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Edição n 284 - Março de 2016 - 1 Sustentabilidade: sem ela não há futuro para a sobrevivência da humanidade RECURSOS HUMANOS Cristo, o grande comunicador Ano XXV | Março de 2016 | Edição 284 METROLOGIA A incerteza da medição em atividades do setor eletrotécnico 2 - Revista BQ - Banas Qualidade Os valores-p não me assustam. Análise de Dados Destemida Analisar dados com o Minitab Statistical Software é fácil e agora Minitab 17 está disponível em Português. Um Assistente integrado guia você durante todo o processo, desde a escolha da ferramenta correta até a realização da sua análise e interpretação dos seus resultados. Você conhece o seu negócio. 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Telefone: +55(11) 3742.4838 comercial@edila.com.br Assinaturas Telefone: +55(11) 9915.8240 assinaturas@edila.com.br Assinatura digital Anual (12 edições) : R$ 140,00 Bianual (24 edições) : R$190,00 A Revista Banas Qualidade - DIGITAL é publicada pela Quality Innovation Estratégia Empresarial Ltda. com sede em São Paulo/SP - Brasil. A publicação não se responsabiliza pelas opiniões e conceitos aqui emitidos por seus articulistas e colunistas. ISSN - 1676-7845 Ano XXV - Edição 284 Março de 2016 Hayrton R. do Prado Filho hayrton.prado@epse.com.br Crise: aumento do descomunal dos spammers e o desespero das pessoas na internet por um emprego Duas coisas notadas na internet durante essa crise criada por pessoas incompetentes na gestão do Brasil: o desespero dos brasileiros em conseguir um emprego nas redes sociais e dos spammers que aumentam o envio de e-mails maliciosos com uma quantidade de erros que faz a gente dar risadas. Os que querem emprego colocam seus telefones celulares, seus e-mails para empresas sem a mínima dignidade para arrumar um emprego para elas. Uma exposição pessoal bastante preocupante. Para quem não sabe, os spammers são os que praticam o spam, ou seja, enviam diversos e-mails ou qualquer outro tipo de mensagem para diversas pessoas que, na maioria das vezes, contêm um vírus do tipo keylogger. O objetivo dos spammers é disseminar malwares a fim de criar botnets, que são redes de computadores zumbis. Com isso, eles poderão enviar ainda mais spam para mais usuários, além é claro de obter diversas senhas e contas das vítimas. Deve-se pensar nisso como uma praga, que vai se multiplicando, como a dengue, aids, etc. Cada computador infectado envia a dezenas de novas pessoas os spam e até mesmo para os contatos pessoais desse usuário. Se o livro depois de mais de 500 anos não conseguiu ajudar os seres humanos a melhorar em suas relações conflituosas, imagine a internet: 1.500 anos a 2.000 anos. O motivo para a atual crise no Brasil foge da questão econômica e passa pela questão de credibilidade do governo que parece sofrer de uma doença que não o deixa falar a verdade. Uma recomendação é que todas as empresas devem se preparar para tempos difíceis. Mas, momentos de crise podem ser épocas de grandes oportunidades de negócios. Agregar valor aos serviços oferecidos aos clientes ou dar um salto de qualidade em uma ou mais características do produto ou serviço que de fato são relevantes para a sua escolha. Agregar valor depende de pesquisas para detectar as necessidades dos clientes, no desenvolvimento de tecnologias e nas formas de administrar mais eficazes. Em outras palavras, para agregar valor, deve-se ter um olho no cliente e outro na inovação. Se você tiver uma igreja, não vai ter problemas. Com a crise, a procura dos clientes será maior. Basta prometer a solução das suas dificuldades e um pouquinho da água do rio onde Jesus foi batizado para a cura de tudo (que pode ser da Cantareira mesmo), que o dízimo não vai parar de pingar. Editorial mailto:redacao@edila.com.br http://www.banasqualidade.com.br/ mailto:redacao@edila.com.br mailto:hayrton@uol.com.br mailto:christine.banas@edila.com.br mailto:comercial@edila.com.br mailto:assinaturas@edila.com.br mailto:hayrton.prado@epse.com.br 4 - Revista BQ - Banas Qualidade 03 EDITORIAL 04 SUMÁRIO 06 INSIDE Por dentro da notícia 10 SEIS SIGMA Como selecionar projetos Lean Seis Sigma 12 GESTÃO Gerenciamento de projrtos: Pré-requisitos e estágio evolutivo 16 GERENCIAMENTO Inovação & Liderança 20 RECURSOS HUMANOS Cristo, o grande comunicador 24 MASP Monitorar é bom, medir é melhor 26 PELO MUNDO Notícias de Qualidade 28 CASE Mill | SI automatiza processos e reduz em 7,8 mil horas treinamentos Normativos 32 AUTOMATIZAÇÃO O que é a industria 4.0 e como ela vai impactar o mundo 38 CAPA Sustentabilidade: Sem ela não há futuro para a sobrevivência da Humanidade 54 QUALIDADE As latas de aço para embalagens de produtos 60 FERRAMENTAS Sistemas de Gestão da Qualidade II 64 RISCOS O cumprimento das normas técnicas evita acidentes com caldeiras 70 NORMALIZAÇÃO A Importância da NBR 7199 para evitar acidentes fatais com portas de vidro 76 METROLOGIA A incerteza da medição em atividades do setor eletrotécnico 86 NORMAS Por dentro das normas brasileiras 91 CARTAS Sumário Edição n 284 - Março de 2016 - 5 Publicações Exclusivas Em plataforma digital interativa Sustentabilidade: sem ela não há futuro para a sobrevivência da humanidade RECURSOS HUMANOS Cristo, o grande comunicador Ano XXV | Março de 2016 | Edição 284 METROLOGIA A incerteza da medição em atividades do setor eletrotécnico Nós levamos a informação onde ela precisa estar. www.banasqualidade.com.br www.revistanormas.com.br Pu bl ic aç õe s co m c on su lta a be rt a - c liq ue n a ca pa http://www.banasqualidade.com.br/ http://www.revistanormas.com.br/ http://falandodequalidade.net/GC2015/ http://user-f9uphmr.cld.bz/Guia-Certificadoras-2016 http://www.falandodequalidade.net/RBC2016/ http://falandodequalidade.net/RBLEC2016/ http://www.banasqualidade.com.br/ http://www.banasqualidade.com.br/2012/portal/indice.asp?secao=Ferramentas%20da%20Qualidade http://www.falandodequalidade.net/GQ/Gurus_da_Qualidade_Mundial/ 6 - Revista BQ - Banas Qualidade Inside - inside - inside - inside - inside - inside - inside - inside- inside - inside - inside - inside Peças de cerâmica resistentes ao calor agora podem ser impressas em 3D A promessa de fabricação aditiva ou impressão 3D, uma forma mais rápida e barata de fabricar peças customizáveis – é limitado pela variedade de materiais para impressão, que até agora incluiu principalmente polímeros e alguns metais. Agora nós podemos adicionar cerâmica, uma importante classe de materiais cuja alta resistência a estresse, calor, degradação química e atrito os torna atraentes para uso nas forças armadas e na indústria aeroespacial para tudo, desde peças externas de um avião exterior a pequenos componentes para foguetes. http://www.technologyreview.com.br/read_ article.aspx?id=48971 Dispositivos móveis que se conectam à rede Wi-Fi sem bateria Um novo tipo de dispositivo móvel sem fio não tem bateria nem outra forma de armazenamento de energia, mas ainda pode enviar dados através da rede Wi-Fi. Estes protótipos, desenvolvidos por pesquisadores da Universidade de Washington, conseguem toda a energia de que precisam, fazendo uso de sinais de Wi-Fi, TV, rádio e de celular que já estão no ar. A tecnologia poderia libertar engenheiros para estender seus tentáculos de Internet e computadores a cantos do mundo que não atingem atualmente. Dispositivos sem bateria que podem se comunicar poderiam tornar muito mais fácil e barato de implantar sensores amplamente dentro das casas para assumir o controle de aquecedores e outros serviços. http://www.technologyreview.com.br/read_ article.aspx?id=48497 Energia Solar, e Algum Lugar para Armazená-la http://www.technologyreview.com.br/read_article.aspx?id=47126 http://www.technologyreview.com.br/read_article.aspx?id=48971 http://www.technologyreview.com.br/read_article.aspx?id=48497 http://www.technologyreview.com.br/read_article.aspx?id=47126 Edição n 284 - Março de 2016 - 7 Inside - inside - inside - inside - inside - inside - inside - inside- inside - inside - inside - inside Dispositivos médicos começar um tratamento de qualidade Qualidade e segurança não são negociáveis na indústria de dispositivos médicos. A ISO 13485: 2016, dispositivos médicos - Sistemas de gestão da qualidade - Requisitos para fins regulamentares, tem a intenção de ajudar a manter esse nível de qualidade até zero. Esta norma que define os requisitos para um sistema de gestão de qualidade específica para a indústria de dispositivos médicos, foi recentemente revista para responder aos mais recentes desenvolvimentos em gestão da qualidade, tecnologia e requisitos regulamentares que se relacionam com esta indústria. Um dispositivo médico é um produto destinado a utilização no diagnóstico, prevenção e tratamento de condições médicas. Eles vão desde produtos simples, como curativos para cadeiras de dentista, pacers cardíacos, máquinas de suporte de vida e até mesmo em reagentes para diagnóstico in vitro. Melhorias na nova versão do padrão incluem o alargamento da sua aplicabilidade para incluir todas as organizações envolvidas no ciclo de vida do produto, desde o conceito até o fim da vida, maior alinhamento com os requisitos regulamentares e de um maior enfoque na vigilância pós-mercado, incluindo tratamento de reclamações. Há também uma maior ênfase em ter a infra-estrutura adequada, em especial para a produção de dispositivos médicos esterilizados, e mais foco na gestão de riscos. http://www.iso.org/ iso/home/news_index/news_archive/news. htm?refid=Ref2046 Vidro flexível poderia trazer de volta o telefone flip Imagine um telefone flip que cabe no seu bolso, mas abre para revelar uma tela de tamanho da de um tablet. Vidraceiros já estão fabricando vidro que se curva que é mais fino do que um cabelo humano e dizem que o vidro dobrável está chegando. O fábrica alemã Schott está agora fabricando vidro ultrafino, forte e liso em larga escala. O primeiro produto voltado para o consumidor a utilizar o novo vidro da Schott no sensor de impressão digital é um smartphone feito pela LeTV, uma grande empresa de streaming de vídeo da China. Os representantes da empresa esperam que essa e outras aplicações de nicho vai dar ao novo material um ponto de apoio, enquanto designers industriais brincam com ele. Rüdiger Sprengard, diretor de desenvolvimento de negócios para o vidro ultrafino na Schott em Mainz, Alemanha, diz que a empresa pode agora fabricar vidro flexível continuamente em folhas de quilômetros de extensão. http://www.technologyreview.com.br/read_ article.aspx?id=49519 http://www.iso.org/iso/home/news_index/news_archive/news.htm?refid=Ref2046 http://www.technologyreview.com.br/read_article.aspx?id=49519 8 - Revista BQ - Banas Qualidade Revisão da terminologia comum para a gestão de segurança da informação Toda a informação detida e processada por uma organização está sujeita aos riscos de Proteção do Consumidor com a marca do Inmetro :. O presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Luís Fernando Panelli Cesar, assinou na última quinta-feira (03/03), em Brasília, acordo de cooperação técnica com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), visando ampliar os mecanismos de proteção ao consumidor e aumentar a competitividade da indústria nacional. É a primeira vez que a Senacon poderá contar com o apoio técnico e científico do Inmetro para embasar as decisões que impactam a segurança e a saúde do consumidor, como os anúncios de recall em produtos, por exemplo. “Nossa intenção é oferecer todo o suporte de que a Senacon precisar, usando nosso aparato laboratorial e humano de ponta para avaliar produtos e situações que possam colocar em risco a segurança do cidadão brasileiro ou prejudicar a nossa indústria. O Inmetro não possui competência legal para determinar um recall de produtos, por isso vamos municiar a Senacon com estas informações técnicas, caso identifiquemos riscos”, resume Panelli ataque, erro e de desastres naturais e outras vulnerabilidades inerentes à sua utilização. A segurança da informação é portanto, o cerne das atividades de uma organização e centra-se na informação que é considerado um "ativo" valioso que necessita de proteção adequada, por exemplo, contra a perda de disponibilidade, confidencialidade e integridade. A família de normas relativas a sistemas de gestão de segurança da informação (ISMS) permite que as organizações desenvolvam e implementem uma estrutura robusta para gerenciar a segurança de seus ativos de informações, incluindo dados financeiros, propriedade intelectual, detalhes do empregado, e informações de outra forma que lhes são confiadas por clientes ou terceiros . A recentemente revisão da norma ISO / IEC 27000: 2016, Tecnologia da informação - Técnicas de segurança - Sistemas de informação de segurança de gestão - Visão geral e vocabulário, dá uma visão abrangente dos sistemas de gestão de segurança da informação cobertos pela família ISMS de normas e define os termos e definições relacionadas. Proteger os ativos de informação através da definição, alcançar, manter e melhorar os níveis de segurança é essencial para uma organização para cumprir os seus objetivos e reforçar a sua conformidade legal e imagem. As atividades coordenadas necessárias para direcionar a implementação de controles adequados e mitigar os riscos de segurança da informação inaceitáveis são parte do que é conhecido como gestão de segurança da informação. http://www.iso.org/iso/home/news_index/ news_archive/news.htm?refid=Ref2048 Inside - inside - inside - inside - inside - inside - inside - inside- inside - inside - inside - inside http://www.iso.org/iso/home/news_index/news_archive/news.htm?refid=Ref2048 Edição n 284 - Março de 2016 - 9 Canudos com padronização Colorido, funcional e divertido, crianças e adultos adoram usá-los. Bilhões de canudinhos são produzidas a cada ano; No entanto, apesar de seu uso em todo o mundo, de plástico (polipropileno), nunca tinham sido objeto de normas e especificações. A ISO publicou recentemente a norma ISO 18188: 2016 - Especificação de canudos de polipropileno, que irá fornecer requisitos gerais para dimensões e propriedades de desempenho dos canudos de plástico. Isso vai ajudar os fabricantes a produzirem produtos de qualidade consistente. As primeiras pessoas a usar canudos teriam sido os sumérios no quarto milênio AC, provavelmente para beber cerveja. Alguns canudos foram feitos de ouro com as preciosas lapis- lazuli (pedra azul), outros foram feitos de papel ou grama. Hoje, os canudos são feitos de plástico e são usados para beber diferentes tipos de bebidas. A norma especifica que o plástico deve estar em conformidade com os requisitos de contato com os alimentos do mercado. Os canudos de plástico tem que mostrar a sua resistência a temperaturas quentes e frias e dobrar sem ruptura. http:// www.iso.org/iso/ home/news_index/ news_archive/ news.htm?refid=Ref2047 A ISO 45001 sobre a saúde e segurança no trabalho foi aprovada A nova norma ISO 45001, um dos muito padrões esperados no mundo para a saúde e segurança no trabalho (SST) ocupacional, foi aprovada como um Projeto de Norma Internacional. A cada 15 segundos, um trabalhador morre de um acidente de trabalho ou doença, e 153 pessoas experimentam uma lesão relacionada ao trabalho. Eles representam um enorme fardo para as organizações e sociedade como um todo, custando mais de 2,3 milhões de mortes por ano, para não mencionar os mais de 300 milhões de acidentes não fatais. Agora, com a norma ISO 45001 na fase de Projeto de Norma Internacional (DIS), o mundo está a um passo de um conjunto robusto e eficaz de processos para melhorar a segurança no trabalho nas cadeias de fornecimento globais. Projetada para ajudar as organizações de todos os tamanhos e indústrias, a futura norma é esperada para reduzir acidentes de trabalho e doenças em todo o mundo. Mais de 70 países estão diretamente envolvidos na criação deste importante documento. A norma é baseada nos elementos comuns encontrados em todas as normas de sistemas de gestão da ISO, garantindo um elevado nível de compatibilidade com as novas versões do ISO 9001 e ISO 14001. Ela usa um modelo simples Plan-Do- Check-Act (PDCA), que fornece um quadro para as organizações se planejarem a fim de minimizarem o risco de danos. http://www.iso. org/iso/home/news_index/news_archive/news. htm?refid=Ref2012 Inside - inside - inside - inside - inside - inside - inside - inside- inside - inside - inside - inside http://www.iso.org/iso/home/news_index/news_archive/news.htm?refid=Ref2047 http://www.iso.org/iso/home/news_index/news_archive/news.htm?refid=Ref2012 10 - Revista BQ - Banas Qualidade Seis Sigma Como selecionar projetos Lean Seis Sigma A definição dos projetos é uma das atividades mais importantes do processo de implementação do Lean Seis Sigma. Projetos bem selecionados conduzirão a resultados rápidos e significativos e, consequentemente, contribuirão para o sucesso e a consolidação do Lean Seis Sigma na empresa. Por outro lado, projetos inadequados implicarão em ausência ou atraso de resultados e frustração de todos os envolvidos, o que poderá determinar o fracasso do programa na organização. As principais características que um bom projeto Lean Seis Sigma deve apresentar são: 1. Forte contribuição para o alcance das metas estratégicas da empresa. 2. Grande colaboração para o aumento da satisfação dos clientes/consumidores. 3. Chance elevada de conclusão dentro do prazo estabelecido. 4. Grande impacto para a melhoria da performance da organização (ganho mínimo de 50% em qualidade, ganho financeiro mínimo relevante para o porte e tipo de negócio da empresa, desenvolvimento de novos produtos ou novos processos, por exemplo). 5. Quantificação precisa, por meio do emprego de métricas apropriadas, dos resultados que devem ser alcançados no projeto. 6. Elevado patrocínio por parte da alta administração da empresa e dos demais gestores envolvidos. Durante a fase de treinamento, o desempenho do candidato a Black Belt ou a Green Belt no desenvolvimento desses projetos será avaliado para balizar a decisão quanto à certificação, ou não, de cada candidato. A seleção correta de projetos é um dos fatores primordiais para a garantia da sustentabilidade do Lean Seis Sigma nas organizações. Edição n 284 - Março de 2016 - 11 Os potenciais projetos Lean Seis Sigma podem ser obtidos através das seguintes fontes: AIndicadores referentes a desperdícios, tais como índices de refugo e retrabalho (hidden factory), e índices de produtividade. BProblemas referentes à qualidade dos produtos. CCustos que exercem um alto impacto no orçamento da empresa. DReclamações, sugestões e resultados de pesquisas realizadas junto a clientes/ consumidores. EReclamações, sugestões e resultados de pesquisas realizadas junto aos empregados da empresa. FResultados de estudos de benchmarking. GResultados de pesquisas sobre tendências de mercado e estratégias ou habilidades dos concorrentes. HExtensões de projetos em andamento. IOportunidades para melhoria de produtos ou processos com elevado volume de produção, para os quais pequenas melhorias implicam expressivos ganhos financeiros. JOportunidades identificadas a partir do uso do Mapeamento do Fluxo de Valor (Value Stream Mapping – VSM). O erro mais frequentemente cometido na seleção de projetos consiste na escolha de um problema muito complexo como um único projeto Lean Seis Sigma, que é alocado a uma única equipe. Um projeto Lean Seis Sigma deve ter complexidade suficiente para que seja significativo para a empresa, mas não deve ser tão complexo que não possa ser concluído em um período de quatro a seis meses (Green Belt) ou de cinco a oito meses (Black Belt). Se, no estágio inicial de desenvolvimento, o projeto se mostrar muito amplo (ou muito simples), o escopo do trabalho deverá ser imediatamente alterado. Um projeto muito amplo poderá ser desdobrado em diversos projetos menores, que poderão ser desenvolvidos por outros candidatos a Black ou Green Belts. Ou seja, é importante estabelecer metas ambiciosas, mas atingíveis, para os projetos Seis Sigma. Se as metas forem extremamente agressivas, as equipes tenderão a pular etapas do método na tentativa de atingir o resultado no prazo estabelecido, o que poderá comprometer o sucesso do projeto. Para finalizar, ressaltamos que o objetivo de se alcançarem elevados ganhos financeiros por meio dos projetos é muito positivo, mas também é importante que a empresa perceba que o retorno financeiro no curto prazo é apenas uma parte dos ganhos resultantes do Lean Seis Sigma. Projetos que resultem em conhecimentos para o fortalecimento da competitividade da organização e de sua imagem no mercado podem ter retorno financeiro mais demorado, mas são extremamente importantes sob o ponto de vista estratégico e também devem ser valorizados. Cristina Werkema é proprietária e diretora do Grupo Werkema e autora das obras da Série Seis Sigma Criando a Cultura Lean Seis Sigma, Design for Lean Six Sigma: Ferramentas Básicas Usadas nas Etapas D e M do DMADV, Lean Seis Sigma: Introdução às Ferramentas do Lean Manufacturing, Avaliação de Sistemas de Medição, Perguntas e Respostas Sobre o Lean Seis Sigma, Métodos PDCA e DMAIC e Suas Ferramentas Analíticas, Inferência Estatística: Como Estabelecer Conclusões com Confiança no Giro do PDCA e DMAIC e Ferramentas Estatísticas Básicas do Lean Seis Sigma Integradas ao PDCA e DMAIC, além de oito livros sobre estatística aplicada à gestão empresarial, área na qual atua há mais de vinte anos. cristina@werkemaconsultores. com.br. mailto:cristina@werkemaconsultores.com.br 12 - Revista BQ - Banas Qualidade Gerenciamento de Projetos: pré-requisitos e estágios evolutivos Edição n 284 - Março de 2016 - 13 Conheça algumas dicas práticas sobre como melhorar a eficácia no gerenciamento de projetos de melhoria, a partir da consideração de três pré- requisitos básicos e da observação de quatro estágios evolutivos. Gestão Por Eduardo Moura Quando uma empresa qualquer se engaja em esforços de melhoria, sejam estes definidos a partir de um planejamento estratégico ou como parte da implementação de iniciativas de desenvolvimento organizacional, tais como TOC (Teoria das Restrições), Lean, Seis Sigma ou Gestão por Processos, fica evidente a necessidade de gerenciar os vários projetos mais eficazmente (sem mencionar aquelas empresas cujo próprio negócio são projetos). Diante dessa premente necessidade, muitas organizações buscam avidamente a solução na metodologia tradicional de Gerenciamento de Projetos. Mas, muitas fracassam, porque em tal intento dão um passo maior do que a perna e acabam sofrendo uma “distensão”, já que seu nível de maturidade organizacional não lhes permite saltar de uma situação quase caótica diretamente a um sonhado paraíso de ordem e harmonia operacional. Entretanto, mesmo em empresas que já têm o PMO (“Project Management Office”) instituído e capitaneado por PMPs (“Project Management Professionals”), e apesar das cautelosas e detalhadas práticas de análise de risco, é muito comum observar três sintomas clássicos, em suas diferentes combinações: os projetos atrasam, o orçamento fica curto e a qualidade final dos entregáveis deixa a desejar. Portanto, apesar de que existam muitas coisas boas a resgatar no PMBOK (“Project Management Body of Knowledge”), o fato é que 60 anos de práticas tradicionais de Gerenciamento de Projetos não ajudaram a eliminar ou reduzir substancialmente aqueles sintomas negativos. Diante disto, e longe de considerar-me especialista no assunto, permito-me transmitir ao leitor algumas dicas práticas sobre como melhorar a eficácia no gerenciamento de projetos de melhoria, a partir da consideração de três pré-requisitos básicos e da observação de quatro estágios evolutivos. O primeiro pré-requisito é simplesmente atentar para algo óbvio: a expressão “gerenciamento de projetos” implica não apenas a gestão interna de cada projeto individual, mas principalmente a existência efetiva de uma gerência, isto é, alguém ou uma equipe com autoridade e visão geral dos vários projetos, tratando de assegurar que os mesmos formem um todo harmonioso que aponte para o objetivo global da organização. Isto é óbvio porém não trivial, já que a realidade na maioria das organizações revela uma “gerência” apenas nominal, a qual se limita a atribuir líderes para cada projeto e a cobrar os resultados finais (o que está bem distante de merecer o nome de gestão). O segundo pré-requisito é consequência imediata do primeiro e consiste em estabelecer claramente uma ordem de prioridade para os diferentes projetos, a qual considere tanto o impacto relativo dos mesmos como também a sequência lógica de execução da cadeia de projetos, tendo em vista o objetivo global que se busca. Não estabelecer claramente u 14 - Revista BQ - Banas Qualidade a prioridade de cada projeto significa abraçar a crença irracional de que os recursos disponíveis para os mesmos têm capacidade infinita. E parece que, lá no fundinho, a alta gerência adota a premissa tácita de que seu pessoal sempre oculta uma “reserva de energia” e que, além do mais, Murphy não existe. Tal conduta negligente acaba decretando o atraso de vários projetos, com o agravante de que tais atrasos ocorrem de maneira aleatória, ao sabor dos acontecimentos, e sem qualquer critério lógico. Porque afinal se tudo é urgente, na prática nada é urgente. Portanto, todo projeto deve receber uma ordem de prioridade, e nenhum projeto deveria somar-se aos que já estão em andamento sem que sua prioridade relativa seja atribuída (com os correspondentes ajustes na execução dos que passam a ter menor prioridade). O terceiro pré-requisito é realizar o acompanhamento frequente, sistemático e disciplinado não apenas da execução de cada projeto, mas principalmente do avanço global de toda a cadeia de projetos. Isso também é consequência dos pré- requisitos anteriores, porque se não existe um organismo de gestão global dos projetos e se os mesmos não têm prioridade relativa, então o que resta é apenas esperar passivamente que as coisas aconteçam. Mas, se existe um senso claro de relevância e prioridade, então naturalmente nos preocupamos em acompanhar o progresso das atividades e em detectar e tratar as inevitáveis dificuldades de implementação, pois compreendemos que os resultados que buscamos dependem crucialmente de tal acompanhamento dinâmico. Eduardo Moura é diretor da Qualiplus Excelência Empresarial – emoura@qualiplus.com.br mailto:emoura@qualiplus.com.br Edição n 284 - Março de 2016 - 15 http://www.softexpert.com.br/gestao-qualidade-empresarial.php http://www.softexpert.com.br/ 16 - Revista BQ - Banas Qualidade Inovaç ão e Lidera nça Inovar não é, necessariamente, adotar tecnologias novas. Inovar é se adaptar continuamente ao mercado. O Gerenciamento da Inovação consta de sistemas, organizações, processos, operações, métodos e técnicas para se projetar produtos e seus processos em função das necessidades das pessoas (qualidade, preço e disponibilidade). Edição n 284 - Março de 2016 - 17 Inovaç ão e Lidera nça Por Vicente Falconi As estatísticas mostram que poucas empresas p e r m a n e c e m vivas por um período muito prolongado. A maioria acaba morrendo ou se enfraquecendo, sendo comprada ou fundindo-se a outras. Por que isto ocorre? As organizações são estabelecidas para satisfazer às necessidades do mercado (como o mercado é formado por pessoas, isto significa “necessidades das pessoas”) por meio de seus produtos. Acontece que estas necessidades mudam no tempo, surgem outros produtos melhores e mais baratos para atender às mesmas necessidades, mudam os costumes, novas matérias primas são desenvolvidas propiciando menores preços, novas tecnologias de fabricação possibilitam melhor qualidade de produto e custo menor, novas tecnologias de gerenciamento permitem ganhos ilimitados de produtividade, surgem novos regulamentos governamentais etc. O cenário externo muda constantemente e o razoável seria que o ambiente interno das organizações fosse muito dinâmico para se adaptar e não morrer. Isto nem sempre é a verdade. Nós criamos organizações (empresas ou departamentos da mesma) para determinados fins. Muitas vezes os fins se tornam desnecessários e as organizações permanecem. Outras vezes as organizações são estruturadas desconhecendo os processos de criação de valor. Criam-se hierarquias verticais fragmentando o trabalho e inibindo as iniciativas com consequente perda de eficácia e de agilidade no processo decisório. O Gerenciamento da Inovação consta de sistemas, organizações, processos, operações, métodos e técnicas para se projetar produtos e seus processos em função das necessidades das pessoas (qualidade, preço e disponibilidade). Uma maneira de inovar é desenvolver um novo produto (e um novo processo) para algum nicho de mercado ainda não satisfeito. O Gerenciamento da Inovação é ainda o questionamento constante dos produtos existentes (externos e internos) e seus respectivos processos dentro da empresa. Neste caso, quando se deseja inovar a primeira pergunta a ser feita é: o produto ainda é necessário? Este produto pode ser um treinamento, uma fatura, um relatório financeiro ou a limpeza de uma sala. Se o produto é desnecessário, elimina-se o produto e o seu processo! Se o produto for ainda necessário, pode-se reprojetar o processo, tendo em vista as novas tecnologias e novos conhecimentos, com ganhos substanciais. Tenho visto, em algumas empresas, departamentos inteiros serem simplesmente eliminados. O processo de Inovação depende em muito da sensibilidade quanto às necessidades do mercado e de se estar disposto a mudar constantemente o seu processo para atender a estas necessidades mutantes. Produto excelente hoje (rentabilidade elevada) pode ser commodity (rentabilidade baixa) ou produto desnecessário amanhã. Pela minha experiência, a maioria das organizações nem mesmo conhece seus produtos internos e externos! Conheci empresas que mantiveram, durante anos, toda uma linha de produtos que apresentava prejuízo, sem que nada fosse percebido. “Não há como inovar produto ou processo sem sentir o mercado ” Certas instituições mantidas pelo Estado não se inovam ou custam a inovar porque não têm a sua sobrevivência dependente do mercado. Da mesma forma, regimes políticos dissociados da economia de mercado estão fadados ao fracasso pela ausência do fator motivador da Inovação das organizações: a preferência das pessoas! Gerenciamento u 18 - Revista BQ - Banas Qualidade Inovar não é, necessariamente, adotar tecnologias novas. No entanto, o aparecimento de novas tecnologias pode provocar inovações em cadeia. É este, por exemplo, o caso da Internet e as várias possibilidades que são abertas ao comércio entre empresas e entre estas e seus clientes. Temos realizado junto a algumas empresas um trabalho de Gerenciamento da Inovação que está na fronteira do que se faz de moderno no mundo. As economias para as empresas tem sido da ordem de 40% de seus custos! Este Gerenciamento da Inovação se inicia pelo questionamento da missão da própria empresa, da estratégia, dos valores, dos processos internos e das necessidades de seu mercado. A mudança deve ser a constante dentro de uma organização. Uma posição de competitividade hoje pode ser a condição de morte amanhã. Sem mudanças constantes não existe a sobrevivência. Por outro lado, apesar do conhecimento existente e disponível, as organizações definham e morrem porque nós, seres humanos, somos arraigados à rotina e muito conservadores (às vezes disfarçados por palavras e comportamentos aparentemente modernos). Além disto, muitos de nós somos doentiamente receosos de mudanças que ameacem a nossa estabilidade pessoal e emocional. Como consultores empresariais são, essencialmente, agentes de mudança, sentimos na pele, em nosso dia a dia de trabalho, a reação patológica de rejeição de algumas pessoas emocionalmente despreparadas para o mundo atual e que pelo seu comportamento trazem um grande prejuízo à sua empresa e ao seu país. Mudar é muito difícil e a presença de um líder é da mais alta importância para que isto possa acontecer. O líder dá, àquelas pessoas resistentes, a segurança necessária no difícil processo de mudança. Temos visto empresas, e até mesmo países, irem de mal a pior pela falta de um líder. Acontece que aqui, mais uma vez, entra a variabilidade do fator humano. Existem vários tipos de líderes, alguns nem sempre positivos. Conheço alguns que são apegados ao poder a tal ponto que passam a maior parte de seu tempo maquinando condições para fortalecê-lo. No entanto, conheço outros, verdadeiros estadistas estratégicos, que exercem o poder de olho no mercado e no futuro, arregimentando pessoas excepcionais, desenvolvendo sua equipe e tomando as ações necessárias, a cada momento, para a sobrevivência de sua empresa. Procurando um resumo de tudo que aprendi em minha vida, na pratica, no dia a dia junto às empresas, sei que existem três fatores que são vitais para a sobrevivência de uma organização: conhecimento gerencial (sistemas, organizações, processos, operações, metas, métodos e ferramentas de análise), conhecimento técnico (conhecimento de seu trabalho, ciência e tecnologia) e liderança (tudo que é relacionado ao ser humano na organização). No entanto, este último é a condição limitante, pois os outros nem ao menos serão absorvidos sem que haja uma firme liderança que saiba o que deseja. O verdadeiro líder é precioso como um diamante. A sobrevivência das organizações depende da Inovação constante dos sistemas empresariais comandada por estas pedras raras e preciosas. Como é difícil encontrá-las! Vicente Falconi é sócio fundador e presidente do Conselho de Administração da Falconi Consultores de Resultado, e membro da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ). “Inovar é se adaptar continuamente ao mercado produzindo um produto (bem ou serviço), em condições de qualidade, preço e disponibilidade que supere os concorrentes na preferência das pessoas.” Liderança - Inovação e Liderança - Inovação e Liderança - Inovação e Liderança - Inovação e Liderança - Inovação e Liderança - Inovação Edição n 284 - Março de 2016 - 19 Liderança - Inovação e Liderança - Inovação e Liderança - Inovação e Liderança - Inovação e Liderança - Inovação e Liderança - Inovação http://www.lean.org.br/lean-summit-2016.aspx 20 - Revista BQ - Banas Qualidade Cristo, o grande comunicador Como repassar conhecimentos, verdades espirituais e conceitos de difícil compreensão em uma época onde as pessoas ignoravam e eram alheias a respeito de suas origens e heranças espirituais? Edição n 284 - Março de 2016 - 21 Recursos Humanos Por Ernesto Berg Conheço pessoalmente alguns dos maiores empresários e executivos de nosso país. Um ponto em comum a quase todos eles reside na sua grande capacidade de comunicação, de saber vender ideias e, também, de ouvir às pessoas. Por igual, tenho visto essas mesmas características em bons g e r e n t e s , supervisores e pessoal técnico. É de admirar como essas pessoas conseguem obter resultados incomuns de pessoas comuns, muitas vezes dando ênfase em alguns pontos da comunicação. Peter Drucker, o papa da administração moderna, afirmava que 60% dos problemas administrativos das empresas são frutos da má comunicação. Como todo grande empreendedor e líder, Cristo fazia da comunicação um de seus alicerces. Comunicação ampla, em todos os sentidos, porque ele não apenas comunicava- se com as massas, como também com seus discípulos e, sobretudo, com Deus, fonte de toda sua sustentação e poder. Jesus comunicava-se exemplarmente no três níveis: intrapessoal (consigo mesmo), interpessoal (com as pessoas) e suprapessoal (com Deus). 1Comunicação Intrapessoal: Consciência plena de sua missão. No aspecto intrapessoal, Jesus tinha total consciência de sua missão na Terra. “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância”. u 22 - Revista BQ - Banas Qualidade (João 10.10b). A vida a que ele se refere é a capacidade de restaurar e revivificar o corpo, mente e espírito do ser humano e torná-lo consciente de sua verdadeira natureza: um ser criado à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1.27). As pessoas de sua época encontravam-se narcotizadas e hipnotizadas pelas aparências do mundo físico (e atualmente ainda muito mais) ignorando as suas verdadeiras origens. Para trazer vida a alguém é necessário, primeiramente, ter vida para dar, o que se consegue somente pelo autoconhecimento e pelo conhecimento de sua missão. Cristo tinha plena consciência dessa missão, conforme evidencia esta passagem, ao ler na sinagoga, perante os sacerdotes, a seguinte passagem do livro de Isaías: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou- me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.” (Lucas 4.18 e 19). Na continuação Jesus afirma: “Hoje se cumpriu esta Escritura”. (Lucas 4.21). Ele estava perfeitamente alinhado com a sua missão e não tinha conflitos pessoais a respeito. O ego – fonte de tantos desatinos e descaminhos -, na pessoa de Cristo, estava sob total domínio do espírito que vivifica. 2Comunicação Interpessoal: Diálogo e interação com a multidão Entende-se por comunicação interpessoal a capacidade de comunicar-se, de dialogar e de entender aos outros, bem como a de fazer-se compreender. Jesus foi mestre consumado neste quesito. Sabia o que interessava às pessoas, do que elas necessitavam e como transmitir-lhes as mensagens. Como repassar conhecimentos, verdades espirituais e conceitos de difícil compreensão em uma época onde as pessoas ignoravam e eram alheias a respeito de suas origens e heranças espirituais? Cristo, como ninguém, até hoje, encontrou a resposta a essas questões, utilizando um instrumento simples, mas muito eficaz: a parábola. Desse modo, conceitos da mais elevada estatura espiritual eram transmitidos de maneira tão simples que até mesmo uma criança seria capaz de entendê-los. “E com muitas parábolas lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender.” (Marcos 4.33) “Outrossim, o Reino dos céus é semelhante ao homem negociante que busca boas pérolas; e encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a.” (Mateus 13.45) Um verdadeiro empreendedor empenha tudo o que tem para adquirir o que tem valor. Os grandes empresários (me refiro aos éticos e honestos) conhecem bem essa situação. Pagam o preço por algo que vale a pena. É por isso que são bem- sucedidos também em outras áreas de suas vidas. No plano espiritual dá-se o mesmo. O Reino dos céus é o Edição n 284 - Março de 2016 - 23 Reino de Deus, a pérola de grande valor é a verdade espiritual que liberta e dá poder a quem se coloca sob a guarda desse reino (Deus), desde que venda tudo o que tem em troca da pérola, isto é, desde que se livre de suas limitações, seu egoísmo e suas fraquezas. Não é uma troca justa? Só que a maioria prefere não fazer essa permuta, esse “negócio da China”, e escolhe continuar com os seus bens nutridos egos, em vez de adquirir a pérola de grande valor. Contudo, não só por parábolas, mas também através de perguntas socráticas Jesus revelava sua sabedoria: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mateus 16.26). Pergunta bem incomodativa, não é? Jesus coloca a resposta no âmago de cada um e, com isso, provoca um autoexame de sua conduta no mundo. Ele sabia que através de perguntas ele estaria forçando o interlocutor a pensar numa resposta e a procurar uma solução para a indagação. Ele sabia fazer boas perguntas e as utilizava frequentemente. Nos meus tempos de gerente do Serpro, em Brasília, conheci Rodolfo Rocha, um simpático e competente consultor de empresas de São Paulo, que revelava muita habilidade para encontrar soluções. E a forma pela qual ele achava as soluções era através de “boas perguntas”, dizia ele. “Se você fizer as perguntas certas, as respostas aos problemas surgirão automaticamente”, costumava afirmar. “O negócio é fazer boas perguntas”, arrematava. Outra pergunta socrática de Jesus, agora ao seu discípulo Felipe, diante da multidão no deserto que veio para ouvi-lo e estava esfomeada: “Onde compraremos pão, para estes comerem?” (João 6.5b). Ele sabia que naquele lugar desabitado não haveria como adquirir alimento. A pergunta foi feita para espicaçar. Jesus instigava seus discípulos, para testá-los. “Que resposta me darão?”, deve ter pensado. “Será que eles entenderam o motivo da pergunta e quem eu sou? Pois se não souberem como poderão levar a minha mensagem adiante, no futuro? De que forma se comunicarão com as pessoas se permanecer o vácuo da ignorância em suas almas?” Cristo mesmo respondeu à sua pergunta realizando o milagre da multiplicação dos pães e peixes. O maior momento de comunicação de Cristo com a multidão aconteceu no Sermão da Montanha, sobre o qual falarei em outro artigo. 3Comunicação SuprapessoalTrata-se da comunicação com Deus, nosso criador. Aqui, novamente, Cristo dá exemplos repetidos em sua vida, da íntima comunhão que privava com o Pai Celestial. Encontrava-se alinhado com Ele 24 horas por dia. O canal de comunicação entre ambos era inteiramente desimpedido e desbloqueado, daí advém o poder e a autoridade de Cristo. Era uma conexão tão íntima, a ponto de afirmar: “Eu e o Pai somos um”. (João 10.30). Afirmação arrogante ou presunçosa? Certamente não, pois a sua vontade não estava contaminada pelo ego, mas provinha de Deus: “Na verdade vos digo que o Filho (Jesus) por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer ao Pai, porquanto tudo que ele faz, o Filho o faz igualmente.” (João 5.19) É o triunfo de Deus sobre o ego limitante do ser humano. Como estabelecer esta comunicação? Jesus deixa tácito que ele é o caminho – a comunicação mesma -, e que a conexão com Deus é estabelecida e alavancada principalmente de três maneiras: a oração, a meditação na Palavra e o louvor. Ernesto Berg é consultor de empresas, professor, palestrante, articulista, autor de 15 livros, especialista em desenvolvimento organizacional, negociação, gestão do tempo, criatividade na tomada de decisão, administração de conflitos – berg@ quebrandobarreiras.com.br mailto:berg@quebrandobarreiras.com.br/ 24 - Revista BQ - Banas Qualidade MASP Monitorar é bom, medir é melhor T odos desejam melhorias. Algumas são fáceis de obter. Outras, mais difíceis. O MASP é um método de resolução para aqueles problemas que, de tão confusos, não sabemos nem por onde começar. Como não existe método milagroso, os grupos de melhoria precisam ser monitorados para que aumentem sua chance de atingir seu objetivo, seja ele de resolver o problema ou aprender, como ocorre nos Círculos de Controle da Qualidade (CCQs). Algumas empresas são pouco atentas a essa necessidade e isso mina as chances de sucesso. Outras optam por um modelo de monitoramento qualitativo, baseado no simples acompanhamento e indagações esporádicas do tipo “como vai indo o trabalho?”. Isso é bom e pode dar resultado em grupos iniciantes. No entanto, uma alternativa, mais eficaz e alinhada com os princípios que regem a resolução sistemática de problemas, seria a adoção de um modelo objetivo de gerenciamento de grupos de melhoria e CCQs, baseado sobre indicadores quantitativos. As vantagens dessa abordagem é que a informação baseada em fatos e dados facilita a análise, a comparação e a tomada de decisão, além de simplificar a implantação. Isso adquire uma importância ainda maior quando a empresa possui muitos grupos de melhoria ativos. Seria praticamente impossível analisar o desempenho de dezenas ou centenas de projetos de maneira qualitativa e descritiva. Existem diversas formas de classificar indicadores. As mais comuns dizem respeito organização causal, classificando- os entre indicadores de causa ou de efeito. Desejamos o resultado (efeito) e, para isso, controlamos aquilo que leva a ele (causas). Uma segunda tipologia distribui as variáveis entre resultados (eficácia) e recursos empregados (eficiência). Ainda outra, classifica segundo a natureza das variáveis, subdividindo-as em Quantidade, Qualidade, Custo, Prazo, Satisfação. Dessa forma, se um grupo de melhoria conseguir obter um conjunto de resultados positivos, por esses critérios, então se pode dizer que foi um projeto bem sucedido. A maioria deles devem ser implementados pelos grupos de melhoria e CCQs. Os últimos, de abrangência e de retorno do programa, são de responsabilidade dos responsáveis do programa de melhoria. Alguns possuem uma importância maior e, por isso, deveriam ser escolhidos com maior prioridade. A lista não esgota as possibilidades e uma boa escolha pode definir a qualidade do gerenciamento em si. Recomenda-se a elaboração de um detalhamento sobre o procedimento para coletar dados, calcular, apresentar, analisar cada um deles. Os indicadores devem ser utilizados para gerenciamento periódico dos grupos de melhoria durante o desenvolvimento do projeto e a tempo para a correção de rumos como provisão de orientação, instrução ou apoio, para que o trabalho evolua de forma satisfatória. Como já dizia Deming, os melhores esforços não bastam. É preciso trabalho árduo, persistência e gestão para o que sucesso seja alcançado. Os ganhos, tanto em resultados quanto em aprendizado em gestão, justificam múltiplas vezes todo e qualquer esforço empreendido. Claudemir Y. Oribe: mestre em administração de empresas PUC Minas/Fundação Dom Cabral, sócio consultor da Qualypro, claudemir@qualypro.com.br mailto:claudemir@qualypro.com.br Edição n 284 - Março de 2016 - 25 http://www.excelint.com.br/ 26 - Revista BQ - Banas Qualidade Pelo Mundo ISO 31000 - Gestão de Riscos - Um guia prático para as PMEs Estabelecer um compromisso para melhor compreensão e gestão do risco é fundamental para ajudar as PMEs a sobreviverem e crescerem de forma sustentável. Desta forma, um novo manual foi publicado para ajudar as PMEs de forma proativa, preparar para o risco e proteger seus negócios. A ISO 31000 - Gestão de Riscos - Um guia prático para as PMEs dá orientação prática sobre como aproveitar ao máximo a ISO 31000:2009, sobre os processos de gestão de riscos e integrar as boas práticas em suas decisões estratégicas. Ele é estruturado como uma lista com uma série de perguntas e ações que orientam os usuários através da criação de um sistema de gestão de riscos bem sucedida. http://www.iso.org/iso/home/ news_index/news_archive/ news.htm?refid=Ref2034 Acordo internacional de redução de emissões de carbono na aviação No Dia 08 de fevereiro no Canadá, foi estabelecido um acordo de reduções de emissões de dióxido de carbono para a aviação comercial pelos países participantes da Organização da Aviação Civil Internacional (Icao). O acordo também estabeleceu o fim da produção, em 2028, de todas as aeronaves que não cumprirem os padrões. É esperado que após a implementação do acordo, reduzam as emissões de carbono em mais de 650 milhões de toneladas entre 2020 e 2040. http://noticias. ambientebrasil.com.br/ clipping/2016/02/10/123173- acordo-internacional- preve-padrao-de-reducao- de-emissoes-na-aviacao. html Queda na economia do Brasil De acordo com os dados da pesquisa Indicadores Sebrae- SP, as micro e pequenas empresas tiveram uma queda de R$ 100 milhões no ano passado, comparando com 2014. A desaceleração da economia e a queda no consumo das famílias contribuíram para este resultado ruim. O faturamento da indústria em 2015 caiu mais de 10%, o do comércio 13,2% e o dos serviços ficou 16,9% menor. No Grande ABC, a queda foi de 16,2% e na Região Metropolitana de São Paulo, a perda ficou em 15,7%. No interior, o recuo chegou a 12,9%. A maioria dos donos de MPEs esperam estabilidade no faturamento para os próximos seis meses. http://economia.uol.com.br/ empreendedorismo/noticias/ redacao/2016/02/11/com-crise- micro-e-pequenas-empresas- de-sp-faturam-r-100-bi-a- menos-no-ano.htm Prêmio Nacional da Qualidade 2015 Malcolm Baldrige Quatro organizações foram nomeadas destinatários do Prêmio Nacional da Qualidade 2015 Malcolm Baldrige. São eles: • MidwayUSA, Columbia (categoria pequena empresa). • Charter School de San Diego (categoria educação). • Sistema de Saúde Charleston Area Medical Center, Charleston (categoria cuidados de saúde). • Mid-America serviços de transplante, St. Louis (categoria sem fins lucrativos). O Prêmio Baldrige 2015 será apresentado em uma cerimônia durante a busca pela excelência em Abril, em Baltimore. http://tinyurl.com/2015-baldrige-recipients http://www.iso.org/iso/home/news_index/news_archive/news.htm?refid=Ref2034 http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2016/02/10/123173-acordo-internacional-preve-padrao-de-reducao-de-emissoes-na-aviacao.html http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2016/02/11/com-crise-micro-e-pequenas-empresas-de-sp-faturam-r-100-bi-a-menos-no-ano.htm http://tinyurl.com/2015-baldrige-recipients Edição n 284 - Março de 2016 - 27 ISO 14644-1:2015 A ISO tem uma série de normas dedicadas às salas limpas, descrevendo as práticas e procedimentos necessários para gerir o risco de contaminação. As normas ISO 14644-1:2015 - Classificação da Limpeza do Ar e ISO 14644-2:2015 - Especificações para ensaio e monitoramento de salas limpas para provar contínua conformidade com a 14644-1 foram atualizadas com os últimos desenvolvimentos tecnológicos e exigências do mercado. http://www.iso. org/iso/home/news_index/ news_archive/news. htm?refid=Ref2041 Brasileiros no ranking de cientistas mais influentes do mundo De acordo com o levantamento publicado pela editora Thomson Reuters “As mentes científicas mais influentes do mundo 2015, quatro pesquisadores brasileiros fazem parte do ranking que conta com aproximadamente 3 mil nomes, são eles: Ado Jorio, da área de Física da Universidade Federal de Minas Gerais; Adriano Nunes-Nesi, da Universidade Federal de Viçosa (Ciências das Plantas e dos Animais); Álvaro Avezum, do Instituto de Cardiologia Dante Pazzanese (Medicina Clínica); e Paulo Artaxo, do Departamento de Física da Universidade de São Paulo (Geociências). O critério para a criação desta lista foi a análise dos artigos científicos mais citados no período entre 2003 e 2013, em 21 áreas do conhecimento, sendo 9 milhões de pesquisadores contabilizados. http://www. periodicos.capes.gov.br/ Inovação na Cadeia de Suprimentos De acordo com um recente relatório de pesquisa da ASQ (American for Quality) chamado "Inovação e Qualidade andam de mãos dadas”, para criar uma cultura de inovação e rentabilidade, a organização deve entender a demanda de seus clientes, desenvolver o interesse em fazer as coisas de forma diferente e implementar novas e comprovadas ideias alinhadas com a organização.O relatório foi lançado com um estudo sobre as cadeias de fornecimento e indicadores- chave de desempenho. A pesquisa examina o estado da qualidade e melhoria contínua em todo o mundo, oferecendo às organizações insights sobre as falhas e oportunidades. O relatório completo “Global State of Quality 2 Research”, que inclui dados quantitativos e qualitativos, será apresentado em Maio na Conferência Mundial ASQ sobre Qualidade e Melhoria em Milwaukee. www.quality.org Estudos de caso O Centro de Conhecimento da ASQ (American Society for Quality) lançou dois novos estudos de caso. Um descreve como um hospital em New Hampshire usa gráficos de controle como parte de sua filosofia de melhoria contínua. Mais informações: http:// tinyurl.com/asq-case-study- healthcare. O outro estudo narra como o Six Sigma foi usado para gerenciar e controlar projetos dentro do departamento de desenvolvimento da juventude do YMCA e ajudou a melhorar a cultura do acampamento de verão da organização. http://tinyurl. com/asq-ymca-case-study Jeannette Galbinski: Doutora em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Master of Science em Qualidade e Confiabilidade pelo Technion Institute of Technology. Graduada em Estatística pela USP, com especialização em Administração Industrial pela FundaçãoVanzolini. Master Black Belt e consultora internacional especialista na implementação de Ferramentas e Sistemas da Qualidade e projetos de Seis Sigma. http://www.iso.org/iso/home/news_index/news_archive/news.htm?refid=Ref2041 http://www.periodicos.capes.gov.br/ http://www.quality.org/ http://tinyurl.com/asq-ymca-case-study 28 - Revista BQ - Banas Qualidade Mills|Si automatiza processos e reduz em 7,8 mil horas treinamentos normativos Edição n 284 - Março de 2016 - 29 Case Ferramenta aumentou eficiência e organização da companhia que oferece soluções completas para serviços industriais A Mills Serviços Industriais (Mills|Si), empresa do segmento de manutenção industrial, com sede no Rio de Janeiro e que conta com 1,4 mil funcionários espalhados em 7 filiais distribuídas nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, automatizou seus processos com uma solução para Gestão de Processos de Negócio (BPM) e reduziu a necessidade de treinamentos normativos em cerca 7,8 mil horas. Além disso, a ferramenta centralizou o fluxo de informações em um único sistema, eliminando retrabalhos, aumentando o controle, a eficiência e padronizando ações. A Mills|Si presta serviços de acesso para manutenção de plantas industriais, pintura industrial, tratamento de superfície, isolamento térmico e câmara pressurizada, com soluções que oferecem praticidade, aliando produtividade e conservação ambiental. Em 2013 atingiu receita líquida de R$ 225,3 milhões e EBITDA de R$ 28,1 milhões, quando foi adquirida pelo grupo Leblon Equities. Fim das planilhas e redução do Volume de Emails De acordo com o diretor presidente da Mills|Si, Túlio Cintra, o controle de documentos utilizado desde a implantação da certificação ISO 9001, em 2009, era realizado através de planilhas paralelas, o que deixava a empresa vulnerável quanto a distribuição e controle das informações. “Não tínhamos todas as informações da companhia armazenadas em apenas um espaço, o que tornava comum a troca de e-mails pesados e repetitivos. A solução para Gestão de Processos de Negócio, SoftExpert BPM, nos ajudou a sermos mais eficientes e organizados. Também conseguimos abolir o uso de controles em diferentes softwares para publicação de importantes indicadores”, revela Cintra. Fim das rotinas manuais, mídias físicas e obsolescência O armazenamento das informações era realizado em pastas físicas ou com a distribuição de mídia eletrônica para as obras, aumentando as chances de ocorrências de documentos/ formulários desatualizados ou até mesmo obsoletos. “O SoftExpert BPM colocou a Mills|Si em um outro patamar de gestão, devido a facilidade oriunda da informatização de rotinas que anteriormente eram realizadas de forma manual, além de nos permitir infinitas alternativas de soluções relacionadas a automatização dos nossos processos”, avalia o gerente de Planejamento da empresa Alan Soares. “O acesso web, sem dúvida, é um diferencial para disponibilização dos documentos de forma rápida”, complementa. A implantação atendeu a todos os requisitos de necessidade demandados e superou todas expectativas de qualidade e velocidade dos serviços entregues, destacou Soares. Com a implantação dos componentes SE Process e SE Workflow, foi possível automatizar os procedimentos de adiantamento e reembolso financeiro, aumentando a velocidade das aprovações. Para os colaboradores que se encontram em obras distantes das filiais, por exemplo, o envio era realizado por malotes. Segundo o Orçamentista da companhia, Bruno Lisboa, também foi possível extrair relatórios instantâneos sobre o volume financeiro em posse dos colaboradores, além da análise do cumprimento dos prazos de prestação de contas estabelecidos pelo procedimento interno. “A implantação dos u 30 - Revista BQ - Banas Qualidade Uma boa informação é a essência da percepção da necessidade onde a expectativa foi atingida. TRANSMISSÃO VIA INTERNET TRADUÇÃO SIMULTÂNEA WEBCASTING REDES APLICATIVOS 55 11 3959-1199 comercial@avsc.com.br | avsc.com.brTÉCNICOS CERTIFICADOS INTERNACIONALMENTE SISTEMA INTERATIVO PESQUISA DE QUALIDADE módulos do SoftExpert BPM para a Mills|Si trouxe uma integração imensurável aos elementos gerenciais da empresa. Os controles ficaram mais organizados e foram estruturados de forma a facilitar a gestão de indicadores existentes e originar novos KPIs que hoje se tornaram indispensáveis para as atividades. Outra conquista notável foi à contribuição que o sistema proporcionou ao elevar a rastreabilidade das informações, tornando a empresa muito mais ágil nas tomadas de decisão”, ressalta Lisboa. O controle de vencimentos da ferramenta para Gestão de Documentos e Registros da SoftExpert, SE Document, permitiu reduzir em 7.800 horas a quantidade de treinamentos normativos refeitos devidos a ausência de controle dos certificados. Além disso, a empresa padronizou documentos, realizando o controle de revisão com a manutenção do histórico via sistema, bem como o monitoramento do fluxo de aprovação. A geração da codificação proposta permite a identificação rápida e eficiente da documentação. Com isso, conta Renata Cidreira, engenheira de Qualidade da empresa, o monitoramento das projeções de resultado é feito semanal, mensal e trimestralmente sem a necessidade de consolidação de diversas planilhas eletrônicas, ficando essa informação disponível continuamente no “dashboard” da diretoria. “Nosso controle de documentos ficou muito mais confiável e ágil, garantido o controle das revisões e assegurando a estrutura de aprovação”, avalia Renata. A companhia já projeta expandir as ações adotando a solução de Gestão da Manutenção de Ativos, SE Maintenance, e futuramente para o SoftExpert Excellence Suite (SE Suite), plataforma integrada de soluções corporativas para a excelência na gestão, aprimoramento de processos e conformidade regulamentar. Qualidade para nós é uma arte Levando a informação onde ela precisa estar http://avsc.com.br/ Edição n 284 - Março de 2016 - 31 Qualidade para nós é uma arte Levando a informação onde ela precisa estar 32 - Revista BQ - Banas Qualidade O que é a indústria 4.0 e como ela vai impactar o mundo Edição n 284 - Março de 2016 - 33 O termo indústria 4.0 se originou a partir de um projeto de estratégias do governo alemão voltadas à tecnologia Automatização Por Cristiano Bertulucci Silveira e Guilherme Cano Lopes A indústria 4.0 é um conceito de indústria proposto recentemente e que engloba as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufatura. A partir de Sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet dos Serviços, os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis. Isso significa um novo período no contexto das grandes revoluções industriais. Com as fábricas inteligentes, diversas mudanças ocorrerão na forma em que os produtos serão manufaturados, causando impactos em diversos setores do mercado. O termo indústria 4.0 se originou a partir de um projeto de estratégias do governo alemão voltadas à tecnologia. O termo foi usado pela primeira vez na Feira de Hannover em 2011. Em Outubro de 2012 o grupo responsável pelo projeto, ministrado por Siegfried Dais (Robert Bosch GmbH) e Kagermann(acatech) apresentou um relatório de recomendações para o governo federal alemão, a fim de planejar sua implantação. Então, em Abril de 2013 foi publicado na mesma feira um trabalho final sobre o desenvolvimento da indústria 4.0. Seu fundamento básico implica que conectando máquinas, sistemas e ativos, as empresas poderão criar redes inteligentes ao longo de toda a cadeia de valor que podem controlar os módulos da produção de forma autônoma. Ou seja, as fábricas inteligentes terão a capacidade e autonomia para agendar manutenções, prever falhas nos processos e se adaptar aos requisitos e mudanças não planejadas na produção. Existem seis princípios para o desenvolvimento e implantação da indústria 4.0, que definem os sistemas de produção inteligentes que tendem a surgir nos próximos anos. São eles: • Capacidade de operação em tempo real: Consiste na aquisição e tratamento de dados de forma praticamente instantânea, permitindo a tomada de decisões em tempo real. • Virtualização: Simulações já são utilizadas atualmente, u 34 - Revista BQ - Banas Qualidade • assim como sistemas supervisórios. No entanto, a Indústria 4.0 propõe a existência de uma cópia virtual das fabricas inteligentes. Permitindo a rastreabilidade e monitoramento remoto de todos os processos por meio dos inúmeros sensores espalhados ao longo da planta. • Descentralização: A tomada de decisões poderá ser feita pelo sistema cyber- físico de acordo com as necessidades da produção em tempo real. Além disso, as máquinas não apenas receberão comandos, mas poderão fornecer informações sobre seu ciclo de trabalho. Logo, os módulos da fabrica inteligente trabalharão de forma descentralizada a fim de aprimorar os processos de produção. • Orientação a serviços: Utilização de arquiteturas de software orientadas a serviços aliado ao conceito de Internet of Services. • Modularidade: Produção de acordo com a demanda, acoplamento e desacoplamento de módulos na produção. O que oferece flexibilidade para alterar as tarefas das máquinas facilmente. Com base nos princípios acima, a indústria 4.0 é uma realidade que se torna possível devido aos avanços tecnológicos da última década, aliados às tecnologias em 1ª Revolução Industrial 2ª Revolução Industrial 3ª Revolução Industrial 4ª Revolução Industrial Aprimoramento das máquinas a vapor, criação do tear mecânico. Utilização do aço, da energia elétrica, motores elétricos e dos combustíveis derivados do petróleo Avanço da eletrônica, sistemas computadorizados e robóticos para manufatura Sistemas Cyber-Físicos, aplicação as “Internet das Coisas” e processos de manufatura descentralizados 1780 1870 1970 Hoje Edição n 284 - Março de 2016 - 35 desenvolvimento nos campos de tecnologia da informação e engenharia. As mais relevantes são: • Internet das coisas (Internet of Things – IoT): Consiste na conexão em rede de objetos físicos, ambientes, veículos e máquinas por meio de dispositivos eletrônicos embarcados que permitem a coleta e troca de dados. Sistemas que funcionam a base da Internet das Coisas e são dotados de sensores e atuadores são denominados de sistemas Cyber-físicos, e são a base da Indústria 4.0. • Big Data Analytics: São estruturas de dados muito extensas e complexas que utilizam novas abordagens para a captura, análise e gerenciamento de informações. Aplicada à indústria 4.0, a tecnologia de Big Data consiste em 6Cs para lidar com informações relevantes: Conexão (à rede industrial, sensores e CLPs), Cloud (nuvem/ dados por demanda), Cyber (modelo e memória), Conteúdo, Comunidade (compartilhamento das informações) e Customização (personalização e valores). • Segurança: Um dos principais desafios para o sucesso da quarta revolução industrial está na segurança e robustez dos sistemas de informação. Problemas como falhas de transmissão na comunicação máquina- máquina, ou até mesmo eventuais “engasgos” do sistema, podem causar transtornos na produção. Com toda essa conectividade, também serão necessários sistemas que p r o t e j a m o know- how da companhia, contido nos arquivos de controle dos processos. Além destas tecnologias, outros dispositivos terão um papel importante na indústria 4.0. Como a tecnologia RFID, que vem ganhando espaço com os sistemas de rastreabilidade industrial, e os módulos IO- Link. Esses módulos possuem endereço IP próprio, com conexões diretas de alto e baixo nível. Portanto, descentralizam e organizam a rede de sensores e demais componentes. Com o processo de modularidade da indústria 4.0, aliado à crescente quantidade de sensores que serão utilizados nas fábricas inteligentes, os módulos u 36 - Revista BQ - Banas Qualidade IO-Link desenvolvimento de sistemas Cyber-físicos para fábricas inteligentes. Conforme o avanço das tecnologias aqui citadas, a tendência é que em um futuro próximo as fábricas se adequem ao conceito de indústria 4.0, tornando- se altamente autônomas e eficientes. Um dos maiores impactos causados pela indústria 4.0 será uma mudança que afetará o mercado como um todo. Consiste na criação de novos modelos de negócios. Em um mercado cada vez mais exigente, muitas empresas já procuram integrar ao produto necessidades e preferências específicas de cada cliente. A customização prévia do produto por parte dos consumidores tende a ser uma variável a mais no processo de manufatura, mas as fábricas inteligentes serão capazes de levar a personalização de cada cliente em consideração, se adaptando às preferências. Outro ponto que será abalado pela quarta revolução industrial será a pesquisa e desenvolvimento nos campos de segurança em T.I., confiabilidade da produção e interação máquina-máquina. A tecnologia deverá se desenvolver continuamente para tornar viável a adaptação de empresas a este novo padrão de indústria que está surgindo. Os profissionais também precisarão se adaptar, pois com fábricas ainda mais automatizadas novas demandas surgirão enquanto algumas deixarão de existir. Os trabalhos manuais e repetitivos já vem sendo substituídos por mão de obra automatizada, e com indústria 4.0 isso tende a continuar. Por outro lado, as demandas em pesquisa e desenvolvimento o f e r e c e r ã o o p o r t u n i d a d e s para profissionais t e c n i c a m e n t e capacitados, com formação multidisciplinar para compreender e trabalhar com a variedade de tecnologia que compõe uma fábrica inteligente. Cristiano Bertulucci Silveira é engenheiro eletricista pela Unesp com MBA em Gestão de Projetos pela FVG e certificado pelo PMI. Atuou em gestão de ativos e gestão de projetos em grandes empresas como CBA-Votorantim Metais, Siemens e Votorantim Cimentos. Atualmente é diretor de projetos da Citisystems – cristiano@ citisystems.com.br – Skype: cristianociti; e Guilherme Cano Lopes é estudante de engenharia de controle e automação pela Unesp e técnico em mecatrônica pela ETEc Getúlio Vargas. Durante a faculdade foi bolsista de iniciação científica e membro da equipe de pesquisa em robótica móvel da UNESP, participando em competições como a Robocup. Atualmente é estagiário na empresa Citisystems. mailto:cristiano@citisystems.com.br/ Edição n 284 - Março de 2016 - 37 http://www.leansixsigma/congresso 38 - Revista BQ - Banas Qualidade “A mudança climática é o desafio de nossa geração e o trabalho vital da NASA sobre esta importante questão afeta cada pessoa na Terra ” Edição n 284 - Março de 2016 - 39 Sustentabilidade: sem ela não há futuro para a sobrevivência da humanidade O que vem a ser, exatamente, esse conceito? É um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro 40 - Revista BQ - Banas Qualidade Para os que não acreditam nas mudanças climáticas, que estão afetando e muito o Planeta Terra, deve- se dizer que as temperaturas continuaram altas em 2015, havendo uma tendência de aquecimento global de longo prazo. Essa conclusão foi realizada com base nas análises feitas pelos cientistas da National Aeronautics and Space Administration (NASA) e da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). O NASA’s Goddard Institute for Space Studies (GISS) in New York (GISTEMP) concordou com a constatação de que 2015 foi o ano mais quente já registrado com base em análises dos dados. A análise da NASA estimou que 2015 foi o ano mais quente com 94% de certeza. “A mudança climática é o desafio de nossa geração e o trabalho vital da NASA sobre esta importante questão afeta cada pessoa na Terra”, explica o administrador da NASA Charles Bolden. “O anúncio não só ressalta como é crítico o programa de observação da Terra da NASA, ou seja se tornou um ponto de dados chave que deveria fazer com que as gestores públicos se movimentassem ao tomar conhecimento disso. Agora é a hora de agir sobre o clima”. A temperatura média da superfície do planeta subiu cerca de 1,8 graus Fahrenheit (1,0 grau Celsius) desde o final do século 19, uma mudança em grande parte impulsionado pelo aumento do dióxido de carbono e outras emissões criadas pelo homem na atmosfera. A maior parte do aquecimento ocorrido nos últimos 35 anos, com 15 dos 16 anos mais quentes registrados ocorrendo desde 2001. No ano passado foi a primeira vez que as temperaturas médias globais foram de 1 grau Celsius ou mais acima da média de 1880-1899. Os fenômenos como o El Niño ou La Niña, que esquenta ou esfria o Oceano Pacífico tropical, podem contribuir para as variações de curto prazo na temperatura média global. Um aquecimento do El Niño esteve em vigor durante a maior parte de 2015. “2015 foi notável, mesmo no contexto da continuidade do El Niño”, disse Gavin Schmidt, diretor do GISS. “As temperaturas do ano passado tiveram uma assistência de El Niño, mas é o efeito cumulativo da tendência de longo prazo que resultou no registro de aquecimento que estamos assistindo”. A dinâmica do tempo muitas vezes afetam as temperaturas regionais, de modo que nem todas as regiões na Terra experimentaram as temperaturas médias recordes no ano passado. Por exemplo, a NASA e a NOAA descobriram que a temperatura média anual de 2015 para os 48 estados dos Estados Unidos foi o segundo mais quente já registrado. As análises da NASA incorporaram as medições de temperatura de superfície de 6.300 estações meteorológicas, as observações navais e os dados baseados em boia de temperaturas da superfície do mar e as medições de temperatura de estações de pesquisa da Antártida. Estas medições são analisadas utilizando um algoritmo que considera o espaçamento variado das estações de temperatura em todo o mundo e os efeitos do aquecimento local que poderiam distorcer as conclusões. O resultado desses cálculos é uma estimativa da diferença de temperatura média global a partir de um período de referência de 1951 a 1980. Os cientistas da NOAA usaram os mesmos dados de temperatura, mas em um período de referência diferente e métodos diferentes para analisar as regiões polares e as temperaturas globais da Terra. O GISS é um laboratório da NASA gerenciado pela Earth Sciences Division of the agency’s Goddard Space Flight Center in Greenbelt, Maryland. O laboratório é afiliado com Por Hayrton Rodrigues do Prado Filho Edição n 284 - Março de 2016 - 41 a Columbia University’s Earth Institute and School of Engineering and Applied Science in New York. A NASA monitora os sinais vitais da Terra a partir da terra, ar e espaço com uma frota de satélites, bem como com a observação no ar e no solo. A agência desenvolve novas maneiras de observar e estudar os sistemas naturais da Terra interligados com registros de dados de longo prazo e ferramentas de análise de computador para ver melhor como o planeta está mudando. As ações da NASA deste conhecimento exclusivo são compartilhadas com a comunidade global e ela trabalha com instituições nos Estados Unidos e ao redor do mundo que contribuem para a compreensão e proteção do planeta. Para Angela França Pedrinho, consultora na Mega Métodos, Gestão e Assessoria e UP solution, muitas empresas, na busca dos meios e condições necessárias para seu crescimento, desenvolvimento, garantindo a competitividade e sobrevivência no mercado, têm realizado mudanças na forma de gestão organizacional. “Desde os conceitos tradicionais de gerenciamento, muitas filosofias, técnicas, ferramentas e formas de gestão foram criadas, aprimoradas ou redefinidas, com o intuito de criar as condições adequadas nas organizações para obter melhores resultados e sucesso de modelos de gestão sustentável ou de ferramentas gerenciais”, explica. Na verdade, a sustentabilidade é baseada em um princípio simples: tudo o que o ser humano precisa para a sua sobrevivência e bem-estar depende, direta ou indiretamente, do ambiente natural. Para buscar a sustentabilidade, deve-se criar e manter as condições em que os seres humanos e a natureza podem existir em harmonia produtiva para apoiar as gerações presentes e futuras. Angela França acrescenta que a chave não é somente a aplicação dos conceitos, mas a mudança cultural do ambiente de trabalho e a aceitação de que cada um deles é importante para melhorar a saúde física e mental e o sistema da qualidade. “As empresas exercem grande influência no desenvolvimento da sociedade dependendo muito da qualidade dos serviços/produtos oferecidos e contribuindo para melhorar a comunidade em que estão inseridas, mobilizando para o uso responsável dos recursos nos aspectos físicos, procedimentos e atitudes. Atualmente todos os recursos alocados nas empresas devem ser muito bem utilizados, viabilizando os investimentos em novas tecnologias e melhoria das condições de trabalho”, diz. Considerando isso, as ferramentas de gestão da qualidade e sustentabilidade surgem como uma opção para auxiliar as empresas no cumprimento de seu papel de fomentador de conhecimentos técnicos para os cidadãos do amanhã. “A melhoria da gestão das empresas torna-se imprescindível para acompanhar as tendências do setor empresarial, uma vez que a qualidade administrativa, quanto à qualidade do serviço/ produto oferecido, são fatores importantes para a permanência e crescimento das empresas no mercado, e para tanto é necessário desenvolver programas que visem o aumento desta qualidade dos serviços/ produtos oferecidos. Uma empresa é o conjunto de pessoas com conhecimentos, capacidade de interação com o meio onde atua e com a sociedade em geral, aprendizagem técnica e habilidades especificas”, complementa. CAPA u 42 - Revista BQ - Banas Qualidade Segundo a consultora, nesse sistema é possível definir três componentes: as instalações, os materiais e os equipamentos que constituem a parte física do sistema; o conjunto de procedimentos operacionais que são as especificações de tarefas, atividades, rotinas, etc., que resumem o como fazer dentro da empresa, para que ela cumpra todos os objetivos, que é o componente intelectual do sistema; e o conjunto de pessoas que atua na empresa, ou seja, o elemento humano, constituído pela diretoria, administração e empregados. “Tornar o sistema mais efetivo e eficiente é entregar à sociedade indivíduos com mais conhecimentos, instrução, educação, capacidade de aprendizagem continuada e capacidade de resolver problemas. No sistema empresarial, atuar somente na parte física não é suficiente para melhorar a qualidade do serviço/produto, nem aumentar a produtividade. Uma empresa pode ser melhorada através de aporte de capital, com melhoria das instalações, prédios, materiais de trabalho, equipamentos aporte de conhecimentos, com educação e treinamento proporcionando a aquisição de habilidades em aplicar os conhecimentos e trazendo melhoria de desempenho das pessoas”. Nesta visão de empresa, a gestão da qualidade e sustentabilidade influi diretamente sobre os componentes: o elemento humano, com melhor aproveitamento do potencial intelectual de cada individuo, favorecendo o trabalho em grupo e a formação de equipes, a melhoria do ambiente de trabalho e do aproveitamento do tempo e procedimentos operacionais com a redução do retrabalho, o uso racional dos recursos, elevação e manutenção dos padrões de qualidade, melhora dos processos de decisão, identificação das causas de problemas, e a ação sobre elas, minimizando da absorção da Alta Administração com problemas e questões que passam a ser resolvidas pelos responsáveis de cada processo. “A adoção da gestão da qualidade e sustentabilidade em uma instituição decorre muito mais de uma mudança de atitude, hábitos e modo de pensar das pessoas, especialmente das que ocupam os cargos mais altos da hierarquia, do que propriamente da utilização de métodos, técnicas e ferramentas, disseminando na instituição a ideia que cada um é responsável pelo resultado do seu próprio trabalho e que portanto, a qualidade é o resultado do trabalho da organização e depende da qualidade de cada uma das pessoas da equipe. Obtêm-se um rico instrumento para se trabalhar hábitos, atitudes e valores positivos e essenciais à formação integral do empregado”, assegura. Assim, conta, contribuir na redução de custos e garantia da qualidade e sustentabilidade, transformando a atitude Edição n 284 - Março de 2016 - 43 das pessoas e reduzindo o desperdício de materiais, de tempo de espaço, de energia, de água tornando o ambiente mais saudável, participativo e favorável é ação de
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