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Peça - Recurso em Sentido Estrito

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA 
CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP. 
 
Processo n º... 
LUIZ, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado 
subscrito, vem mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, 
interpor o presente 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Com base no art. 581, IV, do Código de Processo Penal. 
 
Requer que seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos 
termos do art. 589 do Código de Processo Penal. 
 
Mantida a decisão, requer que os autos sejam submetidos, já com as inclusas 
razões, ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
(Local, Data). 
 
Advogado/OAB 
Assinatura do Advogado 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
Recorrente: Luiz 
Recorrido: Ministério Público. 
 
Autos n º... 
 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
COLÊNDA CÂMARA CRIMINAL 
 
I) DOS FATOS 
 
O Recorrente foi pronunciado por tentativa de aborto, conforme art. 126, 
caput, c/c art.14, II, ambos do código penal, perante o respeitável juízo do 
Tribunal do Júri da Comarca de São Paulo, por supostamente ter comprado 
remédio de capacidade abortiva para sua namorada. A inicial acusatória foi 
recebida em 22/01/2019. 
 
Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, foram ouvidas 
as testemunhas e Betina, namorado do Recorrente, assim como interrogado o 
réu, todos confirmando o ocorrido. As partes apresentaram alegações finais 
orais, e o juiz determinou a conclusão do feito para decisão. 
 
Antes de ser proferida decisão, mas após manifestação das partes em 
alegações finais, foram juntados aos autos o boletim de atendimento médico 
de Betina, no qual consta a informação de que ela não estivera grávida no 
momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Luiz sem outras 
anotações e um exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado 
não causara lesões em Betina. 
 
Com a juntada da documentação, de imediato, sem a adoção de qualquer 
medida, o magistrado proferiu decisão de pronúncia nos termos da denúncia, 
sendo publicada na mesma data, qual seja, 18 de abril de 2019, ocasião em 
que as partes foram intimadas. 
 
II) DO DIREITO 
a) PRELIMINARES 
a.1) DA NULIDADE PELO NÃO OFERECIMENTO DE PROPOSTA DE 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
 
O crime imputado ao Recorrente possui pena prevista de 01 (um) a 04 
(quatro) anos, e de acordo com o art. 89 da Lei nº 9.099/95, sendo a pena 
mínima prevista de até 01 ano, e preenchidos os demais requisitos legais, é 
cabível a proposta de suspensão condicional do processo. 
 
No caso em tela, Luiz era primário e não respondia a qualquer outra ação 
penal, de forma que não há razão para que não fosse oferecida a proposta do 
instituto despenalizador. Assim sendo, com a suspensão condicional do 
processo, não se fala também em instrução e pronúncia, razão pela qual deve 
ser anulada a decisão de pronúncia, encaminhando-se os autos ao Ministério 
Público para manifestação sobre a proposta do instituo. 
 
a.2) DA NULIDADE EM RAZÃO DO CERCEAMENTO DE DEFESA E 
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO 
 
Antes de ser proferida decisão, mas após manifestação das partes em 
alegações finais, foram juntados aos autos o boletim de atendimento médico 
de Betina, a Folha de Antecedentes Criminais de Luiz sem outras anotações e 
um exame de corpo de delito. 
 
Ocorro que, de imediato, e sem dar vista às partes, o Respeitável Magistrado 
proferiu decisão de pronúncia. Ora, colendos Desembargadores, estamos 
diante de clara violação ao art. 5º, LV, da CRFB, que garante o princípio do 
contraditório e ampla defesa. 
 
Dessa forma, requer o reconhecimento da nulidade conforme artigo 564, IV, 
do CPP, uma vez que o contraditório constitui elemento essencial do ato, 
devendo este ser refeito. 
b) DO MÉRITO 
b.1) DO CRIME IMPOSSÍVEL 
 
Como supracitado, o Recorrente foi denunciado pelas sanções previstas nos 
art. 126, caput c/c art.14, II, ambos do CP, acusado de comprar remédio 
abortivo para que sua namorada, Betina, fizesse uso, sendo após 
pronunciado nestes termos. 
 
Porém, na mesma data da suposto crime, Betina foi levada ao hospital, e ela 
e seus pais foram informados pelo médico hospitalar que, na verdade, a 
namorada do Recorrente nunca esteve grávida, e o que fora expelido, seja 
pela utilização do remédio ou não, não era um feto, e sim um cisto. 
 
Resta evidente que tais acontecimentos, que restam comprovados pelo 
boletim de atendimento médico de Betina, no qual consta a informação de 
que ela não estivera grávida no momento dos fatos, fundamentam a tese do 
crime impossível por ineficácia absoluta do objeto, e não há que se falar em 
tentativa de aborto, tendo em vista que inexistia bem jurídico a ser tutelado. 
 
Dessa forma, em concordância com o art.17 do Código Penal, a conduta do 
Recorrente é completamente atípica, por não se punir a tentativa quando por 
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto é 
impossível consumar o crime, merecendo o mesmo ser absolvido 
sumariamente com base no art. 415, III do Código de Processo Penal. 
 
II) DOS PEDIDOS 
 
Ante todo o exposto, requer seja conhecido e provido o Recurso. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
(Local, Data) 
 
Advogado/OAB 
Assinatura do Advogado

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