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2 REPOSICIONANDO A RANBAXY Referências: Kothavala, K., Ghemawat, P. Reposicionando a Ranbaxy. Havard Business School, fevereiro 1998. A Ranbaxy é uma empresa farmacêutica, que possui uma presença muito expressiva dentro do mercado farmacêutico nacional e internacional. Em 1995, os Laboratórios Ranbaxy Ltda, receberam prêmios pelo excelente desempenho nas suas exportações, na área de pesquisa e no âmbito geral entre as empresas indianas. Ranbaxy, estava em uma crescente econômica, o que fez com que ela se tornasse, em meados da década de 80, uma das maiores empresas farmacêuticas da Índia, sendo que de maneira mais ampla, seus lucros, eram dominados pelos princípios ativos e produtos intermediários. A Índia, possuía um reduzido investimento per capita em produtos farmacêuticos, por alguns fatores, como por exemplo a baixa renda per capita do país, os gastos baixos com a saúde, que chegavam a ficar entre os mais baixos do mundo, sem contar que, menos de 5% da população indiada possuir naquela época plano de saúde, dentre outras razões históricas. Todas essas questões, faziam com que a Ranbaxy, se sentisse atraída ao mercado estrangeiro, por causa dos preços superiores àqueles que prevaleciam na Índia e desejosa de crescer ainda mais internacionalmente, afinal, era do mercado internacional, que vinham seus monstruosos lucros. Ranbaxy, ocupava o segundo lugar entre as empresas farmacêuticas domésticas, ante um aumento em dez vezes, nas vendas entre os anos de 1985 e 1995, com 3,8% do mercado. As metas de crescimento estavam por ser colocadas em prática, visto que o Dr. Parvinder Singh, que herdou o cargo de CEO de seu pai na Ranbaxy, tinha como objetivo torna-la uma empresa farmacêutica internacional, voltada para pesquisas, com as vendas em US$ 1 bilhão até 2003. Para tal crescimento, a empresa teria que 2 aumentar em mais de 20% suas vendas e ter uma expansão no escopo de atuação da empresa em várias direções, voltadas para o mercado internacional. Até que no ano de 1995, a Cipla, uma forte concorrente da Ranbaxy, mais voltado ao mercado doméstico, teve uma participação de mercado superior à Ranbaxy. A vantagem não era muito expressiva, entre 0,1% e 0,2%, entretanto, essa vantagem, fez com que a Ranbaxy, passasse mais sobre o investimento no projeto de internacionalização e sobre seus objetivos estratégicos. Também uma expansão no seu escopo de atuação no mercado de produtos intermediários, para produção de formulações ao mercado internacional e da engenharia reversa de produtos genéricos desenvolvidos por outros laboratórios, afim de descobrirem novos medicamentos. Dentre as metas da empresa, uma delas seria a contratação de um novo gerente geral Vasant Kumar, que teria a finalidade de aprimorar a processo de planejamento, baseado em metas quantitativas e detalhado por função. Outras mudanças nos setores de contabilidade, logística, departamento químico, de produção de farmacêuticos, Marketing e administrativo. O Dr. Singh por sua vez afirmou que, em termos de organização para a companhia, fortalecer seus empreendimentos internacionais sem sacrificar sua posição doméstica, requer adaptação em Comportamentos e sistemas de gerenciamento, com clareza na comunicação, seja ela externa ou interna, de forma precisa, planejamento flexível e respostas rápidas. Nesse mesmo ano, o mercado farmacêutico indiano era o 12 º maior do mundo, porém, sua cooperação percentual no mercado global era de apenas 1%, enquanto sua população compunha 16% daquela de todo o mundo. Isso se devia, a fatores relacionados as condições socioeconômicas e culturais: uma renda per capita notavelmente baixa; escasso acesso de medicamentos e saúde, principalmente em zonas rurais; além de uma cultura tradicional voltada a remédios rudimentares à base de ervas. Os gastos com saúde representavam uma parcela muito pequena do PIB, e apenas 5% dos indianos tinham acesso a planos de saúde. 2 Esses fatores, além de uma forte política estatal regulatória, resultaram em preços muito baixos dos medicamentos que custavam 1/5 a 1/10 do que nos Estados Unidos. A preocupação escassa com a inovação em saúde pública, tanto por parte do poder público quando do mercado, causou insignificante investimento em pesquisa, que presentava apenas 2 % das vendas, em comparação com 10% a 15% e m países desenvolvido s. Sendo assim, o fortalecimento do empreendimento internacional, sem sacrificar sua posição nacional, abre mão dos velhos estereótipos de liderança e controle centralizado, focando em um gerencialmente descentralizado, com ênfase na motivação, trabalho em equipe, compromisso e espírito de aventura. Mesmo ainda tendo a clareza de que muita coisa ainda era preciso ser feita. Desta forma, é possível concluir que para um reposicionamento de uma organização é preciso muito planejamento estratégico e financeiro, e para uma empresa multinacional, possuir matriz em um determinado país e atuar em distintos territórios do mundo, com a instalação de filiais em outros países em busca de mercado consumidor, energia, matéria-prima e mão de obra barata para diminuir seus custos de produção, é uma visão clara para quem deseja investir em mercados já desenvolvidos colhendo os resultados positivos.
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