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Resenha_Macunaíma

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA 
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS/ESPANHOL
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
Disciplina: Literatura Brasileira III
Acadêmica: Roseneia Bartinelli de Goes Hirata - RA – 174774357
Atividade 01
Tarefa: Macunaíma, o heroi sem senhum caráter, de Mario de Andrade 
Nesta atividade você deverá produzir um texto em que justifique por que podemos considerar que Macunaíma, de Mario de Andrade, é também um Manifesto Modernista, assim como o Manifesto Antropófago e o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, de Oswald de Andrade. Para responder satisfatoriamente a essa atividade, considere atentamente os passos sugeridos na Aula 1 da Unidade I.
Desenvolvimento da tarefa
Os artistas brasileiros após um período em que criavam suas obras baseadas em cópias na arte e na cultura de outros países, principalmente da Europa, começaram a desejar uma arte própria do Brasil. Se inicia dessa forma, a partir de 1922, a fase do modernismo e o primeiro movimento foi o Manifesto Pau Brasil de Oswald de Andrade. 
Como aprendemos nos bancos escolares, o pau brasil foi uma madeira encontrada em nosso país na época do descobrimento e de muito valor, por isso, ela era exportada para a Europa em grande escala, isso justifica o título do manifesto. O que o autor Oswald de Andrade mostrou nesta obra foi que o Brasil é rico e tinha potencial para ao invés de importar produtos europeus, nós mesmos, os brasileiros, tínhamos a condição de exportar algo que fosse nossa raiz e através desta e de outras obras que viriam mostrar a identidade nacional. Podemos entender que “Pau Brasil” foi a demonstração do desejo de transformação dessa realidade que consistia em sempre se inspirar e escrever da forma que faziam os parnasianistas e os simbolistas.
Em 1928, se inicia o movimento antropofágico onde os artistas começaram a compreender a proposta e a observarem o que era produto brasileiro, porém, em sintonia com o que era proveniente dos outros países. Pode-se chamar essa fase de canibalismo cultural. 
Ao consultar o dicionário verificamos que antropofagia eram rituais. Por exemplo: os índios possuíam determinadas práticas em caso de morte de se alimentarem da carne humana, mas com o sentimento de respeito e almejando melhorar a saúde ou a inteligência. Assim, era o propósito do período antropofágico ao imitar um índio canibal.
Respeitando a mesma linha de pensamento, surge “Macunaíma” de Mário de Andrade. O personagem principal que carrega o nome do título, narrado em 3ª pessoa é considerado um manifesto pela renovação da linguagem literária e por toda obra verificamos a presença de muita natureza, animais, árvores e lendas. O autor através do fantástico e do maravilhoso dá vida ao folclore brasileiro.
Analisemos uma passagem do livro:
"...Quando o herói saiu do banho estava branco louro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta dos Tapanhumas.
Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo. Macunaíma teve dó e consolou: — Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz. Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifara toda a água encantada pra fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos. Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapanhumas. (Mário de Andrade: Macunaíma, pg. 48)."
A mudança de cor dos irmãos Macunaíma que fica loiro, Manaape de cor de ovo e Jiguê que clareou apenas a palma e a planta dos pés, é a representação da nossa origem, a qual foi formada respectivamente pelas etnias do homem branco, do índio e do negro.
Macunaíma era um anti-herói ou um herói sem caráter porque desde criança era muito preguiçoso, além de feio e de mentiroso. Gostava de se dar bem passando os outros para trás. Já pequeno começa a se metamorfosear quando vira um príncipe e mantém relação sexual com a própria cunhada. Sem caráter também pode ser comparado aos diversos caráteres que desenvolve ao longo da obra, ora é uma criança, ora velho, ora príncipe, ora pato.
A obra Macunaíma é um manifesto por todas essas características folclóricas, as quais representam o Brasil raiz e assim dialogar com as obras da antropofagia dos modernistas e defendida por Oswald de Andrade.			
 
Referências
Macunaíma (1969) - Joaquim Pedro de Andrade. Disponível no https://www.youtube.com/watch?v=7kQ98hY3aDo. Acesso em 26 de abril, 2020.
Manifesto. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto. Acesso em 26 de abril, 2020.
Modernismo no Brasil. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/o-modernismo-no-brasil.htm. Acesso em 27 de abril, 2020.
OLIVEIRA, Silvana. O MANIFESTO MACUNAÍMA (1928) E O TEXTO O MOVIMENTO MODERNISTA (1942), DE MARIO DE ANDRADE (UEPG). Disponível em: http://www.abralic.org.br/anais/arquivos/2016_1491433600.pdf. Acesso 26 de abril, 2020.
Pupo, Joana D’arc Martins. 853l Líteratura brasileira III/ Joana D’arc Martins Pupo e Marly Catarina Soares. Ponta Grossa : UEPG/NUTEAD, 2012.

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