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Universidade Federal do Ceará Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Química Curso de Engenharia Química Difusividade em Fase Líquida de Eletrólitos Grupo: Amanda Lemos Lima 356434 Andre Luis Gadelha Pinheiro 356436 Beatriz Oliveira Nascimento 356438 Emanoel Sousa Da Silva 364158 Santângela Oliveira Santos 352310 Professor: Ivanildo Jose Da Silva Junior Fortaleza – Ceará Abril / 2017 1. INTRODUÇÃO A difusão em fase líquida é o fenômeno que ocorre devido a diferença de concentração de um soluto em determinado solvente, em que o soluto passa da zona de mais elevada concentração para a de mais baixa concentração, o que possibilita a mobilidade do soluto no solvente até que o gradiente de concentração seja nulo, ou seja, até que a concentração do soluto seja constante em qualquer ponto da solução. Figura 1 - Difusão de corante em água Quando o soluto dissolvido no solvente fornece íons à solução é chamado de eletrólito. As soluções eletrolíticas têm, geralmente, sais como eletrólitos e água como solvente. Uma vez que o sal, NaCl por exemplo, está diluído em água, não será a molécula do sal que estará difundida no meio, e sim os íons deste sal que se difundirão individualmente, no entanto, na mesma direção. → Figura 2 - Dissociação dos íons Na + e Cl - na água Como a transferência de massa por difusividade é consequência da diferença de concentração do soluto no meio, será realizado um estudo comparativo da difusividade do soro fisiológico, solução de NaCl 0,9 %, e da solução de NaCl 3 %, que são soluções eletrolíticas popularmente comercializadas devido aplicações farmacêuticas. O soro fisiológico é uma solução isotônica em relação aos líquidos corporais e pode ser considerado uma solução diluída, enquanto a solução salina a 3%, por ser hipertônica, pode ser considerada concentrada. As equações utilizadas para a realização dos cálculos necessários para este estudo, bem como as considerações adotadas e a discussão dos resultados obtidos são apresentados ao longo deste trabalho. 2. MEMORIAL DE CÁLCULO Coeficiente de difusão de eletrólito em solução diluída O coeficiente de difusão de um eletrólito em uma solução diluída é dado pela equação: 1 2 1 2 1 1 2 2 (| | | z |) D (| z | | | DA z D D D z (1) onde z é a valência do íon, em outras palavras, a carga apresentada pelo íon; D é o coeficiente de difusão iônica de diluição infinita do íon; O subscrito A refere-se ao eletrólito formado pelos íons; Os subscritos 1 e 2 referem-se ao cátion e ao ânion, respectivamente. Difusão de eletrólitos em soluções líquidas concentradas Da Correlação de Gordon (1977) temos: ( ) ( ̅ ̅ ) ( ) (2) ∑ (3) (4) ̅ ̅ , quando m < 4 (5) ∑ (6) Onde, m = molalidade (g mol de soluto/kg de solvente); wA = é a fração mássica do soluto (kg de soluto/kg de solução) ; MA = massa molecular do soluto (do sal) em g/g mol; AB = viscosidade da solução eletrolítica (cp); W = viscosidade da água (cp); VW = volume parcial molar da água na solução (cm 3 /g mol); CW = concentração molar da água (g mol de água/cm 3 de solução); Ai = constante para o eletrólito; DA 0 = Coeficiente de difusão infinita do soluto em água a 25C em cm 2 /s. Da Correlação de Agar/Hartley e Crank temos: J. N. Agar estudou os efeitos da hidratação iônica como uma extensão aos trabalhos de Hartley e Crank de 1949. Com isso ele conseguiu uma correlação para estimar o coeficiente de difusão para eletrólitos concentrados da forma: ( ) * ( )+ (7) Onde, DA° é o coeficiente de difusão de diluição infinita; m é a molalidade em mol/kg de soluto O primeiro termo entre parênteses é o gradiente de atividade; n’ corresponde ao número de hidratação; níons é o número de íons formados a partir de cada molécula de soluto; DH₂OH₂O é o coeficiente de autodifusão da água; μH₂O é a viscosidade da água; μAB a viscosidade da solução. Tabela 1. Dos coeficientes para estimação do gradiente de atividade para NaCl. [2] Tabela 2. Coeficiente de difusão infinita em água a 25ºC. [2] A₁ A₂ A₃ A₄ A₅ A₆ A₇ A₈ A₉ A₁₀ -0,9465 3,7828 -6,835 7,0234 -4,365 1,6969 -0,4154 0,0617 -5,115 1,806 NaCl 3. RESULTADOS OBTIDOS/CALCULADOS Coeficiente de difusão de eletrólito em solução diluída O soro fisiológico diluído é constituído, em massa, por: - 0,9% de cloreto de sódio (NaCl) - 99,1% de água (H2O) A dissolução do NaCl em água é dada pela seguinte equação química: NaCl Na + +Cl – Tem-se assim que: - z1 = +1 - z2 = -1 Pela Tabela 1.8 do Cremasco, M. A., Fundamentos de Transferência de Massa, obtemos os valores de D1 e D2 para os íons gerados pala dissolução do sal: - D1 = DNa + = 1,33x10 -5 cm²/s - D2 = DCl - = 2,03x10 -5 cm²/s Por fim, substituindo os valores de z1, z2, D1 e D2 na equação 1 obtemos o valor do coeficiente de difusão do eletrólito presente no soro fisiológico diluído: * | | | | | | | | + O livro do Cremasco, M. A., Fundamentos de Transferência de Massa, também possui, na Tabela 1.9, o valor experimental do coeficiente de difusão do NaCl em água, que é 1,612x10 -5 cm 2 /s. Assim, comparando o valor calculado acima com o valor experimental obtemos um erro relativo de 0,31%. ( | | ) ( | | ) Difusão de eletrólitos em soluções líquidas concentradas Pela correlação de Gordon: Utilizando a equação de Gordon (2), temos que o coeficiente de atividade é dado por 3, em que os coeficientes Ai estão presentes na tabela 1. Nota-se que a equação de Gordon é dependente da molalidade, e está relacionada com a fração mássica por intermédio da equação 4. Como WA = 0,03, MA = 58,442 g/mol, temos: (8) mol/kg (9) Como m < 4, temos que ̅ ̅ . Substituindo os valores da tabela 1 na equação 6, temos que: ∑ (10) A razão das viscosidades foi dada por: (11) De acordo com a Tabela 2, temos que DNaCl 0 = 1,612 x 10 -5 cm 2 /s. Substituindo os valores calculados em 9, 10 e 11, na equação 2, temos: (12) (13) Portanto, temos que a Difusividade calculada por Gordon será de 1,12 x 10 -5 . Pela correlação de Agar/Hartley e Crank: DA° para o NaCl já foi calculado e é igual a 1,612*10 -5 cm 2 /s. A molalidade em mol/kg de soluto e foi determinada pela equação 9, logo m é igual a 0,529 mol/Kg. O gradiente de atividade é diferente de 1 e foi calculado pelo método gráfico atravésda tabela 1, a correção da idealidade se deu pela fórmula: ( ) ∑ (14) Com a aplicação dos valores dos coeficientes e da molalidade, o gradiente de atividade é igual a 0,934496. n’ é um valor tabelado e para o NaCl é igual a 1,1, níons é o número de íons formados a partir de cada molécula de soluto, como o NaCl se dissocia em Na + e Cl - temos a formação de 2 íons; e, DH₂OH₂O é o coeficiente de autodifusão da água a 25°C, e é 2,43·10 -5 cm 2 /s. A razão das viscosidades foi dado pela equação 11. Aplicando todos os valores calculados e tabelados na Equação 7, temos que a difusividade do soro fisiológico a 3% calculada por Agar/Hartley e Crank foi dada por 1,188·10 -5 cm 2 /s. 4. CONCLUSÃO Com esse estudo podemos observar a importância das correlações para cálculos de difusividade. O soro fisiológico e muito utilizado, principalmente em aplicações médicas e entender seu comportamento físico é de extrema importância. Com o uso de equações e correlações foi possível calcular de forma eficiente as difusividades, cumprindo o objetivo desde trabalho. A concentração base que dividiu as soluções entre diluídas e concentradas foi o valor de 0,9 % em massa de NaCl , tendo em vista a média de concentrações de sal no sangue. Portanto, para os 0,9% tivemos uma solução diluída, e com o uso da equação 1 indicada, obtivemos valores muito satisfatórios, com erro percentual tão baixo se comparado ao experimental, que podemos confirmar que o uso das equações é válido. Já para a concentração de 3% foram utilizadas as correlações de Gordon e de Agar/Hartley e Cranck e foi possível observar que ambas retornaram valores condizentes e bem próximos, com uma diferença percentual bem baixa entre os dois, abaixo de 5% confirmando que as duas podem fornecer resultados satisfatórios nos cálculos. 5. REFERÊNCIAS [1] Cremasco, M. A., Fundamentos de Transferência de Massa. [2] Robinson, R. A. and Srokes, R. H. Electrolyte Solutions, London, Butterworths Pblucations, 1955.
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