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Trabalho de Conclusão de Curso II (UNOPAR)2020

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15
CENTRO DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS E SOCIAIS APLICADAS
 SERVIÇO SOCIAL 8º SEMESTRE
NILDA PEREIRA SILVA
SISTEMA PENITENCIÁRIO,
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O SERVIÇO SOCIAL: 
No Presídio Nilton Gonçalves em Vitória da Conquista- Bahia
Vitória da Conquista - Bahia
2020
NILDA PEREIRA SILVA
SISTEMA PENITENCIÁRIO,
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O SERVIÇO SOCIAL: 
No Presídio Nilton Gonçalves em Vitória da Conquista- Bahia
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.
Supervisora: Valquiria Aparecida Dias Caprioli.
Professora: nelma dos Santos.
 
 
 
Vitória da Conquista- Bahia
 2020
Silva, Nilda Pereira. Trabalho de Conclusão de Curso II. Tema: SISTEMA PENITENCIÁRIO,
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O SERVIÇO SOCIAL: No Presídio Nilton Gonçalves em Vitória da Conquista- Bahia.2020. 39 páginas . Trabalho de Conclusão de Curso (TCC II) em Serviço Social; na Universidade Norte do Paraná, (UNOPAR).
RESUMO
Para analisarmos as ações desenvolvidas pelo assistente social junto aos egressos do sistema penitenciário buscamos verificar se as ações desenvolvidas pelo Banco da Providência possuem um caráter imediatista, rotineiro e bucratizado, demandando dos assistentes sociais uma atuação conservadora e irrefletida. O que captamos por meio do presente estudo foi que as ações profissionais desenvolvidas pela assistente social revelam traços conservadores da profissão, em que parece que se revive o passado profissional. E, contraditoriamente, há momentos que percebemos a busca de uma ação voltada para a perspectiva da garantia dos direitos sociais, aprimoramento intelectual e rompimento com o conservadorismo, tendo em vista as demandas institucionais na denominada “metodologia de inclusão social”. Sabemos que o assistente social pode vislumbrar novas possibilidades de trabalho e estratégias no rompimento de práticas repetitivas e rotineiras, sem reproduzir em seu exercício profissional meros interesses capitalistas, tendo para isso que buscar superar os elementos do cotidiano, ou melhor, o senso comum, a aparência dos fenômenos, através da crítica à realidade social e ao âmbito sócio-ocupacional em que se encontra e, assim, pautando-se nos Princípios Fundamentais do Código de Ética e do Projeto ÉticoPolítico. Por outro lado, não podemos deixar de sinalizar que mesmo tendo os limites e problemáticas já citados, o trabalho realizado pelo Serviço Social da Agência da Cidadania possui um impacto, mesmo que mínimo, na vida dos egressos do sistema penitenciário atendidos. Isso porque a Agência da Cidadania é um dos poucos projetos desenvolvidos hoje no estado do Rio de Janeiro para esta população que sofre com os estigmas do preconceito de já ter vivenciado o cárcere, cometerem o delito, além de serem pobres e negros, na sua maioria. Contudo, ressaltamos que, a partir da perspectiva crítica, não é possível o assistente social trabalhar com os objetivos de “reinserção” ou “ressocialização”, pois a lógica do capitalismo é incompatível com os mesmo ao assegurar os mecanismos de desigualdade social.
Palavras Chave: Sistema Penitenciário-Inclusão-Serviço Social.
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei
Ou nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Compositores: Almir Eduardo Melke Sater / Renato Teixeira De Oliveira.
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO......................................................................................................5
2.DESENVOLVIMENTO...........................................................................................8
2.1 Percurso Histórico do Sistema prisional Brasileiro. ................................. 8
2.2 A REALIDADE DO PRESÍDIO NILTON GONÇALVES EM VITÓRIA DA CONQUISTA..............................................................................................................18
2.3 INCLUSÃO E PROJETOS SOCIALIZADORES NO PRESÍDIO NILTON GONÇALVES..........................................................................................................20
2.4 O SERVIÇO SOCIAL NO SISTEMA PENITENCIÁRIO: ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL.........................................................................................24
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................27
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................31
1 INTRODUÇÃO
 
Frente a situação dos presídios brasileiros que não é um a situação atual, mas sim de longas datas, ou seja um sistema carcerário falido, pois tem apresentado um número de presos muito maior do que o de vagas. Segundo dados do Monitor da violência são 700 mil presos em regime fechado, enquanto nos presídios a capacidade é de 415 mil. O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo, perdendo apenas dos EUA, da China e Rússia. 
 Neste sentido esta pesquisa visa analisar e pontuar os problemas existentes no Sistema Penitenciário Brasileiro no Sentido de Inclusão e o Serviço Social no Presídio Nilton Gonçalves em Vitória da Conquista-Bahia, pois o mesmo passa por grandes percalços assim como os demais. O sistema prisional ainda não saiu daquela forma de punir o infrator lhe tirado a liberdade, para que não servisse de exemplo para os demais que conviviam na mesma sociedade.
 O Presídio Nilton Gonçalves destina-se ao recolhimento de presos de ambos os sexos em regime semiaberto e as sentenciados ao regime fechado, Os internos e internos que estão neste sistema prisional, na sua maioria estão envolvidas no tráfico de drogas, homícídios, estupros sendo tal população encarcerada constituída, em sua maioria, por pessoas negras, jovens, pobres e com baixa escolaridade que respondem por crimes contra o patrimônio (roubos e furtos) e pela lei de drogas (porte ou tráfico).
 Existe uma parceria do governo municipal e o serviço social junto ao Presídio Nilton Gonçalves visando a efetivação dos direitos, deveres, e ainda de garantias, assim como as ações sociais, que envolve todo o corpo técnico dos profissionais, tendo relevância o trabalho desenvolvido pelo Serviço Social que está sempre em ativo para as questões relacionada ao acolhimento do usuário e no que se refere aos atendimentos das demandas cotidianas, o assistente social estar atento para as dificuldades enfrentadas pelas pessoas presas no que tange as condições de habitabilidade no cárcere, questões de saúde e de relacionamento entre os internos, pois tudo repercute dentro do pronto-atendimento,uma das funções mais requisitadas aos assistentes sociais.
5
5
 	 Neste sentido para uma pesquisa bibliográfica este assunto é recorrente, mas sempre passível de estudo. Então pesquisar sobre um dos presídios numa das cidades mais violentas da Bahia é interessante. Dentro da realidade do sistema carcerário brasileiro, qual a realidade do Sistema carcerário do Presídio Nilton Gonçalves no sentido de Inclusãoem Vitória da Conquista – Bahia? E qual a importância do Serviço Social na instituição?
 	 Como objetivo geral primou em pontuar e analisar os reais problemas dentro do Sistema carcerário no Presídio Nilton Gonçalves em Vitória da Conquista a inclusão tanto na educação como no mercado de trabalho, e as ações sociais à elas prestados, a partir da prática do assistente social, buscando analisar as condições particulares pré-existentes tanto nas políticas intenas, assim como externas do presídio, como as demandas dos internos e internas.
.	 A pesquisa bibliográfica tem por objetivo conhecer e analisar as dificuldades enfrentadas de inserção dos usuários e atendimentos junto à equipe multiprofissional nas instituições prisionais, tendo como foco o Presídio Nilton Gonçalves em Vitória da Conquista- Bahia mediante as ações diárias executadas pelo Assistente Social assim como as dificuldades enfrentadas pelos agregado(as) e os profissionais envolvidos.
 A metodologia empregada se fez através de leituras, em sites, revistas, livros, artigos e pesquisas inerentes ao tema, com exímios teóricos com vasto conhecimento no tema abordado tanto referente à insanidade mental, como o serviço social nesse contexto.
 Segundo Boccato (2006, p. 266), “a pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando de discutindo as várias contribuições científicas.”. 
 O método e a metodologia definidos para coleta de dados da pesquisa é de cunho bibliográfico qualitativa, que expõe a análise de conceitos e ideias, entende o caminho para a tomada de decisões correta sobre a problemática. A pesquisa descritiva por se tratar de um assunto já conhecido, proporcionando uma nova visão sobre ele. A busca de dos dados coletados foi através da leitura em artigos, pesquisas publicados em sites da web, livros, revistas, blogs, após a leitura foi feito uma análise e interpretação dos dados e informações coletados, para iniciarmos a pesquisa a Lei de Execução Penal (LEP) n° 7.210, de julho de 1984, o Código Civil Brasileiro, Lei 10.406 de janeiro de 2002 e ainda a Política Nacional de Segurança Pública qe a importância da atuação do Serviço Social nas instituições prisionais.
 Sendo assim analisar a falta de condições estruturais para uma vida digna enquanto presos (as)num presídio misto; Relatar os problemas e dificuldades enfrentadas pelas assistidas e Assistentes Social no sistema carcerário em Vitória da Conquista, a partir da realidade brasileira e Identificar movimentos sociais, programas sociais em parcerias com instituições governamentais ou não, na perspectiva de ressocialização e reinserção dos presos(as) na sociedade.
 O Projeto de Pesquisa em foco tem a finalidade de identificar e analisar o Sistema Carcerário, em especial o Sistema Penitenciário Nilton Gonçalves em Vitória da Conquista – Bahia, visto que o índice de criminalidade no município tem crescido assustadoramente nos últimos anos, principalmente no tráfico de drogas, homicídios de jovens na sua maioria chefes de quadrilhas e mulheres fato este em que encarceradas geralmente são penalizadas por tal prática criminosa, elevando assim o número de internas no referido presídio a cada ano. 
 A pesquisa é um caminho para reflexão e discussão na área do Sistema Prisional masculino e Feminino dos próprios profissionais envolvidos no Serviço Social, entre outros, pois a prática cotidiana está relacionada com a análise que o mesmo faz da realidade em que está inserido, e a realidade não permite intervenções prontas e ensaiadas.
 Esta pesquisa será realizada de forma bibliográfica, e tem por objetivo, apontar, analisar, conhecer, proporcionar, identificar, compreender a importância do trabalho social frente as situações cotidianas dentro do sistema prisional brasileiro em foco o Presídio Nilton Gonçalves em Vitória da Conquista –Bahia, as causas do encarceramento dessas infratores(as), quais os programas e projetos existentes dentro do presídio e fora dele , como forma de ressocialização e reinserção na sociedade. 
A opção por uma pesquisa bibliográfica foi feita a partir de levantamentos referências publicadas em livros, artigos, revistas científicas, conforme esclarece Boccato (2006, p. 266): 
 Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um planejamento sistemático do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática, passando pela construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de comunicação e divulgação
 A referida pesquisa foi realizada a partir de artigos científicos, na base de dados SciELO e Google, o livro do Conselho Nacional de Assistência Social, com a abordagem do tema: Sistema Carcerário Condições Carcerária no Presídio Nilton Gonçalves em Vitória da Conquista-Bahia. reunindo metodicamente diversos escritos sobre o relevante tema em artigos e pesquisas que se enquadraram nesses critérios, foi realizada a leitura deles e, posteriormente, uma análise de conteúdo temática. Tais autores retratam bem a condição precária dos nossos sistemas prisionais, bem como a atuação do Assistente Social, na sua prática cotidiana.
2.DESENVOLVIMENTO.
2.1 Percurso Histórico do Sistema prisional Brasileiro. 
 Para aprofundar o conhecimento sobre o tema, uma série de livros e autores sobre o assunto foi pesquisado. Como Foucault e Gofman, que de forma dedicaram-se a escrever sobre o cárcere e suas formas punitivas que ultrapassaram o tempo e estão ainda visíveis na contemporaneidade. 
 Muitas transformações aconteceram ao longo da história e o sistema penitenciário passa por adequações que buscam dar uma resposta positiva a sociedade e as suas normas morais. Hoje, temos no Brasil: a Lei de Execução Penal (LEP) n° 7.210, de julho de 1984, o Código Civil Brasileiro, Lei 10.406 de janeiro de 2002 e ainda a Política Nacional de Segurança Pública que balizam:
“Como ninguém pode prever exatamente o que alguns de nós – nem se quer nós mesmos – faremos no futuro, a incerteza do futuro mantém aberto o juízo da periculosidade até o momento em que quem decide quem é o inimigo deixa de considerá-lo com tal” (ZAFFARONI; 2007 pg. 25; in: O inimigo do Direito Penal). 
 O processo de constituição do sistema prisional feminino ora abordado busca compreender e analisar a situação das mulheres encarceradas no presídio Nilton Gonçalves em Vitória da Conquista, por ser um presídio misto, onde as demandas são diferenciadas, e com isso surgem às dificuldades a serem sanadas, por falta de políticas públicas efetivas, para melhorar esse sistema prisional, visto que a história da prisão está atrelada a sua aplicação, como afirma Goffmam:
Essa realidade faz das prisões uma instituição total, que ao confinar os indivíduos, o isolamento despersonaliza os sujeitos, envolvendo-os totalmente em uma dinâmica de controle quase que absoluto de ser sucumbido à deterioração da identidade pessoal e a degradação da sua própria autonomia. (GOFFMAM, 1974). 
A escolha por esse tão relevante tema se deu a partir de estudos e perceber a necessidade de ser pesquisado, discutido e analisado com base em planejamentos e pesquisas sobre o cárcere feminino.
 	 Dados da Revista Fatos nos fornece os seguintes dados: Na décadade 70, o Estado passa administrar o local em conjunto com a congregação e, a partir dos anos 90, assume por completo a gestão do presídio feminino.
 Ao se falar em encarceramento feminino, é preciso abordar a realidade existente no país, que atualmente ocupa a 4ª posição no ranking mundial sobre o tema.
 De acordo com o levantamento Nacional de Informações Penitenciárias de 2018(dois mil e dezoito) (Infopen), do Departamento Penitenciário Nacional, órgão ligado ao Ministério da Justiça, no período de 2000(dois mil) a 2016 (dois mil e dezesseis), o aumento do encarceramento feminino foi de 656%, bem acima da média masculina, que foi de 293% (duzentos e noventa e três) no mesmo período.
 Segundo o levantamento de 2017 (dois mil e dezessete), existem no país 37.828(trinta e sete mil oitocentas e vinte e oito) mulheres privadas de liberdade. Tendo como maior delito o comércio ilegal de entorpecentes, correspondendo a 62% (sessenta e dois) do total de presas.
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O país tem hoje cerca de 1.070 (um mil e setenta) unidades masculinas, 238 (duzentas e trinta e oito) unidades mistas e 103(cento e três) unidades femininas. No (Rio Grande do Sul (RS), eles estão divididos em 10(dez) grandes regiões, sendo que em apenas 04quatro) tem complexos femininos, totalizando 05(Cinco) estabelecimentos prisionais exclusivos para mulheres em atividade, 17(dezessete) unidades mistas e 74(setenta 
Nas últimas décadas um dos problemas que vem à mídia que tem grande relevância, é a situação dos internos do Sistema Prisional Brasileiro. Esse Sistema apresenta-se como controlador da sociedade civil, impondo limites e impedindo certos tipos de comportamentos individuais e coletivos dos indivíduos que se encontram presos. 
 O Ministério da Justiça, por meio do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, é responsável pela formulação da política carcerária. Este colegiado é o órgão superior de um sistema integrado pelo Departamento Penitenciário Nacional, apoiado pelo Fundo Penitenciário e, nos estados, pelos respectivos conselhos e órgãos executivos. O Brasil tem a quarta população carcerária do mundo, com 607 mil presos ficando atrás apenas de Unidos, China e Rússia.
 O déficit de vagas nas prisões brasileiras é de mais de 250 mil, além de as prisões não terem condições de habitabilidade. A taxa de encarceramento no Brasil vem crescendo 7% ao ano. (DEPEN, 2011). Um exemplo bem claro de controle social do Estado é o encarceramento dos indivíduos com desvios de conduta, tendo como finalidade controlar, coagir e punir o infrator. CANTO (2000) diz que “no sentido penal, a prisão constitui instrumento coercitivo estatal decorrente da aplicação de uma sanção penal transitada em julgado”. 
 No Brasil, em lugar de efetivação de direitos e garantias individuais, a punição se torna uma política pública de contenção social. É possível constatar uma política de encarceramento em massa, sendo que este encarceramento visa excluir o infrator onde é a vez do mais fraco, ou melhor, do de menor poder aquisitivo, àquele que não alisou os bancos da escola o menos favorecido, o negro (a), como bem pontua WACQUANT,2001:
O sistema prisional é parte do conjunto de mecanismos de controle social que uma sociedade mobiliza para punir a transgressão da lei. O significado ideológico do sistema prisional brasileiro muitas vezes é utilizado como instrumento de exclusão ao definir condutas que objetivam conter as classes sociais inferiores. Resolve-se o problema da (in)segurança pública encarcerando indivíduos das classes subalternas, os mais pobres, os desprovidos das políticas públicas e injustiçados pelo sistema econômico e social (WACQUANT, 2001)
 
 Nosso Sistema prisional conta com uma superlotação e as dificuldades de ressocialização do egresso. 
 Os apenados geralmente são submetidos a um tratamento desumano e degradante, tornando - se piores, com asco da sociedade praticando a cada dia crimes bárbaros e mais violentos reforçando ainda mais a sua impotência em relação à ressocialização e redução da criminalidade. 
 No nosso país se a Lei de Execução Penal, fosse cumprida integralmente, certamente propiciaria a reeducação e ressocialização de uma parcela significativa da população carcerária atual. No seu Título I, a Lei prescreve os seus objetivos fundamentais: “a execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado (Art. 1º)” (SARAIVA, 2008, p. 702).
 De fato para que a lei fosse cumprida a polícia, os presídios, as casas de detenção não estariam cheias, mas fica difícil ressocializar, quando o “sistema” vem em contrapartida com solução ou uma decisão demorada, tardia e lenta na execução. E ainda se tem uma forma arcaica de prisão onde o direito fica para quem tem mais, além de superlotados os sistemas carcerários não têm nenhuma condição em espaço físico para melhorar o acondicionamento da população carcerária dentro dessas instituições só se ouve os verbos vigiar e punir. 
 Em Vigiar e Punir Foucault estuda as transformações das práticas penais na França, da época clássica ao século XIX. 
O afrouxamento da severidade penal no decorrer dos últimos séculos é um fenômeno bem conhecido dos historiadores do direito. Entretanto, foi visto, durante muito tempo, de forma geral, como se fosse fenômeno quantitativo: menos sofrimento, mais suavidade, mais respeito e “humanidade”. Na verdade, tais modificações se fazem concomitantes ao deslocamento do objeto da ação punitiva. Redução de intensidade? Talvez. Mudança de objetivo, certamente. Se não é mais ao corpo que se dirige a punição, em suas formas mais duras, sobre o que, então, se exerce? [...] Pois não é mais o corpo, é a alma. À expiação que tripudia sobre o corpo deve suceder um castigo que atue, profundamente, sobre o coração, o intelecto, a vontade, as disposições (FOUCAULT, 1987, p. 18).
A Constituição Federal de 1988 trouxe com ela a proteção social, que passa a incorporar valores e critérios inovadores para o Brasil. Direitos sociais, seguridade social, universalização, equidade, descentralização político-administrativa, controles democráticos e mínimos sociais nortearam, na Constituição Brasileira, “um novo padrão de políticas sociais” (COUTO, 1999).
 Segundo Foucault (1979):
 
Na prisão as redes da dominação e os circuitos da exploração se apóiam e interferem uns nos outros, mas não coincidem. 5 Há ainda entre a razão e a desrazão um jogo de espelhos, uma antinomia simples, o que não existe quando você escreve: "Faz−se a história das experiências feitas com os cegos de nascença, os meninos−lobo ou a hipnose. Mas quem fará a história mais geral, mais vaga, mais determinante também, do exame... Porque nesta técnica sutil se encontram engajados todo um domínio de saber, todo um tipo de poder" (Foucault 1979, p.80)
 Por falar em técnica, corroborando com Foucault, é imprescindível a presença dos técnicos no sistema prisional, médicos, enfermeiras, psicólogos e ainda o Assistente social que o primeiro dentro da unidade a receber, a fazer a escuta do infrator.
 Para compreender, mesmo que sinteticamente, o sistema penal brasileiro na atualidade e a trajetória de ex-presidiários no pós-cumprimento da pena é necessário analisar aspectos importantes do contexto sócio-histórico do sistema punitivo no que tange a questões econômicas e políticas mais gerais. Entende-se que o aprisionamento sempre fez parte da trajetória histórica da humanidade, porém o tratamento dispensado sobre os chamados “criminosos” foi adquirindo diferentes configurações até chegar ao modelo atual de apreensão da pena privativa de liberdade como grande invenção de controle social. 
 Tal modelo tem sua criação a partir do século XVII com a emersão da sociedade industrial e o consequente desenvolvimento da sociedadecapitalista, em que as condições de pobreza e miséria se expandiam por todo o continente Europeu. Assim, os primeiros movimentos voltados para a privação de liberdade são realizados na Holanda e Inglaterra com a criação das “House of Corretion” ou “Workhouses”, modelos de prisões, que tinham por objetivo a reeducação dos “delinquentes” através da disciplina e trabalho
socialmente úteis, regulando a sua utilização de acordo com as necessidades de valoração do capital. 
 Segundo Julião, o objetivo fundamental dessas instituições de trabalho, além de servir como meio de controle dos salários, reforçadas, especialmente no caso holandês, pela ideologia religiosa calvinista, era de que o trabalhador aprendesse a disciplina capitalista de produção. Serviam como instrumento de dominação, tanto no aspecto político como econômico e ideológico, impondo a hegemonia de uma classe sobre a outra, eliminando, consequentemente, toda possibilidade de surgir uma ação que ponha em perigo a homogeneidade do bloco de dominação socioeconômica (2012, p.44). Dessa forma, a razão econômica foi um fator de grande importância na transformação da pena privativa de liberdade e é somente a partir do século XVIII que esta passa a ser reconhecida, de forma definitiva, à substituição da pena de morte. 
 Além disso, as casas de detenção e presídios dão origem, juntamente com a sua população carcerária, ao que hoje chamamos de Sistema Penitenciário. Mediante o que foi mencionado, entendemos que a burguesia teve o seu poder legitimado à medida que o capitalismo tornou-se o modo de produção dominante, sendo as relações sociais pautadas na desigualdade e contradições de classe. 
 Tal desigualdade pode ser evidenciada pela acumulação de riqueza e lucro por parte do capitalista e da pobreza vivida pela classe trabalhadora. Embora o modo de produção da sociedade capitalista neste período de transição da prisão-custódia para prisão-pena estivesse pautado na livre concorrência das indústrias e sua expansão comercial demonstrasse um importante desenvolvimento econômico, houve a necessidade de conquistar novos espaços para investimento do capital e consumo, que ultrapassassem a exportação de mercadorias. 
 Com isso, gradativamente, a fusão e a internacionalização de significativos setores produtivos e bancários deram origem aos grandes blocos capitalistas. Os trustes e os cartéis passaram a comandar a concorrência, expulsando do mercado os capitais pequenos, com o objetivo de controlar o mercado para o acréscimo do lucro – configuração de uma forma ampliada de concorrência, visando aos superlucros (FORTI, 2010, p. 49). 
 Para esta forma ampliada de concorrência definida por associações, dá-se o nome de capitalismo monopolista. 
 De acordo com Netto (2007, p. 20), “a constituição da organização monopólica obedeceu à urgência de viabilizar um objetivo primário: o acréscimo dos lucros capitalistas através do controle dos mercados”, forçado, ou seja, visavam tornar a população de “delinquentes”.
 Sobre o fazer técnico, observamos que há muitas vezes uma tendência em incrementar os processos de criminalização6, acompanhado da tentativa de redefinir o lugar do profissional no espaço prisional. 
 As intervenções estão se tornando cada vez mais práticas isoladas que carregam forte conteúdo de valores pessoais e crenças que acabam dando certo limite para a extensão da ação. À primeira vista, as conseqüências do que foi exposto, produz o fazer técnico com ações indefinidas, tanto na produção da neutralidade técnica, quanto na articulação de redes de controle social.
 Ao abordar o termo prisão, vem a tônica a atual situação do Sistema Penitenciário Brasileiro - suas mazelas como superlotação, falta de alimentação adequada, precário sistema dos serviços de saúde, projetos e programas de inclusão social - e o cumprimento à Lei de Execução Penal n° 7. 210 de 11 de julho de 1984. 
 O conceito relacionado ao vocábulo pena existe desde o surgimento das primeiras civilizações, sendo que cada uma tem a sua forma de punir quem pratica um erro, ou até mesmo pelo ato de preservação da espécie. Pena vem do latim (poena), e com derivação grega (poiné) que tem como significado dor, castigo, punição, expiação, penitência, sofrimento, trabalho, fadiga, submissão, vingança e recompensa. 
Termos identificados no sistema penitenciário que vão desde o processo administrativo dentro das celas, às expressões sociais até a sonhada liberdade. É preciso reconhecer que muitas transformações já ocorreram. Para se ter uma ideia, no século XVII os infratores da ordem social eram jogados à sorte divina ou de qual crença tivessem. 
Era na Idade Média que os calabouços, masmorras e as fortalezas serviam de depósito para quem infringisse algum mandamento da época. 
Neste mesmo período, percebemos a influência da Igreja Católica que julgava os então presos e os recolhiam nos conventos e mosteiros. A medida era necessária para que se houvesse um reencontro com Deus, para perdão dos pecados e retorno para a sociedade. Oliveira (2003) destaca que pouco se sabe sobre as prisões primitivas. 
Mas que é possível encontrar relatos de locais totalmente subumanos, pois a condição econômica da época não se permitia a construção de um espaço. Homens e mulheres eram isolados em caixas cavadas na terra, largados debaixo de sol e chuva até apodrecerem. 
Em seus estudos de Goffman (1974) relaciona as semelhanças entre uma masmorra, um convento, um navio em alto mar, e até mesmo um campo de concentração nazista. 
A forma de segregar, desculturar1 em sua totalidade era explicitamente discutida pelo autor, que classificou esse sistema como uma Instituição Total. Outro clássico autor que estudou e descreveu com maestria o surgimento das prisões no mundo é Michel Foucault. 
O autor afirma que as questões disciplinares fazem parte do contexto social desde os conventos, e posteriormente seguindo para os exércitos. 
O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento de suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto mais útil, e inversamente. (FOUCAULT, 1999, p. 119) 
Neste sentido, observa-se uma vontade política aliada ao sistema das prisões. O ser humano passa ser um objeto capaz de sofrer transformações e de ser disciplinado a partir da concepção de um determinado grupo. O autor aponta que: 
uma observação minuciosa do detalhe, e ao mesmo tempo um enfoque político dessas pequenas coisas, para controle e utilização dos homens. Sobem através da era clássica, levando consigo todo um conjunto de técnicas, todo um corpo de processos e de saber, de descrições, de receitas e dados. E desses esmiuçamentos, sem dúvida, nasceu o homem do humanismo moderno (FOUCAULT, 1999, p. 121) 
 A história do sistema prisional pelo mundo revela faces que vão desde período vingativo penal até o pensamento de crime contra o “sagrado”, repressão criminal, intimidações, humanitário, até chegarmos à contemporaneidade que prega a intimidação, mas com caráter de inclusão social, ou ressocializador do preso, previstas nas linhas da legislação nacional.
a lei processual de caráter repressivo. 
Com a Proclamação da República em 1889, notou-se a necessidade de transformação da legislação vigente, uma vez que, já se passavam 60 anos do Código do Império e o mesmo não respondia mais a realidade social da época. Neste sentido, o sistema de prisão ganha suas especificações mais abrangentes com o Código Penal de 1890, que previa a reclusão, prisão celular, trabalho forçado e diferenciado por estabelecimentos prisionais e marca as novas tendências penais da Primeira República. 
É justamente deste período para cá, onde temos em caráter legal asdiretrizes penais, é que temos registrado inúmeros casos de atrocidades e de violação aos direitos humanos dentro dos presídios do Brasil. 
Como exemplo, o maior hospício brasileiro localizado na cidade Barbacena, em Minas Gerais. Colônia, como era chamado pelo Governo Federal, foi um local de horrores e violência que abrigava desde pessoas com ou nenhum transtorno mental, delinquentes, mulheres acusadas de adultério, mendigos, crianças, idosos e todo tipo de gente que a sociedade não aceitava, que não se enquadrava nos padrões da época, e que foram evidenciados no livro da jornalista Arbex (2013). O sistema penitenciário do Brasil ganha novo olhar em 1983 quando temos convertida a Lei n° 7.210 de 11 de julho de 1984, na atual Lei de Execução Penal (LEP). 
Uma iniciativa do então Ministro da Justiça, Ibrahim Abi Hackel. A LEP tem como princípios dois fundamentos: cumprimento das sentenças e a criação de instrumentos humanos que promovam a ressocialização da pessoa privada de liberdade proporcionando a sua inserção ao convívio social. Mas, nem tudo é como ditado em Lei. 
Reportagens e documentários traduzem o funcionamento do sistema penitenciário brasileiro e mostram que a tortura, punições, mortes e
violações de direitos humanos são comuns, e muitas vezes aceitos socialmente como forma de correção do indivíduo que praticou um crime. Com destaque para os jornalistas Roberto Cabrine, Isabela Assumpção, Janaina Garcia e Gabriela Fujita que produziram matérias sobre o massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, na então Casa de Detenção de São Paulo. E ainda o documentário de cerca de 2 horas e 40 minutos produzido com a ajuda dos próprios sobreviventes do massacre, direção Paulo Sacramento e produção de Gustavo Steinberg e Paulo Sacramento. 
A Casa de Detenção de São Paulo, o desativado e conhecido Carandiru, unidade prisional inaugurada em 1920, deixou marcas profundas na vida de dezenas de famílias de presos e colocou o Brasil em evidencia mundial pela chacina de 111 pessoas ocorridas em 1992. Dados mais recentes do Anuário Brasileiro de Segurança Pública/2015, divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em outubro do mesmo ano, mostra que em 2014 a população carcerária brasileira chegou a 607.373 pessoas, e que a Federação investiu cerca de R$ 71,2 bilhões na segurança pública nacional. Comparado aos números divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça, houve entre 1990 e 2014 um crescimento da população carcerária brasileira de 213,1%. 
No Tocantins, de acordo com dados divulgados no site oficial da Secretaria de Estado da Defesa e Proteção Social (Sedeps), em 2015, tem-se um sistema de reclusão no Tocantins entre homens e mulheres provisórios, sentenciados e no semiaberto uma população de 2.950 pessoas. Deste total, 92% provisórios do sexo masculino e 8% feminino.
 Para o sistema fechado temos 96% de detentos homens e 4% de mulheres; 7% do público feminino cumpre sentença no semiaberto e 97% são do sexo masculino nesta modalidade. A partir dos acontecimentos dos últimos anos, o Brasil de torturas e porões de sofrimento segue desrespeitando os acordos firmados.
 Como exemplo, a Declaração de Direitos Humanos, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 10 de dezembro de 1948, afirma em seu Artigo 5° que ninguém poderá ser submetido a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Para tanto, é preciso destacar que o crime de tortura é uma violação aos direitos humanos, e que o Brasil, apesar de ser signatário de tratados e convenções continua registrando com frequência casos desta natureza. 
Além da Declaração dos Direitos Humanos, há também no Brasil a Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes de 1975, ratificada a partir de 1989. Faz-se necessário destacar que são inúmeros os casos de maus tratos aos presos no sistema penitenciário brasileiro, mesmo tendo editado na LEP, em seu Artigo 11, a garantia da assistência material, de saúde, jurídica, educacional, social e também religiosa à pessoa privada de liberdade. 
O Brasil, apesar de ser signatário de vários tratados e acordos que buscam a garantia da integridade física e moral das pessoas privadas de liberdade, enfrenta uma série de dificuldades administrativas com relação ao sistema penitenciário, e a superação do preconceito com relação as pessoas que se envolveram em práticas criminosas.
2.2 A REALIDADE DO PRESÍDIO NILTON GONÇALVES EM VITÓRIA DA CONQUISTA.
 Em se tratando da terceira cidade da Bahia, com uma população carente e que tem quase 400(quatrocentos mil )habitantes e fica às margens da BR 116, ligando Conquista a São Paulo, não é de se estranhar os números alarmantes de mortes por tráfico de drogas e de presidiários que são internos nos dois presídios na cidade.
O presídio Nilton Gonçalves aqui em Vitória da Conquista ja foi palco de superlotação essa situação é notória.
Numa entrevista concedida ao Jornal Metrópole onde o Deputado Estadual Herzem Gusmão (PMDB) classificou a situação do presídio de Vitória da Conquista como absurda. “O novo presídio tem mais de 800 vagas, sendo 500 para homens e 300 para mulheres, e está pronto, mas o governo não entrega. O pior é que o atual presídio, Nilton Gonçalves, está com superlotação. É inaceitável”, criticou. 
 Depois de muitas discussões e cobrança por parte do municipal, assim como da sociedade civil, meia de comunicação e serviço social, inaugura-se o novo presídio com as presenças do Secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia, Doutor Nestor Duarte, do Chefe de Gabinete, Doutor Carlos Sodré, e Superintendentes, a SOCIALIZA inaugurou no dia 22/08/2016 o Conjunto Penal de Vitória da Conquista no município do sudoeste baiano. O estabelecimento penal custodiará 750 (setecentos e cinquenta) homens nos regimes provisórios e fechados que se encontram privados de sua liberdade, atendendo, deste modo, 32 (trinta e duas) comarcas da região.
 Portanto, com esse novo presídio, o Presídio Nilton Gonçalves custodiará com o regime semi aberto masculino e feminino em 03 módulos, sendo que a ala feminina fica em um módulo. Com uma capacidade, segundo dados do dia 19/05/2020 da SEAP hoje a capacidade do Nilton Gonçalves é para 187 (cento e oitenta e sete) presos, estando com 82(oitenta e dois) em regime semi aberto sendo que 19(dezenove) mulheres em regime semi aberto e mais duas internas condenada, perfazendo assim um total no nesta data com 103 (cento e três internos). O novo presídio deu uma desafogada no antigo presídio, mas mesmo assim o as condições do espaço físico não condiz com as necessidades dos presos, condições sanitárias em péssimas condições, alimentação não é de qualidade, sempre acontece mortes, estupros e outros maus tratos dentro do presídio, condições estas que desumanizam, não é por que comete-se um deslize, um crime que deve se tornar um animal.
Não poderia ser diferente, a ressocialização não aconteceu, visto que estas mulheres se sentiram desprezadas ao serem hostilizadas e trancafiadas em presídios. O ambiente, a convivência social e o desejo de ressocialização precisam ter o mesmo enfoque, um ser subsídio do outro, como elucida Lucien Auger (1992, p.20).
2.3 INCLUSÃO E PROJETOS SOCIALIZADORES NO PRESÍDIO NILTON GONÇALVES.
Tem-se por conceito de inclusão social é o conjunto de meios e ações que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocada pelas diferenças de classe social, educação, idade, deficiência, gênero, preconceito social ou preconceitos raciais. Inclusão social é oferecer oportunidades iguais de acesso a bens e serviços a todos.
Sendo assim a inclusão educacional parte do pricípio do artigo 205 da Constituição Federal onde reza que todos têm direito a uma educação de qualidade. Dessa forma, a inclusão social é importante, pois combate a segregação social e viabiliza a democratização de diversos espaços e serviços para aqueles que não possuem acesso a eles.
 Existemvários programas e projetos de ressocialização dentro do presídio Nilton Gonçalves, desde aprender a aprender, muitos(as) já saem e voltam depois da aula, como aulão para o Enem, por exemplo: Na manhã de 13 de dezembro de 2019 foi realizada a solenidade de entrega dos certificados do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para Pessoas Privadas de Liberdade (ENCCEJA-PPL). 
 O exame, aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é direcionado àqueles que não concluíram os estudos na idade adequada e serve como oportunidade para obter os certificados do ensino fundamental e médio. O participante deve ter, na data da aplicação, no mínimo 15 anos de idade, para certificação do fundamental, e pelo menos 18 anos, para o ensino médio.
O Prefeito Herzem Gusmão é a favor da ressocialização em entrevista o mesmo parabeniza os internos.
 A inclusão na escola tem como principal objetivo acolher e dar a possibilidade de todas as crianças e adolescentes e adultos terem o direito deles garantido, que é a educação desde o ensino base até o ensino médio, independentemente da classe social, condição psicológica ou física.
Segundo Paulo Freire grande expoente da educação brasileira, 
a escola é o espaço onde se dá o diálogo entre os homens, mediatizados pelo mundo ao redor, surgindo daí a necessidade de transformação do mundo. Não devemos chamar o povo à escola para receber instrução, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições, mas para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de pura experiência feita, que leve em conta as suas necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história (...). Freire, 1980. 
Freire considera a escola como um espaço político para a organização popular. 
Numa perspectiva realmente progressista, democrática e não arbitrária, não se muda a “cara” da escola por portaria. Não se decreta que, de hoje em diante, a escola será competente, séria e alegre. Não se democratiza a escola autoritariamente. A administração precisa testemunhar ao corpo docente que o respeita que não teme revelar seus limites a ele, corpo docente. A administração precisa deixar claro que pode errar. Só não pode é mentir. (Freire, 1980).
Com a finalidade de orientar a organização dos sistemas educacionais inclusivos, o Conselho Nacional de Educação – CNE publica a Resolução CNE/CEB, 04/2009, que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado – AEE na Educação Básica. Este documento determina o público alvo da educação especial, define o caráter complementar ou suplementar do AEE, prevendo sua institucionalização no projeto político pedagógico da escola. 
O caráter não substitutivo e transversal da educação especial é ratificado pela Resolução CNE/CEB n°04/2010, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e preconiza em seu artigo 29, que os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado - AEE, complementar ou suplementar à escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. 
O Decreto n°7084/2010, ao dispor sobre os programas nacionais de materiais didáticos, estabelece no artigo 28, que o Ministério da Educação adotará mecanismos para promoção da acessibilidade nos programas de material didático destinado aos estudantes da educação especial e professores das escolas de educação básica públicas. 
A fim de promover políticas públicas de inclusão social das pessoas com deficiência, dentre as quais, aquelas que efetivam um sistema educacional inclusivo, nos termos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, instituiu-se, por meio do Decreto n°7612/2011, o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite. 
 Nesses direitos estão os exluídos da sociedade por terem cometido crimes muito cedo, na maioria das vezes, e por conta da desigualdade social outras questões sociais, esses egressos não tiveram condições de se qualificarem, nesse momento de resocialização, surgem as oportunidades de fazê-lo a tempo e consenso.
 O Prefeito Herzem Gusmão é a favor da ressocialização em entrevista o mesmo parabeniza os internos.
 “Não é de hoje que sou sensível à causa dos encarcerados e a própria Bíblia pede para lembrarmos-nos dos presos, como se estivesse presos com eles. Eu estou muito feliz. Nós sabemos que foi uma feliz iniciativa do Governo do Estado com a parceria da nossa gestão. Mas tudo que vem acontecendo em nossa cidade são, principalmente, as bênçãos de Deus sendo derramadas em nossa terra.
Baixamos os índices da dengue e vocês já deram uma parcela significativa de contribuição. Não fossem vocês nós não teríamos Palmas para Conquista. Nós tentávamos começar o programa e não conseguíamos, mas vocês viabilizaram. Muito obrigado pelo que vocês estão fazendo pela cidade”
Encontrar meios educacionais em que o agente modificador seja o currículo escolar, com um olhar voltado para a realidade do aluno, na espera de uma política pública escolar inclusiva para todos.
Apresentar-se através de um estudo da trajetória da educação inclusiva, ações e estratégias dos alunos com necessidade especiais, sabendo que se necessita do preparo escolar.
O projeto curricular é o que norteia os objetivos e espera uma ação correta para pôr em prática os objetivos. Sugere-se buscar tudo aquilo que é necessário ensinar em um espaço educacional.
O currículo orienta como, o que e quando ensinar e avaliar. O entendimento de currículo abarca desde os aspectos básicos até os técnicos. Refere-se também, a todo o aprendizado que será oferecido ao aluno em certo curso.
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Em relação ao currículo inclusivo, é baseado em técnicas voltadas para a transmissão do aprendizado do aluno. Os conteúdos devem ser selecionados de maneira crítica, contextualizando diretamente com a realidade.
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2.4 O SERVIÇO SOCIAL NO SISTEMA PENITENCIÁRIO: ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL.
Um processo que merece destaque no processo histórico do Serviço Social é a retomada da Igreja Católica, que tinha perdido muito campo de atuação, após isso a igreja passou a se organizar por meio da chamada Ação Católica e depois pela Ação Católica Brasileira (ACB). Sobre essa questão Aguiar (2011) alerta que a missão da Ação Católica sempre foi divulgar a doutrina da Igreja, em busca de uma reforma social divulgando a ideia de mudança social. Iamamoto (2013) refere que: 
Como profissão inscrita na divisão do trabalho, o Serviço Social surge como parte de um movimento social mais amplo, de bases confessionais, articulado à necessidade de formação doutrinária e social do laicato, para uma presença mais ativa da Igreja Católica no “mundo temporal”, nos inícios da década de 30. Na tentativa de recuperar áreas de influências e privilégios perdidos, em face da crescente secularização da sociedade e das tensões presentes nas relações entre Igreja e Estado, a Igreja procura superar a postura contemplativa (IAMAMOTO, 2013, p. 18). 
Uma breve retomada histórica nos mostra que nos anos de 1930, no Brasil quem estava no poder era Getúlio Vargas. As oligarquias de Minas Gerais e São Paulo tomavam o poder, se alternando, mantendo na presidência da república líderes políticos que defendiam seus próprios interesses. Getúlio assume o poder de modo autoritário. 
O Estado tomou a dianteira no comando da política econômica e social, alicerçando a ampliação e consolidação das bases industriais no país. Vargas assumiu luta em prol do declínio do poder oligárquico e da construção das bases para o surgimento de um poder burguês industrial (FORTI, 2013, p.97).
Segundo Werneck (1998), a ideia de inclusão é voltada para uma sociedade que aceita a diversidade e que está preparada para acolhê-la. Ou seja, este meio social está preparado para conviver com diferentes tipos de atividades ou de relacionamentos, atendendo as necessidades de cada cidadão, que vai das maiorias às minorias. 
Dentro do sistema penitenciário também é necessário ter a ideia do trabalho voltado para a inclusão do indivíduo em sua diferença, mas voltado também para a sociedade que vai recebê-lo. 
É preciso ter a sensibilidade de trabalhar com os diferentes grupos e assim prepará-los para este convívio, o que requer confiança. Na Lei de Execução Penal, em seu Título I, temos o objeto central e sua aplicação. 
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal. Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. 
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política. 
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança. A obrigatoriedade da atuação do assistente social no Sistema Penitenciário Brasileiro se dá com publicação da Lei de Execução Penal, em julho de 1984.
 
 Nesta Lei, são destacadas as atribuições o assistente social quanto dos demais profissionais que formam a rede de atendimento aos internos. São competências profissionais do Assistente Social, de acordo com o Artigo 4° da Lei 8662: 
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares; 
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; 
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população; IV - (Vetado); 
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos; 
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; 
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais; 
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo; 
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade; 
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social; XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades. (LEI 8662, Artigo 4º) 
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 Com esta pesquisa de campo foi possível entender a visão dos profissionais em Serviço Social que atuam na equipe multiprofissional dentro de um 
sistema penitenciário de Palmas, sobre sua atuação frente ao cárcere e sua contribuição dentro do processo de inclusão social da pessoa privada de liberdade. 
 Observa-se que as competências profissionais frente ao processo de inclusão social da pessoa privada de liberdade, o Assistente Social dentro do sistema prisional que trabalha, avaliando sua atuação, e a inclusão social como sentindo final de sua intervenção. [...]Tudo que é solicitado pelos internos, por meio dos bilhetes, é direcionado ao Serviço Social. 
A parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social juntamente com o Diretor, e a Serviço Social da instituição é fundamental e pertinente, visto que a assistente Social não está a serviço neste sistema prisional só na hora do acolhimento dessa cidadã infratora, só para fazer encaminhamentos, preencher formulários, ou visitas domiciliares às famílias das internas. A sua teoria /prática/profissional, vai muito além. De acordo com os incisos do artigo 23 da LEP, a finalidade da assistência social é preparar as então detentas para o retorno à liberdade:
 
 I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
 II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido; 
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias; 
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação; 
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
 VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho; 
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima. 
 Nesse contexto, ALVES (2017) afirma que a finalidade social da punição dos presos seria de regenerar, reabilitar os mesmos, no sentido de promover a inserção dos indivíduos, porém a maneira como conduzem e controlam o poder público geram contrastes com a realidade dos presídios, pois estes são marcados por superlotações, ficando o apenado a mercê de seus direitos sem nenhuma alternativa de reintegração na sociedade, sociedade esta que os exclui completamente, fazendo com que os seus direitos não sejam aplicados na prática.
 Insta lembrar que a lei de nº 7.210 em seu art.22 relata que a assistência social tem por intuito de proteger o preso e ajudá-los no sentido de inseri-los no meio social. 
 No art.23 aborda sobre as atribuições das atividades profissionais do assistente social comentando que este deve saber a respeito dos resultados de exames e diagnósticos dos presos, descrever por escrito ao diretor do presídio a respeito das dificuldades e os problemas que estes estejam enfrentando, observar o resultado no que tange as permissões de saídas como também das saídas temporárias, promoverem espaços de entretenimento, orientar o preso quando a finalização da pena fazendo com que a volta à liberdade seja mais fácil ao indivíduo, disponibilizar documentos, os diversos benefícios sociais, como também ajudar e orientar a família do preso.(BRASIL,1984)
 O Assistente Social dentro da instituição se depara com várias atribuições, entre elas está o de acolher, escutar dinamizar as ações socioculturais, encaminhamentos para hospitais, emissão de documentos pessoais e ainda fazer a ponte entre família e interno, nas mais variadas demandas cotidianas. 
Portanto, temos a expectativa que ora nos proporciona é de um estudo mais instigador, por ser um problema pertinente em nossa sociedade, o Sistema Carcerário em Vitória da Conquista e o fazer profissional do Assistente Social requer novas mudanças com medidas propositivas capazes de alcançar as instâncias superiores e provocar substanciais alterações das políticas públicas e sociais referentes aos direitos dos infratores presos tanto no que diz respeito ao espaço físico, quanto ao respeito ao ser humano dentro do sistema prisional, só assim o assistente social. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
 
 O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCCII), apresentou como tema O Serviço Social na Educação em tempos de inclusão. O mesmo Por objetivo geral destapesquisa busca associar, descrever, entender, e analisar a atuação Assistente Social, seu fazer profissional no acolhimento do aluno incluso. 
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 Um tema relevante, como este têm que ser pesquisado e abordado contantemente, por envolver questões sociais, dignidade humana e Sistema Penitenciário inclusão e o Serviço Social, visto que a contribuição do assistente social no 
enfrentamento das questões sociais é bastante preponderante em si tratando de pessoas comuns, assim devemos dar ênfase aos projetos de lei e a política prisional e a atuação do Assistente Social nesse âmbito de exclusão social tornam-se relevante e pertinente à pesquisa.
 Portanto, as mudanças aqui expressas são resultado de discussões no âmbito do Conjunto CFESS/CRESS, em especial na temática da ética e dos direitos humanos. Estes instrumentos normativos, que ora reapresentamos, são a materialização do Projeto Ético-Político profissional, pois segundo o Código de Ética da Profissão: 
Nestas décadas, o Serviço Social experimentou, no Brasil, um profundo processo de renovação. Na intercorrência de mudanças ocorridas na sociedade brasileira com o próprio acúmulo profissional, o Serviço Social se desenvolveu teórica e praticamente, laicizou-se, diferenciou-se e, na entrada dos anos noventa, apresenta-se como profissão reconhecida academicamente e legitimada socialmente. 
A dinâmica deste processo que conduziu à consolidação profissional do Serviço Social materializou-se em conquistas teóricas e ganhos práticos que se revelaram diversamente no universo profissional. 
	Neste presente trabalho foi relatado um breve histórico do ssistema prisional e sua leis, assim como o papel do assistente social, dentro do presídio Nilton Gonçalves, nas articulações dos programas de ressocialização dos egressos. O método e a metodologia empregados foram bibliográficos, embasados em livros, revistas e sites como Scielo, google, MEC, CRFSS, CRSS, dentre outros citados na bibliografia.
Alguns autores como Foucault, Werneck (1998), (IAMAMOTO, 2013, p. 18). Freire, dentre outros foram que nos nortearam para realização desse trabalho.
 Tendo em vista que, a Lei de Execução Penal em seu artigo primeiro visa à integração social dos condenados e demonstra no artigo décimo a preocupação por parte do Estado com as medidas de assistência material, saúde, religiosa, jurídica, educacional e social a estes, estendendo assim os direitos constitucionais aos presos, buscando-se então a chamada “ressocialização” . 
 Contudo, entende-se que “está na hora de se admitir que [...] a tão proclamada ‘ressocialização’ do infrator não passa de uma impostura, ou, de propaganda enganosa de um sistema de justiça criminal que foi idealizado para punir o pobre, nada mais do que isso”. (TEIXEIRA, 2007, p.23) .
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 As medidas de assistência também se estendem aos processos extramuros, ou seja, a volta do apenado para o convivo na realidade social, quando o 
preso torna-se egresso. 
 Classifica-se por egresso (art. 26 da LEP) para efeito do programa de assistência, o liberado definitivo pelo prazo de prova de um ano a contar da saída do estabelecimento e o liberado condicional no período de prova. Partindo de tais perspectivas, a assistência ao egresso possui por características principais a orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade e a colaboração pelo serviço de assistência social para obtenção de trabalho. 
Todos estes serviços são implementados pelos programas de apoio aos egressos criados no Brasil a partir do ano de 1990, que ocorreu em conformidade com a Campanha da Fraternidade desenvolvida em 1997 cujo lema era “A Fraternidade e os Encarcerados”, além da liberação por parte do Ministério da Justiça nos anos 2000 de financiamentos públicos para projetos de redução de violência (ibidem, p.94). 
Entretanto, muitos dos programas criados para os egressos não são efetivamente desenvolvidos pelos entes federativos, seja pela quantidade de presos ou pelo caráter neoliberal de incentivo a criação de ONG’s, transferindo responsabilidades do Estado – principalmente no âmbito social – para a iniciativa privada e sociedade civil. 
Segundo o pensamento de Madeira (2008, p.148) percebe-se que estes programas visam à reinserção social de egressos, calcados no trabalho, na escolarização e na profissionalização como forma de retorno à sociedade. 
Esses programas focalizam egressos, visando à redução dos índices de reincidência, e têm certa efetividade, embora restrita, haja vista a pequena população abrangida, e as dificuldades de colocação no mercado de trabalho e educação para esta parcela populacional.
 Nesse sentido, entendemos que o Serviço Social tem sido uma das profissões demandadas para executar esses programas e projetos, com ações voltadas Os dados revelaram que a trajetória da saúde foi marcada por muitas reivindicações e também por avanços e retrocessos, na mesma medida, houve avanços também na trajetória do serviço social, que como profissão saiu de uns práticos ligados a igreja como caridade e assistencialismo, para posteriormente se pautar nos princípios do código de ética. 
Neste TCC a análise foi feita de forma crítica, a partir da metodologia do Materialismo histórico dialético. Os dados demonstram que o assistente social é um profissional muito importante, seja devido a sua atuação em equipes interdisciplinares e na rede intersetorial, seja pelo projeto ético-político, que revela princípios relevantes e contribuem para a atuação nas diversas políticas inclusive de saúde. 
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Por fim, salienta-se que a construção deste TCC e toda a trajetória de formação profissional me possibilitou refletir sobre a importância de uma atuação ética e comprometida com os valores profissionais e com a visão do cidadão como sujeito de direitos e não meros infratores que não possam ser passíveis de ressocialização e incersão na sociedade.
4 . REFERÊNCIAS
ALVES et al, 2017. Prisão na contemporaneidade: Espaço Social-Ocupacional de Atuação do Assistente Social. Revista elaborar Vol. 4, ano 5, n.1, 2017, ISSN 2318-9332
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 Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de(1941). Diário Oficial da União. Brasília, DF, 13 out. 1941. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3688.htm>. Acesso em: 18 jan.2014. 
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MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais: teoria geral, comentário aos arts. 1o ao 5o da CRFB, doutrina e jurisprudência. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
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 Por Carine do Carmo (estagiária), com supervisão de Vanda Amorim - DRT/PE 1339, 03/12/2018 15:55
 
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