Buscar

Parte 2_2 - Introdução à Escola Austríaca

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO À 
ESCOLA AUSTRÍACA
Prof.: Christian Vonbun
Prof.: Ubiratan J. Iorio
1
Bibliografia
• Holcombe, Randall G. An Advanced Introduction to The 
Austrian School of Economics. Elgar, 126p.
• Iorio, Ubiratan J. Ação, Tempo e Conhecimento: A Escola 
Austríaca de Economia. Instituto Mises Brasil, 2011.
2
O CONHECIMENTO 
DESCENTRALIZADO
3
O Conhecimento descentralizado
• Quando descrevemos a atividade de uma empresa, 
usando a teoria neoclássica, sua função é combinar
insumos: terra, máquinas, equipamentos, trabalho e 
matérias primas, convertendo-os em um produto.
• Assim, uma confeitaria combina batedeiras, fornos, 
farinha, maçãs, açúcar, trabalho do confeiteiro e mais 
outros insumos em uma torta de maçã.
• Segundo a teoria neoclássica, há uma função, a função
de produção, que sumaria a tecnologia de produção da 
firma. Essa tecnologia pode ser um pouco flexível: é 
possível trocar um pouco de açúcar branco por cristal, 
farinha por fruta (e a massa ficar mais fina), etc.
4
O Conhecimento descentralizado
• Mas a hipótese é que não é necessariamente a firma que 
determina essa função de produção, que é a mesma com 
a qual as demais firmas se deparam. Além disso, o 
produto é homogêneo: todas as tortas são idênticas, aos 
olhos do consumidor, ainda que tenham ingredientes 
potencialmente diferentes.
• Assim, teremos:
� = �(�, �)
• Onde o produto é Y, K é o capital e L o trabalho 
empregado na produção.
• Cabe, portanto, à firma, empregar os insumos e matérias 
primas e combiná-los nas proporções adequadas.
5
O Conhecimento descentralizado
• Agora, considere o confeiteiro que tem sua receita de 
torta, mas que decide alterá-la, em função das ações da 
concorrência: mudar o tipo de açúcar, por mais frutas, 
incluir passas, creme etc. Ao mesmo tempo, compra uma 
geladeira e uma batedeira mais eficientes em termos de 
uso de energia, para reduzir custos.
• O produtor foi capaz de alterar muitos dos parâmetros da 
função de produção!
• No mundo real, as firmas que competem nos mercados 
têm que continuamente modificar seus métodos para se 
adaptar à concorrência.
• Têm que mudar seu mix de produtos, reduzir custos e 
eliminar desperdícios...
6
O Conhecimento descentralizado
• O progresso econômico em algumas áreas é auto 
evidente, como a de eletrônicos (veja como os preços 
relativos dos mesmos têm caído ao longo dos anos), ao 
mesmo tempo em que sua tecnologia e seus recursos 
crescem de forma acelerada.
• O mesmo, em maior ou menor grau, serve para as 
máquinas agrícolas, robôs de soldagem de veículos, para 
o computador pessoal, etc.
• Os produtos e métodos produtivos aperfeiçoados 
reduzem custos e elevam o bem estar das pessoas. 
Manter a inovação para concorrer no mercado é um 
desafio constantemente posto às firmas.
7
O Conhecimento descentralizado
•Uma firma tem que melhorar seus 
produtos e seus processos porque os 
concorrentes também o fazem e ela 
pode desejar liderar o processo para 
ganhar mais que os demais no 
período em que eles precisam para se 
adaptar.
8
A Natureza Empreendedora das Firmas
• Na visão Austríaca, a tarefa das pessoas que dirigem 
firmas devem ser quebrada em dois componentes:
• Administração, e
• Empreendedorismo.
• A primeira tarefa consiste em operar os processos da 
firma da forma mais eficiente possível: selecionar a 
combinação certa de insumos para produzir o produto ao 
menor custo.
• Já o empreendedorismo é enxergar oportunidades de 
lucros e agir para aproveitá-las.
• Isso significa usar uma receita nova na produção ou no 
produto, ou vender para um mercado diferente, inovar.
9
A Natureza Empreendedora das Firmas
• De acordo com Kirzner, não são necessários recursos 
para empreender, mas sim um estado de atenção.
• A atenção ajuda a perceber novas oportunidades de 
negócios, que são requeridas para as empresas se 
manterem competitivas e para aumentar seus lucros.
• Uma vez reconhecida a oportunidade, uma ação, que 
pode ser custosa e arriscada, é requerida para que se 
possa aproveitá-la.
• Cada oportunidade depende do tempo e do espaço, mas 
também do contexto em que se insere. Uma 
oportunidade agora pode não ser mais uma oportunidade 
amanhã.
10
A Natureza Empreendedora das Firmas
• A natureza mutável do capitalismo decorre de que 
algumas empresas são empreendedoras, logo, realizam 
mudanças em seus negócios.
• Com isso, as demais também têm que ser 
empreendedoras, de modo a não ficar para trás.
• Com isso, a natureza do capitalismo é de constante 
evolução, em direção a novos e melhores métodos de 
satisfazer os consumidores, por meio de reduções de 
custos e melhorias nos produtos que elevem a diferença
entre o custo de produção e o benefício social da atividade 
empresarial.
• Essa diferença é o valor agregado pela firma à sociedade.
11
A Natureza Empreendedora das Firmas
• Assim, a administração de uma empresa é importante, 
mas o empreendedorismo é vital.
• Uma firma empreendedora pode ter algumas ineficiências
administrativas, e mesmo assim florescer.
• Todavia, uma firma que tenha seus processos muito bem 
administrados, mas que não seja empreendedora, pode 
cair no ostracismo e desaparecer.
• Firmas, portanto, não podem ser estáticas e replicar uma 
certa função de produção indefinidamente, visto que a 
mudança é a constante e a busca por novos produtos e 
novas funções de produção é o que mantem as firmas 
competitivas – e vivas – no mercado.
12
O Papel dos Lucros
• Da mesma maneira que o lucro das firmas representa 
seu valor adicionado à sociedade, o prejuízo representa a 
destruição de valor.
• Uma empresa tem prejuízo na medida em que o 
consumo de insumos valiosos produz um produto menos 
valioso que esses insumos, portanto, levando a uma 
perda para a sociedade.
• Firmas que destroem valor tendem a encolher até 
desaparecer (falir/fechar).
• Os lucros têm um papel de incentivar que as empresas 
adicionem valor à economia, logo, que empreendam.
13
A Mão Invisível
• Firmas que adicionam valor à economia podem crescer e 
elevar sua atividade econômica, mas as firmas que 
destroem valor encolhem até desaparecer.
• Os empreendedores, portanto buscam descobrir e 
aproveitar as oportunidades de agregar valor, em busca 
do lucro.
• Na verdade, suas motivações são irrelevantes para suas 
ações que adicionam valor à economia: se eles buscam o 
bem geral ou apenas são movidos pelos desejos egoístas 
de obter mais lucros para seu benefício, não importa. 
Suas ações empresariais beneficiam o todo da mesma 
forma.
14
Lucros são Incertos
• Os lucros, portanto, são indicadores de se os 
empresários foram bem sucedidos em criar valor.
• Naturalmente, os lucros são incertos, de dependem dos 
esforços e da percepção dos empresários, mas também 
do contexto econômico, das demais empresas e das 
preferências mutáveis dos consumidores.
• Os empresários a priori nunca poderão saber se sua 
inovação será lucrativa, pois é algo novo, nunca foi 
tentado.
• Os empreendedores usam seu julgamento, ganham
quando estão corretos e perdem quando erram.
15
Lucros Induzem Firmas a Criar Valor
• Os lucros, que permitem a sobrevivência das firmas, atuam 
como catalizador de um processo de seleção natural das 
firmas que criam e destroem valor.
• Como o lucro é incerto, os agentes apenas vão buscar inovar 
se enxergarem perspectivas de retorno.
• Nesse sentido, os lucros são essenciais ao progresso da 
economia.
• A ligação entre os lucros e o progresso econômico apenas se 
aplicam quando houver relações voluntárias de trocas.
• Contudo, em contextos em que o governo dá subsídios, 
interfere nos mercados etc, a ligação entre o lucro e a 
criação de valor é desfeita.
16
Governo e Lucros
• Quando recursos são retirados à força dos pagadores de 
impostos e redirecionados, por exemplo, via subsídios a um 
setor de atividade ou via compras do governo, nunca se pode 
garantir que esses usos geram mais valor à sociedade do 
que a livre alocação que as pessoas iriamoptar por fazer, 
caso tivessem a chance.
• Se o investimento público tiver uma taxa de retorno menor 
que o privado ou se o gasto e/ou subsídio público geram uma 
menor utilidade aos cidadãos, os fornecedores dos bens 
subsidiados/adquiridos pelo governo terão a oportunidade de 
obter lucro, mas esse lucro não terá sido remuneração ao 
progresso econômico.
17
Custos de Oportunidade e Lucros
• Os modelos neoclássicos de equilíbrio apresentam as 
firmas como maximizadoras de lucros.
• Entretanto, mesmo que as firmas tentem maximizar os 
lucros, não há como se estar certo de que realmente se 
esteja maximizando os lucros, pois cada vez que uma 
firma escolhe um curso de ação, ela o faz em detrimento 
dos demais, e não há como saber o que teria ocorrido se 
ela seguisse um dos caminhos alternativos.
• As firmas sabem dizer se sua estratégia atual é lucrativa, 
mas não pode afirmar ao certo se as estratégias que 
deixou de seguir seriam mesmo mais ou menos 
lucrativas. O custo de oportunidade não é óbvio.
18
Custos de Oportunidade e Lucros
• Naturalmente as firmas podem obter 
informações fazendo pesquisas, ou dando 
alternativas e opções aos consumidores, mas 
nunca é possível testar todas as opções 
possíveis.
• As firmas, portanto têm que ajustar
continuamente suas atividades na busca por 
melhores oportunidades de lucros, ao 
acompanhar as inovações dos concorrentes 
no mercado.
19
Custos e Preços
• Os economistas clássicos, desde Adam Smith, 
concluíram que no mercado, os preços de um bem 
tendem a ser suficientes para cobrir seus custos de 
produção e que esse seria seu preço de longo prazo, 
determinado pelos motivos técnicos (custos) exógenos.
• Já Carl Menger (1871) se refere aos bens finais (de 
consumo) como bens de primeira ordem, enquanto que 
os insumos usados em sua produção são bens de ordens 
maiores.
• Menger enfatizou a natureza subjetiva do valor, de modo 
que o preço que os bens de primeira ordem serão 
vendidos dependem da utilidade do consumidor.
20
Custos e Preços
21
Carl Menger
Custos e Preços
• A utilidade, logo o preço que as pessoas estão dispostas a 
pagar por um bem, são subjetivos.
• Assim, o preço de um bem de primeira ordem não decorre 
diretamente das características objetivas do bem, mas 
depende das avaliações dos consumidores em um dado 
período no tempo.
• Com isso, a demanda (e o preço) dos bens intermediários e 
os bens de capital (ou bens de ordens superiores) 
necessários à produção de um bem têm seus preços
determinados pela demanda pelo bem final (de primeira 
ordem).
• Nesse sentido os custos de produção são determinados pelo 
valor daquilo que é produzido.
22
Informação, Conhecimento e Sabedoria
• Por conta de as firmas não terem suas funções de produção 
dadas a elas, mas devem descobrir sozinhas métodos 
lucrativos de produção, características lucrativas dos 
produtos e mercados lucrativos onde eles podem ser 
vendidos, os empresários estão sempre em busca de 
informações acerca de oportunidades de lucros não 
descobertas.
• Uma quantidade substancial de informações está contida 
nos preços de mercado.
• Preços mais altos indicam escassez relativa, passando a 
informação ao consumidor e ao produtor, levando a uma 
economia no seu uso (redução da demanda) de um bem 
com preço alto, e atraindo investidores para esse setor. O 
inverso ocorre com produtos baratos.
23
Preços trazem Informações
• Os preços, portanto trazem informação sobre as 
oportunidades de lucro associadas a um determinado 
bem, mas essa informação não é suficiente. Deve ser 
combinada com mais informação para prover 
conhecimento sobre que decisões podem ser tomadas.
• Essas informações são as necessárias para conhecer o 
mercado – conhecer os produtores, consumidores, suas 
motivações, estruturas de produção, etc.
• Os empresários ativamente ou por intermédio da sua 
experiência, coletam informações acerca do mercado em 
que trabalham, e as concatenam de modo a obter um 
entendimento maior do ambiente para tomar decisões.
24
Informação, Conhecimento e Sabedoria
• Langlois (2007, 2013) conclui que em função de a economia 
estar sempre mudando, as firmas promovem uma estrutura 
institucional que cria uma base de conhecimento para que 
as firmas possam reagir a essas mudanças e incertezas, 
ajustando seus planos econômicos.
• Esse conhecimento per se não é capaz de levar o 
empresário a tomar a melhor decisão.
• É preciso que haja sabedoria para se tomar decisões bem 
sucedidas.
• Todavia, ninguém sabe e ninguém tem como saber o que o 
futuro trará, mas ele tem que agir de acordo as decisões dos 
demais empresários no presente.
25
Informação, Conhecimento e Sabedoria
• Uma decisão de produção pode ocorrer anos antes da 
efetiva estreia do produto no mercado, e a 
competitividade do produto depende do que fazem os 
demais empresários neste momento, informação nem 
sempre disponível no momento presente.
• O conhecimento do empreendedor pode fazer com que 
sua decisão seja melhor que uma escolha aleatória, mas 
é incapaz de eliminar toda incerteza.
• Nem todos, portanto, têm o mesmo conhecimento, pois 
sua sabedoria e seu conhecimento são diferentes.
• Portanto, não há a informação perfeita suposta nos 
modelos clássicos e neoclássicos.
26
Informação, Conhecimento e Sabedoria
• De fato, uma oportunidade de lucro surge exatamente 
porque a economia não inclui a perfeita informação, de 
modo que um dado empreendedor possa tomar 
vantagem disso, obtendo lucro ao mesmo tempo em que 
agrega valor à economia.
• De acordo com Witt (1999), não apenas as pessoas 
possuem informação, conhecimento e sabedoria 
diferentes, como também têm disposições diferentes de 
agir em função de seus insights empreendedores.
• E a velocidade com que são introduzidas as inovações
tende a ser determinante para a obtenção de lucros, visto 
que os primeiros a inovar tendem a obter lucros maiores.
27
Informação, Conhecimento e Sabedoria
• A ciência econômica tem focado na importância da 
informação desde a segunda metade do século 
passado.
• Todavia, a informação per se pode enganar: a 
informação deve ser incorporada a uma base de 
conhecimento para que essa nova informação 
realmente tenha valor.
• A decisão do empreendedor sob incerteza é um 
determinante importante da lucratividade.
• O mercado, ao trazer informação por intermédio dos 
preços, gera um mecanismo de aprendizado para os 
empresários e consumidores.
28
Pesquisa e Desenvolvimento
• Schumpeter (1934) faz a distinção entre invenção e 
inovação.
• Invenção é o avanço técnico, relacionado à engenharia, à 
química, física, etc.
• A inovação é o emprego dessa invenção sobre um 
produto no mercado, de forma que ele esteja pronto para 
ser comercializado.
• Ainda que seja verdade que a inovação seja impossível 
antes da invenção, a invenção frequentemente é 
resultado de um sistema econômico no qual as invenções 
podem ser usados como inovações.
29
Pesquisa e Desenvolvimento
• Não se gastaria dinheiro em pesquisa e desenvolvimento 
(P&D) se não houvesse a oportunidade de se obter 
retorno com esses gastos.
• Kirzner (1973) define o empreendedorismo como a 
observação de uma oportunidade de lucros, mas em 
quase todos os casos essas oportunidades não foram 
percebidas a esmo, mas sim porque alguém estava 
procurando por elas.
• A P&D produz invenções, e o papel do empreendedor é 
converter as invenções em inovações, que é o que gera o 
progresso econômico.
30
A Divisão do Conhecimento e a Cadeia 
Produtiva
• Uma maneira (neoclássica) de pensar o papel das firmas na 
cadeia produtiva é que elas são organizações que 
combinam insumos para gerar produto. Nesse caso, as 
atividades da firma são descritas por sua função de 
produção.
• Isso mostra (de acordo com a visão austríaca) uma figura
bastante incompleta da firma: foca na gerência da firma, 
ignorando sua tarefa empreendedora.
• A sobrevivência da firma depende de sua capacidade de 
inovar e de reagir a inovaçõese mudanças geradas no 
mercado. 
• Assim, o empresário tem que estar sempre promovendo 
melhorias e para tal tendo que aumentar sua base de 
conhecimento.
31
A Divisão do Conhecimento e a Cadeia 
Produtiva
• Mas o processo produtivo integrado entre diferentes 
firmas é um processo de divisão do conhecimento, cada 
uma tendo conhecimento do papel que lhe cabe.
• Cada firma se especializa em uma parte do 
conhecimento (que as demais não dominam e nem 
precisam), o que as torna mais produtivas, pois podem 
focar sua atenção em um segmento do mercado.
• Portanto, as firmas confiam em seus fornecedores para 
produzir melhores insumos em preços menores, pare 
fornecerem melhores produtos (que podem ser insumos) 
a preços menores do que fariam se fizessem tudo 
sozinhas.
32
A Divisão do Conhecimento e a Cadeia 
Produtiva
• Mesmo que uma firma seja tão produtiva quanto 
as demais na produção de seus insumos, ainda 
assim vale a pena que ela tenha fornecedores, 
pois isso amplia a possibilidade de ela se 
aproveitar de inovações de outras firmas, por 
vezes simplesmente trocando de fornecedores.
• As firmas se beneficiam da divisão do 
conhecimento ao se especializar e compram 
insumos de firmas com diferentes concentrações 
de conhecimento.
• Isso as torna mais produtivas.
33
Conhecimento Tácito
• O conhecimento científico é aquele que pode ser 
comunicado via aulas, artigos e apresentações.
• Adicionalmente, Hayek define o conhecimento 
tácito como aquele conhecimento prático que é 
difícil de frasear e é passado por tentativa e erro, 
pelo exemplo e pelo contato pessoal.
• As firmas formam um repositório de 
conhecimentos técnico-científicos, mas também 
de conhecimentos tácitos, que ajudam a justificar 
o porquê de as empresas não gostarem de ter 
muita rotatividade no seu quadro de funcionários.
34
Conhecimento Tácito
35
F.A. Hayek
Conhecimento Tácito
• Pelo fato de o conhecimento tácito não ser facilmente comunicável 
entre as pessoas, as pessoas têm interesse em compartilhá-lo em 
especial quando a empresa é pequena e tem grande potencial de 
crescimento.
• O crescimento da empresa tende a elevar os salários de todos os 
funcionários e gera ganhos para todos.
• Todavia, quando as empresas são grandes, não há tanta 
perspectiva de crescimento e as pessoas tendem a proteger seu 
conhecimento tácito como forma de proteger suas funções. Isso 
leva empresas maiores a terem menor compartilhamento desse 
tipo de conhecimento, o que as torna menos eficientes e 
inovadoras que empresas menores.
• A especialização das empresas seria uma consequência desse 
fenômeno e daí que surgiria a terceirização supracitada.
36
Conhecimento Tácito
https://www.youtube.com/watch?v=SGPjFFMD3c0
37
A Busca Pelos Preços: Trocas em 
Desequilíbrio
• O arcabouço neoclássico de equilíbrio competitivo envolve 
firmas tomadoras de preços, que são pequenas frente o 
tamanho do mercado e informação completa sobre preços 
cobrados em todas as transações.
• Mas há uma erro lógico nessa afirmativa: se os preços são 
dados, não sobra ninguém para promover qualquer mudança 
de preços, logo, eles nunca iriam mudar.
• Se os preços mudam, alguém deve modificá-los!
• Não é difícil de entender que se as empresas estão com 
dificuldades de vender seus estoques, devem ter um 
incentivo para reduzir seus preços e, se elas estão com 
dificuldades em cobrir seus custos das vendas, devem ter 
incentivo de aumentá-los.
38
A Busca Pelos Preços: Trocas em 
Desequilíbrio
• Todavia, não é qualquer oscilação na demanda que vai levar 
a uma alteração dos preços.
• Nesse momento, o conhecimento entra em ação. As 
empresas não mudam os preços porque HOJE a demanda 
foi pior que ontem.
• Um restaurante não muda os preços porque na terça-feira
formou-se uma fila do lado de fora.
• O conhecimento dos administradores/empreendedores 
envolve a sensibilidade correta a mudanças estruturais na 
demanda ou em outras condições de mercado, que 
requeiram mudanças nos preços. Isso faz parte do estoque 
de conhecimento que as empresa detém: o momento “certo” 
de alterar seus preços.
39
A Busca Pelos Preços: Trocas em 
Desequilíbrio
• Isso entra em conflito com a ideia de que as firmas são 
tomadoras de preços e, com isso, de um preço único de 
mercado.
• De fato, os preços variam de vendedor para vendedor, 
inclusive porque as forças de mercado da economia estão 
empurrando diferentes vendedores para preços diferentes, 
em função de diversas heterogeneidades, bem como 
porque algumas transações se darão a preços de não-
equilíbrio, na medida em que compradores e vendedores 
buscam os melhores negócios.
• Vendedores e compradores não conseguem observar a 
totalidade das configurações de preços, além de outras 
vantagens ofertadas por diferentes vendedores.
40
A Busca Pelos Preços: Trocas em 
Desequilíbrio
• Assim, compradores e vendedores nunca têm a certeza
de estarem negociando ao “preço de equilíbrio”.
• Antes de os preços poderem se modificar, os agentes 
devem observar que os atuais preços não podem 
continuar a equilibrar o mercado, então, algumas 
transações devem ocorrer a preços fora do equilíbrio.
• Não há um preço único no mercado nem um equilíbrio 
único.
• Assim, os preços estão em uma trajetória que tende a 
equilibrar os mercados, mas em função das constantes 
mudanças, mas isso não ocorre todo o tempo, como 
supõem os neoclássicos.
41
A Busca Pelos Preços: Trocas em 
Desequilíbrio
• O que importa é que, em transações voluntárias, ambas 
as partes enxergam a transação como vantajosa.
42
O CÁLCULO ECONÔMICO
43
O Cálculo Econômico
• Talvez a ideia mais significativa que defina a Escola 
Austríaca é a de que os preços de mercado são 
essenciais para que se faça o cálculo econômico 
racional.
• A relação entre preços de mercado e o cálculo econômico 
é essencial para a estrutura da teoria austríaca e para 
seu veredicto a respeito da inviabilidade do socialismo.
• A Escola Austríaca é a mais identificada com a ideia de 
que o planejamento central não pode funcionar, o que 
decorre da necessidade dos preços de mercado para que 
se faça o cálculo econômico.
44
O Cálculo Econômico
45
Ludwig Von Mises
O Cálculo Econômico
• Como vimos, as decisões dos agentes econômicos
envolvem valorações subjetivas e incerteza.
• O valor não se dá por características intrínsecas aos
bens, mas por meio das valorações subjetivas que as 
pessoas fazem sobre os mesmos.
• Além disso, essas avaliações podem mudar ao longo do 
tempo, dependendo das preferências dos agentes, bem
como do contexto, dos bens concorrentes, etc.
• Do ponto de vista do empresário, há a necessidade do 
conhecimento de preços que indiquem a escassez
relativa dos bens por diversos motivos.
46
O Cálculo Econômico
• O preço indica a escassez relativa dos insumos, portanto, 
aponta caminhos para redução de custos de produção, 
sendo uma ferramenta gerencial importante;
• Explicita o grau de aceitação de seu produto no mercado, 
sancionando ou não as inovações incorporadas aos 
produtos;
• Informa à empresa se suas atividades são sustentáveis no 
horizonte previsível ou se ela necessita uma mudança de 
rumo para sobreviver – por meio dos lucros.
• Sob incerteza, os preços permitem a comparação de 
projetos alternativos, por meio do cálculo do valor esperado
de retorno dos projetos de investimento e de inovação, 
sendo vitais para que haja o empreendedorismo.
47
O Cálculo Econômico
• Indica às empresas a necessidade de diferenciar
(positivamente) seus produtos, pois torná-los melhores 
eleva seu valor percebido, logo seus lucros, perfazendo 
um mecanismo de incentivo correto.
• Visto isso, agora cabe exemplificar o debate acerca do 
Cálculo Econômico no Socialismo, realizado por Mises e 
Hayek, do lado “Austríaco” e Lange e Taylor (e outros) do 
lado socialista, com uma certa contribuição (talvez 
involuntária) dos economistas clássicos que abordavam 
teorias estáticas de equilíbrio geral.
• No Séc. XX a EscolaAustríaca foi a mais identificada com 
a ideia de que o socialismo não tem como funcionar.
48
Motivos para o Fracasso do Socialismo
• Alguns dos principais argumentos contra o socialismo são 
comuns às diversas escolas, notadamente os neoclássicos e 
a escola de “Public Choice”.
• Os clássicos salientam que não há um mecanismo de 
incentivos para a produção quando não há recompensas aos 
agentes para que se esforcem, na ausência de lucros e 
meritocracia.
• A escola de Escolha Pública (Public Choice) usa métodos 
econômicos para avaliar as decisões políticas.
• A referida escola identificou que o voto democrático nem 
sempre agrega as preferências individuais para identificar o 
interesse público e os incentivos que os burocratas e os 
servidores públicos têm para defender os interesses públicos.
49
Motivos para o Fracasso do Socialismo
• Há, portanto MUITAS razões para que a alocação de 
recursos pelo governo seja ineficiente.
• A Escola Austríaca concorda, mas tende a dar 
pouquíssima importância a esses argumentos.
• O principal argumento austríaco, elaborado por Mises é 
que no socialismo não é possível o cálculo econômico. 
Com isso, o socialismo está fadado ao fracasso.
• O argumento dispensa os demais pois vale mesmo caso 
os demais argumentos se provem falsos. Mesmo que o 
estado seja genuinamente interessado em atender os 
interesses públicos e consiga atingir a eficiência 
gerencial, ele não será capaz de fazê-lo.
50
O Cálculo Econômico
• Assim, mesmo que o estado atinja a eficiência gerencial, 
sem os preços de mercado ele será incapaz de alocar 
eficientemente os recursos, pois não é possível o 
planejamento central racional.
• Preços criados pelo governo não refletem a escassez de 
recursos e não geram, na verdade mascaram, as 
informações transmitidas pelos preços de mercado.
• Logo, faltam as informações vitais providas pelos preços de 
mercado, que viabilizam o cálculo econômico.
• O sistema de preços sintetiza uma quantidade enorme de 
informações, que não podem ser recriadas por outro meio, 
uma vez que a economia é demasiadamente complexa para 
ser perfeitamente compreendida e, portanto, mimetizada por 
burocratas, por isso o planejamento central não funciona.
51
Preços e a Resposta Socialista
• A resposta socialista, por Lange e Taylor (1938), rica em 
sarcasmo ao reconhecer a contribuição do Prof. Mises ao 
socialismo, foi que o governo faria um sistema de preços 
de equilíbrio geral da mesma forma que o sistema 
capitalista, mas administrado pelo governo, com as 
“correções necessárias” sendo empregadas.
• Em uma economia socialista, o dinheiro não precisa 
mudar de mãos, sendo usado apenas para fins contábeis.
• Nesse sentido, os planejadores centrais poderiam 
anunciar um conjunto de preços e perguntar as ofertantes 
e demandantes quais as quantidades ofertada e 
demandada que prevaleceriam àqueles preços.
52
Preços e a Resposta Socialista
• Esse processo de tentativa e erro se aplicaria ao processo 
produtivo e raramente ou nunca ao consumidor final (lógico 
que não ia dar certo).
• Esses administradores escolheriam a quantidade que 
maximizaria o lucro hipotético (contábil).
• Se a demanda (efetiva) fosse maior que a quantidade 
ofertada, o preço administrado aumentaria, se fosse menor, o 
preço hipotético cairia.
• Os preços seriam continuamente administrados dessa forma 
em todos os mercados até que as quantidades se 
equilibrassem.
• Dessa forma, os planejadores centrais engendrariam um 
equilíbrio geral econômico.
53
A Tréplica Austríaca
• A academia (em geral) concordou, teoricamente, com a 
resposta socialista, e as altas taxas de crescimento que o 
bloco socialista – mas a renda per capita ainda era muito 
abaixo da dos países capitalistas centrais - apresentava à 
época contribuíram para dar uma aparente (e falsa) vitória 
aos socialistas nesse debate.
• Apesar do reconhecimento pela academia que o mecanismo 
proposto pelos planejadores socialistas para mimetizar o 
mercado poderia eventualmente ser capaz de encontrar um 
conjunto de preços de equilíbrio.
• O erro socialista é que a economia descrita não apresenta um 
mecanismo de incentivos que resulte em progresso 
econômico.
54
A Tréplica Austríaca
• A economia não utilizaria a informação econômica de forma 
proveitosa, portanto, não haveria inovações, nem novas 
formas de produzir ou atender às necessidades dos 
consumidores.
• Dois principais fatores explicam esse fato.
• Primeiro, a informação não advém dos consumidores, logo, 
não se tem como testar o sucesso ou não das inovações.
• Segundo e mais importante, na ausência de lucros reais, 
benefícios reais à melhoria da atividade econômica, não há 
sistema posto que estimule os produtores a reduzir custos e 
melhorar a qualidade dos produtos.
• Segundo Mises, isso leva à estagnação econômica. 
55
A Tréplica Austríaca
• O sistema estático proposto pelos socialistas (assim 
como o proposto pelos neoclássicos) pode até encontrar 
um conjunto de preços quando a oferta e a demanda de 
bens ficam imóveis.
• Hayek admite que os burocratas possam resolver o 
sistema estático, mas esse subconjunto dos preços de 
mercado não deve refletir as genuínas aspirações das 
pessoas.
• Encontrar os preços que geram o equilíbrio estático é 
apenas parte do problema.
• Além disso, o conhecimento descentralizado na 
sociedade não será coordenado pelo sistema estático.
56
O Mercado no Cálculo Econômico: O 
Conhecimento Descentralizado
• Em função de o conhecimento ser tácito, e devido ao fato 
de as pessoas terem conhecimentos contraditórios, não 
seria possível agregar o conhecimento descentralizado, 
logo, não seria possível sintetizar artificialmente o 
conhecimento de modo que o planejador central possa 
usá-lo com proveito.
• Os indivíduos realizam o cálculo econômico baseados na 
melhor informação que têm acerca das atividades 
econômicas dos demais agentes, bem como no próprio 
conhecimento.
• O mercado provê o feedback acerca do valor de suas 
atividades.
57
O Mercado no Cálculo Econômico: O 
Conhecimento Descentralizado
• O conhecimento é tácito, subjetivo e nem sempre 
quantificável.
• Os planejadores centrais nunca conseguirão sintetizar o 
conhecimento descentralizado para fazer julgamentos 
acerca dos participantes do “mercado”.
• O conhecimento econômico não é apenas uma coleção 
de fatos quantificáveis, mas sempre um conhecimento 
incompleto, especulativo, incerto e difuso.
• Empresas estatais raramente conseguem obter lucros, 
mesmo quando têm monopólios, que dirá na ausência de 
preços reais e de informações dos consumidores 
transmitidas via preços.
58
O Mercado como Sistema Complexo
• Um sistema complexo é um em que os componentes 
interagem de tal forma que sua interação não pode ser 
prevista.
• Uma economia de mercado é um sistema complexo e um 
sistema auto-organizado.
• O mercado é capaz de coordenar toda a atividade 
produtiva de todos os participantes para produzir um 
resultado ordenado, em detalhes que não podem ser 
conhecidos a priori.
• Todo empreendedor busca um lucro estimado e 
calculado, graças à existência de risco, ainda que nem 
todos o obtenham. 
59
O Mercado como Sistema Complexo
• As demandas das pessoas por bens e serviços são 
revelados como resultado da atividade de mercado, e são 
informações que não existem até que sejam reveladas 
pelo mercado.
• Não há como o planejador econômico obter essas 
informações fora do mercado que as gera.
• Se uma inovação adiciona ou não valor ao mercado, isso 
será conhecido muito após a tomada dessa decisão, ao 
confrontar a oferta com as demandas individuais dos 
consumidores e assim se determinar preços, quantidades 
e, portanto, lucros.
• Isso não pode ser conhecido de antemão.
60
O Mercado como Sistema Complexo
• Ainda que tudo isso pareça óbvio, os modelos de equilíbrio 
geral e de crescimento usando equilíbrio geral são, em sua 
maioria, determinísticos. Assim, as condições iniciais no 
presenteimplicam uma determinada trajetória para a 
economia, o que leva à crença que os economistas ou policy-
makers podem afetar hoje parâmetros que determinam a 
trajetória da economia de forma previsível.
• Se o modelo funciona de certa forma, a crença é que a 
economia também funcionaria assim, logo, essa é uma porta 
aberta para a intervenção.
• O approach austríaco do processo de mercado, onde 
indivíduos tomam decisões sob incerteza e informação 
incompleta (e possivelmente contraditória) não é 
determinístico, pois depende de elementos subjetivos.
61
O Mercado como Sistema Complexo
• Ainda que a análise econômica permita fazer previsões 
gerais sobre a direção futura da economia, não há como, a 
princípio, prever os detalhes.
• A ideia de que os formuladores de política têm como alocar 
recursos mais eficientemente que as decisões 
descentralizadas do mercado é o que Hayek (1988) chama 
de Fatal Conceit (Vaidade Fatal).
• Hayek enfatiza que o cálculo econômico racional deve ser 
descentralizado, elaborado por indivíduos que detenham 
conhecimento descentralizado.
• A natureza complexa da economia oferece um argumento 
que embasa a tese austríaca de que a economia Socialista 
não tem como realizar o cálculo econômico.
62
O Mercado como Sistema Complexo
63
A Economia Mista
• Naturalmente que a organização econômica nem sempre (i.e. 
quase nunca) pode ser classificada nos extremos (livre 
mercado ou economia socialista planificada).
• Seria o caso de uma economia mista que em diferentes 
gradações pode ser conhecida ou classificada como o 
Socialismo Fabiano, Social Democracia, Populismo, 
Intervencionismo, Capitalismo de Estado, etc.
• Trata-se de “uma” economia em que há uma combinação de 
produção via mercado para alguns bens e serviços e a 
produção (e/ou intervenção) do governo em outros.
• Pessoas identificam problemas na alocação do mercado e 
clamam por uma intervenção (maior ou menor) do governo.
64
A Economia Mista
• O argumento seria que o mercado é bom para produzir 
bens e serviços, “MAS precisa ser regulamentado e para 
criar resultados ‘justos’ e corrigir ‘falhas’ que os mercados 
por vezes exibem.” 
• O ponto de vista austríaco é que a economia é um 
sistema complexo, e a intervenção do estado pode levar 
a problemas adicionais não antecipados, além de, muito 
provavelmente, a não solução do problema inicial.
• Por vezes, o problema é aparente, mas as pessoas não 
são capazes de identificar que ele deriva de uma 
intervenção do governo, ou crêem que intervenções 
adicionais podem levar a uma situação preferível.
65
A Economia Mista
• Ikeda (1997) identifica a dinâmica (usual) da economia mista: 
uma intervenção leva a outra e, como resultado da escolha da 
sociedade por uma economia mista, vai-se distanciando
gradativamente da economia de mercado, em direção ao 
planejamento central.
• Com isso, na medida em que os preços se distanciam daqueles 
que seriam obtidos no processo de mercado, por intermédio das 
intervenções, a informação transmitida incialmente pelos preços 
é perdida, dificultando ou impossibilitando o cálculo econômico.
• Com isso a coordenação descentralizada da economia é 
substituída pelo processo decisório do governo.
• Isso leva a uma alocação de recursos cada vez menos racional.
66
A Economia Mista
• Por esse motivo, os economistas austríacos 
clamam por uma limitação ao tamanho e ao 
escopo do estado.
• O argumento intervencionista de “usar o mercado 
onde ele funciona melhor e o governo onde ele 
funciona melhor” ignora as complexidades do 
processo de mercado e da natureza da 
economia.
• É a vaidade fatal (Fatal Conceit) a que se refere 
Hayek.
67
O Progresso Econômico
• Como vimos, o progresso econômico não advém 
primordialmente de uma administração impecável dos 
processos e da utilização de recursos das firmas.
• Não se “maximiza” os lucros, no sentido clássico.
• A parte mais importante da gestão da firma é o 
empreendedorismo, ligado à inovação, ao avanço da 
produtividade (levando a menores preços), à melhoria 
dos produtos (elevando seu valor para o consumidor).
• É isso que gera o valor que os clientes procuram e que 
permite que eles estejam dispostos a pagar mais pelo 
produto (ou que um dado produto passe a custar menos, 
gerando mais lucro).
68
O Progresso Econômico
• O progresso econômico, portanto segue do aumento do valor 
adicionado pela atividade empresarial à sociedade e esse 
valor pode ser medido por meio dos lucros.
• Uma empresa, ao ser pioneira em reduzir custos consegue 
auferir lucros, e ela teve de empreender, assumindo riscos, 
para fazê-lo.
• E ao fazê-lo elevou o valor agregado da sociedade. Ela o fez 
para obter lucros e são eles a motivação pela qual ela 
empreendeu. O mesmo vale para um novo produto que valha 
mais para o consumidor.
• A economia neoclássica vê os lucros como sintoma de 
ineficiência – o que faz sentido na ausência de 
empreendedorismo e inovação, mas não em sua presença.
69
O Progresso Econômico
• A economia neoclássica enxerga duas principais 
possibilidades para a geração de lucros:
• A existência de diferenciação de produtos, que levaria a um 
poder de monopólio, que teria como consequência a uma 
produção sub-ótima, levando a uma ineficiência.
• A um monopólio ligado à propriedade de algum fator de 
produção que não tenha acesso livre a outras empresas –
por vezes uma concessão pública de funcionamento, como 
as empresas de ônibus, por exemplo.
• Ao não enxergar os lucros como o aproveitamento de uma 
oportunidade de mercado, que levou a uma melhoria do bem 
estar social, se ignora a dinâmica e o incentivo posto para o 
progresso social via mercado.
70
O Progresso Econômico
• Se olharmos para a história econômica do mundo, veremos 
que os avanços se deram quando estavam postos os 
incentivos para a inovação.
• Incialmente, o uso de instrumentos rudimentares para a 
agricultura elevou a produtividade e reduziu a necessidade 
de se deslocar de regiões para se manter um fluxo adequado 
de provisões, permitindo o aparecimento das primeiras 
aglomerações urbanas.
• Uma vez estabelecido esse processo até um certo nível de 
sofisticação tecnológica que envolveu o uso do metal e do 
fogo a renda e expectativa de vida estagnaram.
• Foi a Revolução industrial que permitiu o aparecimento de 
incentivos corretos ao empreendedorismo e que elevou
fortemente a renda e a expectativa de vida da população.
71
O Bem Estar Econômico
• As análises neoclássicas de bem estar estudam as 
ineficiências econômicas sob um ponto de vista estático, 
que, como vimos identifica que o lucro é reflexo das 
presença das referidas ineficiências.
• Isso leva a tentativas de intervenção e limitações dos 
lucros de mercado.
• Já o processo de mercado enxerga os lucros como uma 
maximização de bem estar ao longo do tempo.
• A melhoria de bem estar seria um processo em curso, 
que decorreria das inovações decorrentes da atividade 
empreendedora, que adicionam valor à economia.
72
O Bem Estar Econômico
• O bem estar é maximizado pela atividade empresarial 
continuada, que reduz custos e eleva a qualidade dos 
bens e serviços.
• Logo, os esforços substanciais que são envidados no 
sentido de regulamentar a concorrência pode trazer mais 
mal que bem.
• Devemos nos lembrar que quando transações ocorrem 
voluntariamente é porque ambas as partes ganham com 
isso, significa que os dois lados elevam seu bem estar 
(Herberner, 1997). Quando o governo intervém não há 
garantia alguma de que ele vá conseguir elevar o bem 
estar por meio da coerção e da taxação.
73
O Bem Estar Econômico
• Os economistas da Escola Austríaca não têm um acordo 
uniforme do papel do estado na economia, mas concordam 
que por meio de modelos estáticos se ignora parte do 
processo.
• Além disso, esses modelos estáticos tendem a justificar 
intervenções crescentes nos mercados, por dois motivos:
1. Os modelos estáticos identificam lucros com ineficiências
econômicas, sem considerarque o progresso econômico é 
impulsionado por eles;
2. Os modelos estáticos são excessivamente otimistas quanto 
ao papel da alocação de recursos e não preveem os efeitos 
danosos que podem advir da intervenção.
74
O Bem Estar Econômico
• Os austríacos enfatizam que o aproveitamento das 
oportunidades de lucro elevam o valor agregado à 
sociedade e que esses lucros eventualmente são 
corroídos pela entrada de novas firmas e o aumento da 
concorrência, que se dá pelo efeito da imitação.
• Intervenções acabam por puxar novas intervenções, 
afastando a economia do livre mercado, e impedindo a 
ação do processo de mercado em criar valor.
• Por isso a Escola Austríaca de Economia é vista como 
mais pró-mercado e isso é reflexo do seu entendimento 
do que seja o processo de mercado.
75
MOEDA, BANCOS E O 
CICLO DE NEGÓCIOS
76
A Teoria Austríaca dos Ciclos
• A Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos – TACE -
(Austrian Business Cycle Theory – ABCT) nasceu dos 
trabalhos de Ludwig Von Mises, e é essencialmente, uma
teoria monetária.
• Em Theorie des Geldes und der Unlaufsmittel, em 1912, 
Mises começou a escrever a Teoria enquanto ainda
vigorava o Padrão Ouro, e atribuiu ao sistema de 
reservas fracionárias a principal causa dos ciclos.
• Hayek desenvolveu sua teoria, ao aplicá-la ao sistema de 
Moeda Fiduciária que seguiu o Padrão Ouro.
• Antes de entendermos suas consequencias, é necessário
entender alguns conceitos que a fundamentam.
77
O Padrão-Ouro
• Padrão que regia o sistema monetário dos países, sendo a 
unidade de conta e o lastro da moeda definido em termos de 
ouro. Foi formalmente estabelecido pela primeira vez em 1821 
na Inglaterra e nos EUA em 1873.
• Pode ser dividido em três tipos:
• Gold Specie Standard: a unidade monetária é associada à circulação de 
moedas de ouro, mas outras moedas poderiam ser feitas de outros 
metais menos valiosos;
• Gold Bullion Standard: Um sistema em que as moedas de ouro não 
circulavam, mas em que as autoridades concordavam em converter 
moeda em barras de ouro a uma taxa conversão específica;
• Gold Exchange Standard: O governo mantém uma taxa de câmbio fixa 
em relação às outras moedas que usam um dos tipos anteriores de 
padrão ouro, criando um “Padrão ouro de facto”.
78
O Padrão-Ouro
• De acordo com esse sistema, a oferta de moeda estaria 
sempre associada à quantidade de ouro disponível aos 
cofres públicos (mais tarde, aos Bancos Centrais).
• O aumento da quantidade de ouro permite o aumento 
direto da quantidade de moeda em circulação no Gold 
Specie Standard, também era requerido para que se 
pudesse emitir moeda sob o Gold Bullion Standard.
• O Gold Exchange Standard requer que se tenha relações
comerciais superavitárias com países que adotam o 
padrão ouro para se elevar a oferta de moeda, e se 
requer uma contração na oferta de moeda em caso de 
déficit.
79
O Padrão-Ouro
• O Gold Exchange Standard requer uma explicação 
adicional.
• Considere um país com o Gold Exchange Standard e que 
apresente superávits comerciais.
• Seus superávits provavelmente decorrem de seus produtos 
serem mais baratos que os dos concorrentes no mercado 
internacional, motivo pelo qual exporta mais bens que 
importa.
• Como o câmbio é fixo, ao receberem ouro (ou a moeda 
lastreada em ouro) excedentes provenientes das transações 
externas, esse será entregue à autoridade monetária, para 
que essa seja convertida em moeda doméstica, para 
remunerar os exportadores.
80
O Padrão-Ouro
• Isso implica um aumento da quantidade de moeda no país 
exportador, que derivou do superávit.
• Essa moeda adicional vai gerar inflação no país doméstico, 
logo, vai elevar os custos dos bens exportados e, como o 
câmbio é fixo, vai reequilibrar os preços dos bens 
importados em relação aos nacionais.
• Com isso, o sistema tende a eliminar superávits.
• Se o país tem um déficit, ocorre o movimento oposto: a 
demanda por ouro que excede a oferta vai implicar uma 
contração da oferta de moeda e deflação, levando a uma 
redução dos custos e consequente aumento das 
exportações e redução das importações, reduzindo o déficit.
• O sistema, portanto, tende ao equilíbrio.
81
O Padrão-Ouro
82
Mercado de Câmbio (setor externo) Equilíbrio Macroeconômico (interno)
e
q Y
P OA
DA
eGOV
OUS$
DUS$
eGOV
eM
Suponha um país com superávit comercial, logo, a oferta de dólares é 
maior que a necessária para se atingir a taxa de câmbio determinada 
pelo padrão-ouro.
P0
Y0
O Padrão-Ouro
83
Mercado de Câmbio (setor externo) Equilíbrio Macroeconômico (interno)
e
q Y
P OA
DA’
eGOV
OUS$
DUS$
eGOV
eM
D’US$
M ↑
DA
Y1Y0
P0
P1
q0 q1
Dólar Fiduciário x Dólar Conversível
84
O Sistema de Reservas Fracionárias
• Sistema no qual os bancos comerciais não são obrigados a 
manter uma relação de 1 para 1 entre o valor dos depósitos 
à vista e o valor das reservas bancárias que os mesmos 
detém, a todo tempo.
• Isto significa que os bancos podem emprestar valores que, 
na verdade, podem ser instantaneamente sacados por 
terceiros (ver Rothbard, 2010).
• O sistema funciona da seguinte forma: os correntistas 
depositam X em suas contas correntes e, portanto, têm o 
direito de sacar e usar esse valor X prontamente, assim que 
desejarem.
• Mas os bancos percebem que os clientes não sacam, em 
média, mais que uma proporção Y% de X.
85
O Sistema de Reservas Fracionárias
86
Murray N. Rothbard
O Sistema de Reservas Fracionárias
• Portanto, os bancos entendem que podem emprestar (pelo 
menos uma parte) da proporção (1- Y%) do valor X.
• Os bancos podem, por prudência, emprestar menos que (1 –
Y%), guardando uma proporção Z% para acomodar 
flutuações nos saques.
• Então, os bancos podem emprestar (1 – Y% – Z%) de X.
• Esses empréstimos retornam à economia sob a forma de 
moeda nova, de modo que se todos os clientes dos bancos 
procurarem sacar seus depósitos ao mesmo tempo, os 
bancos não terão dinheiro para saldá-los.
• Note também que o tomador de empréstimos pode mantê-los 
sob a forma de depósitos, aumentando ainda mais o efeito.
87
O Sistema de Reservas Fracionárias
88
O Sistema de Reservas Fracionárias
89
Provisão 
para 
saques
Reservas
Empréstimos
Moeda nova
A Estrutura de Capital
• A Teoria do Capital Austríaca foi formulada principalmente por 
Böhm-Bawek, discípulo de Menger.
• Classificava a estrutura de capital em função do grau de 
elaboração da mesma em termos do tempo necessário para a 
produção do bem final.
• Quanto mais elaborado o bem final, maior o tempo necessário 
para a produção de um bem, logo, mais complexo o processo 
produtivo e, portanto, a estrutura de capital da economia.
• Uma maçã requer terra e uma macieira. Um avião requer todo 
um aparato para extrair minerais, beneficiá-los, transformar 
em aço, fibra de carbono, composites, além da produção de 
eletrônicos diversos, vidro de alta tecnologia, etc, etc.
90
A Estrutura de Capital
• O tempo requerido, quando se conta isoladamente todas 
as etapas de produção do avião é muito maior que no 
caso da maçã.
• O avião requer inúmeros insumos, comprados em outras 
empresas, que por sua vez compraram insumos em 
outras empresas e assim por diante.
• A maçã, por exemplo, que é um produto vendido 
diretamente ao consumidor, é, de acordo com a 
nomenclatura de Böhm-Bawerk, um bem de primeira 
ordem.
• Os insumos usados para produzir a maçã são bens de 
ordens superiores.
91
A Estrutura de Capital
92
Eugen Von Böhm-Bawerk
A Estrutura de Capital
• Uma estrutura de capital mais complexa, necessária para 
produzir um bem mais complexo e tempo-intensivo é 
denominada por Böhm-Bawerk uma economia mais 
“Roundabout”. 
• Naturalmente, uma economia menos sofisticada possui uma 
estrutura de capital menos “Roundabout”.
• O grau de complexidade da estrutura de capital depende 
dos investimentos que, sabemos, são relacionados à 
poupança, que é a renda não consumida.
• A Escola Austríaca, ao contrário da keynesiana, pressupõe 
que apoupança precede o investimento.
• O custo do dinheiro para investimentos, sabemos, é a taxa 
de juro.
93
A Estrutura de Capital
• Böhm-Bawerk então relaciona investimentos a juros.
• Quando aumenta a oferta de poupança, os juros caem:
94
i
SD
SS
SS’
i1
i0
S, I
S1S0
A Estrutura de Capital
• A queda dos juros têm três efeitos principais:
1. Eleva a lucratividade líquida dos investimentos (ou seu 
valor presente líquido – VPL) tornando mais projetos de 
investimento, notadamente os de longo prazo (mais 
Roundabout) mais rentáveis, estimulando esse tipo de 
investimento;
2. Sinaliza aos empresários uma redução no consumo no 
curto prazo, que se dá por meio do aumento da poupança: 
mais renda deixa de ser consumida, por isso há mais 
recursos disponíveis para empréstimos.
3. Sinaliza aos empresários um aumento no consumo no 
futuro, pois mais poupança significa mais consumo adiado, 
o que ajuda a estimular investimentos de longo prazo.
95
A ABCT
• Uma expansão na quantidade de moeda aumenta a 
oferta de recursos emprestáveis, assim como um 
aumento de poupança teria feito.
• Isso passa aos investidores a sinalização para investir 
mais no longo prazo em detrimento dos bens de consumo 
de ordens menores e aos consumidores a sinalização de 
poupar menos, e consumir mais bens de todas as ordens.
• Produz-se uma descoordenação na economia.
• Para explicitar essa descoordenação, vamos recorrer ao 
expediente que F.A. Hayek adotou em sua palestra à 
London School of Economics no início dos anos 1930. 
96
Os Triângulos de Hayek
• Representam a estrutura de capital e o consumo, ao 
mesmo tempo, em duas dimensões, tempo (relativo ao 
processo produtivo) e o total de gastos do consumidor em 
bens de primeira ordem:
97
Valor 
gasto ($)
Tempo no 
processo 
produtivo
R0
Os Triângulos de Hayek
• Note que os triângulos aproximam a área das barras que 
descrevem cada setor de produção vis-à-vis seu valor 
agregado:
98
Valor 
gasto ($)
Tempo no 
processo 
produtivo
Os Triângulos de Hayek
• Uma economia em “equilíbrio” têm os vetores de oferta 
(VOA) e de demanda agregadas (VDA) sobrepostos:
99
Valor 
gasto ($)
Tempo no 
processo 
produtivo
Os Triângulos de Hayek
• Um aumento legítimo na poupança reduz o consumo e o 
investimento em produtos finais, elevando o investimento 
e o grau de “Roundaboutness” da economia, que passa a 
outro patamar de “equilíbrio”:
100
Valor 
gasto ($)
Tempo no 
processo 
produtivo
R0
A ABCT
• BOOM: Um aumento na quantidade de moeda, seja por 
conta do aumento de crédito promovido pelo sistema de 
reservas fracionárias, seja por uma expansão monetária 
(que os austríacos chamam inflação) descoordena a 
oferta e a demanda intertemporais:
101
Valor 
gasto ($)
Tempo no 
processo 
produtivo
R0
VOA
VDA
A ABCT
• O investimento na produção de mais longo prazo e valor 
agregado aumenta, parcialmente em detrimento dos bens de 
primeira ordem. Com isso, se eleva a renda dos 
trabalhadores, que elevam o consumo em todos os tipos de 
bens, inclusive porque a queda dos juros desestimula a 
poupança.
• Logo, Há um aumento na demanda por bens de ordens 
inferiores em concomitância com um aumento na oferta por 
bens de ordens maiores, a mais longo prazo.
• Ocorre uma mudança dos preços relativos, em favor dos 
bens de ordens inferiores, cuja demanda aumentou e a oferta 
caiu. Isso incentiva o investimento em bens de ordens 
inferiores.
102
A ABCT
• Como os investimentos de longo prazo ainda não maturaram 
e a poupança caiu, há escassez de poupança para financiar 
os novos investimentos em bens de consumo – estimulado 
pela elevação de seus preços relativos.
• Isso leva a um aumento na demanda por crédito (ou um 
“cabo de guerra” no mercado de crédito, como diria Hayek), 
que reverte os sinais de mercado, realocando novamente os 
vetores de oferta e demanda agregada. Não só os preços 
relativos se alteram, os preços, em geral, sobem, mas em 
velocidades diferentes.
• Surge a figura dos MALINVESTMENTS: investimentos que 
foram realizados incorretamente, em função de erros de 
previsão. Nesse caso, induzidos pela poupança forçada.
103
A ABCT
• CRASH: Uma queda na quantidade real de moeda, por 
conta do aumento da demanda de crédito pelos setores 
de ordem inferior e por conta de uma contração da 
poupança invertem os vetores novamente:
104
Valor 
gasto ($)
Tempo no 
processo 
produtivo
R0
VOA
VDA
A ABCT
• ESTABILIZAÇÂO: O reequilíbrio dos juros e dos preços 
relativos levam o VDA e o VOA de volta ao equilíbrio 
inicial. A economia passou por um boom, em seguida por 
uma recessão e, depois tende a voltar à uma nova 
situação de equilíbrio.
105
Valor 
gasto ($)
Tempo no 
processo 
produtivo
R0
VOA
VDA
A ABCT
• A expansão dos meios de pagamento leva a uma 
expansão artificial da economia que tem em suas 
próprias causas da semente da recessão corretiva que 
restaura a economia a uma trajetória sustentável.
• O governo, portanto, ao tentar estabilizar os ciclos 
econômicos, os magnifica, tornando o investimento 
contraproducente em parte do período, atrapalhando o 
progresso econômico, ao distorcer preços relativos e 
recompensas dos investidores.
• Ao distorcer um preço (a taxa de juros) o governo – ou o 
sistema de reservas fracionárias – passou informações 
incorretas ao mercado e que foi induzido ao erro.
106
Outras Razões para o Ciclo
• O fato de os austríacos desenvolverem uma teoria de 
ciclos com base nas oscilações monetárias não implica 
que outras razões não possam gerar um ciclo ou 
contribuir com o mesmo.
• Schumpeter definiu o processo de empreendedorismo 
(necessário ao progresso econômico) como um 
mecanismo de destruição criativa.
• Cada avanço que gera um novo produto ou processo 
acaba por eliminar o anterior, causando uma ruptura da 
atividade da produção do processo anterior, destruindo-a, 
para dar lugar ao novo processo mais eficiente ou 
vantajoso. Assim, há a destruição criativa.
107
Outras Razões para o Ciclo
• Kirzner vê de outra maneira. A percepção de que há um 
espaço antes inexplorado oferece a oportunidade de criação 
de novas atividades e firmas que geram progresso e atendem 
à demanda previamente não atendida.
• Sendo assim, dependendo do setor, de sua dinâmica e do 
processo de substituição entre os setores pode ser que os 
dois efeitos se anulem ou que um deles predomine por um 
período.
• Se o conceito de Schumpeter predominar, a expansão de uma 
atividade pode eliminar muitas outras até que a nova se 
instaure por completo e “compense” sua destruição, podendo 
gerar ciclos econômicos no processo.
108
Outras Razões para o Ciclo
109
Israel N. Kirzner
Free Banking
• Diversas soluções foram propostas para acabar com o 
papel pró-cíclico dos Bancos Centrais e do sistema de 
reservas fracionárias.
• Desde bancos centrais independentes a recolhimentos 
compulsórios a 100% (impedindo o sistema de reservas 
fracionáris) já foram propostos. Cada um com seu grau 
de sucesso.
• Uma linha de pesquisa proposta por Hayek em A 
Desestatização do Dinheiro ganha força, entre os 
austríacos: o Free Banking.
• A concessão da liberdade aos bancos de emitir moeda, 
em concorrência aos bancos centrais.
110
Free Banking
• Assim o público poderia escolher a moeda que prefere 
utilizar em função do comportamento do emissor (que, 
devido à concorrência, não poderá emitir 
exageradamente e perder valor, sob pena de perder a 
clientela e o poder de senhoriagem).
• A concorrência limitaria as emissões e os efeitos das 
expansões monetárias por um só emitente, reduzindo os 
efeitos de políticas do governo central sobre a economia.
• É um setor cujas pesquisas estão em expansão e pode 
significar a implantação de um limite real à ação e aos 
malefícios causados pelo Estado.
111
Vielen Dank!
112
Mises & Hayek
ANEXO
Funções da Moeda, Agregados Monetários, Criação e 
Destruição de Moeda e o Multiplicador Bancário.
113
Funções da Moeda
• Meio de troca:
• Osagentes econômicos usam a moeda para fazer transações de 
compra e venda, recebendo ou entregando moeda.
• Unidade de conta:
• É difícil comparar o valor de um bem com o de todos os outros 
bens se não há uma base única de comparação. A moeda exerce 
esse papel, funcionando como maneira de comparar e contabilizar 
valores, mesmo se estivermos medindo bens distintos.
• Reserva de Valor
• Os agentes econômicos, ao trocar um bem ou serviço por moeda, 
têm a opção de reter esse poder de compra para utilizá-lo em outro 
momento. 
114
Características da Moeda
• Divisibilidade:
• A moeda deve ser divisível, para facilitar as transações 
com bens de valores diferentes e/ou fracionáveis;
• Durabilidade:
• A moeda deve ser durável, de modo a permitir que sirva 
de reserva de valor, o que eleva sua aceitação.
• Portabilidade:
• A moeda deve ser portátil, prática de ser levada onde 
quer que se façam as transações. Também deve ser 
prática o suficiente para ser estocada sem que isto 
implique custos proibitivos de estocagem.
115
História da moeda
• Nos tempos antigos, as pessoas realizavam trocas por 
escambo.
• Com o tempo, a necessidade de se transacionar com 
diversos agentes, trocando-se bens diferentes, iniciou-se 
a prática de utilizar como moeda bens de aceitação 
universal, que tivessem as características de 
portabilidade, divisibilidade e durabilidade.
• Foram usados como moeda o sal, o gado, o trigo e 
metais preciosos.
• Com o tempo, o advento dos bancos e a necessidade de 
portabilidade levou à possibilidade de se transferir as 
somas de metais por meio de certificados de depósitos.
116
História da moeda
• Esses certificados eram transferíveis e suas 
características de portabilidade foram bem aceitas.
• O Estado começou a encampar a emissão de moeda, o 
que não necessariamente foi um avanço. Os governos 
começaram a obter ganhos de senhoriagem ao emitir 
moeda.
• Na fase seguinte, começou-se a emitir papel-moeda 
conversível, com lastro em ouro e prata (padrão-ouro).
• Ao longo do tempo, a conversibilidade acabou e a moeda 
passou a ter valor em função de seu valor de uso como 
meio de troca, não mais em função de seu valor 
intrínseco.
117
Quem emite a moeda?
• Hoje em dia, o principal emissor e controlador da 
quantidade (oferta) de moeda é o Banco Central.
• Mas não é só o Banco Central que emite moeda.
• Os bancos comerciais – que são aqueles que recebem 
Depósitos a Vista – também emitem moeda.
• Isto ocorre porque os depósitos à vista, que não recebem 
juros, têm de estar sempre disponíveis para saque, MAS, 
os bancos observaram que a maioria dos depositantes 
não sacam o dinheiro prontamente.
• Isto lhes confere a habilidade de emprestar uma parte da 
moeda que recebem via depósitos, recebendo juros, 
mantendo apenas a outra parte em caixa, caso alguém 
venha sacá-la. Assim se cria moeda.
118
O Sistema Financeiro e os Meios de 
Pagamento
• Os meios de pagamento consistem, primariamente, de 
dois componentes:
• Papel-moeda em poder do público (+ moedas metálicas)
• Depósitos a Vista nos Bancos Comerciais (que criam 
moeda).
• Os depósitos a vista nos bancos comerciais também são 
chamados de: moeda bancária e de moeda escritural.
119
O Sistema Monetário e os Meios de 
Pagamento
• Como o Banco Central (por força de lei) e os 
Bancos Comerciais (em função da fidúcia, ou 
confiança) emitem moeda, o conjunto das duas 
instituições é conhecido como o SISTEMA 
MONETÁRIO.
• O Sistema monetário faz parte do Sistema 
Financeiro (que também inclui outras instituições 
bancárias que não recebem depósitos à vista, logo, 
não emitem moeda, como os Bancos de 
Investimento, de Fomento, Financeiras, etc).
• O SISTEMA MONETÁRIO emite os meios de 
pagamentos na sua versão básica: M1.
120
A Base Monetária
• Consiste em uma medida monetária ainda mais básica, a 
partir da qual são calculadas as demais, inclusive o M1.
• A base monetária é chamada de “High-Powered Money” –
dinheiro de alto poder (de compra), por isso usamos a 
notação H.
• A Base é composta pelo Papel Moeda em Poder do Público 
(PMPP) (que é o papel moeda emitido menos o que está em 
poder do sistema monetário) e da “moeda dos bancos”, as 
reservas bancárias (que vamos chamar de β).
• Logo, a base, H, é:
	 = 
�
 + 
• Onde 
 = � ∙ ��, onde R = r1 + r2+ r3 (que serão definidos)
121
A Base Monetária
• No que constitui a base monetária:
• Note que o PMPP não inclui os ítens 2.1 e 2.2, mas a base 
monetária sim. A base inclui todo o PMC + reservas no BC.
122
Base Monetária (= 1 + 2)
1) PMPP
2) Reservas Totais dos Bancos Comerciais (= 2.1 + 2.2)
2.1) Em moeda corrente
2.2) Em depósitos no Banco Central (= 2.2.1 + 2.2.2)
2.2.1) Voluntárias
2.2.2) Compulsórias
Os Agregados Monetários
• PME: Papel Moeda emitido = Papel moeda + moedas 
metálicas emitidas pelo Banco Central.
• PMPP: PME MENOS papel moeda e moedas metálicas em 
poder do SISTEMA MONETÁRIO (Banco Central + Bancos 
Comerciais).
• M1 = PMPP + DV, onde DV são os depósitos a vista.
• M2 = M1 + Títulos Federais em poder do público (Menos o 
que estiver em poder do TN e do Sist. Monetário)
• M3 = M2 + Depósitos de Poupança (Menos o que estiver 
em poder do TN e do Sistema Financeiro (≠ Sist. 
Monetário)).
• M4 = M3 + Depósitos a Prazo (Menos o que estiver em 
poder do TN e do Sistema Financeiro)
123
Papel Moeda
124
Papel Moeda 
Emitido
Papel Moeda
125
Papel Moeda 
Emitido (PME) Em poder 
do Banco 
Central
Em poder 
do resto: 
Papel 
Moeda em 
Circulação
(PMC)
Papel Moeda
126
Papel Moeda 
Emitido (PME) Em poder 
do Banco 
Central
Em poder 
do resto: 
Papel 
Moeda em 
Poder do 
Público 
(PMPP)
Em poder 
dos Bancos 
Comerciais
Base Monetária
127
Papel 
Moeda em 
Poder do 
Público 
(PMPP)
Papel 
Moeda em 
Poder dos 
Bancos 
Comerciais
Note que isto é 
DIFERENTE do 
Papel Moeda em 
Poder do Banco 
Central
Reservas 
Bancárias 
dos Bancos 
Comerciais 
no Banco 
Central
Voluntárias
Compulsórias
M1
128
Papel 
Moeda em 
Poder do 
Público 
(PMPP)
Note que isto é 
DIFERENTE de 
reservas 
bancárias
Depósitos à 
Vista nos 
Bancos 
Comerciais
M2
129
Papel 
Moeda em 
Poder do 
Público 
(PMPP)
Papel 
Moeda em 
Poder dos 
Bancos 
Comerciais
Títulos Públicos 
Federais
Depósitos à 
Vista nos 
Bancos 
Comerciais
M3
130
Papel 
Moeda em 
Poder do 
Público 
(PMPP)
Papel 
Moeda em 
Poder dos 
Bancos 
Comerciais
Títulos Públicos 
Federais
Depósitos à 
Vista nos 
Bancos 
Comerciais
Depósitos de 
Poupança
M4
131
Papel 
Moeda em 
Poder do 
Público 
(PMPP)
Títulos Públicos 
Federais
Depósitos à 
Vista nos 
Bancos 
Comerciais
Depósitos de 
Poupança
Títulos a 
Prazo
Os Balanços do Sistema Monetário
Balancete dos Bancos Comerciais
Ativo Passivo
Reservas Bancárias
a) Em moeda corrente Depósitos à vista
b) Junto ao Banco Central Empréstimos a pagar
b.1) Voluntários Depósitos de poupança
b.2) Compulsórios Depósitos a prazo
Empréstimos Demais exigibilidades
Títulos Patrimônio Líquido (recursos próprios)
Imobilizado
Outros
132
Os Balanços do Sistema Monetário
Balancete do Banco Central
Ativo Passivo
Reservas Internacionais PME
Empréstimos ao Tesouro Depósitos de reservas bancárias no 
Banco Central
Empréstimos aos Bancos Comerciais 1) Voluntários
Títulos Públicos Federais 2) Compulsórios
Moeda Corrente Depósitos do Tesouro
Empréstimos a outras entidades
públicas
Recursos próprios
Imobilizado Empréstimos externos
Outros Demais exigibilidades
133
Os Balanços do Sistema Monetário
Balancete do Sistema Monetário
Ativo Passivo
Aplicações do Banco Central Passivo Monetário
Títulos Públicos Federais PMPP
Empréstimos ao Tesouro Depósitos à Vista
Reservas Internacionais Recursos Não-Monetários
Empréstimos ao outras entidades
públicas
Depósitos a Prazo
Aplicações dos Bancos Comerciais Depósitos de Poupança
Empréstimos ao setor privado Saldo Líquido das demais contas
Títulos públicos e Privados Depósitos do Tesouro (BC)
Aplicações internacionais EmpréstimosExternos (BC)
Imobilizado Saldo Líquido das Demais Contas
134
Criação e destruição de moeda (M1)
• Há variação na quantidade de moeda quando muda o passivo 
monetário E variação em mesmo sentido no ativo OU no 
passivo não monetário do SISTEMA MONETÁRIO.
• Cria-se (se destrói) moeda se se eleva (se reduz) o passivo 
monetário E aumenta (diminui) OU o ativo OU o passivo não 
monetário.
• Assim:
∆	 = ∆������� − ∆
������ �� �������
∆�1 = ∆����� ! − ∆
������ �� ����� !
Onde H = Base Monetária = H = PMPP + Reservas dos Bancos 
Com. no BC
135
Quando se cria moeda?
SM SñM
Moeda
Haver não 
monetário
Pode ocorrer porque: ∆M > 0 e ∆Ativo (SM) > 0, OU
∆M > 0 e ∆Passivo não Monetário (SM) < 0
136
Quando se destrói moeda?
SM SñM
Moeda
Haver não 
monetário
Pode ocorrer porque: ∆M < 0 e ∆Ativo (SM) < 0, OU
∆M < 0 e ∆Passivo não Monetário (SM) > 0
137
O Multiplicador Bancário
• Note que se os bancos comerciais emitem moeda 
quando emprestam parte dos depósitos à vista que 
possuem, essa nova moeda pode ser depositada em 
outros bancos.
• Quando depositada em outros bancos, a moeda nova cria 
a possibilidade de os outros bancos emitirem mais moeda 
em função dessa moeda que já fora criada por outro 
banco.
• Neste contexto, podemos estabelecer o que chamamos 
de multiplicador bancário, que indica o quanto vamos ter 
de aumento de M1 para cada $ 1,00 de aumento de H.
138
O Multiplicador Bancário
• Logo, M (moeda, no conceito M1) é uma função da base 
monetária (H = PMPP+Reservas dos Bancos Com. no BC).
• Então, teremos que:
� = "	
• Onde m é o multiplicador monetário.
• Mas qual o valor de m?
139
O Multiplicador Bancário
• O multiplicador m depende de seis parâmetros
• # = 
$!$$
!%
• &% =
'(
!%
• )% =
*+,-. /+00,12, -+3 4.1/+3 /+*,0/5.53
'(
• )6 =
-,7ó352+3 9+:;12á05+3 -+3 4.1/+3 /+*,0/5.53 1+ �.1/+ �,120.:
'(
• )= =
-,7ó352+3 /+*7;:3ó05+3 -+3 4.1/+3 /+*,0/5.53 1+ �.1/+ �,120.:
'(
• � =
>1/.5?, 2+2.: -+3 4.1/+3 /+*,0/5.53
'(
= )% + )6 + )=
• β = R ⋅DV = Depósitos (no BC) e encaixes dos Bancos Comerciais
• Como M1 = PMPP + DV, então: c + d1 = 1.
140
O Multiplicador Bancário
• Temos então, que:
	 = #� + �&%�
• Como c = 1 – d1:
	 = (1 − &%)� + �&%�
	 = � − �(1 − �)&%
� =
	
1 − &%(1 − �)
141
O Multiplicador Bancário
• Dividindo ambos os lados por H:
" =
1
1 − &%(1 − �)
• Note também que:
∆� =
∆	
1 − &%(1 − �)
142
REFERÊNCIAS
143
Referências
•Obrigatórias:
•Holcombe, Randall G. An Advanced
Introduction to The Austrian School of
Economics. Elgar, 126p.
• Iorio, Ubiratan J. Ação, Tempo e 
Conhecimento: A Escola Austríaca de 
Economia. Instituto Mises Brasil, 2011.
144
Referências
• Complementares:
• Böhm-Bawerk, Eugene Von (1884, 1889 e 1909). Capital and
Interest (3 Vols.) Reprinted in 1959. South Holland, IL: 
Libertarian Press.
• Hayek, F.A. (1935). Prices and Production 2nd Ed.. New York: 
Augustus M Keller.
• Hayek, F.A. (1988). The Fatal Conceit. Chicago, IL: University
of Chicago Press.
• Hayek, F.A. (2011). A Desestatização do Dinheiro. São Paulo: 
Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 166p.
• Herbener, Jferrey, M. (1997). “The Pareto Rule and Welfare in 
Economics”. Review of Austrian Economics, 10(1), 79-106.
145
Referências
• Ikeda, Sanford (1997). Dynamics of the Mixed Economy: 
Toward a Theory of Interventionism. London: Routledge.
• Kirzner, Israel (1973). Competition and Entrepreneurship.
Chicago, IL: University of Chicago Press.
• Langlois, Richard N. (2007). “The Entrepreneurial Theory of
the Firm and the Theory of the Entrepreneurial Firm”. Journal
of Management Studies, 44(7), November, 1107-24.
• Langlois, Richard N. (2013). “The Austrian Theory of the Firm: 
retrospect and prospect” Review of Austrian Economics, 
26(3). September, 247-58.
• Lange, Oskar and Fred M. Taylor (1938). On The Economic
Theory of Socialism. Minneapolis, MN: University of
Minnesota Press.
146
Referências
• Menger, Carl (1871). Principles of Economics. Reprinted in 
1976. New York: New York University Press.
• Mises, L. (1924). Theorie des Geldes und der Unlaufsmittel, 
Dunker & Humbolt, 420p. ISBN.: 978-3428118823.
• Rothbard, Murray N. (2010). What Has Government Done to 
Our Money? Ludwig Von Mises Institute, 128p.
• Schumpeter (1934). The Theory of Economic Development. 
Cambridge, MA: Harvard University Press.
• Simonsen, M.H. & Cysne, R.P. Macroeconomia, 4ª ed. São 
Paulo: Ed. Atlas, 2007.
• Witt, Ulrich (1999). “Do Entrepreneurs Need Firms?A
contribuition to a Missing Chapter in Austrian Economics”. 
Review of Austrian Economics 11(1/2), 99-199.
147

Outros materiais