmda por meio de considemqões quan~timtivas. Se m a a e &remninadas de água e Alcml, cada 'uma a cem m p a ~ i t z i r a . sãs misturadas, o mnhiecimenm dos resptivcs calones espe- cíficos pode ;levar-nm a predizer a mpma~mra final da mis- rum. Invesamenite, a ohservaqão da tmperatum final, jumm I om um pouco de Dgebm, p i e habilitar-nos a enmnw 2 relat$k dos dois caloiies específicos. Reconhecemos no conceito do ca,lor que laqlui aparem simi- raridade com oultm canceiuos físicos. O callor 6, segundo esse ponto de vhstia. uma substância, como a massa na mecânica ? sua quantidade pode mwdalr ou não, c o m o &nheiro padt ser posto niuim cofre ou gasta A soma de dinheiro num cofw pmanecc irraltorada, enquanto o cofre panmamece fechado sssim também a quantidade de massa e de calar ainirm c m p iroliado. Mais, tal como a massa de um sistema i d a d o n6c muda ainda que uma itira~nsformaição química se realize, assin- o calor se conserva ainda que #passe de imn mpo p m outro 4inda que o c a h nGo seja usado elevar a tmnpemiturra de ulm corpo mas sim para demater gelo, ou paira mudar A ~ U T em vapor, pdemm julga-Po c o m mbtância e nuvammtc reavê-lo congelando a água ou Piquefazendo o vapr . Os vel~hw names - calw lateme de fusão au vaporizaqão - m t r a r r que estes conceitos decairrem da ideia de calor m a whtâinciz? O calm I a t a está tamparariclimante oaulito, m o o dinheirc. que esd oc~ulco mas é utilizAvel se alguém camague abrir 0 6 0 f ; ~ . O calar, porém, não é umB suhtâacia nb me9mo semtido que a anama. A massal @e ser awriguwki púr meio da b a h q n --mas o calor? Ulm pedaw de fmm frio pesa mais do que quando em brasa? A expeiiência m t r a que ,&o. Se o calm i uma substância, será então uma substância sem peso. O ((calor- -su~hstânchn foi usuahmite ~halriado calórics e r õ p m t o ~ o nosso primeim contacto com a grande Ealmília das submân- .ias sem peso. Mais adiante t e m o s opontun~kkk de conhecer .I história desta família, o sua açcerusão e queda. Por enquanto bmra aumniiailarmm o pu;~sci~mlenito deste m m b m . O propósito de qualqum Iteoria fíisica é explicar o maior número possível de . e h w i m . Ela, é tanto mais aceiitávd quanto mais factos tome i o m v d i d o s . A temia d o da rmbs t ânc i a explica1 muitos dos fmómenm callwificos. Entretanto, logo se verá que tam- Sém esta C uma fdsa pista, e que o calor não @e ser consi- derado cano uma mlbstâmia sem p. ISTO será e h se nos a e p a r t a m a sinigalas experiências que foram realizadas ao princfpio da nossa civi~lizqão. A nicmsa ideia de substância C a de uma coisa que não pode x r criada nem destrui&. Os homem primitivos e n m t m t o ymduziam par meio da fricção o calor n d i o parra queimar :̂ madeira. Os exemplos de calar par fricção mostram-se de ra11 fanma abLmdaintes que siao valle a perna mmimd- lm. Em tcxlbs cxs cams uma m t a quantidade de calor & criada, - facto difícil de amcdax - se a ideia do cahr~11bot3ncia~. Não ha luvida que um ddenlsor da ideia ad~uzi~rA argumennwxç a favor. - 1 wu raciminb d este: «A t d i a da substância pode explicar 2 apawnw c r iqão dr, calor. Tomiemos o caso de b i s pedaços de madeira f r i c c i e rum contra o mm. O açto de friccio- ínar C ailgo que infliumcia a lmadeim e lhe muda as propriedades. n: muito provável que as prcpiiedarleç sejam modificadas de modo que uma quantidade fixa de calor venha a pnodnizk uma iernpesaiawa mais alta que a anterim. No fim de tudo, a iinica -o& que ohaervaangs 6 o aiumemto de mpera~tura . É possível que a fricçãú mude o calor eqecífico da madeira e não a m a mta~l do cabr.,) Nate pnto Ido debate seria inútil arguir ccm Rim adepto da t w r h da su,hstâ~nci~, p q w u aainirilto d poidienia ser m l - vido pela expi6ncia . Imaginamos doii p e d a p de madeira idêinticos e suipanhaimo-10s submetidos a igulais miudanqas de mmperatura, o l b t l h por difeoleaiites 1m6tdcs: num cam. pela fricção e em oumo eaw, pela a q ã o de um irradiadar de calor. Se os dois p e d a w apresentarem o mesmo calor especifico sob a nova tamperauuira, B lwria do calor-su~btância desaba Há métodos muito simplies de dmrminar o calor específico - e o j u i l g m m final da teoria depende dessa5 merilçuiraqk Lxperiência com capacidade de dar m t t q a de vida e lmcmr!te a m a teolria são frequentes na histária da física - e cha- mam-se experiêmiais cruciais. O valor cnisiial de u m expe- riêlncia revela-se micammte pelo mudo de f o m l a r a questão e apenas uma teoria do fenbmiaru, pode ser levada a esse tri- bmial. A d~termiinq50 dos calares ~ ' f i c o s de dois corpos da mama espécie, enn igual temperatura, obtida peh fricção ou pelo flluxo do dar de um para mm conpo, C exemplo iípico & lum2 experiência crucia'l. Foi miizada há século e meio (por Rumfford-resulltando m golpe die monte para a teoria do cador-substância. ((Acontece com frequência)), diz Rulmford, «que m o u m aildi~náriio da vida se apresentam aporihmidades para( a cooihem- plaqão de a11guna-s das m a s mnis curiosas opera@s da Natu- reza; e expexiências filos6fi~as de rnuilto interesse podm ser feitas q u e seni traballho ie gastos, por m i o de maquinismos c a n s t m í b para as prapósitcs mnecâ~nim das artes e mam- facturas.)) Muitas vezes tenho tido o m j o de faew esta 0b&eU7Pa(çã0; estou pcnuiaidido de que o hdbito de ter os alhos aErarros para tudo que se faz rn vida di9ria nu>., teun levaK10, seja pcrr mem acidente, seja, par 5~4geçtã10 da imaginativa, a fieaundm dúvidas r sérim planas de investigasão e melhoria, em grau muito m~aiar que a mais intenta meditação dos filósafios nas horas dedicaidas expressamente ao estudo.. . Esmndo eu ultimamente dirigindo a perfuira~çk de um canhão no msena'l de Muinique, fiquei hpdurmldio pelo a h grau de cabr que o bronze rapidamente adquire durante a operação de ser furado; e com o calor ainda mais intenso ~niaior que o da água em fervura, como verifiquei) da cisadhs ;cartada pelo i n s m m o perfuramte. . De onde vem o calor que surge nessa opera~ção mecânica' será fornecido pela c b l h a que o iinstnwmenito parfumnlte des- r a ~ a da mal= do mieitali? Se o caso fosse esse, então, de acordo cam & i s r i a c iiiodernais do calor latente e do calórico, a sua capacidade .-alarifica deveria não somente mudar, mas a mludaniiça sofrida deveria ser suficimtemnite gralnde para explicar todo o calor produaido. Mas n&ma mudanqa se verifica; parque obsvei que. :ornando pesas iguais dessa cisailiha e de fragmrmx do mesmo metal destacados por &o de amla sem, i a g ~ m d o - o s â mama tmpwa~mlta (a da Agua em ebudipão) e pondo-a em igual quantidade de Agua fria (59 '/2 F.), a m ã o de 5g.m que recebetu a cklhia mão foi, aipa~rãnitanmm, niem mais nem inenos aquecida que a que meh a frwmemms serrados, E depois e x m í a conclusão: Raciociiniando s d h esteassumo, devemos não m esquecer de consideralr a notável circunstância de que a fonte do calor gerado pela fricção nessas experiências p a w e inexaurível, E desniecWArio acrescentar q~ue q~ualquier coisa que, n~an c o p isolado, ou num sistema de ooapas, podie, sem limitação, coatinuar a ser foùniiecida, não pode ser unia substância mate- rial; e a mim me parece ex~trmaimante difícil, se mão i m p s - sivel, formar qualq~um ideia sobre qualquer coisa capaz de ser excitada e transmitida da maneira pela qual o calor 6 excitado e transmitido nesws experiências, exmpto o MOVIMENTO. .Assisti(mos aqui ao desaba~men~to da velha teuria; au, para :esm mais exactos, vemm que a teoria da mbsltâncila se limita zos problemas do movimento do cahr. E novamente, como kuimfad sugere, tomos que p x w a r outra momentmeamen~te à margem o pmblema do a mwânisal, 4 MONTANHA-RUSSA pista,. Ponhairna calor e vokemoc Ei.w~os diante d e s e d i v e n t h ~ t o papular chamado mon- m h a - m s a . Um carrinho é levado ao ponto mais alto de um.8 Imha d e trilhos. Entregue 14 A f q a de gravidade, descai, r ,o&: e desce pela linha f a a m t k a m m t e curva , dando aos qur - 3 0 de,atro todati as semaqões vwlenitas das súbitas n~udantçai de velocidade.. 0 c m i n h o parte sempre d o ponto mlab alto 1 ni paate mnhujrna do percurso alcança p n m mais alto qut .tquele. -4 completa diesorição do seu mvi~men~to sariai campli- ada. De uim lado temos o aspecto mecânico d o problema, a> .nudanças de velocidade e de pic;ãx> n o tempo. Do outro ladt iemm o aitrlro e p m t o a criarão de calor n i a ~ rodas e nos :i-idhos. S;epdlramm nestes dois m p t w o processo físico a f ini 1 ie possibilitar o uiso dos conceitos ainterhmenite discutida.. h diviGs canduz-nos a uima experiência ideal, porque un. ,9rscem ffsico no qual 90 a p a w a o aspecto mecânico pe~tenct io cai- da imq$n!ação, não ao da reailidde. Para essa experiência ideailizada tanm dk suipar quç dguéim descobriu como eliminar totalmente o atrito quc ierntpre ammpaimha o movimento. Esse ailgdm decide-se : ~pl icas a sua descoberta h canstmção de uma montanha-russ.? c tem de desmbricr por si mesmo m m arma-h. O caminh,.~ rem que mrer palra clmu~ e para baixo, cam o panm de partida, digamos, a cem metros d o chão. Pelo processo d e «experiênci: e erro» o cmçtrmitor v2 que deve segulir wgra muito simples ;i liuuhla pxk ser do cmnpimen~ta que for, cantamto que renha p t o nenhum miais alto que o pamtici. !% o ~;11rrin1hc esta livre de mmr ate ao fim da linlia, poderá no perruirsc chegar a cem mtm de a l m a q~uanitas vezes queira, mas num1 pcitxa disso. Na realidade não sena d m , porque existe r] atrito; mão piodieirá depois da partida subir à m e m a altura do pmto da W d a -por causa d~ aiorito; mas na nossa e x p - r i k b idalhada o h i p 6 t i c ~ eaiipheim suprimiu o atrito. Vamos seguir o mu>Wmem deme caminho a partir desses cem m m . A proporção que ele se move, a dh~ância a que está d o chão dimhui, mas a suia velocidade aiuonieata. A pri- meira vista a t a obsewaqá~ l e m b r a m aquele excmpb de 1i~nguagm-i: ((Eu não teniho nen~hum lápis, mas você tem seis lmíwjam, - mas não é a s a tão estúpida aimo parece. Porque se mão h& MeWhium nexo entre um aão ter lápis e autm ter seis lairanjjas, &e uma mal ligqão entre a distância do c m o ao ch% e a ma v-. Pudemos a qwailquer mmnento oailouh a veiocidade do c m i h se soukmos em que dillnimt de amái Wse ~ m m a t o ; mas aqui v a m d iha r por cima dleste aqxam qmtiúaitivo, que d por mio de f h u ~ l a i s maremficas p i e ser bm-i expressado. No poaiitio de paultida, o 'mais alito, o carrinho está com z m vehxidrude e a cem nieitras do chão. No prrnto mais baixo pw&d, nião Êita sepairh do chão por distância iãeaal~um e atingiu o mdxirmo da wlociidaKie. Etms fwm piodiam seir expressos de outra forma,. No p m anais alto o caminho poinsiui energia potencial, mas mão pamii energia cinética w mmgia de mvimmto. No p t o mais baixo m á no máximo da energia cim&ich e já san mIYbuuna energia potenci~al. Em tmdwk. É c- se um homem tivesse de pagatr a si próprio c m S o em fmmm pam tmar dólatraç por Ehm, con- serv'arglo ele o dbheim d!a comimão de ,Ti1i0d10 que a soma de A TAXA DE CAMBIO foi m h k m da Cuma 3irâ Batviienai. Temos ainda o cervejeim inglês Jairle, que lrm sem mamemtos de lazwr, nedhui algumas das mis i~rn'pammtm expienêincias rehtivas A mmemaçãiu da e m . J d e verificau expeamiencalmmte a hipótese do dar como f m a de energia e ~ ~ i m o u iai m a de câmbio. Vejlaunos as suas experiências. A energia c i d t i c x i e pommiai1 de um sistema camWm . . i a energia mecânica desse sistema. No catw da ma- fizemos a mlposi@o de que pa& da emergia mAnim se tinha canvemtido em dor. Se btn está certo, deve haiver aqui, e em todos os prcmsms físimis s imhes , uma defbkb taxa de câmbio entre o calor e a ~ i i a mecânica. Embora q u e qiraatitotiva. o facto de uma &da quantidade de awxgh mecânica1 poder mudar-se numa definida quantidade de calor, < dai maior impontânicla. Gostm'a~mios de saber quai o número que expresça sanelhame taxa de câmbio, isto é, quanto calor obtemos de uma dada qwaaiitidade de mmgiia mecânica. A d e m i n a @ o deste númem foi objecto b iutvdgsiqões de Jwk. O mecanismo de uma das suas expmiêmias lembra o de um m1óp & pesos. A «d» de tais mk@s 00nSiSae em elevar dois pesos que o abastecem de eniiesgia patend. GmduLahianhe os pmx cbescie3n e o i m q u i h do relógio a&. No fi'm de certo tempo cm pesas ahegm A pwi@o mais! baixa e o A6gh @a. Que çuoecleu com a energia? A energia potencial das pesas mudourse em mmgia cidtia e gsadwl- mente se dissipou em dor . Uma habil a i l ~ w o neste m q ~ o habilitou Joule a medir o calm perdido e a e s m i b e k a taxa de c h b i o . No seu apauph, os dois pesas faziam gim- dieaihi.o de água um eixo crun paihetas. A energia potencial dos pem ~ ~ o s m a v a ~ n;a em@ cidtica das p t e s móveis e depois em calor; o q u d elevii~a a temperatura do líquido. Jonile mediu esta mudança de tem- (I) 60°F são aproximadamente 1 5 ~ centígrados. A libra pesa 453.6grs. O ~4 mede 0.~33. O FUNDO FILOS6FICO Frequentemente os resultados da kwstigaqão c h í f i c a farçam rn ruhqs na visão f í í f i c a d a problemas que esca- pam aos domínios estreitas da ciênck. Quial o objectivo da Por conimqão, o doce é doce p mnivmçZo, o amargo é aimaqp; por c c u ~ m q ã ~ o quente C quente: par convenqão. a cor é cor. Mas m, mlidkide 90 ihd áttoimm e vácuo. Isto 6 , os abjectos que as missxx 9anitidi06 =tem s6 supoera~mm~te sãs &. Só u á m e o v4cuo t h realidade. Esta ideb surge nm antiga filosofia apenas como enge- n h ficqão hgiuinitiva. As I& da Natureza eram dmonlie- c i b dos Gegos. Ciencia que ligam teoria e experiência foi coisa começada mm Gaililw. Já seguimos ~ I S p h hiIclais que nos h m m As leis do movimento. AtrméJ de ~ c t i o s a m de iùtvmtigaqáo, a fmp e a mdria pieaniaaieciertaùn aamo mhceioos básicos de tdas as mtairivas de oampa~ensãio da Natuma. E impú~91'vd imaginair Rima sem a ouirra, p q u e a matéria dwmiaiicst~a a suu existência como fmte de ma pela sua acção sobore outra mat6ria. C-ioaindemnos o mais ekmtm&ar dos cai90s: dwas partícutlx com forças actilaates emím si. A força mais el-r que podemos m~uclek C a da aitn-acção e repuleão. Nus dois a m s os vwms dhs forcas e s t ã ~ ~ ma M a que lit@ os poaims mate- mis. As exigenicias da simplicidade levam-nios a repe9Bntar do -seg,uiate modo a atracção e repullsão da6 pmtícu~las: A tracção Repulsão e<- + e Esra visudiza@o pmm ingkmia para um físico de hoje. Causamx medo pensar que a mxrrvilhma aventura da inves- A TEORIA CINÉTICA DA MATÉRIA Será parsível explicair o fcmómeno da calor c o m o mul- tado do movimento to prti'culh
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