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Inteligência e Visagismo: Desenvolvendo a Criatividade

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VISAGISMO
Audrey Slomp
Processo criativo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer a inteligência visual.
 � Explicar o processo criativo.
 � Modificar a imagem pessoal com criatividade.
Introdução
Neste capítulo, você aprenderá a definição de inteligência e como ela 
pode ser desenvolvida de acordo com a atenção e a dedicação despren-
dida a esse favor, bem como com a experiência aplicada, que refina as 
capacidades. Além disso, conhecerá os nove tipos de inteligência humana 
e quais as características de cada um deles, segundo a teoria mais atual a 
respeito do assunto. Você aprenderá quais são as inteligências essenciais 
para o profissional visagista e como aplicar a criatividade de modo a criar 
trabalhos com resultados excelentes, autênticos e inspiradores.
Inteligência e visagismo
Quando falamos em inteligência, é comum pensarmos de uma forma elimina-
tória: ou a pessoa é inteligente, ou não é. Contudo, o que as pessoas costumam 
não saber, é que todos nós temos a capacidade nata de desenvolver nossa 
inteligência, em qualquer momento da vida.
É claro que muitos fatores influenciam para o desenvolvimento de nossas 
capacidades, entre eles genética, sociedade, educação, incentivos e o am-
biente em que fomos criados (ROAZZI; SPERB, 2014). O que não podemos 
é acreditar que a inteligência é somente para poucos, e que estes são bons 
em tudo. Por exemplo, Einstein era um gênio da Matemática; Leonardo Da 
Vinci, um gênio das artes; ao passo que Beethoven foi um gênio da Música. 
Se pesquisarmos a fundo, nenhum deles era um gênio em todos as áreas. Cada 
um desses ícones da inteligência tinha suas habilidades concentradas em até 
três áreas de estudo. Isso nos leva a concluir que todos nós temos potenciais 
semelhantes, porém alguns são mais desenvolvidos que outros ao longo da 
vida, principalmente na infância, que é a fase que determina muitas diretrizes 
em relação à forma como vamos agir, nos relacionar, o que criaremos, a forma 
como pensaremos e como poderemos contribuir efetivamente com a evolução 
de nossa sociedade e cultura. 
A educação nas escolas tem papel fundamental no desenvolvimento de 
nossas habilidades, mas, infelizmente, há muito tempo, e ainda atualmente, 
vemos que as instituições de ensino valorizam o desenvolvimento das capaci-
dades ligadas a matemática, línguas e ciências muito mais do que valorizam o 
aprendizado e o incentivo das áreas artísticas e emocionais, por exemplo. Esse 
padrão de ensino tem formado gerações de pessoas que se consideram “sem 
inteligência”, quando, na verdade, sua real capacidade não foi aprimorada ao 
longo de sua vida estudantil, sendo substituída pela imposição de matérias 
consideradas mais importantes, que, às vezes, não eram exatamente as matérias 
que mais lhe favoreceriam em relação ao desenvolvimento pessoal.
A inteligência, portanto, não tem a ver com a acumulação, ou seja, não 
se pode medir o nível de inteligência a partir da quantidade de informações 
que se teve acesso durante a vida, mas sim de acordo com as oportunidades 
recebidas e o que podemos fazer com o que sabemos no presente (BRUNER, 
2000). Aliás, a inteligência não é algo quantitativo, não sendo possível medi-
-la. É a experiência e a prática que moldam as nossas qualidades intelectuais 
(GARDNER, 1995). Ou seja, todos nós, em condições neurológicas normais, 
possuímos o espectro completo da inteligência. O que nos diferenciará ao longo 
da vida é a forma como desenvolvemos uma ou outra capacidade e, ainda, 
a forma e a intensidade com que aplicamos essas habilidades, aprendendo a 
cada dia com a experiência e expandindo o raciocínio, a fim de superar deter-
minados obstáculos ou contribuir com a evolução da sociedade e da cultura.
Os nove tipos de inteligência
Ainda é difícil, até mesmo para os intelectuais da área, chegar a um consenso 
único em relação ao conceito de inteligência. Tudo o que se comenta pode ser 
considerado apenas tentativas de descrever esse complexo fenômeno intelectual.
A teoria mais atual e aceita é a do psicólogo americano Howard Gardner, 
denominada teoria das inteligências múltiplas, que enfraqueceu a teoria antes 
mais aceita, de Alfred Binet, que testava a inteligência a partir de testes de 
QI. O problema desse tipo de teste é justamente a limitação de certas áreas 
da inteligência, priorizando as capacidades lógico-matemáticas e excluindo 
Processo criativo2
as demais. Gardner acredita que todas as pessoas nascem com um vasto 
potencial de talento e que isso é o que nos torna humanos, falando em termos 
cognitivos. Segundo o psicólogo, não há dois seres humanos que possuam o 
mesmo perfil em relação às suas qualidades e deficiências relacionadas às 
inteligências (GARDNER, 1995).
A teoria que Gardner descreveu nos anos 80 identifica as nove principais 
áreas da capacidade humana, que serrão descritas aqui por meio de frases 
no quadro Exemplos, a seguir. Veja como nossa inteligência permite, mesmo 
que de uma forma deduzida, que entendamos sobre todas as inteligências sem 
precisarmos de muita informação. 
 � Inteligência visual ou espacial: “Design não é apenas o que parece e o que se sente. 
Design é como funciona” (Steve Jobs).
 � Inteligência intrapessoal: “A vitória sobre si mesmo é a maior de todas as vitórias” 
(Buda).
 � Inteligência interpessoal: “Nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio; 
cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo” (John Donne).
 � Inteligência lógico-matemática: “A matemática é o alfabeto com o qual Deus es-
creveu o Universo” (Galileu Galilei).
 � Inteligência musical: “A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que 
a razão não compreende” (Arthur Schopenhauer).
 � Inteligência linguística: “As palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade” 
(Victor Hugo).
 � Inteligência corporal: “O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem 
uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa” (Eduardo Galeano).
 � Inteligência naturalista: “A natureza não faz nada em vão” (Aristóteles).
 � Inteligência existencial: “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas 
apenas existe” (Oscar Wilde).
Neste capítulo, o foco serão as inteligências visual-espacial e emocional 
(composta pelas inteligências intra e interpessoal), que são as capacidades 
principais de um profissional que trabalha com visagismo. A inteligência 
corporal também é importante para o visagista na fase de execução de uma 
ideia, como, por exemplo, cortar os cabelos, mas está mais relacionada à sua 
capacidade técnica, e não de criação, em si.
3Processo criativo
Visagismo e inteligência visual ou espacial
É a sensibilidade às cores, linhas, formas, configurações e espaços, havendo 
disposição para reconhecer este mundo visual, principalmente em relação às 
suas formas, proporções e harmonia entre os elementos de um jeito muito 
preciso (ARMSTRONG, 2018). Artistas, arquitetos, designers e inventores, 
por exemplo, desempenham profissões que exigem tal inteligência desenvol-
vida a um nível de excelência, incluindo muito expressivamente também os 
profissionais da área da beleza. Por exemplo, Fernand Aubry, cabeleireiro 
e maquiador francês que criou o conceito do visagismo, é um exemplo de 
profissional com talento visual-espacial.
Um profissional da área da beleza que não tenha desenvolvido sua capa-
cidade visual-espacial dificilmente se diferenciará no mercado de trabalho, 
pois, provavelmente, seus empenhos estejam baseados em métodos padrões, 
como se numa linha de produção, executando sempre o mesmo resultado em 
todas as clientes.
Quando falamos de visagismo, a palavra personalização vem sempre em 
sua companhia, e, quando falamos em personalização, é necessário que se 
enxergue cada cliente de uma maneira única e que sejam propostas soluções 
visuais individuais, visando ao equilíbrio e à harmonização geral dessa pessoa.
É possível, como já foi dito, melhorar as capacidadesem qualquer âmbito das inteli-
gências, segundo Gardner (1995), a qualquer momento da vida. Portanto, é possível 
adquirir conhecimento e treinar as habilidades para tornar-se uma pessoa inteligente 
no que concerne à intelectualidade visual.
Visagismo e inteligência emocional
A habilidade de lidar e interagir com os sentimentos individuais e de outras 
pessoas é chamada de inteligência emocional, a qual abrange as inteligências 
interpessoais e intrapessoais. Essa capacidade é inerente àquelas pessoas que 
conseguem naturalmente entender, interpretar e solucionar problemas no que 
diz respeito à parte emocional do ser. 
Processo criativo4
Entender as intenções e os desejos de outros e, consequentemente, se rela-
cionar bem em sociedade são alguns do talentos das pessoas com inteligência 
emocional, que sabem, intuitivamente, identificar expectativas, desejos e 
motivações individuais e alheios, tornando-se extremamente sensíveis a essas 
necessidades. Terapeutas, psicólogos, políticos, religiosos e professores, por 
exemplo, sabem como motivar, compreender e analisar sentimentos, emoções 
e temperamentos, e, por isso, tendem a ter essa inteligência muito bem desen-
volvida (GARDNER, 1995).
Mahatma Gandhi, idealizador e fundador do moderno Estado indiano, 
era contra a violência, defendendo as formas pacíficas de protesto. Gandhi 
tinha uma forma simples e profunda de se conectar com as pessoas, pregando 
a paz e a igualdade entre todos. O visagista não deve ser diferente. É muito 
importante que esse profissional saiba como se conectar com o seu cliente 
antes de pensar em criar uma solução estética para ele. É necessário esquecer, 
por alguns momentos, suas preferências individuais e entender de uma forma 
amorosa e genuína sobre as preferências e os desejos do cliente. Para isso, é 
necessário ter muita inteligência emocional e um equilíbrio bastante definido 
entre a intrapessoalidade e a intrapessoalidade. 
O profissional de beleza não deve ser a estrela no momento do atendimento, como 
vemos com muita frequência no mercado, infelizmente. Dessa maneira, tem acontecido 
de a maioria dos clientes ficarem insatisfeitos com o resultado e com o atendimento, 
pois não se sentem importantes, muito menos valorizados. O cliente deve ser a peça 
central no atendimento, aquele que será ouvido, compreendido e ajudado, de forma 
amorosa e genuína. Para isso, é preciso deixar o ego de lado e trabalhar muito a 
inteligência emocional.
O processo criativo: inspiração, insight, 
inovação e invenção
Podemos chamar de pioneiro, ou descobridor, aquele que tem coragem de 
mergulhar na imensidão da criatividade, do que é novo, deixando o conforto 
e abrindo-se para o desconhecido, sem saber o que virá em frente. É preciso 
ter coragem, espírito de aventura e muita segurança para isso. Para ser uma 
5Processo criativo
pessoa criativa, é preciso estar a todo instante inspirado por uma meta e por seu 
significado. Viver uma vida inspirada e com senso de objetivo, não importa se 
grande ou pequeno, sustenta a felicidade de quem cria e de todos aqueles com 
quem se tem contato. Quem vive uma vida inspirada e com senso de objetivo, 
ou seja, com propósito e criatividade, parece ter uma vida mais longa e mais 
saudável (COVEY, 2005).
A criatividade é a capacidade inventiva, nata ou adquirida, de uma pessoa. É 
o fruto da sua imaginação, aquilo que ocorre mais frequentemente em ambien-
tes que favoreçam seu nascimento, crescimento e realização. Ter criatividade 
é criar algo que não existia antes, ou transformar algo de forma significativa 
e com propósito. Copiar um trabalho já existente não é um trabalho criativo. 
Em contrapartida, uma releitura de um trabalho já existente exige criatividade, 
pois, diferentemente da cópia, transformará e dará um novo significado para o 
ambiente, pessoa ou objeto onde este estiver presente (HALLAWELL, 2010).
Inspiração
Para encontrar inspiração, é preciso sensibilidade, olhar mais do que aquilo 
que já se conhece, mantendo os olhos e ouvidos atentos, participando de 
shows, conversando com pessoas, frequentando museus, lojas, galerias, praças, 
lendo livros e revistas, ouvindo músicas e, acima de tudo, observando pessoas 
(JONES, 2002).
Insight
O insight é a faísca que acende uma ideia criativa, a descoberta repentina de 
uma solução para algo que se procurava. Normalmente, os insights ocorrem 
nos momentos menos esperados, principalmente momentos fora do ambiente 
de trabalho, quando estamos relaxados. Ocorrem insights durante todo o 
processo criativo, fase a fase, reacendendo a chama da criação e avançando 
na construção de uma ideia.
Inovação
Inovação é a criatividade em um diferente grau. Para inovar, não é preciso 
criar algo novo, mas sim uma nova versão de algo que já existia, sob uma 
nova interpretação. É a forma mais acessível de criatividade e aquela que deve 
ocorrem na aplicação do visagismo. Existe uma pessoa, ou seja, um modelo 
inicial, e o visagista, com base em um propósito de melhoramento, cria uma 
Processo criativo6
nova identidade para ela. Ele inova a imagem pessoal do indivíduo de uma 
forma criativa, sem seguir padrões (HALLAWELL, 2010).
Invenção
A invenção é o resultado de uma ação criativa. É a realização de uma ideia 
autoral. Diferentemente da inovação, a invenção é construída a partir de uma 
ideia original que nunca havia sido pensada ou realizada. É uma das formas 
mais raras de manifestação da criatividade e exige muito da pessoa que está 
desenvolvendo a ideia. É por isso que algumas obras de arte são muito valo-
rizadas, tendo valor não mensurável, algumas vezes, visto que o processo de 
criação provavelmente foi muito complexo, em relação a inspiração e insight, 
e exigiu muito conhecimento, técnica e sensibilidade do artista.
A natureza exige criatividade. Pense em animais predadores. Eles nunca sabem como 
será, ou de onde virá, a próxima refeição. Precisam conhecer todos os cantos da 
floresta e suas particularidades, manter os olhos muito abertos, estar focados, com 
boa disposição e atentos a tudo o que está acontecendo no momento ao seu redor 
e além dele. Por isso, precisam sempre explorar, cada vez mais, investigar e manter 
um nível de curiosidade elevado (MORRIS, 2010).
A criatividade é como um espírito cintilante que pode aparecer para qualquer pessoa, 
criado a partir de uma intenção apaixonada, que emana um movimento, cresce grada-
tivamente, toma forma e se derrama. A falta de criatividade está ligada à construção 
de obstáculos ou à contaminação pela negligência ou pelo negativismo. É como um 
rio quando está poluído, onde não se manifesta a vida e a água flui com dificuldade. 
Assim também ocorre com a criatividade. Precisamos combater a poluição em nossos 
pensamentos, as críticas, o medo, reabrir a passagem e permiti-la fluir (ESTÉS, 2014).
Imagem pessoal e criatividade
Cooperação criativa
O profissional visagista dificilmente trabalha sozinho em termos da criação 
de uma imagem pessoal completa. Na maioria dos casos, será preciso unir 
profissionais com habilidades diversas, entre eles: o cabeleireiro, o maquiador, 
7Processo criativo
o consultor de imagem, o odontologista, o psicólogo, etc. Esses profissionais 
precisam formar um time, se unir a favor do cliente, ter ideais, criar soluções 
em conjunto e abandonar roteiros e ideias prontas. O resultado dependerá 
certamente de como foi a conexão e a sinergia entre esses profissionais durante 
a fase de criação.
Existem casos em que há um visagista responsável, que, por ter realizado 
a consultoria de visagismo, conhece melhor o cliente e, então, conduz as 
ideias e alinha isso com os profissionais parceiros que vão participar daquela 
criação, não somente executando, mas trocando ideias sobre o que pode ser 
feito em cada caso.
O importante é saber que, nesta área de atendimento, ter alianças é uma 
das principais chaves de sucesso, pois sua aplicação depende da participação 
de profissionais de várias especialidades. Dizem que quem faz tudo,acaba 
por não fazer nada, o que encaixa neste contexto de cooperação criativa. Uma 
união legítima libera as potencialidades e a criatividade, revelando resultados 
muito mais ricos. 
Conheça o trabalho de profissionais de áreas que complementem a sua e preste 
atenção não somente ao domínio da técnica para selecioná-lo como parceiro, mas 
também a como é o tratamento ao cliente, a proposta de soluções, a criatividade e 
seu nível de humildade. Dificilmente é possível criar laços saudáveis com profissionais 
que não estão dispostos a trabalhar em formato de coparticipação, quando se deve 
ser flexível e aberto a opiniões. Lembre-se de que toda a rede de profissionais que 
você criar será como uma extensão de você mesmo.
Fluxo de criação
O processo criativo segue um fluxo padrão, independentemente de outros 
fatores. No entanto, não pode ser comparado a um lindo e tranquilo passeio no 
parque. O processo criativo pode ser bastante caótico, complexo e perturbador, 
às vezes, mas, quando ele se completa, tornando real o que antes era uma 
faísca, uma ideia, traz uma sensação de plenitude, felicidade e sonho realizado. 
Processo criativo8
No livro Centelhas de gênios, os autores descrevem as quatro fases do 
processo criativo, e consideram que, para tornar uma ideia real, é preciso 
finalizar todas as etapas com sucesso (ROOT-BERNSTEIN, 2001). A seguir, 
falaremos de cada uma delas, sob o ponto de vista do atendimento de um 
profissional visagista.
Concepção
Este primeiro momento do processo criativo está relacionado ao entendimento 
do propósito de uma ideia. Aqui, não deve haver preocupações com o resultado 
ou a execução da ideia. 
No visagismo, entender os propósitos está relacionado à fase da conexão 
inicial com o cliente, com o objetivo de conhecê-lo, ou seja, o que ele deseja 
expressar através da imagem pessoal naquele momento de vida. Essa fase é 
de muita escuta e reflexão, visto que todas as informações necessárias para 
basear o trabalho de visagismo vêm do cliente. É também nessa fase que é 
realizada a análise do temperamento por meio dos traços do rosto e a definição 
das melhores cores de acordo com o tipo de pele. O objetivo da concepção é 
criar um pacote de informações que darão o suporte e a energia necessários 
para passar para a próxima fase do processo criativo.
Materialização 
É a fase de busca de uma solução por meio da inspiração e espera de um 
insight, para que se consiga transformar a ideia em algo concreto. 
Do ponto de vista de uma consultoria de visagismo, este é o momento que 
o profissional liberará todo o seu potencial criativo, em busca de soluções 
para a imagem do cliente. A fase da materialização é também uma fase de 
experimentação e testes. Portanto, o melhor a fazer aqui é desenhar, ou, de 
alguma forma, começar a criar a ideia em algo visual, físico. É a fase de 
“colocar no papel”. As ideias começarão a surgir e você conseguirá, ao fim, 
criar uma proposta para concretizar essa ideia, seguindo para a fase seguinte, 
de execução. É importante que, nessa fase, já ocorra a participação de todos 
os profissionais que farão parte do time (cabeleireiro, maquiador, consultor 
de imagem, etc.), pois eles poderão contribuir muito com a materialização 
do projeto. 
9Processo criativo
Interpretação
É a fase em que ocorre, de fato, a execução da ideia e das soluções propostas. 
Este é o momento que se fará necessária a cooperação entre profissionais, 
em que cada um, de acordo com suas habilidades, realizará seu empenho 
para que a ideia seja concretizada. Por exemplo, o cabeleireiro executará o 
corte, o maquiador aplicará a maquiagem, o consultor de imagem auxiliará 
na composição da vestimenta, todos de acordo com a ideia surgida a partir 
das fases de concepção e materialização.
Reinterpretação
A última fase do processo criativo é a reinterpretação, quando as pessoas 
afetadas pela ideia esboçam reações, sejam estimuladas ou influenciadas, e 
quando o criador se autoavalia por meio do resultado de sua obra.
O trabalho de visagismo, na fase de interpretação, está relacionado ao 
reencontro no espelho, quando a pessoa que passou pela consultoria e mudou 
a imagem se enxerga e se anima com a transformação, reagindo positivamente 
a respeito de si mesma. Como não poderia deixar de ser, a fase da reinterpre-
tação também engloba a reação que as pessoas ao redor terão em relação a 
essa nova identidade. 
O ciclo se completa e o sucesso é alcançado quando as reações emocionais, 
sensitivas, intelectuais ou visuais geradas a partir da concretização de uma ideia 
forem positivas e eficazes em relação ao que foi recebido na fase da concepção. 
Como ser mais criativo
Mais importante do que ter conhecimento sobre uma área ou facilidade em 
ter ideias, é ter cultura. Por isso, é importante e dito repetidamente que, para 
gerar boas ideias, ter inspirações e, então, inovar e criar, é preciso apreciar 
arte, teatro, literatura, sociedade. Inteligência visual e interpessoal são também 
grandes aliadas para ser um visagista criativo. Contudo, existem também 
alguns hábitos e atitudes que fomentam e aguçam a criatividade. Veja, a seguir, 
algumas dicas para que você consiga desenvolver seu potencial criativo:
 � Seja curioso: investigue a fundo, pesquise, estude, pergunte. Quanto 
mais informações relevantes você conseguir, mais profundo poderá ser 
o cerne de seu trabalho.
Processo criativo10
 � Permita-se refletir: uma ideia não é algo pronto esperando para cair 
do céu. Muitas vezes, a ideia demanda muita reflexão para se tornar 
consciente. 
 � Não tenha medo de experimentar: esteja complemente desligado de 
padrões, soluções anteriores ou vontade de aplicar técnicas que você 
domina. A experimentação permite que a criatividade flua para zonas 
nunca exploradas.
 � Esteja aberto aos erros: muitas pessoas bloqueiam seu potencial criativo 
por medo de errar, por medo de ser julgado, por insegurança. Refinando 
seus conhecimentos e suas técnicas, e “limpando o rio” onde passa o 
fluxo de criatividade, permita-se realizar. Os erros serão impulsos para 
o crescimento. Eles acontecerão. Trate-os com naturalidade, mas não 
desista da ideia.
 � Descubra tudo a fundo: mergulhe no tema do trabalho, ou seja, no seu 
propósito. Observe o mar de possibilidades, explore tudo o que está 
acontecendo no meio. Explore os materiais, as texturas, as cores, o 
comportamento. Sinta o ambiente. Com o propósito sempre em mente, 
a ideia virá de toda essa inspiração vivida. E, então, crie.
 � Não desista facilmente: o conforto do ato de desistir é como um tran-
quilizante que tem efeito temporário. Podemos comparar com uma 
caminhada em direção ao cume de uma montanha. Até que chegue 
lá e veja o horizonte, haverá obstáculos, faltará energia e a vontade 
de parar será grande. Entretanto, avançando passo a passo, o cume 
chegará. Se teve uma boa ideia e acredita nela, seja resiliente e ame 
isso com paixão e diariamente. Cada obstáculo vencido será um novo 
passo dado em direção ao cume.
 � Seja disciplinado: a disciplina é como um energético. Ela mantém o 
ritmo do caminho acelerado, avançando em crescimento gradativamente, 
e gera o efeito de uma equação equilibrada muito eficiente, estando 
ligada ao motor do processo de criação. Você deve se comprometer 
consigo mesmo e com o projeto e cumprir isso. Deve seguir firme 
apesar das adversidades.
 � Concentre-se: o sistema sensorial do ser humano é muito sensível aos 
estímulos que ocorrem a todo momento à nossa volta. Se você está, 
por exemplo, em um escritório com diversas pessoas trabalhando no 
mesmo ambiente, a janela está aberta e o barulho dos carros é constante. 
A tela do celular está piscando ao lado do notebook, toca o telefone e, 
ao mesmo tempo, chega um e-mail. Você está ansioso pelo encontro 
de sábado. E, ainda, o sapato que escolheu para aquele dia está ma-
11Processo criativo
chucando seu pé. Se o seu foco era criar, ter um insight, saiba que isso 
dificilmente acontecerá ali. São muitas coisasacontecendo ao mesmo 
tempo. A concentração limpa o rio por onde fluem as ideias criativas. 
Você pode meditar, bem como ir a um parque, a um museu, sentar-se 
em uma praça e observar as pessoas, fazer um exercício físico, ler. Deve 
rodear-se por um ambiente que favoreça a observação e os estímulos 
recebidos em prol de sua idealização.
 � Aprimore sua autoestima: não ter autoestima na área de criação é algo 
que atrapalha bastante, visto que limita muito o potencial criativo. É 
importante desenvolver a capacidade de acreditar em si mesmo, se 
expressar, apostar em suas ideias e ser persistente. Perceba a sua ima-
gem pessoal, se seria bom aprimorá-la com visagismo, num primeiro 
momento. Isso pode ajudar, mas não ter autoestima não depende só do 
exterior, da aparência. Há sempre causas emocionais que precisam ser 
olhadas. Procurar por uma terapia que auxilie em relação à aceitação 
e à autoconfiança é algo muito positivo nesses casos. 
 � Interaja com outras pessoas: o ser humano precisa de relacionamentos. 
Dizem que um dos piores castigos para um homem é ficar totalmente iso-
lado por muito tempo. No filme “Náufrago”, por exemplo, o personagem 
vivido por Tom Hanks, sozinho em uma ilha após um acidente de avião, 
desesperado por um relacionamento, nomeia como seu amigo uma bola 
de vôlei da marca Wilson, chamando-a por esse nome (NÁUFRAGO..., 
2001). Estar com outras pessoas e se relacionar com elas cria redes que 
se expandem, auxiliando no processo de maturação ou criação de algo. 
 � Pense que o resultado é consequência: seguindo o exemplo da mon-
tanha, observe como é um costume as pessoas pensarem somente no 
pico. Estamos sempre pensando no resultado, no sucesso, quando, na 
realidade, precisamos viver o momento presente e a fase em que este 
projeto está. Nada adianta tentar enxergar como será, pois o resultado 
será a consequência do que foi feito em cada fase, obstáculo e apren-
dizado vivido no durante.
 � Mantenha o bom humor: o bom humor, aqui entendido como entusiasmo 
e otimismo, atrai muita energia positiva para qualquer ambiente, o que 
favorece o fluxo de criatividade. Isso não significa que a pessoa deva 
forçar sorrisos ou fazer piadas — mantenha sua autenticidade. Basta 
acreditar de verdade e ter amor por aquilo que está fazendo. Se você 
for feliz com isso, a felicidade emanará de você. 
Processo criativo12
 � Saia da rotina: a rotina faz as pessoas entrarem um ritmo de repetição, 
a qual raramente gera novas ideias. O cérebro conhece cada detalhe da 
rotina, e isso não desperta muitas novas emoções ou estímulos. Fazer 
atividades novas desperta o nosso sistema sensorial e ativa o fluxo de 
criatividade. Mantenha sua rotina, mas saia dela sempre que puder. 
 � Faça mais do que o necessário: fazer o necessário é como aceitar um 
resultado mediano. Qualquer pessoa pode fazer o necessário. É uma 
atitude que cumpre a meta, mas não excede às expectativas, acabando 
por não ter tanto destaque perante outros trabalhos semelhantes, também 
na média. Quando se faz além do que se é necessário, e, para isso, é 
preciso ter se entregado de coração ao projeto, essa energia adicional, 
vinda de mais estudos, observações, pesquisas, interações, etc., refina a 
obra, e é o que pode fazer o trabalho ser muito mais criativo, autêntico 
e profundo, criando resultados bons, muito bons ou até excelentes, 
dignos de reconhecimento (HALLAWELL, 2010).
ARMSTRONG, T. Multiple intelligences in the classroom. 4th ed. Alexandria, VA: Association 
for Supervision and Curriculum Development, 2018.
BRUNER, J. S. Cultura da educação. São Paulo: Edições 70, 2000.
COVEY, S. R. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. 31. ed. São Paulo: Best Seller, 2005.
ESTÉS, C. P. Mulheres que correm com os lobos. 2. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.
GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. São Paulo: Penso, 1995.
HALLAWELL, P. C. Visagismo integrado: identidade, estilo e beleza. 2. ed. São Paulo: 
Senac, 2010.
JONES, S. J. Fashion design. New York: Watson-Guptill, 2002.
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13Processo criativo

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