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COISA JULGADA É uma garantia constitucional com status de cláusula pétrea – é um dogma constitucional Ela é fundamentada na necessidade da segurança jurídica, pois, após o transito em julgado, uma decisão torna-se definitiva e deverá ser cumprida É representa a feição democrática da jurisdição O legislador ordinário do código civil de 2015 ampliou os limites da proteção constitucional da coisa julgada Coisa julgada material é a autoridade que torna imutável e indiscutível uma decisão de mérito não mais sujeita a recurso (art. 502, CPC) O CPC/73 dizia que apenas sentença e acórdão faziam coisa julgado, porém, no CPC/15 o legislador ampliou para toda e qualquer decisão de mérito Fazem coisa julgada: sentença de mérito, acórdão de mérito, decisão interlocutória parcial de mérito e decisão interlocutória de mérito proferida por relator A ideia central da coisa julgada é de que não é possível propor uma segunda ação idêntica a uma primeira que já tenha sido definitivamente julgada no mérito – Se não for alegada pelo réu, deverá ser apontada de ofício pelo juiz, porém, a ação não pode ser extinta liminarmente (o juiz deverá mandar citar o réu e determinar que as partes de manifestem sobre a coisa julgada) Duas ações são idênticas se possuírem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido ANALOGIA DA ESCADA 1º degrau: Transito em julgado -> irrecorribilidade da decisão (todos os recursos possíveis já foram utilizados) 2º degrau: Coisa julgada formal -> Estabilidade daquilo que foi decidido com ou sem resolução do mérito dentro do processo em que foi proferido (eficácia endoprocessual) 3º degrau: Coisa julgada material -> Só haverá coisa julgada material se a decisão irrecorrível tiver julgado o mérito -> Estabilidade dentro e fora do processo em que foi proferida (eficácia Panprocessual) Trânsito em julgado, coisa julgada formal e coisa julgada material ocorrem ao mesmo tempo, no momento em que a decisão torna-se irrecorrível Coisa julgada progressiva: Quando o mérito for julgado em partes, a coisa julgada também se formará em partes – No momento em que a decisão interlocutória parcial de mérito tonar-se irrecorrível, ocorre a coisa julgada parcial e, quando for proferida a sentença e ela se tornar irrecorrível, haverá a coisa julgada final LIMITES DA COISA JULGADA Limites objetivos 1. Art. 503, Caput, CPC – Apenas a parte dispositiva da decisão judicial se torna coisa julgada; 2. Art. 503, § 1º, CPC – também podem fazer coisa julgada as questões prejudiciais e preliminares de mérito (Preliminares: Matérias impeditivas do julgamento de mérito – Prejudiciais: questões de direito material ou processual que, necessariamente, devem ser decididas antes do mérito, pois, interferem no julgamento do mérito.) 2.1. As prejudiciais apenas farão coisa julgada quando houver decisão expressa sobre elas, recomenda-se que ela esteja na parte dispositiva da decisão de mérito; 2.2. As partes precisam ter debatido a prejudicial – o legislador qualifica o contraditório para que se faça coisa julgada – se o réu não contestar, a prejudicial não fará coisa julgada; 2.3. O juízo que está julgando a questão principal deverá ter competência para julgar a prejudicial Toda parte dispositiva de decisão de mérito fará coisa julgada e, farão também, as prejudiciais, se observarem os limites dispostos no código. Cláusula rebus sic stantibus -> pesquisar Limites subjetivos 1. Processo individual -> Inter partes / Processo coletivo -> erga omnes (legitimidade e coisa julgada) 2. A sentença faz coisa julgada entre as partes, não podendo prejudicar terceiros 3. Decisão proferida em processo com vício citatório é coisa nula – não pode produzir efeitos válidos se o réu não foi devidamente citado 4. Aquele que não era parte, que não exercitou contraditório ou que não debateu a questão com o juiz não pode ser prejudicado pela decisão 5. No cód. 73 -> a coisa julgada atinge as partes, não beneficiando nem prejudicando terceiros 6. Atualmente, a doutrina majoritária considera que a coisa julgada, excepcionalmente, pode beneficiar terceiros que estejam diretamente ligados ao objeto da lide (Ex. sócios e condôminos) a fim de evitar outras demandas com o mesmo objeto e que possam trazer decisões conflitantes; e pessoas com obrigações solidárias FORMAS DE IMPUGNAÇÃO À COISA JULGADA Ação rescisória Medida excepcionalíssima - Relativização da coisa julgada – é possível afastar a coisa julgada que não reflita a realidade em situações de bens jurídicos mais relevantes do que a própria coisa julgada, quais sejam: 1. Paternidade – direito à filiação; 2. Moralidade publica, garantida no art. 37º da CF; o É feita a partir da proposição de ação idêntica Como resolver o conflito entre coisas julgadas? o Resolve-se o conflito entre coisas julgadas propondo ação rescisória (art. 966, IV) – Afasta-se a 2ª coisa julgada e a primeira produzirá efeito o Se as partes deixarem transcorrer o prazo sem propor rescisória (2 anos), o STJ entende que as partes desejam que ambas produzam efeitos
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