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PAPER- jovens e adultos

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A PRÁTICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES 
NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 
 
Autor: Valdineia dos Reis Souza1 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Licenciatura em Pedagogia (PED0264) 
22/11/2020 
 
RESUMO 
 
A presente pesquisa tem como objetivo fundamentar teórico e metodologicamente a 
Educação de Jovens e Adultos como etapa educativa, contextualizando seu público-alvo e as 
especificidades deste campo de atuação da pedagogia, bem como, salientar a importância do 
docente e de uma formação adequada. Nesta perspectiva, buscou-se conceituar as 
ações desenvolvidas nesta modalidade educativa com base nos documentos 
mandatórios para educação brasileira, conforme LDB (BRASIL, 1996). Assim, incialmente 
fez-se necessário contextualizar o que a Educação de Jovens e adultos, para tanto, 
utilizou-se da pesquisa bibliográfica para compreender está temática, realizando assim, a 
leitura de livros e artigos que aproximam do tema. Após está contextualização inicial do campo 
de pesquisa, buscou-se compreender a importância do professor nesta etapa educativa, 
assim como de uma formação adequada, visto que, suas aulas são ministradas para 
adultos, estes que por algum motivo que voltaram a escola e agora buscou recomeçar, 
necessitando assim de algo significativo. Para esta contextualização utilizamos como 
referência Brasil (2001) Brandão (2003) e Pimenta (2012). Com base nesta pesquisa faz-se 
possível observar a necessidade de uma contextualização para a prática efetiva com jovens e 
adultos. 
 
 
Palavras-chave: EJA. Professores. Formação 
 
 
 1 INTRODUÇÃO 
 
Ao pensarmos na Educação de Jovens e Adultos, inúmeros são 
os conceitos que surgem em nossa mente, visto que, está etapa 
educacional atende um público muito diversificado e o trabalho ali 
desenvolvido requer uma contextualização maior, implicando em um 
preparo maior do docente. 
 
1 Valdineia dos Reis Souza Licenciatura em Pedagogia (PED0264) 
 
Comentado [TC1]: Insira aqui seu nome. E na nota de 
rodapé as suas informações. 
Comentado [TC2]: Na introdução você deverá apresentar 
a ideia geral do trabalho. Leia os parágrafos iniciais que 
possuem uma breve orientação. Edite estes parágrafos, 
mantendo a formatação. 
A introdução não precisa ser muito extensa. Escreva no 
mínimo meia página e no máximo uma página. 
Nesta perspectiva, vemos necessário contextualizar a formação docente 
para está etapa educativa, visto que, em sua maioria os professores que 
atuam com EJA são os mesmos que lecionam para a educação básica 
e muitas vezes não possuem uma especialização ou outro preparo 
para atender as necessidades do público do EJA. 
Partindo deste pressuposto o presente estudo visa identificar aspectos 
indispensáveis para na formação docente para atuar no ensino de 
jovens e adultos, pautando o olhar no histórico do estudante, bem 
como na forma de abordar os conteúdos, visto que, os mesmos tem 
grande domínio da prática contudo faltam lhe as teorias. 
 
Deste modo, iniciamos contextualizando o EJA enquanto etapa 
educativa, para que por intermédio de uma pesquisa bibliográfica 
possamos atingir o objetivo da pesquisa, trazendo as especificidades 
do trabalho docente e de sua importância para a formação dos 
jovens, atraindo-os para a educação e mostrando a importância daquele ensino. 
 
 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino, que 
perpassa todos os níveis da Educação Básica do país. Essa modalidade é 
destinada a jovens e adultos que não deram continuidade em seus estudos e 
para aqueles que não tiveram o acesso ao Ensino Fundamental e/ou Médio na 
idade apropriada. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96), em seu artigo 37º § 
1º diz: 
Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, 
que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades 
https://www.infoescola.com/educacao/ensino-fundamental/
https://www.infoescola.com/educacao/ensino-medio/
https://www.infoescola.com/educacao/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao/
educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus 
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. 
Os antigos Cursos Supletivos particulares, que até alguns anos eram a única 
opção para que jovens e adultos cursassem principalmente o Ensino Médio (2º 
grau na época), perderam espaço, embora algumas Instituições continuem 
sendo referência. 
Segundo a LDB, em seu artigo 38º, “os sistemas de ensino manterão cursos 
e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, 
habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular”. 
No mesmo artigo, é definida a idade mínima para a realização dos exames: 
- Maiores de 15 anos podem prestar exames para a conclusão do Ensino 
Fundamental. 
- Maiores de 18 anos podem prestar exames para a conclusão do Ensino Médio. 
Adolescentes com idades inferiores as estabelecidas acima devem frequentar 
as escolas regulares. 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos no 
Ensino Fundamental foram publicadas em três segmentos. Já o currículo para o 
EJA no Ensino Médio utiliza como referência a Base Nacional Comum, que deve 
ser complementada por uma parte que atenderá a diversidade dos estudantes. 
Muitas vezes as pessoas que se formam nessa modalidade de educação são 
vítimas de diversas espécies de preconceitos. É importante lembrar que a 
maioria das pessoas que frequentam a Educação de Jovens e Adultos são 
comprometidas com a aprendizagem, entendem a importância da educação, 
portanto estão lá por que desejam e/ou precisam. 
Geralmente, as pessoas que se formam nessa modalidade de educação, 
assim como as formadas pelo ensino regular, podem apresentar desempenho 
satisfatório no mercado de trabalho, assim como na continuidade dos estudos, 
inclusive no Ensino Superior. 
https://www.infoescola.com/sociologia/preconceito/
https://www.infoescola.com/educacao/aprendizagem/
 Nascimento (2013) também afirma que inicialmente a educação de jovens 
e adultos surgiu para qualificar mão de obra, em que a principal função desses 
alunos era agir como máquinas, sem nenhum senso crítico, neste contexto 
Paulo Freire foi um dos educadores que pensou em formar seus alunos como 
cidadãos críticos. 
 Sobre a importância da escola, Nascimento (2013) destaca, que as 
escolas são espaços grupais, onde cada um tem suas vivências, explica 
que é importante compreender a exclusão e escolarização tardia dos jovens 
e adultos e além de tudo entender a importância da EJA para os sujeitos, 
sem julgamentos. 
 
3. METODOS EDUCACIONAIS PARA JOVEM E ADULTOS 
O professor tem o papel fundamental de empenhar-se, para que o ensino 
dedicado aos seus alunos tenha qualidade e significado para suas vidas. Uma 
preparação adequada de exercícios, os quais não sejam complexos ao extremo 
ou infantilizados, auxiliam positivamente o processo de ensino-aprendizagem 
dos educandos jovens e adultos. O trabalho de motivação feito pelo professor 
tem que se dar de forma contínua, para que o interesse do aluno em ampliar e 
adquirir conhecimentos permaneça, e este não venha a sentir-se impotente 
mediante qualquer dificuldade que outrora venha a aparecer. Entretanto, é 
importante que o professor venha utilizar uma metodologia adequada, através 
da qual o processo de ensino-aprendizagem flua de maneira satisfatória.Métodos de alfabetização têm um material pronto: cartazes, 
cartilhas, cadernos de exercício. Quanto mais o alfabetizador acredita 
que aprender é enfiar o saber-de- quem-sabe no suposto vazio-de-
quem-não-sabe, tanto mais tudo é feito de longe e chega pronto, 
previsto. Paulo Freire pensou que um método de educação construído 
em cima da idéia de um diálogo entre educador e educando, onde há 
sempre partes de cada um no outro, não poderia começar com o 
educador trazendo pronto, do seu mundo, do seu saber , o seu método 
e o material da fala dele. (BRANDÃO, 2003, p. 21). 
O ‘Método Paulo Freire’ não é simplesmente um método qualquer. É um 
instrumento de mediação da educação, na qual esta se dá de forma mútua, não 
existindo o detentor do saber. A cultura da sociedade em que o educando está 
inserido é respeitada, como também os seus conhecimentos prévios são 
considerados. 
[...] Cultura diz respeito à humanidade como um todo e ao mesmo 
tempo a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos. 
Quando se considera as culturas particulares que existem ou existiram, 
logo se constata a sua grande variação [...] é sempre fundamental 
entender os sentidos que uma realidade cultural faz para aqueles que 
a vivem. [...] Cada realidade cultural tem sua lógica interna, a qual 
devemos procurar conhecer para que façam sentido as suas práticas, 
costumes, concepções e as transformações pelas quais estas passam. 
(SANTOS, 1994, p. 08). 
O método de ensino proposto por Paulo Freire, trabalha em cima da cultura 
dos educandos. Pois, a importância do saber a ler e escrever, está diretamente 
ligada à realidade cultural dos alunos da classe de jovens e adultos. Se a 
aprendizagem se desse de forma distanciada da realidade de cada um deles, 
não faria sentido algum dominar a leitura e a escrita se não pudessem utilizá-la 
para fazer a leitura do seu mundo. 
[...] A conscientização é um compromisso histórico. É também 
consciência histórica: é inserção crítica na história, implica que os 
homens assumam o papel de sujeitos que fazem e refazem o mundo. 
Exige que os homens criem sua existência com um material que a vida 
lhes oferece [...] A conscientização não está baseada sobre a 
consciência, de um lado, e o mundo, de outro; por outra parte, não 
pretende uma separação. Ao contrário, está baseada na relação 
consciência-mundo. (FREIRE, 1980, p. 26-27). 
A influência de Paulo Freire na modalidade da Educação de Jovens e Adultos 
é extremamente rica e positiva, devido à metodologia criada por ele, a qual 
permite a ligação do educando com o mundo em que vive, sem causar no aluno 
a sensação de que se encontra fora dele. A questão de fazer com que o 
educando se conscientize do seu espaço, na sociedade em que está inserido, 
não é alimentar a passividade deste em aceitar a sua condição atual, mas de 
estimulá-lo a conscientizar-se, não somente da sua situação, como também do 
poder em modificar a sua realidade, participando desta transformação de forma 
ativa. Desta forma o educando não se sentirá à margem da sociedade que 
deseja modificar, e sim, inserido nela. 
 
4. MATERIAIS E MÉTODOS 
O contexto da educação de jovens e adultos pode ser analisado 
sobre diversas perspectivas, cada foca de analise requer uma metodologia 
distante. O presente estudo possui como objetivo identificar as práticas e 
a formação docente para o trabalho desenvolvido no EJA, sendo assim, 
realiza-se uma análise bibliográfica para identificar o papel do professor 
neste contexto. Conforme esclarece Boccato (2006, p. 266), a pesquisa 
bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de 
referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias 
contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o 
conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou 
perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. 
Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um 
planejamento sistemático do processo de pesquisa, compreendendo 
desde a definição temática, passando pela construção lógica do trabalho 
até a decisão da sua forma de comunicação e divulgação. Partindo deste 
pressuposto, a primeira etapa buscou identificar as especificidades desta 
modalidade de ensino, seu público-alvo e as demandas para um 
ensino apropriado a esta variedade de idades e a importância de ser 
significativa. 
 
Figura 1- Sala do EJA- FONTE Disponível em: https://cpers.com.br/para-
atender-o-mercado-ensino-medio-e-eja-serao-terceirizados-no-brasil/ 
 
 
Conforme exemplificado na figura 1, os estudantes que procuram o 
EJA têm idades variadas, bem como contextos de vida distintos, quesitos 
estes que dificultam o trabalho docente numa perspectiva significativa. 
Visando estas peculiaridades para a presente etapa educativa, busca-se 
agora contextualizar a ação docente neste processo. 
Entre os atributos indispensáveis para o docente que deseja atuar 
com este nível de ensino está a sensibilidade, está que possibilita 
cativar o estudante. Contudo, inúmeros são também os desafios, mas, 
conforme demandam os documentos norteadores. O professor que visa 
exercer sua prática na EJA, deve: Orientar e mediar o ensino para a 
aprendizagem dos alunos; comprometer-se com o sucesso da 
aprendizagem dos alunos; assumir e saber lidar com a diversidade 
existente entre os alunos; incentivar atividades de enriquecimento 
cultural; desenvolver práticas investigativas; elaborar e executar projetos 
para desenvolver conteúdos curriculares; utilizar novas metodologias, 
estratégias e materiais de apoio; desenvolver hábitos de colaboração e 
trabalho em equipe. (BRASIL/CNE, 2001, p.04).Contudo para que ele 
consiga atribuir estas habilidades em sua prática, faz-se necessário 
uma formação inicial pensada neste público, a qual possibilita a este 
https://cpers.com.br/para-atender-o-mercado-ensino-medio-e-eja-serao-terceirizados-no-brasil/
https://cpers.com.br/para-atender-o-mercado-ensino-medio-e-eja-serao-terceirizados-no-brasil/
professor repensar cotidianamente sua prática e inovar nas metodologias 
por ele adotadas em sala de aula. A inovação pode ocorrer de 
variadas formas, mas, pode se considerar inovar apenas aquilo que 
compreende o aluno como um todo, considerando suas capacidades 
e aptidões. Neste âmbito Libâneo (2012, p. 86), expõe que “[...] o 
melhor programa de formação de professores seria aquele que 
contemplasse melhor, no currículo e na metodologia, os princípios e 
processos de aprendizagem válidos para os alunos das escolas comuns”. 
Contemplando a ideia de Libâneo (2012), Di Pierro (2003) expõe sobre 
a necessidade de uma formação especifica para os docentes que 
atuam nesta modalidade educativa, visto que: Os docentes que atuam 
com os jovens e adultos são, em geral, os mesmos do ensino regular. Ou 
eles tentam adaptar a metodologia a este público específico, ou 
reproduzem com os jovens e adultos a mesma dinâmica de ensino-
aprendizagem que estabelecem com crianças e adolescentes. (DI PIERRO, 
2003, p. 17), Esta prática adotada por grande maioria dos docentes, faz com 
que os jovens desistam de continuar seus estudos, pois se sente, 
inferiores e infantilizados com está prática. Visandoestes ocorridos, a 
formação mínima para este professor precisa contemplar além da teórica 
de sala de aula a prática significativa que amplie seus horizontes e consiga 
adequar os conteúdos a faixa-etária do seu público-alvo. Para tanto, Pimenta 
(2012) contextualiza a prática ideal para este campo de atuação, 
destacando que “[...] o professor pode produzir conhecimento a partir da 
prática, desde que na investigação reflita intencionalmente sobre ela, 
problematizando os resultados obtidos com o suporte da teoria. E, portanto, 
como pesquisador de sua própria prática”. (PIMENTA, 2012, p.51). Fazendo de 
seus discentes construtores do próprio conhecimento. 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Visualizar a Educação de Jovens e Adultos como prática educativa, 
já é por si um avanço no modelo educacional. Contudo, ao analisarmos 
as especificidades deste campo educativo observa-se as inúmeras 
alterações que anda se fazem necessário. Neste âmbito, destaca-se 
principalmente a importância de uma formação pedagógica adequada 
para este nível de ensino. Ao analisarmos o quadro de funcionários da EJA, é 
possível observar que grande parte vem da educação básica e 
consequentemente aplica aos jovens a mesma metodologia que usa com as 
séries iniciais. Está prática parece comum, contudo, gera constrangimento e 
infantiliza a capacidade do educando que ali está presente. A formação do 
docente para este nível de ensino, precisa evolui de modo que o mesmo consiga 
relacionar o cotidiano do seu aluno com os conteúdos abordados, 
fazendo desta prática uma ação educativa e significativa, contextualizada 
ao seu meio e a sua realidade. Deste modo, motivando-o a buscar novos 
objetivos. 
 
6. REFERÊNCIAS 
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 009/2001, 
de 08 de maio de2001. Dispõe sobre as Diretrizes para a Formação 
de Professores da Educação Básica, em nível superior, cursos de 
licenciatura, de graduação plena. Disponível em . Acesso em: 
13out.2019.DI PIERRO, Maria Clara.. Seis anos de Jovens e Adultos 
no Brasil: os compromissos e a realidade, São Paulo: Ação Educativa, 
2003.LIBÂNEO. José Carlos. Reflexividade e formação de professores: 
outra oscilação do pensamento pedagógico brasileiro? In: PIMENTA, S 
Elma Garrido; GHEDIN, Evandro(Orgs.). Professor reflexivo no Brasil: 
gênese e crítica de um conceito. 7. ed. São Paulo:Cortez, 
2012.PIMENTA, Selma Garrido; GHEDIN, Evandro (Org.). Professor reflexivo 
no Brasil: gênese crítica de um conceito. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2012. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11689869/artigo-37-da-lei-n-9394-de-20-
de-dezembro-de-1996 
https://www.infoescola.com/educacao/de-jovens-e-adultos/ 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11689869/artigo-37-da-lei-n-9394-de-20-de-dezembro-de-1996
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11689869/artigo-37-da-lei-n-9394-de-20-de-dezembro-de-1996
https://www.infoescola.com/educacao/de-jovens-e-adultos/
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/a-influencia-paulo-freire-
no-processo-ensino-aprendizagem-educacao-jovens-adultos.htm

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