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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL
Audiência de Mediação e Conciliação. 
Respostas do Réu. Revelia
Livro Eletrônico
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Thiago Pivotto
Audiência de Mediação e Conciliação. Respostas do Réu. Revelia
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Audiência de Mediação e Conciliação, Respostas do Réu e Revelia . ....................................3
Da Audiência de Conciliação ou de Mediação. .........................................................................3
Da Contestação ..........................................................................................................................5
Da Reconvenção . .....................................................................................................................22
Da Revelia . ...............................................................................................................................33
Resumo .....................................................................................................................................42
Questões de Concurso . .......................................................................................................... 50
Gabarito . ...................................................................................................................................74
Gabarito Comentado ................................................................................................................75
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Audiência de Mediação e Conciliação. Respostas do Réu. Revelia
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO, 
RESPOSTAS DO RÉU E REVELIA
Nesta aula, eu e você iremos trabalhar os artigos 334 ao 346 do nosso Código de Processo 
Civil. Fique tranquilo(a) porque sempre que o artigo for muito importante, eu irei transcrevê-lo 
para você. Sempre que tiver algum julgado importante eu também vou transcrever a ementa 
para que seu estudo fique dinâmico.
Da auDiência De conciliação ou De MeDiação
Nos pontos anteriores, vimos as posturas do juiz diante da petição inicial. Se faltar al-
gum elemento, condição ou pressuposto sanável, deve o juiz oportunizar a emenda à inicial 
disposta no art. 321. Se o vício não for sanável ou se a emenda não for atendida, o caso é de 
indeferimento da petição inicial do art. 330, que é concretizado por uma sentença sem resolu-
ção do mérito. Por outro lado, se a petição inicial estiver em ordem, mas se tratar de uma cau-
sa que dispense a fase instrutória e for formulada em desacordo com orientações tranquilas 
das instâncias superiores (contrária à súmula do STJ ou do STF, por exemplo), o caso será de 
improcedência liminar do pedido do art. 332.
Superadas todas essas hipóteses, é o caso de permitir a marcha processual adiante, ou 
seja, se não for o caso de emenda, indeferimento da petição inicial ou improcedência liminar 
do pedido, deve o juiz, como regra, designar a audiência de conciliação ou de mediação para 
o início da fase instrutória.
Preenchidos, portanto, os requisitos essenciais e não sendo o caso de improcedência li-
minar do pedido, designa-se a audiência de conciliação ou de mediação com pelo menos 30 
dias de antecedência e se determina a expedição do mandado de citação, que deve ser cum-
prido com pelo menos 20 dias de antecedência da audiência.
Se na comarca ou seção houver conciliador ou mediador, deve ele atuar necessariamente 
nessa audiência de conciliação ou mediação, justamente por ser o profissional mais habilita-
do para o ato. Na ausência, é o próprio juiz quem realiza o ato.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A conciliação ou mediação nem sempre são proveitosas de pronto, por vezes há a neces-
sidade de mais de uma sessão, o que permite o Código, desde que não exceda 2 meses da 
data da realização da primeira sessão, justamente para que não se perca o trabalho psicoló-
gico construído em prol da conciliação ou mediação e para que se respeite também a razoável 
duração do processo.
Esse despacho que designa a audiência e determina a citação do réu para a ela compa-
recer também deve ser cientificado ao autor, que será intimado na pessoa de seu advogado
para ciência do que foi feito.
Existem casos, contudo, em que a audiência de conciliação ou mediação não será realiza-
da, elencando o Código duas hipóteses: a) se ambas as partes manifestarem expressamente 
o desinteresse na composição; b) se a causa não admitir a autocomposição.
No primeiro caso, não basta que apenas o autor ou apenas o réu expressem o desinteresse
na composição. A dispensa em relação à realização do ato só é possível quando ambos mani-
festam-se nesse sentido. O autor, portanto, já na petição inicial, deve afirmar que não possui 
interesse no ato, conforme art. 319, inciso VII. Já o réu deve se manifestar por petição com até 
10 dias de antecedência da audiência.
Art. 319. A petição inicial indicará:
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
O Código realmente prestigia a realização da audiência. Na prática, quando uma das par-
tes não deseja realizar a composição, já é bastante difícil obter o resultado, ainda assim exige 
a lei que a dispensa do ato só se operará se todos manifestarem o desinteresse na audiência. 
Se houver litisconsórcio, por exemplo, o desinteresse na realização da audiência deve ser 
manifestado por todos eles!
Até mesmo para fins de organização e premeditação quanto aos trabalhos, devem as 
partes manifestarem o desinteresse no ato previamente. O não comparecimento injustificado 
do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da 
justiça e é sancionado com multa de até 2% da vantagem econômica pretendida ou do valor 
da causa. O valor é revertido ao Estado ou à União.
A segunda hipótese prevista para não realização da audiência de conciliação ou mediação 
é se a causa não admitir autocomposição. É bastante comum na prática, nas ações em que 
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figure a Fazenda Pública, não se realizar a audiência, justamente pela alegada impossibilida-
de de autocomposição.
Não confunda a impossibilidade de autocomposição com o fato de o direito ser indisponível. 
Mesmo quando o direito for indisponível é possível a realização da autocomposição apenas 
para tratar da forma de exercício desse direito, como o momento do cumprimento da obriga-
ção, por exemplo. É o caso de uma ação de alimentos, por exemplo. O direito é indisponível, 
mas é possível a composição.
A audiência pode ser realizada por meio eletrônico e o Código exige que as partes este-
jam acompanhadas dos seus advogados ou defensores. O comparecimento da parte em si, 
contudo, pode ser dispensado na hipótese em que ela constitui por procuração específica um 
representante com poderes para negociar e transigir.
Caso haja a autocomposição, seu conteúdo é reduzido a termo e homologado por uma 
sentença com resolução de mérito.
O Código ainda prevê que a pauta das audiências de conciliação ou de mediação será 
organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 minutos entre o início de uma e o 
início da seguinte, de modo a evitar a prática de marcação de todas as audiências no mesmo 
horário, com sua realização aos poucos e às custas da espera de todos.
Da contestação
A manifestação mais clássica do réu em termos de defesa é a contestação. É por inter-
médio dela que o réu se insurge em relação à pretensão do autor. Seu oferecimentoocorre no 
prazo de 15 dias, mas o termo inicial da contagem depende do estado do processo.
• Os 15 dias podem ser contados:
– da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, 
quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocompo-
sição;
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– do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de media-
ção apresentado pelo réu, quando já tiver o autor manifestado na sua petição inicial 
o desinteresse na composição (se for o caso de litisconsórcio passivo, o termo ini-
cial é contado individualmente de cada apresentação de pedido de cancelamento);
– nos demais casos em que não há designação da audiência de conciliação ou media-
ção, é preciso ver a forma como foi feita a citação:
◦ se feita pelo correio, contam-se os 15 dias da juntada do AR aos autos;
◦ se feita por oficial de justiça, contam-se os 15 dias da data da juntada aos autos
do mandado cumprido;
◦ se feita por escrivão em balcão, contam-se os 15 dias da data da certificação;
◦ se feita por meio eletrônico, contam-se os 15 dias do dia útil seguinte à consulta 
ao teor da citação ou ao término do prazo para que a consulta se dê.
Na hipótese de não haver audiência de conciliação ou mediação e o despacho do juiz for 
para citação para que o réu ofereça defesa, deve-se atentar à hipótese de litisconsórcio pas-
sivo e a possibilidade de o autor desistir da ação em relação ao réu ainda não citado. Nesse 
caso, o prazo para resposta ocorrerá da data da intimação da decisão que homologar a de-
sistência.
Há o prazo de 15 dias para contestar no procedimento comum, mas cuidado com algumas 
previsões próprias:
Nas ações de demarcação são 15 dias.
NCPC
Art. 577. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum de 15 (quinze) dias para contestar.
Nos embargos de terceiro são 15 dias.
NCPC
Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se se-
guirá o procedimento comum.
Na ação popular são 20 dias + 20 dias.
Lei n. 4.717/1965, Art. 7º, § 2º, IV – O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis 
por mais 20 (vinte), a requerimento do interessado, se particularmente difícil a produção de prova 
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documental, e será comum a todos os interessados, correndo da entrega em cartório do mandado 
cumprido, ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em edital.
Na tutela provisória de urgência cautelar, são 5 dias.
NCPC, Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as 
provas que pretende produzir.
Na ação de alimentos é até a audiência.
Lei n. 5.478/1968, Art. 5º, § 1º Na designação da audiência, o juiz fixará o prazo razoável que pos-
sibilite ao réu a contestação da ação proposta e a eventualidade de citação por edital.
Art. 9º Aberta a audiência, lida a petição ou o termo, e a resposta, se houver, ou dispensada a leitu-
ra, o juiz ouvirá as partes litigantes e o representante do Ministério Público, propondo conciliação”
Na habilitação são 5 dias.
NCPC, Art. 690. Recebida a petição, o juiz ordenará a citação dos requeridos para se pronunciarem 
no prazo de 5 (cinco) dias.
Na rescisória são de 15 a 30 dias.
NCPC, Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quin-
ze) dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou 
sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.
No direito de resposta/retificação são 3 dias.
Lei n. 13.188/2015, Art. 6º Recebido o pedido de resposta ou retificação, o juiz, dentro de 24 (vinte 
e quatro) horas, mandará citar o responsável pelo veículo de comunicação social para que:
I – em igual prazo, apresente as razões pelas quais não o divulgou, publicou ou transmitiu;
II – no prazo de 3 (três) dias, ofereça contestação.
Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de 
fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende 
produzir.
Uma boa peça de contestação, além do endereçamento no cabeçalho e a referência ao 
processo na sequência, deve possuir a qualificação das partes, um breve histórico do caso e a 
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matéria de defesa. Na defesa, deve-se dividir a alegação preliminar ou prejudicial da alegação 
de mérito propriamente dita. Ao final, deve-se requerer o meio de prova que pretende.
Existe um grande número de matérias que devem ser alegadas antes da defesa de mérito 
propriamente dita, que são as chamadas matérias preliminares e prejudiciais. Confira na ta-
bela a seguir:
Matérias a serem arguidas antes do mérito Observações
inexistência ou nulidade da citação
Trata-se de matéria de ordem pública e que apenas dilata o 
processo, sem implicar na sua extinção (defesa dilatória)
incompetência absoluta e relativa
Incompetência absoluta é matéria de ordem pública, já a rela-
tiva não (caso esta não seja alegada, há prorrogação da com-
petência)
incorreção do valor da causa
O próprio Código permite que o juiz determine a correção de 
ofício, mas o réu também pode alegar a matéria dilatória
inépcia da petição inicial
Considera-se inepta a petição inicial quando (defesa peremp-
tória): lhe faltar pedido ou causa de pedir; o pedido for inde-
terminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite 
o pedido genérico; da narração dos fatos não decorrer logica-
mente a conclusão; contiver pedidos incompatíveis entre si.
perempção
Se o autor der causa, por 3 vezes, a sentença fundada em 
abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o 
réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, 
a possibilidade de alegar em defesa o seu direito. É o que se 
entende por perempção, que vem a ser defesa peremptória 
também.
litispendência
Litispendência é verificável quando se reproduz (mesmas 
partes, pedido e causa de pedir) ação anteriormente ajuizada e 
em curso.
coisa julgada
Coisa julgada é verificável quando se reproduz (mesmas partes, 
pedido e causa de pedir) ação anteriormente ajuizada e já tran-
sitada em julgado.
conexão
Reputam-se conexas 2 ou mais ações quando lhes for comum 
o pedido ou a causa de pedir. Dá-se a continência entre 2 ou 
mais ações quando houver identidade quanto às partes e à 
causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, 
abrange o das demais. O Código só elenca a conexão, mas 
ambas as matérias são arguíveis.
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incapacidade da parte, defeito de 
representação ou falta de autorização
Vícios sanáveis. A incapacidade da parte é voltada à capaci-
dade de exercício ou de fato. O defeito de representação refere-
-se à capacidade postulatória.
convenção de arbitragem
Caso a parte não alegue a existência da convenção, sua omis-
são é interpretada como aceitação da jurisdição estatal e 
renúncia ao juízo arbitral
ausência de legitimidade ou de interesse
processual
O interesse processual é composto pela necessidade de obten-
ção da tutela e a adequação entre o pedido e a proteção que se 
pleiteia.
falta de caução ou de outra prestação que a 
lei exige como preliminar
Exemplos:5% do valor da causa para propositura de ação 
rescisória; pagamento de custas de processo idêntico extinto 
anteriormente sem resolução de mérito; caução às custas e 
aos honorários se o autor residir fora do Brasil, se não tiver no 
Brasil bens imóveis que assegurem o pagamento
indevida concessão do benefício de 
gratuidade de justiça
Caso acolhida a defesa, o autor é apenas intimado para paga-
mento das custas, sob pena de extinção do processo
De todas as matérias expostas, apenas em relação à convenção de arbitragem e à incom-
petência relativa o juiz não pode conhecer de ofício do tema. Isso significa que ele pode co-
nhecer de ofício de todas as demais matérias elencadas no quadro anterior, salvo essas duas. 
Ao conhecer de ofício, ele suscita o debate sem que ninguém tenha se atentado ao assunto 
para depois decidir sobre o tema.
Não confunda o conhecimento da matéria de ofício com a possibilidade de decidir de ofício. 
Tecnicamente e sendo bastante criterioso, o que o Código admite é que o juiz conheça a ma-
téria, então, por exemplo, se o juiz verificar a existência de coisa julgada, ainda que o autor 
nada tenha dito sobre a existência de outra ação transitada em julgado e o réu não tenha 
falado nada sobre o tema em sua contestação, pode ele suscitar essa matéria no processo e, 
conforme a literalidade dos artigos 9º e 10, deve ouvir as partes sobre o tema antes de proferir 
decisão a respeito do tema.
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
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I – à tutela provisória de urgência;
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III – à decisão prevista no art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito 
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria 
sobre a qual deva decidir de ofício.
Após a oitiva, pode ele, confirmando a ocorrência de coisa julgada, sentenciar o processo 
sem resolução de mérito na linha do art. 485, V.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
Situação diferente e que não é tecnicamente possível, ao menos pela literalidade do Códi-
go, é o juiz conhecer da coisa julgada de ofício e, sem a oitiva das partes já de pronto senten-
ciar o processo, o que significa decidir de ofício.
Uma das matérias passíveis de serem arguidas em contestação é a ilegitimidade passiva. 
Ao assim proceder, o réu se defende afirmando que não é ele quem deveria figurar no polo 
passivo do processo. O juiz, então, deve facultar ao autor, no prazo de 15 dias, a alteração da 
petição inicial para substituição do réu.
Caso haja essa substituição, o autor reembolsa as despesas e paga os honorários ao 
procurador do réu excluído. Não poderia deixar de ser assim, afinal, nem sequer era para 
aquele réu ter figurado no processo. Como houve aceitação do autor da matéria preliminar 
sem maiores discussões, o Código também estipula um valor de honorários reduzido: fixação 
entre 3% e 5% do valor da causa ou, sendo este irrisório, poderão ser fixados por apreciação 
equitativa pelo juiz.
Caso o réu tenha conhecimento de quem deva realmente figurar no polo passivo, ele deve 
indicar ao autor, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos 
prejuízos decorrentes da falta de indicação.
Na situação de o autor aceitar a indicação ofertada pelo réu de quem realmente deva fi-
gurar no polo passivo, deverá ele proceder, no prazo de 15 dias, à alteração da petição inicial. 
Nesse mesmo prazo deve ocorrer o reembolso das despesas e pagamento dos honorários ao 
procurador do réu excluído. O autor também pode entender que não é caso de substituição do 
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polo passivo, mas sim de ampliação dele. Nessa situação, cabe, no mesmo prazo de 15 dias, 
incluir o sujeito indicado pelo réu, formando litisconsórcio passivo na demanda.
Outra matéria passível de ser alegada em sede preliminar na contestação é a incompe-
tência relativa ou absoluta.
Como nesse tipo de alegação a tese sustentada é a de que aquele juízo ao qual distribu-
ída a petição inicial não é o competente para o julgamento da demanda, é possível que o réu 
protocole a contestação que contenha essa defesa no foro de seu domicílio, o que será ime-
diatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico, que é o mais 
célere. Nesse caso a contestação é submetida à livre distribuição, salvo se houver sido citado 
por carta precatória, ocasião em que há apenas a juntada da contestação aos autos da carta.
Na hipótese de futuro reconhecimento da incompetência suscitada em contestação pro-
tocolada no domicílio do réu, o juízo para o qual houve a distribuição da contestação ou da 
carta precatória será considerado prevento e receberá, consequentemente, os autos distribu-
ídos equivocadamente.
Como você já viu, a sistemática inicial do procedimento comum é realizar a audiência de 
conciliação ou de mediação. Nesse caso em que a contestação é ofertada no juízo de domicí-
lio do réu, há a necessidade de suspensão da designação da audiência, que será redesignada
após a definição de qual juiz é o competente para o julgamento da demanda.
No CPC/73, havia duas espécies de matérias arguíveis pela chamada exceção: incompetên-
cia relativa e parcialidade do juiz (impedimento ou suspeição). Atualmente a incompetência 
relativa é matéria arguível em preliminar de contestação, ao passo que as questões afetas 
à parcialidade do juiz permaneceram alegáveis por intermédio de uma exceção autônoma, 
conforme art. 146.
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o im-
pedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o 
fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com 
rol de testemunhas.
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imedia-
tamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em 
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apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de 
documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for 
recebido:
I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II – com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido 
com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejei-
tá-la-á.
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal con-
denará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da 
decisão.
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz 
não poderia ter atuado.
§ 7º O tribunal decretaráa nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de 
impedimento ou de suspeição.
O impedimento/suspeição pode gerar conflito de competência.
Julgado: TRF1. PROCESSO CIVIL – CONFLITO DE COMPETÊNCIA – SUSPEIÇÃO. 1. O juiz 
que se declara suspeito e, portanto, incompatível para julgar, deve remeter os autos 
ao seu substituto legal ou à livre distribuição. 2. A incompatibilidade assemelha-se à 
incompetência, podendo ensejar conflito de competência. 3. Não cabe ao juiz que rece-
beu o processo questionar quanto à inexistência de suspeição do colega, se esta deriva 
de foro íntimo, não sendo mensurável por critérios objetivos. 4. Conflito conhecido para 
declarar competente o juízo suscitante. (CC 199801000228272, JUÍZA ELIANA CALMON, 
TRF1 – SEGUNDA SEÇÃO, DJ DATA:14/09/1998 PAGINA:143.).
Julgado: TRF5. PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. DECLARAÇÃO DE 
SUSPEIÇÃO POR MOTIVO DE FORO ÍNTIMO. REMESSA DOS AUTOS AO SUBSTITUTO 
LEGAL. ART. 313 DO CPc) 1. A divergência entre Juízes acerca da declaração de suspei-
ção de um deles não se confunde com conflito de competência, mas deve ser proces-
sado como se fosse, por falta de regramento processual específico. 2. A declaração de 
suspeição por motivo de foro íntimo apenas pode ser apreciada pelo Magistrado que a 
declarou, pois se trata de prerrogativa do Juiz, circunstância que diz respeito à sua inti-
midade. 3. Jurando o Juiz a sua suspeição e havendo na mesma Vara Juiz Substituto, 
desnecessária é a redistribuição do feito, passando este, no entanto, a ser presidido pelo 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
substituto legal do Juiz suspeito (art. 313 do CPC). (CC 200105000396224, Desembarga-
dor Federal Napoleão Maia Filho, TRF5 – Pleno, DJ – Data: 22/06/2004 – Página::494.).
“2. Hipóteses. Se o juiz é amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes, reputa-
-se fundada a sua suspeição. Em geral, a amizade íntima ou inimizade capital entre o juiz 
e o advogado da parte não dá lugar à caracterização da suspeição do magistrado (STJ, 
3ª Turma, REsp 4.509/MG, rel. Min. Waldemar Zveiter, j. em 30.10.1990, DJ 26.11.1990, p. 
13.779). Excepcionalmente, contudo, eventual situação de gravíssima desavença entre 
o juiz e o advogado da parte, evidenciada à luz do caso concreto, pode gerar suspei-
ção judicial.” (MITIDIERO, Daniel, MARINONI, Luiz Guilherme. Código de Processo Civil 
comentado artigo por artigo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, 2ª ed., p. 182).
Na suspeição por motivo íntimo, não há a necessidade de declinar os motivos, mas, se o 
fizer, a suspeição deixará de ser íntima e deverá enquadrar-se em um dos incisos do rol 
taxativo* do artigo 145 do NCPC.
Julgado: TRF1. PROCESSUAL CIVIL – CONFLITO DE COMPETÊNCIA – SUSPEIÇÃO DO 
JUIZ – ART. 135 DO CPc) I – Firmou o plenário do TRF/1ª Região entendimento no sen-
tido de que, na sistemática do direito processual civil brasileiro, a suspeição constitui 
matéria de direito estrito, só admitindo as hipóteses previstas no art. 135 do CPc) II – Ao 
juiz é permitido dar-se por suspeito por motivo de foro íntimo, sem decliná-lo, mas, se 
motivar a suspeição, deverá fundar-se em um dos incisos do art. 135 do CPC, sem o que 
não há suspeição a ser declarada. III – O art. 135 do CPC não elenca o fato de o Juiz já se 
ter pronunciado sobre o mérito da causa, em despacho anterior, como motivo de suspei-
ção para processar e julgar a lide. Precedentes do STJ e do TRF/1ª Região. IV – Conflito 
conhecido, para declarar competente o juízo suscitado. (CC 9401167796, JUÍZA ASSU-
SETE MAGALHÃES, TRF1 – CORTE ESPECIAL, DJ DATA:29/09/1994 PAGINA:55216.)
Julgado: TRF5. PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA NEGATIVO ENTRE 
JUÍZES FEDERAIS. ALEGADA SUSPEIÇÃO POR MOTIVO DE FORO ÍNTIMO. MOTIVO 
EXPLÍCITO. DESCARACTERIZAÇÃO COMO HIPÓTESE DE SUSPEIÇÃO. CONHECIMENTO 
DO CONFLITO. RECONHECIMENTO DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO FEDERAL SUSCITADO. 
– AO MANIFESTAR SUSPEIÇÃO POR MOTIVO DE FORO ÍNTIMO, SE O JUIZ DECLARA O 
MOTIVO, ESTE DEIXA DE SER ÍNTIMO E, NO CASO, NÃO SE AGASALHA NAS HIPÓTE-
SES LEGAIS DE SUSPEIÇÃO DE MAGISTRADO. – CONFLITO DE COMPETÊNCIA CONHE-
CIDO. RECONHECIMENTO DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO FEDERAL SUSCITADO. (CC 
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Audiência de Mediação e Conciliação. Respostas do Réu. Revelia
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200105000396261, Desembargador Federal José Baptista de Almeida Filho, TRF5 – 
Pleno, DJ – Data::20/02/2002 – Página::1231.).
* O STJ afirma que a suspeição no CPC é taxativa e a do CPP é exemplificativa. Há jul-
gados, ainda, que afirmam ser a suspeição do CPP exemplificativa com base no CPC!
Julgado: STJ. RHC 57.488/RS. […]. 2. Diversamente, as causas de suspeição vinculam 
subjetivamente o magistrado a uma das partes (causa subjetiva), motivo pelo qual pos-
suem previsão legal com a utilização de conceitos jurídicos indeterminados, haja vista 
haver infinidade de vínculos subjetivos com aptidão de corromper a imparcialidade do 
julgador. Por conseguinte, mais condizente com a interpretação teleológica da norma é
concluir ser o rol de causas de suspeição do art. 254 meramente exemplificativo (Prece-
dentes do STJ e STF). A conclusão igualmente é corolário de interpretação sistêmica da 
tutela processual, pois, se há cláusula geral de suspeição no âmbito processual civil, que
não tutela a liberdade de locomoção, imperativo que a citada abrangência seja conferida
às partes do processo penal. Diante da ausência de previsão legal expressa, de rigor a 
aplicação subsidiária, nos termos do art. 3º do CPP, da cláusula geral de suspeição do 
art. 135, V, do CPC (Novo CPC, art. 145, IV), para considerar a existência de suspeição 
nas hipóteses em que houver interesses exoprocessuais do magistrado no julgamento 
da causa. […]. (Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 07/06/2016, 
DJe 17/06/2016).
Julgado: STJ. AgRg no AREsp 689.642/MG. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. 
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO. PERITO. ART. 135 DO CPc) ROL TAXATIVO. SÚMULA 7/STJ. 
VIOLAÇÃO DOS ARTS. 535, 458 E 165 DO CPC INEXISTÊNCIA. 1. Não merece prosperar a 
tese de violação dos arts. 535, 458 e 165 do CPC, porquanto o acórdão recorrido funda-
mentou, claramente, o posicionamento por ele assumido, de modo a prestar a jurisdição 
que lhe foi postulada. 2. A jurisprudência do STJ firmou o entendimento no sentido de 
que “o rol do art. 135 do CPC é taxativo. Necessária ao provimento da exceção de suspei-
ção a presença de uma das situações dele constantes.” (AgRg no Ag 1.422.408/AM, Rel. 
Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, DJe 21.2.2013). 3. Modificar a conclusão 
a que chegou a Corte de origem, de modo a acolher a tese da recorrente, demanda ree-
xame do acervo fático-probatório dos autos, o que é inviável em Recurso Especial, sob 
pena de violação da Súmula 7/STJ. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (Rel. 
Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/08/2015, DJe 14/08/2015).
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Julgado: STJ. AgRg no AREsp 928.838/SP. 1. A jurisprudência desta Corte Superior de 
Justiça é no sentido de que o rol de suspeições previstas no art. 254 do Código de Pro-
cesso Penal é exemplificativo, sendo, assim, imprescindível, para o reconhecimento da 
suspeição do magistrado, não a adequação perfeita da realidade a uma das proposições 
do referido dispositivo legal, mas sim a constatação do efetivo comprometimento do jul-
gador com a causa (REsp 1379140/SC,Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Quinta 
Turma, julgado em 27/8/2013, DJe 3/9/2013). […]. (Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA 
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 16/08/2016, DJe 26/08/2016).
Apesar de o NCPC falar em impedimento pelo fato de “conhecer” do processo, o fato de 
um magistrado proferir decisão sem apreciação de mérito não impede que seu cônjuge 
ou parente, também magistrado, possa atuar nas fases seguintes do processo.
NCPC: “Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, 
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do pro-
cesso impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os 
autos ao seu substituto legal.”
Julgado: STJ. REsp 1673327/Sc) PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXCEÇÃO 
DE IMPEDIMENTO. ALEGADA VIOLAÇÃO DOS ARTS. 136 DO CPC/73 E 128 DA LOMAN. 
DESEMBARGADOR QUE PARTICIPA COMO REVISOR NO JULGAMENTO DE APELA-
ÇÃO QUANDO SEU CÔNJUGE, TAMBÉM DESEMBARGADORA, PROFERIU DECISÃO EM 
AGRAVO DE INSTRUMENTO ORIUNDO DA MESMA CAUSA ORIGINÁRIA. 1. Ação ajuizada 
em 06/05/2010. Recurso especial concluso ao gabinete em 26/08/2016. Julgamento: 
CPC/73. 2. O propósito recursal é definir se deve ser reconhecido o impedimento de 
desembargador para atuar como revisor em julgamento de apelação, tendo em vista 
a atuação de seu cônjuge no julgamento de agravo de instrumento oriundo da mesma 
causa originária, não obstante tal julgamento tenha se dado sem a análise do mérito da 
causa, uma vez que extinto o recurso diante da perda de objeto. 3. A vedação à atuação 
concomitante de juízes, consubstanciada nos arts. 136 do CPC/73 e 128 da LOMAN, 
tem o nítido escopo de evitar que magistrados que atuem perante órgãos colegiados, 
por força de vínculos afetivos e familiares, acabem se influenciando reciprocamente,
prejudicando, desta forma, a autonomia funcional e interpretativa, essencial ao exercício 
da judicatura. 4. Na hipótese, a Corte local reconheceu a ausência de impedimento do 
desembargador, que atuou como revisor no julgamento da apelação, tendo em vista a 
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ausência da prática de atos anteriores, por parte de seu cônjuge, que pudessem influen-
ciar no julgamento do recurso. 5. Com efeito, a atuação da desembargadora nos autos 
da ação declaratória ajuizada pelo recorrente, cingiu-se à extinção do agravo de ins-
trumento interposto contra decisão que indeferiu o pleito de antecipação dos efeitos 
da tutela, tendo em vista a sua superveniente perda de objeto, uma vez que já prola-
tada sentença nos autos. 6. Não houve qualquer pronunciamento sobre o mérito da 
questão, ou qualquer manifestação que pudesse influenciar no julgamento do mérito da 
causa, apreciado quando do julgamento da apelação, motivo pelo qual há de se manter 
a rejeição à exceção de impedimento oposta. 7. Recurso especial conhecido e não pro-
vido. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/09/2017, DJe 
15/09/2017).
A contestação é a peça na qual há a formulação de todas as teses defensivas cabíveis. 
Fala-se aqui em princípio da eventualidade, ou seja, é preciso elencar a defesa “A” e, na even-
tualidade de não ser acolhida, de pronto já discorrer sobre a defesa “B”. É importante que o réu 
se manifeste precisamente sobre todas as alegações também (ônus da impugnação específi-
ca), pois em relação àquelas em que não houver manifestação o Código determina a presun-
ção de veracidade, o que a doutrina denomina de revelia material (não é possível afirmar que 
houve revelia formal porque a contestação foi formalmente apresentada).
O princípio da eventualidade também se aplica ao MP, seja como parte ou como custos 
legis.
Julgado: STJ. EDcl no REsp 130.500/RS. EMBARGOS DECLARATÓRIOS. INVESTIGAÇÃO 
DE PATERNIDADE) INTIMAÇÃO FEITA AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL QUE, EM PARE-
CER, ARGÚI PRELIMINAR, QUE VEM A SER REPELIDA. DESNECESSIDADE DE NOVA VISTA 
PARA PRONUNCIAMENTO SOBRE O MÉRITO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO. Segundo o 
princípio da eventualidade, cabe ao Ministério Público pronunciar-se desde logo sobre 
o mérito do REsp, caso a preliminar por ele aventada não venha a ser acolhida. Inexis-
tência de qualquer prejuízo para o menor, autor da demanda, circunstância reconhe-
cida pelo próprio órgão ministerial. Renovação do julgamento pretendida que somente 
viria retardar ainda mais a prestação jurisdicional, em desatendimento dos princípios da 
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economia e celeridade processuais. Embargos rejeitados. (Rel. Ministro BARROS MON-
TEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 15/02/2000, DJ 02/05/2000, p. 143).
A exigência de cumulação de todas as matérias de defesa na contestação faz com que o 
réu se veja obrigado a cumular defesas logicamente incompatíveis, mas jamais poderá cumu-
lar matérias defensivas criando para cada uma delas diferentes situações fáticas.
Há algumas situações, no entanto, em que não há a presunção relativa de veracidade dos 
fatos alegados pelo autor, ainda que o réu nada diga sobre eles. Se o objeto da omissão não 
for passível de confissão, por exemplo, não haverá a presunção. Também não acontece a 
presunção se a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar 
da substância do ato e se esse conteúdo for contraditório com a defesa, analisada em seu 
conjunto.
O Código também afasta o ônus da impugnação específica em relação ao defensor públi-
co, ao advogado dativo e ao curador especial. Essas três figuras não precisam se manifestar 
precisamente sobre as alegações justamente porque podem não ter contato direto com o réu.
Superada a fase de contestação, não é possível mais que o réu deduza alegações defensi-
vas. Ocorre o fenômeno da preclusão quanto a esse direito, portanto. Há, contudo, casos nos 
quais são aceitas novas alegações: se forem relativas a direito ou a fato superveniente; se 
competir ao juiz conhecer delas de ofício; ou se por expressa autorização legal puderem ser 
formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.
Espécies de defesas:
1) Defesas processuais:
• Dilatórias: acolhimento não põe fim ao processo, tão somente aumenta o tempo de 
duração do procedimento:
– Inexistência ou nulidade de citação;
– Incompetência absoluta do juízo;
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– Conexão/continência;
• Peremptórias: uma vez acolhidas fazem com que o processo seja extinto sem a reso-
lução do mérito:
– Inépcia da petição inicial;
– Perempção;
– Litispendência;
– Coisa julgada;
– Convenção de arbitragem;
– Carência da ação;
• Dilatórias potencialmente peremptórias: se acolhidas, permitem ao autor o saneamen-
to do vício ou irregularidade, caso em que o processo continuará e a defesa terá sido 
meramente dilatória. No caso contrário, de omissão do autor, a defesa toma natureza 
peremptória, gerando a extinção do processo sem a resolução do mérito. Nesse caso, 
não é somente o acolhimento da defesa que leva o processo a sua extinção, mas sim 
tal acolhimento somado à inércia do autor:
– Incapacidade de parte, defeito de representação ou falta de autorização;
– Falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar;
2) Defesas de mérito:
• Direto
• Indireto
A doutrina possui muitos escritos sobre a diferença entre matérias preliminares e prejudiciais. 
Vamos aprofundar um pouco mais neste tema, queé bastante rico e pode ajudar você em 
provas de segunda fase ou oral.
Questões prévias (gênero) ao exame do mérito:
• Questão prejudicial – não condiciona o exame do mérito, mas influencia no teor da 
decisão posterior;
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• Questão preliminar – condiciona o exame do mérito, portanto, não influencia no teor da 
decisão posterior.
Exemplos de matérias prejudiciais:
Prescrição;
Decadência;
Controle difuso de constitucionalidade;
Oposição proposta até a audiência;
Destituição do poder familiar em ação de adoção (quando os pais forem vivos, conhecidos e 
não concordarem com a destituição).
Reconhecimento de união estável em ação em face do INSS pleiteando pensão por morte 
(competência da Justiça Federal).
As questões prévias podem ser questões preliminares ou questões prejudiciais. A resolução 
das questões prejudiciais influencia sobre o conteúdo da resolução das questões subordinadas. 
O mesmo não se passa com as questões preliminares. O acolhimento das questões preliminares 
impede o exame das questões posteriores. Observe-se que as questões preliminares concernem 
ao ser ou não ser das questões posteriores, ao passo que as questões prejudiciais dizem respeito 
ao modo de ser das questões subordinadas. O art. 301, CPC [atual 337], determina ao réu que ale-
gue, antes de discutir o mérito da causa, questões preliminares processuais. (Marinoni e Mitidiero).
Mas a defesa pode ser direta, isto é, constituir na negativa de existência da própria relação jurídica 
substancial. São as hipóteses em que o réu impugna o fato constitutivo do direito do autor, tor-
nando controvertida a situação de direito material deduzida como fundamento da pretensão. Ele 
afirma não ser devedor porque o contrato não existe ou é nulo, por exemplo. Surge aqui a questão 
prejudicial, ou seja, a procedência ou improcedência do pedido depende da solução a respeito da 
existência ou validade da relação contratual. (Antonio Carlos Marcato).
Conforme Barbosa Moreira e Thereza Alvim, as questões prévias podem ser classificadas como 
questões preliminares ou questões prejudiciais – embora Cândido Dinamarco prefira chamar as 
prejudiciais de questões de mérito –, de acordo com o tipo ou o teor de influência exercido sobre 
as questões posteriores.
Diz ainda Barbosa Moreira, com absoluta precisão, que ‘a solução de determinada ques-
tão pode influenciar a de outra: (a) tornando dispensável ou impossível a solução dessa outra; 
ou (b) predeterminando o sentido em que a outra há de ser resolvida’.
Há, portanto, dois tipos de influência que as questões prévias (questões subordinantes ou 
vinculantes) podem exercer sobre as questões posteriores (questões subordinadas ou vincu-
ladas).
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No que respeita às questões preliminares pode-se dizer que: a) a decisão da questão 
preliminar condiciona a apreciação da questão posterior; mas b) a decisão da questão 
preliminar não influencia no teor da decisão da questão posterior.
Exemplo: proposta uma ação reivindicatória, o réu alega ilegitimidade para a causa, sob o 
fundamento de que o autor não reivindica o bem para si. A decisão de tal questão sobre a 
legitimidade poderá impedir a apreciação de mérito, mas em nada influenciará no seu efetivo 
julgamento.
Pensemos, também, na seguinte hipótese: proposta uma ação de conhecimento, objetivando 
o cumprimento de um determinado contrato, o réu alega, em contestação, a falta do interesse 
de agir, sob o argumento de que o contrato é um título executivo. Acolhida a alegação, o juiz 
deixará de apreciar o mérito; caso contrário o mérito será apreciado; de qualquer sorte, porém, 
a decisão do juiz sobre o interesse de agir nunca determinará a procedência ou a improcedên-
cia do pedido.
São evidentemente preliminares (em relação à questão de mérito) todas as questões sobre 
os pressupostos processuais e as condições da ação, pois, preenchidos tais requisitos, o juiz 
examinará a questão de mérito, mas o pedido será julgado procedente ou improcedente, 
enquanto, faltando um desses requisitos, o juiz deixará de apreciar a questão de mérito, não 
julgando o pedido, portanto.
Já quanto às questões prejudiciais pode-se dizer que: a) a decisão da questão prejudi-
cial influencia no teor da decisão da questão posterior; porém b) a decisão da ques-
tão prejudicial jamais condiciona a apreciação da questão posterior.
Retomando o exemplo da ação reivindicatória, digamos que o réu alegue ser o único pro-
prietário do bem reivindicado, negando, por consequência, a titularidade do autor. Tal questão, 
agora, será prejudicial, porque a decisão sobre a propriedade do imóvel não poderá impedir o 
juiz de decidir sobre a questão de mérito, mas definirá, em boa medida, o seu resultado: con-
siderando-se o réu o proprietário, o pedido será julgado improcedente; ao contrário, definido 
o autor como proprietário, o pedido, em princípio, será julgado procedente.
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Voltemos também ao exemplo da ação para o cumprimento de um contrato: alegando 
o réu que o contrato não existe, formar-se-á provavelmente uma questão prejudicial, pois o 
juiz necessariamente decidirá a questão de mérito, julgando o pedido improcedente, se con-
siderar que o contrato não existe, ou eventualmente procedente, se considerar que o contrato 
existe” (Rodrigo da Cunha).
A oposição é questão prévia ao julgamento da ação inicial. Trata-se de questão prejudicial, porque 
a decisão da oposição pode influenciar no conteúdo da decisão sobre a demanda originária. Na-
tural, portanto, que, cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação e a oposição, desta conheça 
em primeiro lugar. Contudo, já se decidiu que, nada obstante não se tenha julgado primeiramente 
a oposição, não havendo prejuízo, não há que se falar em invalidade da decisão judicial. (Marinoni 
e Mitidiero).
Há, em alguns julgados, a ideia de serem as questões preliminares gênero:
• questão preliminar;
• questão preliminar de caráter processual;
• questão preliminar de caráter prejudicial.
Julgado: STJ. REsp 668.024/DF. 1. De acordo com o art. 560 do CPC, as questões pre-
liminares (nelas incluídas as prejudiciais), devem ser analisadas antes do mérito. 2.
Proceder atécnico do Tribunal de origem ao julgar prejudicada a análise da prelimi-
nar de litispendência e da prescrição porque desfavorável ao recorrente a questão de 
fundo. Questões tidas por omissas, o que implica em violação ao art. 535, do CPc) 3.
Recurso especial provido. (Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado 
em 22/03/2005, DJ 09/05/2005).
Há quem entenda serem questões prejudiciais a prescrição e a decadência. Adotar este
posicionamento.
Julgado: STJ. AgRg no REsp 1228359/RJ. 1. Reconhecida a prescrição, matéria preju-
dicial ao mérito, não há que se falar em exame dos temas trazidos na petição recursal, 
haja vista não se tratar o Superior Tribunal de Justiça de mera Corte de consulta. 2.
Agravo regimental a que se nega provimento. (Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS 
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 13/12/2011, DJe 19/12/2011).
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A prescrição é uma questão preliminar em relação às demais questões de defesasuscitadas pelo 
demandado: uma vez acolhida a prescrição, as demais alegações do réu nem serão examinadas.
A prescrição é, porém, uma questão prejudicial ao exame do pedido (questão principal do proces-
so): uma vez acolhida a prescrição, rejeita-se o pedido. Note que o pedido será examinado, mas 
não será acolhido.
Vale a lembrança: uma questão será prejudicial ou preliminar, a depender do tipo de subordinação 
que exerce em relação a outra questão. (Fredie Didier Jr. Editorial 146)
Da Reconvenção
O réu, além de se manifestar defensivamente em relação à pretensão do autor, pode tam-
bém formular sua própria pretensão de maneira ativa no processo contra ele ajuizado. O ins-
trumento para tanto é a reconvenção, pela qual o réu manifesta pretensão própria, desde que 
haja conexão com a ação principal ou com seu fundamento.
O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor de réu revel citado 
por edital.
Nesse caso não há procuração para a propositura da reconvenção, mas como esta se 
insere no conceito de defesa, é possível seu manejo pelo curador especial.
Julgado: STJ. REsp 1088068/MG. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO CON-
VERTIDA EM AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL. ARRENDAMENTO MERCANTIL. AUTO-
MÓVEL. RÉU CITADO POR EDITAL. REVELIA. CURADOR ESPECIAL. LEGITIMIDADE ATIVA 
PARA RECONVIR. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DO VALOR RESIDUAL GARANTIDO – VRG. 
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL CARACTERIZADA. 1. O curador especial tem legiti-
midade para propor reconvenção em favor de réu revel citado por edital (art. 9º, II, do 
CPC/1973), poder que se encontra inserido no amplo conceito de defesa. 2. Recurso 
especial conhecido e provido. (Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA 
TURMA, julgado em 29/08/2017, DJe 09/10/2017).
Caso não haja a manifestação do réu dentro desse processo contra ele intentado, nada 
impede que ajuíze ele uma ação própria, figurando no polo ativo normalmente. A reconvenção, 
portanto, é apenas uma possibilidade para economizar processos.
Reconvenção e pedido contraposto são espécies de um mesmo gênero: demanda do réu contra o 
autor. Distinguem-se pela amplitude da cognição judicial a que dão ensejo.
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A reconvenção é demanda que pode ter variada natureza: pela lei, basta que seja conexa com a 
ação principal ou com os fundamentos de defesa. Não há qualquer outra restrição. Note que, em 
relação ao pedido contraposto, ou o legislador restringe a causa de pedir remota (“mesmos fatos 
da causa”), ou tipifica a pretensão que pode ser por ela veiculada (“pedido de indenização” – nas 
ações possessórias). (Fredie Didier Jr. Editorial 117).
No sentido processual (possibilita ao réu a prática de duas atitudes: defender-se e, se 
quiser, contra-atacar), ação dúplice e pedido contraposto se equivalem. Mas materialmente 
(a defesa do réu já é, ao mesmo tempo, o contra-ataque) são diferentes, pois apenas a ação 
dúplice é materialmente dúplice. O pedido contraposto não é materialmente dúplice.
Não cabe reconvenção nas ações dúplices, nem quando couber pedido contraposto (pois 
no caso de o 3º opoente perder, autor e réu ganham).
Ação materialmente dúplice é aquela em que a defesa do réu já é, ao mesmo tempo, o con-
tra-ataque. Ao se defender ele já está contra-atacando (não são duas atitudes). Sempre que 
for permitido ao réu formular um pedido contra o autor dentro da contestação.
É como uma luta em cabo de guerra: a defesa de uma equipe já é, ao mesmo tempo, também o seu 
ataque. São exemplos: a) as ações declaratórias; b) as ações divisórias; c) as ações de acertamen-
to, como a prestação de contas e oferta de alimentos. A relação jurídica deduzida em juízo poderia 
ter sido posta por qualquer das partes e, com a defesa, o réu já exercita a sua pretensão, sem a 
necessidade de reconvenção ou pedido contraposto. (Fredie Didier Jr.).
Ação processualmente dúplice é aquela que possibilita ao réu a prática de duas atitudes: 
defender-se e, se quiser, contra-atacar.
Informativo n. 441, STJ: “A questão posta no REsp consiste em saber se a ação de
guarda de menor proposta pelo pai que recebe contestação da mãe, a qual também pre-
tende a guarda da criança, tem natureza dúplice, a possibilitar que o juiz negue o pedido 
do autor e acolha o pleito da requerida, ou se há necessidade do pedido formal de recon-
venção. A Turma entendeu que, nas ações de guarda e responsabilidade em que os polos
da demanda são preenchidos pelo pai de um lado e pela mãe do outro, ambos litigando
pela guarda do filho, pode-se dizer que se trata de ação dúplice decorrente da natureza 
da relação processual. Isso porque, partindo do pressuposto de que o poder familiar é 
inerente aos pais e ambos estão pleiteando judicialmente a guarda do filho, é evidente 
que, se não deferida a um, automaticamente a guarda será do outro, sendo exatamente 
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esse o caso dos autos. É lícito, pois, o pedido da apelada, ora recorrida, formulado em 
sede de contestação, visto que, sendo a ação de natureza dúplice, desnecessário o ofe-
recimento de reconvenção. O acatamento desse pedido, portanto, não configura sen-
tença extra petita. Note-se, contudo, que esse caráter dúplice evidencia-se nas ações de 
guarda e responsabilidade apenas quando os que em juízo vindicam a guarda do menor 
forem obrigatoriamente pai e mãe. Se um dos litigantes for terceira pessoa, por exem-
plo, avô, tio etc., a sentença deve restringir-se ao pedido do autor. É que o poder familiar 
será exercido pelos pais primeiramente e, apenas em situações excepcionais, poderá 
vir a ser exercido por pessoas diversas. Assim, se um dos pais pleiteia a guarda de seu 
filho com outra pessoa qualquer, a ação não terá natureza dúplice, visto que, caso haja 
a destituição do poder familiar desse pai em litígio, a outra pessoa integrante da relação 
processual não necessariamente ficará com a guarda do menor. Com esses fundamen-
tos, entre outros, negou-se provimento ao recurso.” (STJ. REsp 1.085.664-DF).
Ação possessória é uma ação dúplice?
Na verdade, dúplice é o procedimento, que permite realizar um pedido contraposto (art. 556 
do NCPC).
Ação dúplice propriamente dita é só a materialmente dúplice.
Perceba-se que o artigo 556 permite ao réu demandar: a) proteção possessória; b) inde-
nização.
Se o réu não demandar, o juiz não poderá condenar! Por isso a possessória não é ma-
terialmente dúplice (a defesa já é o contra-ataque), mas apenas formalmente dúplice (há a 
possibilidade de defender e, se quiser, contra-atacar).
Julgado: STJ. RMS 20.626/PR. I – A ação possessória julgada improcedente não tem 
o condão de convalidar a posse do réu se este assim não requereu expressamente em 
sede de contestação. Caráter dúplice da ação possessória. Inteligência do artigo 922 do 
Código de Processo Civil. II – Legalidade do ato judicial que, em paralelo processo exe-
cutivo fiscal, determina a imissão do arrematante no bem litigioso, sobretudo se o ter-
ceiro interessado, réu daquela ação possessória, intimado dos leilões designados, mani-
festou desinteresse sobre a questão. III – Inviável, em sede de mandado de segurança, 
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dilação probatória para verificação da qualidade da posse alegada, não comprovada de 
plano. Nego provimento ao recurso. (Rel. Ministro PAULO FURTADO (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/BA), TERCEIRA TURMA, julgadoem 15/10/2009, DJe 29/10/2009).
O STJ permite a concessão de tutela de remoção de ilícito em pedido contraposto de pos-
sessória, apesar da ausência de previsão no art. 556.
[...]. Com a reforma processual operada com a Lei n. 10.444/2002, consagrou-se a ideia 
de atipicidade dos meios de tutela das obrigações de fazer, não fazer e de entrega de 
coisa, de modo a privilegiar a obtenção da tutela específica da obrigação, em vez da 
conversão da obrigação em perdas e danos. É o que se depreende da atual redação 
dos arts. 461 e 461-A do CPc) Desse modo, à luz do princípio da atipicidade dos meios 
de execução, a circunstância de o art. 922 do CPC mencionar apenas a tutela de natu-
reza possessória e a tutela ressarcitória (indenização pelos prejuízos) não impede o 
juiz de conceder a tutela de remoção do ato ilícito. Não há falar, portanto, em ofensa ao 
art. 922, mas de interpretação desse dispositivo à luz dos novos princípios que passa-
ram a orientar a execução das obrigações de fazer, não fazer e entrega de coisa. (Infor-
mativo n. 548, STJ).
Julgado: STJ. REsp 1423898/MS. RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. 
INTERDITO PROIBITÓRIO. SERVIDÃO DE PASSAGEM. ACOLHIMENTO DO PEDIDO CON-
TRAPOSTO. TUTELA DE REMOÇÃO DO ATO ILÍCITO. CABIMENTO. AGRAVAÇÃO DO 
ENCARGO DO DONO DO PRÉDIO SERVIENTe) ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ. 1. Controvér-
sia acerca da substituição de “mata-burros” por porteiras numa servidão de passagem, 
por iniciativa do dono do prédio serviente. 2. Possibilidade do deferimento de tutela de 
remoção do ato ilícito, requerida em pedido contraposto, a despeito da ausência de pre-
visão expressa no art. 922 do Código de Processo Civil. 3. Princípio da atipicidade dos
meios executivos. Doutrina sobre o tema. 4. Inviabilidade de se contrastar, no âmbito 
desta Corte Superior, o entendimento do Tribunal ‘a quo’ acerca da inexistência de agra-
vamento do encargo imposto ao dono do prédio serviente, em razão do óbice da Súmula 
n. 7/STJ. 5. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. (Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSE-
VERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/09/2014, DJe 01/10/2014).
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Se o que se quer não é a proteção possessória ou a indenização, caberá reconvenção na 
possessória (ex.: pedir VRG em possessória de leasing).
A natureza dúplice da ação possessória, no rastro do art. 922 do Código de Processo Civil, 
não tem o condão de afastar, em tese, a possibilidade de reconvenção. (REsp 119.775/
SP, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, julgado em 
12/05/1998, DJ 22/06/1998, p. 73).
Há julgados permitindo realizar o pedido estranho à proteção possessória ou à indeniza-
ção no bojo da contestação.
Julgado: STJ. AgRg no Ag 1236127/Sc) I. Em virtude do caráter dúplice característico 
das ações possessórias, é lícito ao réu pleitear a revisão do contrato, mediante pedido 
feito em contestação. II. Ausente tal peça nos autos do agravo de instrumento, impossí-
vel verificar a existência de julgamento extra petita reclamada pelo recorrente. III. Com 
a resolução do contrato e a reintegração do bem na posse da arrendadora, possível a 
devolução dos valores pagos a título de VRG à arrendatária ou sua compensação com o 
débito remanescente. Precedentes. IV. Embargos de declaração recebidos como agravo 
regimental, improvido este. (Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, 
julgado em 16/11/2010, DJe 01/12/2010).
“Prazo para pedir reparação de danos causados por ação possessória começa com a 
constrição na posse.” (Notícias do STJ de 10/04/2015).
Como o procedimento das possessórias é dúplice, ou seja, permite realizar um pedido 
contraposto (de indenização ou de proteção possessória), o termo a quo do prazo prescricio-
nal para pleitear a indenização é o cumprimento do mandado de reintegração de posse.
Não precisa esperar o trânsito em julgado.
Julgado: STJ. REsp 1297425/MT. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANOS 
MORAL E MATERIAL DECORRENTES DO AJUIZAMENTO DE AÇÃO POSSESSÓRIA TIDA 
POR TEMERÁRIA. PRAZO PRESCRICIONAL. TERMO INICIAL FIXADO NO CUMPRIMENTO 
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DO MANDADO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE) PRINCÍPIO DA ACTIO NATA. PECULIARI-
DADES DO CASO. CARÁTER DÚPLICE DA AÇÃO POSSESSÓRIA. 1. O Código de Processo 
Civil já assegurou à parte que figurar como ré em ação possessória a apresentação 
de pedido contraposto, não havendo necessidade de aguardar o trânsito em julgado da 
decisão para buscar a proteção possessória ou pleitear indenização por perdas e danos. 
2. Se a parte, somente após vinte anos entre a data em que foi cumprido o mandado de 
reintegração de posse – momento em que teve de retirar-se do local e, supostamente, 
sofreu danos morais e materiais -, pleiteia em juízo indenização em decorrência desse 
fato e restrita aos pedidos expressamente elencados na lei processual civil, deve-se 
reconhecer prescrita a pretensão, tendo em vista o caráter dúplice da ação possessória 
(art. 921, c/c 922 do CPC). Aplicação do princípio da actio nata. Precedentes. 3. Recurso 
especial conhecido e provido. (Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 24/02/2015, DJe 27/02/2015).
Toda ação declaratória é dúplice (ex.: o autor pede para declarar a existência de uma rela-
ção jurídica, e o réu irá defender-se alegando que a relação jurídica não existe – ao se defen-
der já se pede a declaração contrária).
No entanto, cabe reconvenção em ação declaratória, desde que seja para pedir coisa di-
versa do pedido original do procedimento (TRF5/2015).
Súmula n. 258 STF: É admissível reconvenção em ação declaratória.
O réu não pode reconvir para pedir a negação do pedido do autor (inexistência ou existên-
cia da relação jurídica discutida) em razão da falta de interesse (a ação é dúplice), mas pode 
reconvir para formular outro tipo de pretensão. Sendo assim, é admissível reconvenção para 
cobrança de dívida em resposta a ação declaratória, por exemplo.
Sentença declaratória com força executiva julgada improcedente legitima a execução 
pelo réu.
Julgado: STJ. REsp 1481117/PR. […]. 2. As sentenças que, mesmo não qualificadas como 
condenatórias, ao declararem um direito, atestem, de forma exauriente, a existência 
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de obrigação certa, líquida e exigível, são dotadas de força executiva, constituindo-se 
título executivo judicial, nos termos do art. 475- N, I, do CPC, introduzido pela Lei n. 11. 
232/2005. 3. Referido dispositivo processual aplica-se também às sentenças declara-
tórias que, julgando improcedente o pedido do demandante, reconhecem a existência de 
obrigação do autor em relação ao réu da demanda, independentemente de constar na 
contestação pedido de satisfação de crédito, legitimando o réu a propor o cumprimento 
de sentença. 4. In casu, a sentença de improcedência proferida nos autos da ação de
anulação de notas promissórias emitidas em favor do demandado, em garantia de dívi-
das decorrentes de empréstimos contraídos pelo autor, declarou subsistente a obrigação 
cambial entre as partes, resguardando apenas o abatimento do valor reconhecidamente 
pago pelo demandante. Consectariamente, reconhecida a certeza, a exigibilidade e a 
liquidez da obrigação cambial, deve-se dar prosseguimento ao pedido de cumprimento
de sentença formulado pelo demandado, ante a aplicação do disposto no art. 475-N, I,do CPC à espécie. 5. Recurso especial parcialmente provido. (Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO 
DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/03/2015, DJe 10/03/2015).
A reconvenção é proposta na própria contestação, ou seja, não é uma petição autônoma, 
mas apenas um tópico autônomo dentro da peça contestatória. Também é possível que o réu 
proponha apenas a reconvenção, sem contestar a ação. O que não se admite é a propositura 
em duas ações autônomas da contestação e da reconvenção.
O pedido de compensação pode ser requerido em contestação, como matéria de defesa, 
independentemente de reconvenção.
Julgado: STJ. REsp 1524730/MG. RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ARTS. 
368 E 369 DO CÓDIGO CIVIL. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE DE ALEGAÇÃO EM CON-
TESTAÇÃO. DEFESA INDIRETA DE MÉRITO. PRINCÍPIOS DA ECONOMIA E DA CELERIDADE 
PROCESSUAL. CONCENTRAÇÃO DOS ATOS DE DEFESA DO RÉU. INTELIGÊNCIA DO NOVO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1. Cuida-se, na origem, de ação de despejo cumulada com 
cobrança de aluguéis na qual o réu alega a ocorrência de compensação de dívidas. 2.
A compensação é meio extintivo da obrigação, caracterizando-se como exceção subs-
tancial ou de contradireito do réu, que pode ser alegada em contestação como matéria de 
defesa, independentemente da propositura de reconvenção em obediência aos princípios 
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da celeridade e da economia processual. Precedentes. 3. Hipótese em que o réu defende 
o não pagamento da dívida cobrada pelo autor com base em compensação de dívidas, 
sem, contudo, formular pedido de cobrança de eventual diferença de valores compensa-
dos. O acórdão recorrido entendeu que a alegação de compensação se deu na via inade-
quada, pois somente poderia ser feita em ação reconvencional. 4. Não é razoável exigir o 
ajuizamento de ação reconvencional para a análise de eventual compensação de créditos,
devendo-se prestigiar a utilidade, a celeridade e economia processuais, bem como obstar 
enriquecimento sem causa. 5. O Novo Código de Processo Civil no seu art. 343, atento aos 
princípios da economia e da celeridade processual, adotou a concentração das respostas 
do réu, facultando a propositura da reconvenção na própria contestação. 6. Recurso espe-
cial provido para que o tribunal local proceda a novo julgamento da apelação, analisando 
o tema da compensação como entender de direito. (Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS 
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/08/2015, DJe 25/08/2015).
Uma vez proposta a reconvenção, o autor é intimado, na pessoa do seu advogado, para 
apresentar resposta no prazo de 15 dias.
A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu 
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. Se assim não fosse, 
bastaria ao autor originário desistir de sua demanda para ver esvair a reconvenção contra ele 
proposta.
É possível que a reconvenção seja proposta tanto contra o autor e terceiro como pelo réu 
em litisconsórcio com terceiro, com isso, entende-se que o polo ativo ou passivo da recon-
venção não é limitado pela ação principal.
Caso o autor seja substituto processual, o autor-reconvinte (réu da relação originária) de-
verá afirmar ser titular de direito em face do substituído, sendo que a reconvenção é proposta 
em face do próprio autor, na qualidade de substituto processual. Em suma, é ele substituto 
processual tanto ativamente em sua ação como passivamente na reconvenção.
Não cabe reconvenção em cautelar [(doutrina majoritária – Baptista da Silva, Theodo-
ro Júnior, Marinoni e Mitidiero, Daniel Amorim. Pelo cabimento da reconvenção: Fux) (TJ-
DFT/2014)].
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Após a contestação, o rito dos Embargos de Terceiros é o mesmo das medidas de nature-
za cautelar. Por isso não cabe reconvenção em embargos de terceiros, pois não cabe recon-
venção em cautelar.
Julgado: STJ. REsp 1578848/RS. RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE 
TERCEIRO. RECONVENÇÃO. NÃO CABIMENTO. CPC/1973. INCOMPATIBILIDADE DE RITOS. 
DOUTRINA. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código 
de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos n.s 2 e 3/STJ). 2. O cerne da con-
trovérsia trazida no presente recurso especial reside em saber se, sob a égide do Código de 
Processo Civil de 1973, é cabível a reconvenção apresentada em embargos de terceiro. 3. 
O procedimento da demanda reconvencional deve ser compatível com o procedimento da 
ação principal, tendo em vista que elas terão processamento conjunto. 4. A teor dos artigos 
803 e 1.053 do CPC/1973, os embargos de terceiro, após a fase de contestação, seguem o 
rito especial previsto para as medidas de natureza cautelar, o que impede o oferecimento de 
reconvenção por incompatibilidade procedimental. 5. Recurso especial não provido. (Rel. 
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/06/2018, DJe 
25/06/2018).
Não cabe reconvenção em embargos à execução.
Informativo n. 567, STJ: “[...]. Com efeito, na execução, a doutrina ensina que: “a cognição
é rarefeita e instrumental aos atos de satisfação. Daí a falta de espaço para a introdu-
ção de uma demanda do executado no processo puramente executivo”. […].” (SEGUNDA 
TURMA, REsp 1.528.049-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 18/8/2015, 
DJe 28/8/2015).
Julgado: STJ. REsp 1528049/RS. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. 
SUPOSTA OFENSA AO ARTIGO 535 DO CPc) DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 
284/STF. RECONVENÇÃO EM EMBARGOS À EXECUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE) NATUREZA 
CONSTITUTIVA. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO, E NESSA PARTE NÃO 
PROVIDO. 1. É deficiente a fundamentação do recurso especial em que a alegação de 
ofensa aos art. 535 do CPC se faz de forma genérica, sem a demonstração exata dos 
pontos pelos quais o acórdão se fez omisso, contraditório ou obscuro. Aplica-se, na 
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hipótese, o óbice da Súmula 284 do STF. 2. Cinge-se a controvérsia dos autos acerca do 
cabimento de reconvenção em embargos à execução. 3. O processo de execução tem 
como finalidade a satisfação do crédito constituído, razão pela qual revela-se inviável a 
reconvenção, na medida que se admitida, ocasionaria o surgimento de uma relação ins-
trumental cognitiva simultânea, o que inviabilizaria o prosseguimento da ação executiva. 
4. Assim sendo, a reconvenção somente tem finalidade de ser utilizada em processos de 
conhecimento, haja vista que a mesma demanda dilação probatória exigindo sentença 
de mérito, o que vai de encontro com a fase de execução, na qual o título executivo já se 
encontra definido. 5. Em sede de embargos à execução fiscal há previsão legal (art. 16, 
§ 3º, da Lei n. 6.830/1980) vedando a utilização da reconvenção. O fundamento dessa 
proibição é, unicamente, de natureza processual, a fim de não impor dificuldades para o 
curso da execução fiscal, haja vista que ela tem como base certidão de dívida líquida e 
certa. 6. Vale destacar que os embargos à execução não ostentam natureza condenató-
ria, por isso, caso o embargante entenda ser credor do exequente, deverá cobrar o débito 
em outra demanda. 7. Entendimento em sentido contrário violaria o princípio da celeri-
dade e criaria obstáculo para a satisfação do crédito, pois a ideia que norteia a reconven-
ção é o seu desenvolvimento de forma conjunta com a demanda inicial, oque não ocor-
reria ao se admitir a reconvenção em sede de embargos à execução, na medida que as 
demandas não teriam pontos de contato a justificar a sua reunião. 8. Recurso especial 
parcialmente conhecido, e nessa parte não provido. (Rel. Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/08/2015, DJe 28/08/2015).
Julgado: STJ. REsp 1050341/Pb) [...]. 4. Não se admite no processo executivo o ofereci-
mento de reconvenção, pois a defesa do devedor se veicula exclusivamente nos embar-
gos. [...]. (Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 05/11/2013, DJe 
25/11/2013).
Ademais, não é admissível a reconvenção quando o efeito prático almejado puder ser al-
cançado com a simples contestação, por ausência de interesse de agir. Consoante afirma o 
processualista Fredie Didier Jr.:
[...] não é possível a reconvenção para o exercício de exceção substancial, direito que deve ser exer-
cido como reação, na própria contestação. (Curso de Direito Processual Civil. v. 1. 15. ed. Salvador: 
JusPODIVM, 2013, p. 560)
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Julgado: STJ. REsp 1076571/SP. […]. PACTO COMISSÓRIO – VEDAÇÃO EXPRESSA – 
ARTIGO 765 DO CÓDIGO CIVIL 1916 – NULIDADE ABSOLUTA – MITIGAÇÃO DA REGRA 
INSERTA NO ARTIGO 104 DO DIPLOMA CIVILISTA (1916) – POSSIBILIDADE DE ARGUI-
ÇÃO COMO MATÉRIA DE DEFESA – INSURGÊNCIA RECURSAL DA PARTE AUTORA. […]. 
2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado 
negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de obje-
ção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo 
julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (Rel. 
Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014).
No procedimento especial da Lei n. 13.188/2015, que dispõe sobre o direito de resposta 
ou retificação do ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de co-
municação social, não cabe.
Lei n. 13.188/2015
Art. 5º, § 2º A ação de rito especial de que trata esta Lei será instruída com as provas do agravo e
do pedido de resposta ou retificação não atendido, bem como com o texto da resposta ou retifica-
ção a ser divulgado, publicado ou transmitido, sob pena de inépcia da inicial, e processada no prazo 
máximo de 30 (trinta) dias, vedados:
I – a cumulação de pedidos;
II – a reconvenção;
III – o litisconsórcio, a assistência e a intervenção de terceiros.
§ 3º (VETADO).
Para reconvir em monitória, há a necessidade de apresentação dos embargos à monitória, 
sem os quais não haverá a conversão do procedimento em comum ordinário, o que permite a 
reconvenção.
Súmula n. 292, STJ
A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do procedimento em ordi-
nário.
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Da Revelia
O conceito técnico de revelia é a ausência de contestação ofertada tempestivamente. 
É possível que o réu ofereça reconvenção, mas não conteste a ação. Estará ele ativamente 
atuando no processo, mas, ainda assim, será revel.
É possível imaginar a situação na qual, apesar de não ofertada a contestação, houve a 
apresentação de reconvenção e na peça há a impugnação do pedido do autor. Nessa hipóte-
se, afasta-se a presunção de veracidade decorrente da revelia. Assim entende o STJ:
Informativo n. 546, STJ: “Ainda que não ofertada contestação em peça autônoma, 
a apresentação de reconvenção na qual o réu efetivamente impugne o pedido do autor 
pode afastar a presunção de veracidade decorrente da revelia (art. 302 do CPC) [atual 
341 do NCPC]. Com efeito, a jurisprudência do STJ encontra-se consolidada no sentido 
de que a revelia, decorrente da não apresentação de contestação, enseja apenas pre-
sunção relativa de veracidade dos fatos narrados na inicial pelo autor da ação, podendo 
ser infirmada pelos demais elementos dos autos, motivo pelo qual não acarreta a proce-
dência automática dos pedidos iniciais. Ademais, o STJ já se posicionou no sentido de 
que constitui mera irregularidade a apresentação de contestação e de reconvenção em 
peça única.” (TERCEIRA TURMA, REsp 1.335.994-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 12/8/2014).
Certa vez, no concurso para magistratura do TRF da 3ª Região, afirmou-se que “segundo a 
teoria da inatividade, aperfeiçoada por Chiovenda, a atitude do réu, ao se fazer revel, é, a rigor, um 
comportamento lícito, que não prejudica o processo; pelo contrário, abrevia-o”. Leve consigo 
essa lógica, bastante importante para compreender a sistemática da revelia.
A doutrina divide a revelia nas modalidades material e formal. A revelia formal é a ausên-
cia de contestação, sem a qual materialmente também não há defesa específica em relação 
aos argumentos lançados na inicial. A revelia material é relativa ao conteúdo, por sua vez. 
É possível que haja oferta de contestação (o que afasta a revelia formal), mas não haja a im-
pugnação específica do conteúdo da petição inicial, o que atrai a revelia material.
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Há duas consequências para o réu formalmente revel: presunção relativa de veracidade 
das alegações formuladas pelo autor e fluência dos prazos da data da publicação do ato de-
cisório no órgão oficial (este efeito apenas ocorre na hipótese de não ter patrono constituído 
nos autos).
Perceba, portanto, que se o réu não oferta contestação, mas junta procuração constituin-
do advogado, o único efeito da revelia em relação a ele é a presunção relativa de veracidade 
dos fatos alegados na inicial.
A presunção relativa de veracidade ocorre sobre os fatos constitutivos do direito do autor. 
Quanto aos fatos modificativos, extintivos ou impeditivos do direito do autor, ocorre a preclu-
são como efeito da revelia.
Julgado: STJ. REsp 1084745/MG. […]. 3. A contestação é ônus processual cujo des-
cumprimento acarreta diversas consequências, das quais a revelia é apenas uma delas. 
Na verdade, a ausência de contestação, para além de desencadear os efeitos materiais 
da revelia, interdita a possibilidade de o réu manifestar-se sobre o que a ele cabia ordi-
nariamente, como a prova dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito 
do autor (art. 333, inciso II, CPC), salvo aqueles relativos a direito superveniente, ou a 
respeito dos quais possa o juiz conhecer de ofício, ou, ainda, aqueles que, por expressa 
autorização legal, possam ser apresentados em qualquer tempo e Juízo (art. 303, CPC). 
4. Nessa linha de raciocínio, há nítida diferença entre os efeitos materiais da revelia – 
que incidem sobre fatos alegados pelo autor, cuja prova a ele mesmo competia – e a 
não alegação de fato cuja prova competia ao réu. Isso por uma razão singela: os efeitos 
materiais da revelia dispensam o autor da prova que lhe incumbia relativamente aos
fatos constitutivos de seu direito, não dizendo respeito aos fatos modificativos, extin-
tivos ou impeditivos do direito alegado, cujo ônus da prova pesa sobre o réu. Assim, no 
que concerne aos fatos cuja alegação era incumbência do réu, a ausência de contesta-
ção não conduz exatamente à revelia, mas à preclusão quanto à produção da prova que 
lhe competia relativamente a esses fatos. 5. A prova do pagamento é ônus do devedor, 
seja porque consubstancia fato extintivo do direito do autor (art. 333, inciso II, do CPC), 
seja em razão de comezinha regra de direito

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