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Estrutura da madeira de gimnospermas Anatomia da Madeira Prof. Ana Carolina Estrutura da madeira de gimnospermas • O xilema das coníferas é bastante simples. • A maioria das espécies possuem menos que quatro ou cinco diferentes tipos celulares, em que apenas um ou dois tipos representam a maior proporção. 2 Estrutura da madeira de gimnospermas • Por causa da simplicidade e da estrutura uniforme, tendem a possuir aparência similar. • Tendo em vista o menor número de caracteres diagnósticos que oferecem, sua identificação é consequentemente mais difícil. 3 Estrutura da madeira de gimnospermas • No lenho das coníferas encontram- se os seguintes elementos celulares estruturais: – Traqueídeos. – Parênquima. – Células epiteliais. 4 Estrutura da madeira de gimnospermas • Principais tipos de células das coníferas. ORIENTADAS VERTICALMENTE ORIENTADAS HORIZONTALMENTE Traqueídeos longitudinais (axiais) Traqueídeos radiais Parênquima axial Parênquima radial Células epiteliais Células epiteliais 5 Estrutura da madeira de gimnospermas Representação tridimensional de uma conífera. 6 Traqueídeos longitudinais • São células estreitas e alongadas, com lume oco e extremidades fechadas. Traqueídeos axiais: A – Traqueídeo axial com pontuações em suas paredes radiais; B – Representação esquemática da circulação de líquidos através das pontuações areoladas dos traqueídeos. 7 Traqueídeos longitudinais • Orientados paralelamente ao eixo axial das árvores. • A largura destes elementos pode variar de 35 a 50 m, e o comprimento médio entre 3 e 5 mm. 8 Traqueídeos longitudinais • Chegam a corresponder de 90 a 95% das células em volume da madeira. • Funções desempenhadas: – Condução; – Sustentação. 9 Traqueídeos longitudinais • Apresentam pontuações areoladas, para a condução intercelular de líquidos. Pontuações areoladas aspiradas em pinus. 10 Traqueídeos longitudinais Pontuações areoladas de traqueídeos. 11 RADIALMENTE TANGENCIALMENTE Traqueídeos longitudinais Pontuações areoladas de traqueídeos. 12 Traqueídeos longitudinais • Os pares de pontuações entre traqueídeos são geralmente providos de torus. 13 Pontuação aspirada. Traqueídeos longitudinais • Madeiras com pontuações aspiradas apresentam maior resistência a penetração de líquidos preservantes e maior dificuldade de secagem. • A aspiração de pontuações é mais frequente no lenho inicial (caracterizado por grandes pontuações) do que no lenho tardio (caracterizado por pequenas pontuações). 14 Traqueídeos longitudinais • O estudo das pontuações e de sua disposição tem grande valor para a identificação de madeiras, podendo elas estar dispostas ou organizadas das seguintes formas: Formas de disposição das pontuações areoladas nas paredes radiais dos traqueídeos axiais. 15 Unisseriada Multisseriadas 16 Formas de disposição das pontuações areoladas nas paredes radiais dos traqueídeos axiais: A – Unisseriadas; B – Multisseriadas opostas; C – Multisseriadas alternadas. Traqueídeos longitudinais • Em geral, as pontuações se localizam nas paredes radiais dos traqueídeos axiais, e menos frequentemente, nas tangenciais. • Por esse motivo, o plano de corte longitudinal radial é o mais adequado para observar as pontuações. 17 Traqueídeos longitudinais Representação tridimensional de uma conífera. 18 Traqueídeos longitudinais • ANÉIS DE CRESCIMENTTO: – Os traqueídeos dos lenhos inicial e tardio apresentam marcantes diferenças morfológicas. Fila radial de traqueídeos representando um ano d crescimento: lenho inicial (canto superior direito) e lenho tardio (canto inferior esquerdo). 19 Traqueídeos longitudinais • LENHO INICIAL: – A principal função desempenhada pelos traqueídeos é a condução. – Os lúmens dos traqueídeos são grandes, e estes são dotados de paredes finas e com numerosas pontuações. 20 Traqueídeos longitudinais • LENHO TARDIO: – Exercem mais acentuadamente a função de sustentação. – Os lúmens dos traqueídeos são pequenos, e estes são dotados de paredes espessas e com poucas pontuações. 21 Traqueídeos longitudinais • TRANSIÇÃO ENTRE LENHOS: – Abrupta: Transição abruta de lenhos inicial e tardio em Larix occidentalis. 22 Traqueídeos longitudinais • TRANSIÇÃO ENTRE LENHOS: – Gradual: Transição gradual de lenhos inicial e tardio em Abies balsamea. 23 Parênquima axial • As células de parênquima axial possuem formato retangular, paredes normalmente finas e não lignificadas, são bem mais curtas que os traqueídeos axiais, e têm por função o armazenamento de substâncias nutritivas no lenho. 24 Parênquima axial • Este tipo de célula nem sempre ocorre em gimnospermas. • Quando presente, podem estar: – Dispersos pelo lenho (parênquima axial apotraqueal difuso). – Formando faixas junto aos limites dos anéis de crescimento (parênquima axial apotraqueal marginal). – Ou associados aos canais resiníferos. 25 Parênquima axial • Como todos os elementos parenquimáticos, apresentam grande longevidade e pontuações simples em suas paredes. • Chegam a corresponder de 1 a 2% das células em volume da madeira. 26 Células epiteliais • São células de parênquima, especializadas na produção de resina, que delimitam os canais resiníferos formando um epitélio. • Podem ser observadas delimitando canais resiníferos longitudinais (ou axiais) ou canais resiníferos radiais (ou transversais). 27 Células epiteliais Canal resinífero em Pinus sp., delimitado por células epiteliais: A – Corte transversal; B – Corte longitudinal. Célula epitelial Parênquima axial Traqueídeo axial Parênquima radial 28 Canais resiníferos • São encontrados em certas espécies de coníferas, sendo observados nos gêneros: – Pinus. – Picea. – Larix. Constituem uma importante características para identificação de madeiras de coníferas. 29 Canais resiníferos • Consistem em espaços intercelulares delimitados por células epiteliais (epitélio), que neles vertem resina. • Podem ser observados no lenho nas posições: – Canais resiníferos axiais ou longitudinais; – Canais resiníferos radiais ou transversais; RAIOS FUSIONADOS 30 Canais resiníferos Canal resinífero axial visualizado em seção transversal de Pinus ponderosa. 31 Canais resiníferos • A resina produzida nestes canais desempenha importante papel na cicatrização de tecidos danificados e para repelir o ataque de insetos ou outros organismos invasores. 32 Canais resiníferos • O diâmetro (variando de 30 a 100µm) e a abundância são variantes, podendo em algumas espécies serem vistos a olho nu como em pinus. 33 Canais resiníferos • Canais resiníferos axiais podem surgir em consequência de injúrias causadas a árvore, mesmo em madeiras em que são normalmente ausentes (Tsuga e Abies), e são designados canais resiníferos traumáticos. 34 Canais resiníferos [traumáticos] • Estes canais apresentam distribuição peculiar, que facilmente os distingue dos canais resiníferos normais. – Normais: ocorrem de forma difusa na madeira. – Traumáticos: surgem em faixas tangenciais regulares. 35 Canais resiníferos [traumáticos] Canais resiníferos traumáticos visualizados em seção transversal de Calocedrus decurrens. 36 Parênquima radial • São faixas de células parenquimáticas que se estendem radialmente no lenho, em sentido perpendicular ao dos traqueídeos axiais. 37 Parênquima radial • Sua função é armazenar, transformar e conduzir transversalmente substânciasnutritivas. 38 Parênquima com grãos de amido Parênquima radial • Geralmente os raios são finos e unisseriados; exceto nos raios em que canais de resina estão presentes. 39 Parênquima radial [raios] Estrutura do raio de coníferas: A – raio unisseriado; B – raio fusionado. 40 Parênquima radial [raios] • Os raios das coníferas podem ser compostos unicamente por parênquima radial [raios homogêneos] ou apresentar traqueídeos radiais [raios heterogêneos]. 41 Parênquima radial [raios] Raio homogêneo 42 PARÊNQUIMA TRAQUEÍDEOS Raio heterogêneo. PARÊNQUIMA Parênquima radial [raios] • Ocasionalmente, podem ser observados raios formados exclusivamente por traqueídeos axiais, que, embora sejam constituídos por um único tipo de célula, são geralmente denominados heterogêneos. 43 Parênquima radial [raios] • Em alguns gêneros, os raios heterogêneos, além de células parenquimáticas e traqueídeos radiais, podem apresentar canais resiníferos delimitados por células parenquimáticas epiteliais produtoras de resina. • Esses raios são mais largos e recebem o nome de raios fusionados. 44 Parênquima radial [raios] Estrutura do raio de coníferas: Raio fusionado. 45 Parênquima radial [raios] Estrutura do raio de coníferas: Raio fusionado. 46 Traqueídeos radiais • São células da mesma natureza dos traqueídeos axiais. • Apresentam, assim como as axiais, pontuações areoladas em suas paredes, porém em dimensões menores. 47 Traqueídeos radiais • Dispõem-se horizontalmente e ocorrem associados aos raios, normalmente formando suas margens superior e inferior. 48 Traqueídeos radiais • Têm como função a condução transversal de nutrientes e a sustentação do vegetal. • Em algumas espécies, formam paredes secundárias que são espessadas na proximidade das pontuações. 49 Traqueídeos radiais • A forma destes espessamentos assemelham-se a dentes que se estendem para o lume, e por isso tais traqueídeos são chamados traqueídeos radiais com indenturas. 50 Traqueídeos radiais Traqueídeos radiais com indenturas. Seção transversal mostrando os espessamentos da parede secundária. 51 52 Vamos a aula prática...
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