Empreendedorismo na Escola Austríaca de Economia - Israel Kirzner

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Sofia Tolosa Primo – 2018.1.39.012
Resenha 2 - Empreendedorismo na Escola Austríaca de Economia
A literatura cientifica se desenvolveu melhor após a publicação da obra “Competição e atividade empresarial” de Israel Kirzner em 1973. Para Kirzner. concorrência e empreendedorismo são dependentes um do outro. Além disso, o autor confronta as principais ideias de J. Schumpeter. Para ele, o mercado é um processo da realidade que nunca se encontra em equilíbrio e o empreendedor é uma peça fundamental do sistema e que aproveita as oportunidades para desenvolver seus planos individuais, contribuindo para o equilibrio. Kizrner chama isso de 'estado de alerta''. Para ele, o empreendedor puro geralmente não tem recursos como produção ou capital. Diferente de outros autores, Kirzner difere o empreendedor do capitalista, sendo um ser imaginário. Porém. o empreendedor é rico em conhecimentos, habilidades, experiência etc. Para ele, a descoberta empreendedora surge do nada e o empreendedorismo, do estado de alerta (prontidão para aproveitar as oportunidades de lucro). Para os outros autores, para conseguir aproveitar uma oportunidade o homem precisa estar atento e saber agir no momento certo. Para Mises o ato de agir e aproveitar uma oportunidade é um comportamento inconsciente, "passivo, mas alerta". Portanto, o foco principal da teoria citada no artigo é a percepção da oportunidade de lucro. Para Kirzner as oportunidades já existem. Para Rothbard as oportunidades ainda não aconteceram, são futuras. Para White as oportunidades só podem ser consideradas oportunidades depois de terem dado certo. Para Klein, as oportunidades só existem após terem dado lucro. 
Levando em conta que no mundo capitalista que vivemos o lucro é uma peça fundamental, a teoria de Klein faz sentido. Já que para cada pessoa pode existir uma ideia de oportunidade que em sua visão é uma boa oportunidade, mas quando posta em prática, nem tanto. Portanto, a ideia de que para uma oportunidade ser realmente vista como “oportunidade” é preciso ter lucro, pode ser uma teoria realista ao nosso contexto. Mas, levando em consideração que cada empreendedor vive uma realidade diferente, não podemos simplesmente concordar com tal teoria. Desse modo, excluiríamos todas os fatores externos que influenciam cada "oportunidade" para dar certo ou não (dar lucro ou não), o que não seria correto. 
Isso nos leva à próxima discussão: a incerteza. De início, Kirzner via a incerteza como uma variável que não deveria ser incluída em sua teoria, o que não faz muito sentido se pensarmos na vida real: o empreendedor corre riscos a todo momento, é rodeado de incertezas, como não levar esse fato em consideração? Mas, logo depois ele reconhece que essa variável deixaria sua análise mais interessante e complexa. Na ótica kirzneriana a incerteza só é interessante quando ligada ao tempo e à arbitragem. Para ele, a arbitragem é o puro conceito de empreendedorismo. Klein, ao contrário, fundou uma abordagem própria que diz que o empreendedorismo é feito de incertezas quando os acontecimentos futuros são incertos Para Lachmann, a ideia de incerteza é mais forte tendo em vista que as condições de ação mudam a cada dia e que o passado não serve de parâmetro para o futuro. Na mesma linha de pensamento, Rothbard fala de empreendedorismo e risco como se fossem a mesma coisa. 
Por fim, o conceito de 'risco' é abordado tendo várias opiniões divergentes. Para a maioria. o empreendedor corre risco a qualquer momento, mesmo não tendo investido capital próprio, já que o recurso tempo e esforço mental e físico são julgados importantes (custo oportunidade). Mas, Kirzner acredita que o empreendedorismo não é um recurso, por isso, o custo oportunidade citado acima não existe.