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“A família moderna está se transformando em um grupo de estranhos, todos ilhados em seu próprio mundo”. 
August Cury, importante escritor brasileiro, retrata o quanto as redes sociais estão distanciando as relações 
interpessoais. Diante disso, sabe-se que a internet e as tecnologias provocaram mudanças na forma como o homem 
enxerga, interpreta e se relaciona com o mundo. Dessa maneira, é fundamental avaliar as consequências causadas 
por tal realidade na família brasileira. 
 A princípio, convém ressaltar o importante papel das tecnologias na sociedade contemporânea. De fato, a relação 
familiar tem se modificado ao longo dos anos devido à ascensão hipercapitalista na qual pais estão cada vez mais 
trabalhando, e filhos estão ou nas escolas ou ocupados com seus smartphones. Essas mudanças trouxeram maior 
distanciamento entre os familiares, atrapalhando a comunicação. Sendo assim, seja para aproximar esses parentes - 
que vivem separados - seja para facilitar a organização de confraternizações, sabe-se que a internet é uma excelente 
e importante ferramenta nos dias atuais. Todavia, quando mal utilizada, tal recurso pode trazer irreversíveis 
consequências para o convívio pessoal entre os membros. 
 Paralelo a isso, é válido destacar os impactos causados pela modernização. Consoante à teoria “Amor líquido”, do 
sociólogo Zygmunt Bauman, as relações pessoais estão cada vez mais mercantilizadas. Nesse sentido, no momento 
em que todos se voltam para a tecnologia, as redes sociais se tornam uma vida de aparências a qual deve ser 
supervalorizada com uma felicidade extrema, transformando as pessoas em suas próprias mercadorias. Tal fato, na 
realidade das famílias, se mostra verídico, uma vez que o diálogo e o lazer diminuem, progressivamente, entre os 
intelectuais que, quando se veem sem tal idealização se tornam passíveis de sofrer por problemas como depressão, 
baixa autoestima e, até mesmo, suicídio. Sendo assim, é necessário estabelecer limites na utilização e na exposição 
dessa inovação. 
 É imprescindível, portanto, que governo, mídia e escolas reconheçam os benefícios das tecnologias sem omitir suas 
consequências. Para tal, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com pedagogos e agentes sociais, promover 
uma maior interação entre pais e filhos, por meio da criação de atividades lúdicas como teatro, gincanas e debates 
sobre o papel da tecnologia na vida familiar, com o objetivo de melhorar o convívio entre eles e torná-los cada vez 
mais críticos acerca do assunto. Concomitante a isso, as grandes empresas de marketing e tecnologia devem, além 
de criar aplicativos que envolvam pais e filhos em uma maior interação, propagar, através de novelas e programas, o 
uso de suas criações, bem como a importância da relação e convívio físico entre os membros. Dessa forma, será 
possível diminuir as ilhas criadas na família contemporânea.

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