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Ação Direta de Inconstitucionalidade da Emenda Constitucional Nº X

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
 
O Partido Político pela Federação - PPF, entidade política com registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral, devidamente representado no Congresso Nacional, inscrito no CNPJ sob nº 000000000 , com seu Diretório Nacional com sede em XXXXXX, vem respeitosamente, por meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar com fundamento nos artigos 102, I alíneas a e p, e 103 da Constituição Federal, e no artigo 2.º e seus seguintes da Lei 9868/99 propor
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR
em face da Emenda constitucional Nº X, nos termos e motivos que a seguir passa a expor. 
I. OBJETO DA AÇÃO
O seguinte caso tem foco na Emenda Constitucional N° X, sobre a retirada da autonomia dos Estados, dos Municípios e do DF, sendo que isto afronta diretamente a Constituição Federal, sendo assim com base na mesma Constituição em seu artigo 102, I alínea a, devera ser proposto ADI, por se tratar de uma Emenda inconstitucional, como será demonstrado ao longo da ação a seguir. 
II. DA LEGITIMIDADE ATIVA
Conforme previsão expressa do Art. 103 da Constituição Federal, replicada pelo Art. 2º da Lei nº 9.868/99, o postulante é legitimado para propor a ADI, por se tratar de um partido político com representação no Congresso Nacional, possuindo então legitimidade ativa universal.
III. DA LEGITIMIDADE PASSIVA
Trata-se de uma Emenda promulgada pelo Congresso Nacional sendo, portanto, perfeitamente evidenciado a legitimidade passiva.
IV. DO CABIMENTO E DO FORO COMPETENTE
A ação direta de inconstitucionalidade possui como seu objetivo principal a caracterização de inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo federal ou estadual, seja ele concentrado ou abstrato, como descreve a Constituição Federal em seu artigo 102, I alínea a, sabendo que a Emenda Constitucional em questão se trata de uma modificação no texto constitucional, e que a mesma afronta a Constituição em seus princípios imutáveis, cabe então a hipótese de uma ação direta de inconstitucionalidade. 
Sendo assim, o Supremo Tribunal Federal já se pronunciou neste mesmo sentido, in verbis: “O STF já assentou o entendimento de que é admissível a ação direta de inconstitucionalidade de emenda constitucional, quando se alega, na inicial, que está contraria princípios imutáveis ou as chamadas cláusulas pétreas da Constituição originária” (art. 60, § 4º, da CF). Precedente: ADI 939 (RTJ 151/755). [ADI 1.946 MC, rel. min. Sydney Sanches, j. 29-4-1999, P, DJ de 14-9-2001.]
Entendido então que a presente ação direta de inconstitucionalidade é plenamente cabível, é competente para julgar e processar a ação direita de inconstitucionalidade de forma originária, o Supremo Tribunal Federal, guardião da constituição. 
V. DO MERITO 
 O inteiro teor da emenda afronta gravemente os princípios fundamentais previstos na Constituição Federal, vejamos:
Prontamente podemos notar a ofensa ao princípio da autonomia dos entes federativos, este previsto logo no artigo 1° caput da Constituição Federal, que versa sobre a formação da República Federativa do Brasil e a indissolúvel união dos Estados, Municípios e do Distrito Federal. 
Em decorrência disso os entes federativos possuem suas respectivas autonomias e exercem sua capacidade política no qual é sustentado o pacto federativo, que é o aparelho adotado pela República Brasileira, sendo assim a emenda n° X é um insulto a Constituição e a devida formação da República estabelecida pela constituinte. Em mais ocorre que a Constituição Federal prevê expressamente em seu artigo 60, §4° inciso I que diz:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
Sendo este artigo apresentado cláusula pétrea, e considerando todo o exposto é mais que evidente que a emenda então referida na ação não deve ser permitida pois causaria uma desarmonia dos poderes dos entes federativos e romperia a formação e a noção de Estado Federal. Sendo assim compreendido que a Constituição estabelece a autonomia a harmonia e a devida divisão dos poderes e das competências entre os entes federativos, e que isto descreve e sustenta a noção de um Estado Federal, é manifesto que a Emenda Constitucional n° X é inconstitucional.
Portanto, diante da manifesta inconstitucionalidade, o provimento da presente ADI é medido que se impõe.
VI. DO PEDIDO CAUTELAR
Nos termos do Art. 10 a Lei 9.868/99, "Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias."
No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados, vejamos:
A RELEVÂNCIA DA MATÉRIA resta caracterizada diante da demonstração inequívoca da inconstitucionalidade e dos impactos que causariam na estrutura do Estado Federal.
Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:
"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo necessário à produção da provas dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)
Já a URGÊNCIA fica caracterizada pelo conflito que a emenda causaria a autonomia política e por fim na estrutura da União, ou seja, tal circunstância confere grave risco de perecimento do resultado útil do processo, conforme leciona Humberto Theodoro Júnior:
"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao interesse demonstrado pela parte", em razão do "periculum in mora", risco esse que deve ser objetivamente apurável, sendo que e a plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no direito "invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni iuris" (in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p. 366).
Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio de dano irreparável aos entes federados, sendo imprescindível a SUSPENSÃO IMEDIATA dos efeitos da referida emenda, nos termos do Art. 300 do CPC.
VII. DOS PEDIDOS
Isto posto, demonstrada a legitimidade, e relevância da matéria constitucional, requer:
a) A concessão da medida cautelar para suspender os efeitos da emenda constitucional N° X;
b) A intimação das mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para prestarem informações sobre o mérito da presente Ação, no prazo legal;
c) Seja ouvido o Procurador-Geral da República e Advogado Geral da União, nos termos do Art. 103, §1º da CF;
d) A procedência do pedido, para que a referida emenda seja declarada inconstitucional.
e) A juntada dos documentos anexos;
	Dá-se a causa o valor R$ 1.000,00 (mil reais) para efeitos fiscais.
Nestes termos pede deferimento.
	 Local.... e Data....
	 Advogado.....
	 OAB.......

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