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Conduta Fisioterapêutica na Trombose Venosa Profunda

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Pós Graduanda: Celivângela Braga do Nascimento de Araújo 
 
Conduta Fisioterapêutica na Trombose Venosa Profunda 
A trombose venosa profunda (TVP) é uma doença frequente e grave, principalmente 
como complicação de outras afecções cirúrgicas e clínicas. No entanto, também pode 
ocorrer de forma espontânea em pessoas aparentemente sadias. 
O desenvolvimento do tromboembolismo venoso depende da alteração em um ou mais 
fatores da tríade descrita por Virchow em 1856, que considera as alterações do fluxo 
sanguíneo, da crase sanguínea e da parede vascular como responsável pelo processo 
trombótico. 
A TVP tem como consequência imediata mais grave a embolia pulmonar (EP). Em sua 
fase aguda, associa-se à alta probabilidade de complicações graves, muitas vezes fatais. 
Em sua fase crônica, pode ser responsável por inúmeros casos de incapacitação física e 
enormes custos socioeconômicos, com o desenvolvimento de insuficiência venosa 
crônica grave, configurando a denominada síndrome pós-trombótica. O 
tromboembolismo também é descrito como a causa mais comum de mortalidade 
hospitalar prevenível. 
A profilaxia da TVP é imprescindível por ser esta doença a principal causa de EP, que 
por sua vez, pode ser a primeira manifestação da TVP e costuma ser fatal em 0,2% dos 
pacientes internados. 
A TVP dos membros inferiores (veias tibial, poplítea, femoral ou ilíaca) é o principal 
fator predisponente para a ocorrência da EP. Cerca de 85% dos êmbolos pulmonares se 
originam dos membros inferiores. 
Os pacientes acamados por longos períodos, com doenças ósseas ou neuromusculares, 
pacientes em pós-operatório de cirurgias maiores (abdominais, ginecológicas, 
ortopédicas, torácicas, urológicas) portadores de infarto agudo do miocárdio (IAM) e 
acidente vascular encefálico (AVE) apresentam maior risco de desenvolver a TVP. A 
imobilização, independente do tipo de patologia, gera o desenvolvimento de TVP em 
aproximadamente 15% dos pacientes nos primeiros 07 dias e cerca de 80% após 10 
dias, sendo a principal causadora de TVP, quando não há profilaxia. 
Outros fatores de risco são a obesidade, hipercoagulabilidade sanguínea, varizes de 
membros inferiores, idade avançada, gravidez, uso de anticoncepcionais orais, período 
pós-parto imediato, estados infecciosos, neoplasias, insuficiência cardíaca e 
tromboflebites prévias. Situações desencadeantes de estresse, como cirurgia, levam à 
diminuição da atividade fibrinolítica, permitindo o desenvolvimento do trombo. 
 
 
Manifestações clínicas: 
O aparecimento de sinais e sintomas característicos está relacionado diretamente com a 
extensão da trombose venosa profunda, entretanto 50% dos casos não apresentam sinais 
clínicos característicos. 
A dor é o sintoma mais comum da TVP, causada pela distensão da parede venosa, pelo 
processo inflamatório local e pelo edema dos músculos circunjacentes. Geralmente a 
dor é mais intensa com a movimentação, podendo está presente durante o repouso nos 
casos mais graves – na flegmasia cerúlea ela pode chegar a ser insuportável. Observa-se 
dor tanto na palpação do trajeto venoso quanto da musculatura próxima, principalmente 
a nível de panturrilha, que se acha tensa e dolorosa. O sinal de Homans ( dorsiflexão 
passiva do pé, com dor referida na panturrilha) é positivo em mais de 60% dos casos de 
TVP de membros inferiores. 
O edema é outro sinal importante, ocorrendo em proporções iguais a da dor e diminui 
com o repouso no leito. Na maioria dos casos ele é unilateral, sendo que sua presença 
em ambos os membros inferiores sugere outras causas ( p. ex., insuficiência cardíaca 
coronariana, insuficiência renal, etc.), porém não afasta um quadro de TVP bilateral ou 
com acometimento de ilíacas e cava. 
O aumento da consistência muscular à palpação suave e a menor mobilidade da 
musculatura da panturrilha aparece devido ao edema muscular e ocorrem em cerca de 
80% dos casos de TVP, sendo denominado empastamento ou sinal de Neuhof. 
A observação do sistema venoso superficial poderá evidenciar o desvio no fluxo de 
sangue, do sistema venoso profundo para o superficial, mostrando uma dilatação 
venosa, principalmente na região pré-tibial, sendo denominadas, veias sentinelas de 
Pratt. 
Outros sinais e sintomas gerais, como mal-estar, febre, taquicardia, suores, são 
encontrados em boa parte dos doentes. 
O quadro de flegmasia cerúlea dolens é evidenciado pela cor azulada do membro, com 
cianose, edema e dor importante, indicando um grande aumento da pressão no sistema 
venoso, podendo evoluir para gangrena venosa secundária à trombose maciça de toda a 
drenagem venosa do membro acometido. 
A presença de espasmo arterial secundário pode determinar o surgimento de flegmasia 
alba dolens; caracteristicamente o membro fica pálido, com dor e edema intensos e os 
pulsos arteriais podem estar diminuídos ou ausentes. 
 
 
 
Profilaxia da trombose venosa profunda 
A profilaxia da TVP é extremamente importante para se evitar, na fase aguda, perda de 
vidas por tromboembolismo pulmonar e, cronicamente, as sequelas posteriores da TVP, 
como a síndrome pós-flebítica. 
Todo paciente internado (clínico ou cirúrgico) que apresente risco para TVP deve 
receber algum tipo de tratamento preventivo, seja com emprego de medidas 
farmacológicas, mecânicas ou de forma associada. 
Os métodos profiláticos físicos consistem em cinesioterapia para membros inferiores; 
meias elásticas de compressão graduada, compressão pneumática intermitente e 
deambulação precoce. Em conjunto, essas técnicas atuam diminuindo a probabilidade 
de incidência de TVP. A fisioterapia motora é indicada para todos os riscos de TVP, 
atuando como adjuvante à terapia farmacológica ou nos casos de contraindicação para 
uso de anticoagulantes. 
 
Tratamento farmacológico 
O padrão-ouro para tratamento da TVP é a anticoagulação. Essa forma de tratamento 
visa aliviar os sintomas agudos, além de evitar a ocorrência de tromboembolismo 
pulmonar e a síndrome pós-flebítica. 
Baseia-se na utilização de anticoagulantes por 5 a 7 dias, por via endovenosa ou 
subcutânea, para evitar a EP e progressão do trombo até que haja sua aderência na 
parede da veia. 
 
Conduta fisioterapêutica: 
Na fase aguda com uso associado de anticoagulantes, repouso no leito em posição de 
Trendelemburg, pela diminuição da pressão hidrostática, ocorre a diminuição do edema, 
melhora da tensão nos compartimentos e consequentemente alívio da dor; 
 Nas primeiras 24h após o uso de anticoagulantes, deve-se estimular a deambulação 
precoce associada ao uso de meias de média compressão elástica ou inelástica que 
deverão ser utilizadas durante todo o tratamento (hospitalar e ambulatorial), de forma a 
diminuir a dor e o edema mais rápido, melhorar a qualidade de vida e evitar a síndrome 
pós-trombótica; 
Posicionamento no leito e exercícios isométricos para MMII no leito; 
Deve-se combinar fisioterapia motora adequada e continuar reavaliando diariamente 
quanto à presença de trombose venosa. 
 
 
Referências bibliográficas 
 
PITTA G.B.B., LEITE T.L., SILVA M. D. C., MELO C. F. L., CALHEIROS G. A. 
Avaliação da utilização de profilaxia da trombose venosa profunda em um hospital 
escola. J Vas Bras 2007, Vol 6, N 4. www.scielo.br, acessado em 28/05/2013. 
KNOBEL, Elias. Condutas no paciente grave . 3 ed. – São Paulo: Editora Atheneu, 
2006. 
PIRES M. T.B., Manual de urgências em pronto socorro. – 8 ed. – Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2006. 
Manual de bolso de UTI. 3 ed. Ampl. e atual. – São Paulo: Editora Atheneu, 2013. 
MADEIRA, Tadeu... (et al.). Quimo nos concursos: fisioterapia. -2. Ed. – Rio de 
Janeiro: Águia Dourada, 2009. 
CAMPOS M.A.Z., Compressão pneumática intermitente na prevenção de trombose 
venosa profunda em pacientes cirúrgicos: Revisão Sistemática e Metanálise. São 
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ORRA. DR. H.A., Trombose venosa profunda. São Paulo,Abril, 2002. 
www.clinicadrhussein.com.br, acessado em 26/05/2013. 
TORRE. D.M, FRANOTTI. JC., Incidência da trombose venosa profunda em pacientes 
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hospital A.C. Camargo, 2009. Fundação Antonio Prudente- Hospital A.C Camargo, São 
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