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FARMACOLOGIA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS

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Tatyane Ferreira 
Odontologia 
Fonte: Manual de anestesia local. 6º ed. 
 
 
FARMACOLOGIA DOS 
ANESTÉSICOS LOCAIS 
Farmacologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tatyane Ferreira 
Odontologia 
Fonte: Manual de anestesia local. 6º ed. 
Os anestésicos locais deixam de exercer 
efeito clinico quando são absorvidos do local 
de administração para a circulação. Um fator 
primordial envolvido no termino de ação dos 
anestésicos locais utilizados para o controle 
da dor e sua redistribuição da fibra nervosa 
para o sistema cardiovascular. A presença de 
um anestésico local no sistema circulatório 
significa que a substancia será transportada 
para todas as partes do corpo. 
 
FARMACOCINÉTICA DOS ANESTÉSICOS 
LOCAIS 
 
ABSORÇÃO 
 
Quando injetados nos tecidos moles, os 
anestésicos locais exercem uma ação 
farmacológica sobre os vasos sanguíneos da 
área. Todos os anestésicos locais apresentam 
algum grau de vasoatividade, a maioria deles 
produzindo a dilatação do leito vascular no 
qual são depositados, embora o grau de 
vasodilatação possa variar e alguns deles 
possam produzir vasoconstrição. Até certo 
grau, esses efeitos podem ser concentração-
dependentes. 
Os anestésicos locais do tipo éster são 
também potentes substancias 
vasodilatadoras. A procaína, o vasodilatador 
mais potente entre os anestésicos locais, e 
muitas vezes utilizada clinicamente para 
induzir vasodilatação nos casos em que o 
fluxo sanguíneo periférico foi 
comprometido por causa da injeção 
(acidental) intra-arterial (IA) de uma 
substancia (p. ex., o tiopental) ou da injeção 
de adrenalina ou noradrenalina na ponta de 
um dedo ou num artelho. 
A administração IA de uma substancia 
irritante como o tiopental pode produzir um 
espasmo arterial com consequente 
diminuição da perfusão tecidual que, se 
prolongada, pode levar a necrose tecidual, 
gangrena e perda do membro afetado. Nessa 
situação, a procaína e administrada por via 
IA em uma tentativa de interromper o 
arterioespasmo e restabelecer o fluxo 
sanguíneo para o membro afetado. A 
tetracaina, a cloroprocaina e a propoxicaina 
também apresentam propriedades 
vasodilatadoras em graus variáveis, porem 
menores que as da procaina. 
A cocaína e o único anestésico local que 
produz vasoconstrição consistente. A ação 
inicial da cocaina e de vasodilatação, que e 
seguida por vasoconstrição intensa e 
prolongada. Ela e produzida pela inibição da 
absorção de catecolaminas (especialmente a 
noradrenalina) para os locais de ligação 
tecidual. Isso resulta em um excesso de 
noradrenalina livre, ocasionando um estado 
de intensa e prolongada vasoconstrição. Essa 
inibição da absorção de noradrenalina não 
foi demonstrada com outros anestésicos 
locais, como a lidocaína e a bupivacaína. 
Um efeito clinico significativo da 
vasodilatação e um aumento da velocidade 
de absorção do anestésico local para a 
corrente sanguínea, diminuindo, assim, a 
duração e a qualidade (p. ex., profundidade) 
do controle da dor e aumentando a 
concentração sanguínea (ou plasmática) do 
anestésico e o potencial de superdosagem 
(reação toxica). 
As velocidades em que os anestésicos locais 
são absorvidos para a corrente sanguínea e 
alcançam seu nível sanguíneo máximo 
variam de acordo com a via de 
administração. 
 
✓ VIA ORAL 
 
Com exceção da cocaína, os anestésicos 
locais são absorvidos pelo trato 
gastrointestinal após a administração oral 
de maneira insuficiente, quando o são em 
algum grau. Além disso, muitos anestésicos 
locais (especialmente a lidocaína) sofrem 
um significativo efeito da primeira passagem 
hepática após a administração oral. Após a 
absorção de lidocaína pelo trato 
gastrointestinal para a circulação 
enteroepatica, uma fração da dose da 
substancia e levada para o fígado, no qual 
aproximadamente 72% da dose são 
biotransformados em metabolitos inativos. 
Isso dificultou seriamente o uso da lidocaína 
como substancia antiarrítmica oral. 
 
✓ VIA TÓPICA 
 
Os anestésicos locais são absorvidos em 
diferentes velocidades após sua aplicação 
sobre as mucosas. Na mucosa traqueal, a 
absorção e quase tão rápida quanto a 
administração intravenosa (IV) (de fato, a 
administração intratraqueal de substancias 
[adrenalina, lidocaina, atropina, naloxona e 
flumazenil e empregada em algumas 
Tatyane Ferreira 
Odontologia 
Fonte: Manual de anestesia local. 6º ed. 
situações emergenciais); na mucosa 
faríngea, a absorção e mais lenta; e na 
mucosa esofágica ou vesical a absorção e 
ainda mais lenta do que na faringe. Em 
qualquer local onde não haja uma camada de 
pele intacta, os anestesicos locais podem 
produzir um efeito anestésico após a 
aplicação tópica. Os remédios para 
queimaduras de sol geralmente contem 
lidocaina, benzocaina ou outros anestésicos 
na forma de pomada. Eles não apresentam 
ação anestésica quando aplicados sobre a 
pele integra, mas proporcionam o alivio 
rápido da dor na pele lesada por uma 
queimadura de sol. 
 
✓ INJEÇÃO 
 
A velocidade de absorção dos anestésicos 
locais após a administração parenteral 
(subcutânea, intramuscular ou IV) está 
relacionada tanto com a vascularização do 
local da injeção quanto com a vasoatividade 
da substancia. A administração IV de 
anestésicos locais fornece a elevação mais 
rápida dos níveis sanguíneos e é utilizada 
clinicamente no tratamento primário das 
arritmias ventriculares. 
A administração IV rápida pode levar a 
níveis sanguíneos significativamente altos 
do anestésico local, o que pode induzir 
reações toxicas graves. Os benefícios da 
administração IV da substancia devem ser 
sempre avaliados em relação aos riscos. A 
substancia deve ser administrada somente 
quando os benefícios superarem claramente 
os riscos, como no caso de arritmias 
ventriculares. 
 
✓ DISTRIBUIÇÃO 
 
Depois de absorvidos pela corrente 
sanguínea, os anestésicos locais são 
distribuídos para todos os tecidos do corpo. 
Os órgãos (e áreas) altamente perfundidos, 
como cérebro, cabeça, fígado, rins, pulmões 
e baco, apresentam inicialmente níveis 
sanguíneos mais elevados do anestésico do 
que aqueles menos perfundidos. O musculo 
esquelético, embora não seja tão perfundido 
quanto os órgãos citados, contem maior 
percentagem de anestésico local do que 
qualquer tecido ou órgão, já que constitui 
a maior massa tecidual do corpo. 
A concentração plasmática de um anestésico 
local em certos órgãos-alvo tem um impacto 
significativo sobre a toxicidade potencial da 
substancia. O nível sanguíneo do anestésico 
local e influenciado pelos seguintes fatores: 
1. Velocidade de absorção da substancia 
para o sistema cardiovascular 
2. Velocidade de distribuição da substancia 
do compartimento vascular para os tecidos 
(mais rápida em pacientes saudáveis do que 
naqueles que apresentam comprometimento 
medico [como insuficiência cardíaca 
congestiva], levando, assim, a níveis 
sanguíneos mais baixos nos pacientes 
saudáveis) 
3. Eliminação da substancia por vias 
metabólicas ou excretoras. 
Os dois últimos fatores reduzem o nível 
sanguíneo do anestésico local. 
 
Meia-vida de eliminação: É a velocidade em 
que o anestésico local e removido do sangue. 
Definida de forma simples, a meia-vida de 
eliminação e o tempo necessário para uma 
redução de 50% do nível sanguíneo (uma 
meia-vida = redução de 50%; duas meias-
vidas = redução de 75% e assim por diante. 
Todos os anestésicos locais atravessam com 
facilidade a barreira hematoencefalica. Eles 
também atravessam prontamente a placenta 
e entram no sistema circulatório do feto em 
desenvolvimento. 
 
✓ METABOLISMO 
(BIOTRANSFORMAÇÃO, 
DESTOXIFICAÇÃO) 
 
Uma diferença significativa entre os dois 
principais grupos de anestésicos locais, os 
ésteres e as amidas, e o meio pelo qual o 
organismo transforma biologicamente a 
substancia ativa em uma substancia 
farmacologicamenteinativa. O metabolismo 
(ou biotransformação ou detoxificação) dos 
anestésicos locais e importante, pois a 
toxicidade geral da substancia depende do 
equilíbrio entre a velocidade de absorção 
pela corrente sanguínea no local de injeção e 
a velocidade em que ela e removida do 
sangue por meio dos processos de absorção 
tecidual e de metabolismo. 
 
Anestésicos Locais do Tipo Éster. Os 
anestésicos locais do tipo éster são 
Tatyane Ferreira 
Odontologia 
Fonte: Manual de anestesia local. 6º ed. 
hidrolisados no plasma pela enzima 
pseudocolinesterase. A velocidade em que 
ocorre a hidrolise de diferentes ésteres varia 
consideravelmente. 
A velocidade de hidrolise possui um impacto 
na toxicidade potencial de um anestésico 
local. A cloroprocaina, mais rapidamente 
hidrolisada, e a menos toxica, enquanto a 
tetracaina, hidrolisada 16 vezes mais 
lentamente que a cloroprocaina, apresenta 
o maior potencial de toxicidade. 
 Anestésicos Locais do Tipo Amida. A 
biotransformação dos anestésicos locais do 
tipo amida e mais complexa que a dos 
ésteres. 
O local primário da biotransformação dos 
anestésicos locais do tipo amida e o figado. 
Praticamente todo o processo metabolico 
ocorre no figado para a lidocaina, 
mepivacaina, etidocaina e bupivacaina. A 
prilocaina sofre o metabolismo primário no 
fígado, com algum metabolismo ocorrendo 
também possivelmente no pulmão. A 
articaína, uma molécula hibrida contendo 
componentes tanto éster quanto amida, e 
metabolizada tanto no sangue quanto no 
fígado. Pacientes com fluxo sanguíneo 
hepático abaixo do habitual (hipotensão, 
insuficiência cardíaca congestiva) ou função 
hepática deficiente (cirrose) são incapazes 
de efetuar a biotransformação dos 
anestésicos locais do tipo amida em 
velocidade normal. Essa biotransformação 
mais lenta acarreta níveis sanguíneos 
elevados do anestésico e aumento potencial 
na toxicidade. 
 
✓ EXCREÇÃO 
 
Os rins são os órgãos excretores primários 
tanto para os anestésicos locais quanto para 
seus metabolitos. Uma percentagem da dose 
do anestésico local e excretada inalterada na 
urina. Essa percentagem varia de acordo 
com a substancia. Apenas pequenas 
quantidades dos ésteres se apresentam na 
urina na forma original do composto, pois 
são quase totalmente hidrolisados no 
plasma. A procaína aparece na urina como 
PABA (90%) e 2% na forma inalterada. Até 
10% de uma dose de cocaína são 
encontrados inalterados na urina. As amidas 
são geralmente encontradas na urina como o 
composto primário em uma maior 
percentagem do que os ésteres, 
principalmente em razão de seu processo de 
biotransformação mais complexo. Embora 
as percentagens da substancia original 
encontradas na urina variem de um estudo 
para outro, menos de 3% de lidocaína, 1% 
de mepivacaína e 1% de etidocaína são 
encontrados inalterados na urina. 
Os pacientes com insuficiência renal 
significativa podem ser incapazes de 
eliminar do sangue o anestésico local 
original ou seus principais metabolitos, 
resultando em um ligeiro aumento dos níveis 
sanguíneos desse composto e, portanto, em 
aumento no potencial de toxicidade. Isso 
pode ocorrer tanto com ésteres quanto com 
amidas e é especialmente provável com a 
cocaina. 
Portanto, doenças renais significativas (ASA 
4 ou 5) constituem contraindicação relativa 
a administração de anestésicos locais. 
Isso inclui pacientes que se submetem a 
dialise e aqueles portadores de 
glomerulonefrite ou pielonefrite crônica.

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