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tratamento hidroterapia

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A lise ístmica ou espondilolise resulta do defeito uni ou bilateral da pars interarticularis. A espondilolistese ístmica ou tipo II segundo Wiltse1 corresponde a uma translação do corpo vertebral sobre o caudal na presença de defeito bilateral da pars, sendo esta translação de 0-25% no grau I de Meyerding. A etiologia é multifactorial: mecânica, hereditária e hormonal. Ambas são as causas mais frequentes de lombalgia em crianças e adolescentes com idade superior a 10 anos2,3,4. Associam-se a fractura de fadiga da pars por movimentos repetidos de hiperextensão, como ocorre em algumas atividades desportivas
Na literatura não existe consenso quanto aos benefícios do tratamento cirúrgico nestes doentes que são muitas vezes atletas e não pretendem terminar a carreira ou diminuir a performance. A controvérsia prolonga-se sobre qual a melhor técnica cirúrgica.
De facto, nos poucos estudos publicados, verifica-se que a maioria defende o tratamento conservador que abrange o repouso com interrupção temporária do desporto e uso de ortótese até 6 meses, bem como reabilitação fisiátrica. A reparação óssea espontânea pode ocorrer na espondilolise em fase precoce e maioritariamente com defeito unilateral da pars8,14. No entanto, os resultados clínicos e retorno às atividades não se correlacionam com a consolidação óssea, verificando-se bons a excelentes resultados em 78-96% dos casos, com 25-37% de reparação óssea8,15. Pizzutillo et al.16 obtiveram alívio da dor em 70% dos casos.
A opção pelo tratamento cirúrgico verifica-se, geralmente, nos casos sintomáticos resistentes às atitudes conservadoras, progressão da espondilolistese, ou alterações neurológicas. As técnicas cirúrgicas utilizadas são díspares, desde a artrodese até à reparação direta do defeito por técnicas diversas. Estão descritas na literatura variadas técnicas cirúrgicas para esta patologia, com bons resultados clínicos globais, continuando problemática a indicação cirúrgica.
A hidroterapia realizada é utilizada para manter a força muscular, a capacidade respiratória, as amplitudes articulares e evitar os encurtamentos musculares. Devido às propriedades físicas da água, a movimentação voluntária e adoção das diversas posturas podem ser facilitadas e os exercícios de alongamento muscular podem ser realizados com alívio da dor. Além disso, a liberdade de movimento proporciona alegria e satisfação, porque os pacientes são capazes de realizar atividades que podem não ser possíveis em terra devido a ação da gravidade. Na piscina terapêutica utiliza-se as propriedades físicas da.água.
Utilizando a hidroterapia, onde as propriedades físicas como a flutuação, as forças compressivas e de cisalhamento na coluna são reduzidas, permitindo a realização precoce de exercícios em um ambiente seguro e isento de sobrecargas. Os exercícios aquáticos tem como objetivos de orientações posturais, de melhorar flexibilidade, força, resistência e função muscular, com ênfase para musculatura abdominal e paravertebral. Para os pacientes com dor lombar crônica, demonstraram que o fortalecimento de grupamentos musculares específicos melhora a resposta do paciente à dor e passaram a recomendar o fortalecimento dos músculos transverso abdominal, oblíquo interno e multifidus. Além do fortalecimento desses grupamentos musculares específicos, o fortalecimento dos flexores do quadril e o alongamento dos isquiotibiais também melhoram a resposta do paciente à dor lombar.
Abaixo, seguem exemplos de exercícios hidroterápicos para este tratamento:
O paciente estará em posição ortostática, com apoio unipodal, a outra perna será elevada com a ajuda de um flutuador (o objeto estará localizado na região do tornozelo), levando assim ao alongamento desejado. Para diversificar a prática deste alongamento, o fisioterapeuta pode pedir para paciente flexionar o joelho de base (aumentando assim o recrutamento de fibras alongadas).
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Com ajuda de flutuadores o fisioterapeuta colocará o paciente em posição dorsal e posicionará as mãos na região torácica e lombar para promover estabilidade durante o exercício.
 O paciente deve realizar flexão de joelhos e quadril e extensão dos mesmos. Para ajudar na execução o fisioterapeuta pode pedir para o paciente tentar levar os joelhos ao peito.
REFERÊNCIAS:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522002000200007&lang=pt 
Reabilitação precoce de atletas utilizando hidroterapia após o tratamento cirúrgico de hérnia discal lombar: relato preliminar de 3 casos
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222014000300004&lang=pt
Espondilolise e espondilolistese ístmica de grau I no adolescente: Análise retrospectiva de 30 casos
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-36162014000100003&lang=pt Conceitos atuais sobre equilíbrio sagital e classificação da espondilólise e espondilolistese

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