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Mercado Financeiro e de Capitais 2ª edição Rio de Janeiro UVA

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Mercado Financeiro 
e de Capitais 
2ª edição
Rio de Janeiro
UVA
2016
Helio Darwich Nogueira
Mercado Financeiro 
e de Capitais 
2ª edição
Rio de Janeiro
UVA
2016
Copyright © UVA 2015
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer 
meio sem a prévia autorização desta instituição.
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa.
ISBN - 978-85-69287-03-2
Autoria do Conteúdo
Helio Darwich Nogueira
Design Instrucional
Daianá Lucília S. A. de Almeida Melo
Projeto Gráfico
UVA
Diagramação
Isabelle Martins
Revisão
Tássia Braga
Lydianna Lima
Ficha Catalográfica elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da UVA.
Biblioteca Maria Anunciação Almeida de Carvalho.
N778 Nogueira, Helio Darwich 
 Mercado financeiro de capitais [livro eletrônico] / 
 Helio Darwich Nogueira – Rio de Janeiro : UVA, 2016.
 
 790 KB.
 ISBN 978-85-69287-03-2
 Disponível também impresso.
 1. Mercado financeiro. 2. Mercado de capitais. I. 
 Universidade Veiga de Almeida. II. Título.
 CDD – 332.6
SUMÁRIO
Apresentação................................................................................................................7
Sobre o autor....................................................................................................................8 
Capítulo 1 - Conceitos básicos do sistema financeiro.....9
Sistema financeiro, crescimento econômico, intermediação finan-
ceira e políticas econômicas.......................................................................10
Sistema Financeiro Nacional - Subsistemas normativo e 
supervisor...........................................................................................................24
Sistema Financeiro Nacional - Subsistema de intermediação.......35
Referências......................................................................................................56
Capítulo 2 - Conceitos básicos do mercado financeiro...59
Mercados monetário, de crédito, de capitais, de câmbio e de 
derivativos.........................................................................................................60
Títulos de renda fixa (emissão pública e privada)............................82
Fundamentos da avaliação de produtos financeiros.......................96
Referências.......................................................................................................128
Capítulo 3 - Mercado de capitais...................................131
Mercado à vista (renda fixa e variável).............................................132
Mercado de derivativos e futuros..........................................................142
Ambientes e mecânicas de negociação.................................................156
Referências...............................................................................................175
Capítulo 4 - Risco, retorno e portfólios........................177
Risco, retorno, diversificação e liquidez..................................................178
Escolas de análise e índices.......................................................................192
Modelos de precificação e mitigação de riscos....................................206
Referências......................................................................................................222
Considerações finais.......................................................224
7
APRESENTAÇÃO
 
APRESENTAÇÃO
Este livro trata dos principais aspectos do Mercado Financeiro e de 
Capitais, e como as relações ocorridas nesses ambientes afetam a vida 
diária de pessoas físicas e jurídicas e mesmo de entes governamentais 
e regulatórios. Dada sua relação direta com a economia das nações e 
em âmbito mundial, tais mercados influem diretamente em aspectos 
sociais e políticos por todo o planeta.
A movimentação de recursos financeiros ocorre desde o tempo em 
que as trocas de produtos e serviços passaram do simples escambo à 
busca por um equivalente comum, a chamada moeda. Esta, cada vez 
mais virtual, movimenta-se de forma a possibilitar o desenvolvimento 
das nações, da produção de alimentos, da criação de novas tecnologias 
e na busca incessante pelo bem-estar social e equilíbrio entre as condi-
ções de vida da população mundial.
Os mercados financeiros são, ao mesmo tempo, guardiões do valor de 
toda riqueza mundial e provedores de soluções financeiras para o de-
senvolvimento pessoal e coletivo. Dessa forma, o conhecimento de suas 
práticas, participantes e produtos se mostra fundamental para o pro-
fissional de finanças, esteja ele atuando diretamente nesses mercados 
ou em outros que dele dependam diretamente para busca ou alocação 
de recursos. Assim, você encontrará aqui os conceitos e fundamentos 
do mercado financeiro e de capitais, envolvendo seus principais parti-
cipantes, produtos e metodologias de análise de investimento.
Desejamos que o conhecimento construído e trabalhado ao longo des-
te livro se transforme em ações práticas para a sua vida profissional 
e que você aproveite ao máximo essa experiência. Que a leitura desta 
obra promova uma oportunidade de reflexão sobre os conteúdos abor-
dados, contribuindo efetivamente para o seu enriquecimento cultural 
e acadêmico.
......................................................................................................................................................................................................................
8
SOBRE O AUTOR
Helio Darwich Nogueira é doutor e mestre em Engenharia de Pro-
dução pela Universidade Federal Fluminense - UFF, com MBA em Fi-
nanças pelo Instituto Coppead - UFRJ, MBA em Gestão Empresarial 
pela Universidade Cândido Mendes – UCAM e Extensão em Business e 
Marketing pela Universidade de Tübingen e Export-Akademie Baden-
-Württemberg GmbH, da Alemanha. O autor também possui as certifi-
cações APIMEC CNPI, ANBIMA CPA-20 e IBRI CPRI2 e atua há mais de 
20 anos no mercado financeiro em atividades de análise, operação e 
gestão de recursos.
9Sistema financeiro, crescimento econômico, intermediação financeira e políticas econômicas
......................................................................................................................................................................................................................
CAPÍTULO 1 
CONCEITOS BÁSICOS DO 
SISTEMA FINANCEIRO
Este capítulo trata de aspectos do sistema financeiro e sua 
importância no desenvolvimento econômico e social de 
uma nação. Dessa forma, será abordada não só a sua es-
trutura, mas também as políticas econômicas e o próprio 
sistema que é adotado no Brasil e em outros países ao 
longo da história.
Evoluindo para a intermediação financeira, você conhece-
rá os principais participantes desse processo, sejam eles 
na forma de efetivos realizadores dessa tarefa, ou apenas 
partes interessadas no que é, na verdade, o grande fluxo 
de capitais observado além de qualquer fronteira.
Conceitos básicos do sistema financeiro10
......................................................................................................................................................................................................................
SISTEMA FINANCEIRO, CRESCIMENTO 
ECONÔMICO, INTERMEDIAÇÃO 
FINANCEIRA E POLÍTICAS ECONÔMICAS
1.1. Sistema Financeiro Nacional (SFN)
Pode-se definir o sistema financeiro como o conjunto de 
instituições e instrumentos financeiros que possibilita a 
transferência de recursos entre seus ofertadores e toma-
dores, seja diretamente ou por intermédio de instituições 
devidamente autorizadas, criando condições para que os 
títulos e valores mobiliários tenham liquidez no mercado.
Dessa forma, o mercado financeiro é o local onde o di-
nheiro é gerido, intermediado, oferecido e procurado, por 
meio de canais que se entrelaçam na formação de siste-
mas que determinam a organização e o arcabouçolegal do 
mencionado mercado.
Observa-se, no mercado financeiro, uma movimentação 
de fundos entre entes superavitários, que depositam re-
cursos, postergando consumo ou investimento, e outros, 
deficitários, que buscam tais recursos para direcioná-los 
a investimentos ou simplesmente cobrir déficits em seus 
caixas. É por meio dessas movimentações e das relações 
de oferta e demanda por elas geradas que são determina-
das as taxas de juros presentes em uma economia.
11Sistema financeiro, crescimento econômico, intermediação financeira e políticas econômicas
......................................................................................................................................................................................................................
1.2. Sistema financeiro brasileiro
Entende-se por Sistema Financeiro Nacional, ou, de forma 
abreviada, SFN, todo o conjunto de entidades envolvidas na 
movimentação de fluxos financeiros dentro de uma deter-
minada nação e desta, ou de seus participantes, com outros 
entes ao redor do globo terrestre. Tais trocas de recursos 
envolvem não somente a moeda, mas todo tipo de ativos 
mobiliários, direitos e contratos de natureza financeira.
1.2.1. Evolução histórica
Segundo o Banco Central do Brasil, o Sistema Financeiro 
Nacional brasileiro pode ser dividido historicamente em 
seis fases:
1ª fase: 1808 a 1914 
No ano de 1808, surgiu o primeiro banco brasileiro, 
denominado Banco do Brasil, o qual acumulava fun-
ções de banco central e banco comercial, tendo sido 
dissolvido em 1829. Em 1906, foi criado o que é o 
atual Banco do Brasil, presente em nosso sistema 
financeiro até os dias de hoje. Tal instituição sofreu 
redirecionamento de funções ao longo dos anos. Ao 
final do ano de 1910, o Brasil registrava a presença 
de 16 bancos nacionais e cinco estrangeiros.
2ª fase: 1914 a 1945 
Nessas quatro décadas, os bancos aqui instalados se 
desenvolveram com relativa segurança e sustenta-
ram as mudanças ocorridas na estrutura produtiva 
observada no Brasil. Em 1920, criou-se a chamada 
Inspetoria Geral dos Bancos. Cabe ressaltar que, nes-
sa fase, o país já contava com mais de duas mil insti-
tuições financeiras operando no território nacional.
Conceitos básicos do sistema financeiro12
......................................................................................................................................................................................................................
3ª fase: 1945 a 1964 
Nesse terceiro momento histórico, foi criada a Supe-
rintendência de Moeda e Crédito (SUMOC), e coexis-
tiam diversos órgãos com atribuições de Autoridade 
Monetária. Ainda nessa fase, ocorreu a criação do 
Banco do Nordeste do Brasil, do Banco da Amazônia 
e, em 1952, do Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico (BNDE), cuja nomenclatura foi alterada 
para BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social), em 1982.
4ª fase: 1964 a 1988 
Em pouco menos de duas décadas, ocorreu a im-
plementação de significativas mudanças estruturais 
no sistema financeiro brasileiro, dentre as quais po-
dem-se destacar as seguintes leis: 
• Lei da Correção Monetária (4357/64).
• Lei do Plano Nacional da Habitação (4380/64).
• Lei da Reforma do Sistema Financeiro Nacional 
(4595/64).
• Lei do Mercado de Capitais (4728/65).
• Lei da CVM (6385/76, alterada pela Lei 10411/02).
• Lei das S.A (6404/76, alterada pelas leis 9457/97 
e 10303/01).
Algumas dessas leis causaram grandes efeitos, 
como é o caso da criação da CVM (Comissão de 
Valores Mobiliários) ou da correção monetária, dis-
positivo presente até o final do século XX que, por 
anos, mostrou-se como forte gatilho inflacionário 
em nosso país.
13Sistema financeiro, crescimento econômico, intermediação financeira e políticas econômicas
......................................................................................................................................................................................................................
5ª fase: 1988 a 1994 
Nesse período cabe destacar a delegação de funções 
da autoridade monetária exclusivamente ao Banco 
Central do Brasil (BCB ou BACEN), tendo, nesse mes-
mo momento, suas atividades atípicas sido transfe-
ridas para o Tesouro Nacional (TN). Os empréstimos 
diretos ou indiretos do BCB para o TN ou qualquer 
entidade que não fosse instituição financeira fo-
ram proibidos. Outro destaque nesse intervalo de 
pouco mais de um quinquênio foi a Resolução CMN 
nº 1.524/88, que permitiu a criação dos chamados 
bancos múltiplos no Brasil.
6ª fase: a partir de 1994 
No período que se estende até os dias de hoje, obser-
vou-se, inicialmente, a Resolução CMN nº 2.099/94, 
sobre a exigência de capital e patrimônio líquido, à 
qual se seguiram diversas mudanças no sistema de 
controle e fiscalização das instituições financeiras 
no Brasil, com destaques para as medidas deter-
minadas pelo Acordo de Basileia e seus desdobra-
mentos (Basileia, Basileia II e Basileia III). A primeira 
década do século XXI poderia ser definida como a 
“década da regulação e mitigação de riscos bancá-
rios e de crédito”, pois as instituições financeiras 
aqui sediadas foram obrigadas a implementar uma 
série de instrumentos e criar estruturas mitigató-
rias de risco de compliance.
Apesar de tais ações, o mercado financeiro brasilei-
ro assistiu a duas fases de enxugamento, consolida-
ção e mesmo quebras em seu sistema financeiro, em 
Conceitos básicos do sistema financeiro14
......................................................................................................................................................................................................................
que ocorreram intervenções e liquidações por parte 
do BCB em bancos e financeiras, fusões e incorpo-
rações e aumento do interesse de grandes bancos 
estrangeiros em operar no Brasil, o que se deu, em 
sua maioria, pela aquisição de entes que já opera-
vam aqui.
 
Cabe destacar que grande parte de tais eventos de enco-
lhimento do nosso mercado financeiro concentrou-se no 
início da década de noventa, em especial por ocasião da 
implantação do Plano Real, e também no início da segun-
da década do século XXI, seguindo, em parte, efeitos da 
crise econômica, financeira e bancária mundial de 2008. 
Por outro lado, ao longo dos primeiros anos do século XXI 
ocorreu uma série de fusões entre bancos nacionais, sem 
prejuízo ao sistema.
De uma forma geral, cabe destacar as grandes transforma-
ções no Sistema Financeiro Nacional ocorridas após 1964, 
por meio do que pode-se chamar de Leis Básicas de Reor-
denamento da Política Econômica Brasileira, todas elas da-
tadas do período denominado como a 4ª fase e em cujos 
teores pode-se mencionar:
 
(i) Lei do Mercado de Capitais (4728/65): a criação de 
normas e regulamentos básicos para estruturação de um 
sistema de investimentos.
(ii) Lei da CVM (6385/76): a transferência do BCB para 
a CVM de toda a estrutura de legislação, fiscalização, re-
gistros e regulamentação diretamente ligados ao mercado 
de valores mobiliários, incluindo ações e debêntures. A 
15Sistema financeiro, crescimento econômico, intermediação financeira e políticas econômicas
......................................................................................................................................................................................................................
partir de então, as funções da CVM repercutiriam sobre 
três grandes grupos: instituições do mercado, companhias 
abertas e investidores.
(iii) Lei das S.A. (6404/76): a regulamentação da vida legal 
das sociedades anônimas brasileiras, envolvendo aspec-
tos relativos às suas características, constituição, compo-
sição acionária, padronização das demonstrações finan-
ceiras, etc. Iniciativa esta ocorrida em um momento emque se mostrava necessário atualizar a legislação sobre 
tais corporações (composição acionária, comercialização 
de ações e debêntures, modernização do fluxo de infor-
mações, etc.). 
1.2.2. Atual organização do SFN brasileiro
Atualmente pode-se dividir o Sistema Financeiro Nacional 
brasileiro em três subsistemas: (i) órgãos normativos, (ii) 
entidades supervisoras e (iii) operadoras.
Tal estrutura segue o entendimento do BCB e tem clara 
divisão entre as entidades que efetivamente normatizam 
e as que implementam, fiscalizam e mesmo auxiliam e pu-
nem os chamados operadores do sistema, classe essa que 
envolve também participantes diretamente interessados 
nos fluxos de recursos financeiros, mas que atuam como 
satélites do sistema, na forma de aplicadores ou tomado-
res de recursos ou ainda participando ativamente da orga-
nização dos mercados.
Conceitos básicos do sistema financeiro16
......................................................................................................................................................................................................................
17Sistema financeiro, crescimento econômico, intermediação financeira e políticas econômicas
......................................................................................................................................................................................................................
1.3. Crescimento econômico
O crescimento econômico de uma sociedade depende 
diretamente das condições do mercado financeiro que a 
mesma tem a seu dispor, seja internamente ou mesmo 
externamente, de uma forma que deriva do seu próprio 
desempenho, credibilidade e boas relações políticas com 
outras nações do planeta.
Internamente uma economia depende inicialmente de nor-
mas e regulamentos que garantam aspectos como equida-
de e respeito a contratos, além de entes reguladores fortes 
em termos de autoridade e competentes em termos de re-
gulação. Países cujas regras não se mostram estáveis em 
mercados como o de crédito e o de capitais tendem a ter 
sua poupança em baixo grau convertida em investimen-
to, o que muitas vezes acarreta às economias um cenário 
recessivo, como a japonesa, ou inflacionário, como a bra-
sileira.
O ciclo de formação de poupança e posterior conversão 
desses recursos em investimento pode ser considerado 
como primeiro e fundamental motor de desenvolvimento 
de uma nação, porém, a este deve ser agregado o crédito. 
Indicadores de volume de crédito sobre o produto interno 
bruto (PIB) de um país são utilizados para medir o com-
portamento de uma economia, sendo que a tomada de re-
cursos em longo prazo para investimento e aquisição de 
bens duráveis, tais como imóveis, são termômetros que 
indicam o quanto esse perfil de crédito é mais ou menos 
saudável para promover o crescimento econômico em 
questão.
Conceitos básicos do sistema financeiro18
......................................................................................................................................................................................................................
Cabe ressaltar que o mercado de crédito é extremamen-
te sensível às taxas de juros praticadas no país, o que se 
traduz em custo do dinheiro para funding1 e em disposi-
tivos como recolhimentos compulsórios e de constituição 
de garantias para empréstimos. Tal relação o remete di-
retamente à atuação das autoridades financeiras e entes 
governamentais em mercados como o monetário e o cam-
bial, nos quais muitas vezes se define o custo do dinheiro 
para os demais mercados, seja por meio de recursos inter-
nos ou externos.
Ainda no âmbito interno, outro grande impulsionador do 
desenvolvimento é o mercado de capitais, no qual, como 
você verá mais à frente, são captados os recursos de prazo 
mais alongado, que, remunerados de forma fixa ou variá-
vel, têm estreita relação com o desempenho econômico e 
financeiro das empresas tomadoras dos recursos. No lon-
go prazo, o tamanho do mercado de capitais vem a ser o 
principal indicador do desenvolvimento e do potencial de 
uma economia.
O mercado externo, por sua vez, adquiriu forte importân-
cia com o advento da globalização, em que câmbio, merca-
dos produtores e consumidores, transferência de tecnolo-
gia e opções por onde produzir e onde vender se tornaram 
decisões rotineiras que impactam o trânsito de riquezas 
entre nações.
1 Captação de recursos destinados à estrutura passiva de instituições 
financeiras.
19Sistema financeiro, crescimento econômico, intermediação financeira e políticas econômicas
......................................................................................................................................................................................................................
Outrora, tais relações se resumiam à troca de fluxos finan-
ceiros, na forma de empréstimos e nos focos de importa-
ção e exportação.
Ao abordar os mercados financeiros, cabe destaque, em 
âmbito internacional, para o Acordo de Basileia, o qual 
rege internacionalmente as práticas bancárias e, apesar de 
não ser aplicado uniformemente em todas as nações, tem 
diretrizes únicas que norteiam a ação dos diversos bancos 
centrais sediados nos continentes do globo terrestre.
1.4. Intermediação financeira
No âmbito de um sistema financeiro pode-se identificar 
agentes cuja participação se mostra diretamente ligada à 
intermediação de recursos de forma simultânea à reten-
ção de riscos, enquanto que, por outro lado, cabe a outros 
intermediários apenas a função de unir pontas interessa-
das em desenvolver negócios complementares.
Dentro das características das operações escolhidas — o 
que pode envolver desde a simples corretagem até a ob-
tenção de funding para posterior repasse a terceiros na 
forma de operações de crédito — e também determinadas 
pelas carteiras que operam, tais instituições podem optar 
por atuar de forma ampla, em segmentos como o varejo e 
varejo massificado, ou cobrindo nichos específicos de mer-
cado, sendo essa última estratégia usualmente, mas não 
necessariamente, adotada por entidades de menor porte.
Pode-se classificar as instituições financeiras segundo a 
natureza das obrigações que elas emitem e os tipos de 
operação que estão autorizadas a realizar.
Conceitos básicos do sistema financeiro20
......................................................................................................................................................................................................................
O Sistema Financeiro Nacional poderia, então, ser agrupa-
do segundo suas funções creditícias ou patrimoniais de 
acordo com a tabela a seguir:
1.5. Políticas econômicas
Tema sempre presente no estudo da macroeconomia, 
as políticas econômicas são implementadas localmente 
dentro do cenário do sistema financeiro, em especial nos 
mercados monetário, cambial e de crédito, seja por meio 
de medidas diretas ou indiretas. É a partir do comporta-
mento desses mercados que uma nação controla, ou pelo 
menos tenta controlar, fenômenos como crescimento, 
inflação e o próprio desenvolvimento de sua indústria e 
mercado consumidor.
É no mercado monetário que as políticas de liquidez ou 
monetárias são implementadas pelos bancos centrais, por 
meio de três instrumentos básicos, a saber:
Crédito de curto prazo
Bancos comerciais e bancos 
múltiplos com carteira comer-
cial, Caixa Econômica, coope-
rativas de crédito, factorings.
Crédito de médio e 
longo prazo
Bancos de investimento e de-
senvolvimento, bancos múlti-
plos com carteira de investi-
mento, companhias de leasing.
Crédito ao consumidor
Sociedades de crédito, fi-
nanciamento e investimento 
(CFIs), bancos múltiplos com 
carteira de crédito, financia-
mento e investimento.
Crédito habitacional
Caixa Econômica, companhias 
de crédito imobiliário, bancos 
múltiploscom carteira de cré-
dito imobiliário.
21Sistema financeiro, crescimento econômico, intermediação financeira e políticas econômicas
......................................................................................................................................................................................................................
(i) Open Market: que consiste no mais flexível e impactan-
te instrumento, pelo qual ocorre a troca de títulos públicos 
por moeda e vice-versa. Ao adquirir títulos no mercado, a 
autoridade monetária reduz a liquidez do mesmo e, uma 
vez que menos recursos transitam pela economia, estes 
tendem a custar mais caro, ou seja, as taxas de juros se 
elevam. Por outro lado, ao realizar a recompra de títulos, 
a autoridade busca irrigar a economia, que, mais líquida, 
força os juros para baixo. Ao reduzir ou elevar a disponi-
bilidade de moeda em um sistema, observam-se maiores 
ou menores propensões a poupar e consumir e, por con-
seguinte, diferentes reações de indústria e serviços, o que 
impacta também em indicadores como inflação e PIB.
(ii) Depósito compulsório: para melhor entender esse 
instrumento, deve-se saber que todo recurso confiado a 
uma instituição financeira na forma de depósito, ou seja, 
a origem do funding para operações de crédito, tem uma 
parte destinada ao chamado depósito compulsório, cujos 
recursos são direcionados ao BCB e remunerados a taxas 
inferiores às usualmente cobradas quando os recursos 
são emprestados a clientes. Tais percentuais variam de 
economia para economia e de tempo em tempos, tornan-
do-se, assim, mais um instrumento de política monetária. 
Ao elevar os percentuais de compulsório em uma econo-
mia, a autoridade monetária reduz a liquidez da mesma 
e eleva suas taxas de juros, elevação essa oriunda da pró-
pria escassez de moeda, como também da necessidade de 
as instituições financeiras rentabilizarem o “todo” da sua 
tomada de recursos com uma menor parte do mesmo. Por 
outro lado, ao deixar tais recurso livres para operações de 
crédito ou encaixe em títulos privados com mais elevada 
remuneração, tende a ocorrer na economia uma maior dis-
Conceitos básicos do sistema financeiro22
......................................................................................................................................................................................................................
ponibilidade de moeda, o que eleva os volumes de opera-
ções de crédito com menores taxas de juros.
(iii) Taxa de redesconto: esse talvez seja o instrumento 
de menor impacto na economia, pois se destina ao pro-
cesso chamado de “zeragem” de um banco ao final o dia. 
Cabe ressaltar que o caixa de uma instituição financeira 
deve fechar cada dia útil com numerário igual ou maior 
que zero, e para tal, seus gestores buscam, ao longo do 
dia, equilibrar operações de crédito e depósitos, operar 
no mercado interfinanceiro e, por fim, recorrer ao BCB 
na operação de redesconto, cuja constante utilização não 
é conveniente. Dessa forma, ao elevar as taxas para esse 
tipo de recurso, a autoridade monetária desencoraja os 
bancos na concessão de crédito, criando nos mesmos uma 
cultura mais defensiva em relação à doação de recursos, 
o que, mais uma vez, reduz a liquidez da economia. Uma 
postura inversa, por sua vez, proporciona mais conforto 
aos operadores de crédito, mas não chega a encorajá-los a 
ponto de criar substancial expansão dessas operações ou 
irrigar de forma relevante a economia.
O mercado de crédito, seja no âmbito de pessoas físicas 
ou jurídicas, além de ser impactado pelos instrumentos 
implementados no mercado monetário, também pode ser 
alvo de medidas intervencionistas, as quais envolvem con-
trole de créditos subsidiados pelo governo, elevação ou 
redução do imposto sobre operações financeiras, o cha-
mado IOF, assim como dos percentuais de pagamento mí-
nimo de faturas de cartões de crédito.
23Sistema financeiro, crescimento econômico, intermediação financeira e políticas econômicas
......................................................................................................................................................................................................................
Por fim, o mercado cambial também pode ser acessado 
pelas autoridades monetárias para que medidas macro-
econômicas sejam implementas, cabendo a cada nação 
determinar regras com relação ao câmbio, se fixo ou flutu-
ante, e critérios de mobilidade de recursos, se alta, baixa 
ou em suas várias nuances para recursos e rendimentos 
em curto, médio e longo prazo. Tais medidas e perfis têm 
impacto não só na economia do país, como também no 
perfil dos recursos externos que ele recebe, podendo os 
mesmos serem classificados como desde especulativos 
até para investimentos de longo prazo, como indústria e 
infraestrutura.
24
......................................................................................................................................................................................................................
Conceitos básicos do sistema financeiro
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
- SUBSISTEMAS NORMATIVO E 
SUPERVISOR
Como mencionado anteriormente, um sistema financeiro 
serve ao desenvolvimento de uma nação e se interliga com 
outros sistemas ao redor do globo terrestre. Uma vez que 
engloba diferentes participantes e envolve direta e indi-
retamente praticamente toda a população ativa de uma 
região, a correta gestão desse sistema define não só pa-
tamares de crescimento e desenvolvimento, mas também 
do bem-estar de pessoas e prosperidade de corporações 
que ali atuam.
A clara definição de regras se faz importante no âmbito 
do sistema financeiro e, definidas, estas devem ser imple-
mentadas, fiscalizadas e mesmo operadas de forma per-
manente por órgãos competentes.
Dessa forma, as funções de criar e implementar normas e, 
ao mesmo tempo, realizar algumas operações, fiscalizar e 
punir muitas vezes se confundem entre os participantes.
Cabe ressaltar que, para o sistema brasileiro, será adota-
da, neste livro, a divisão entre entidades normativas, que 
engloba o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Conse-
lho Nacional de Seguros Privados e o Conselho Nacional 
de Previdência Complementar e entidades supervisoras, 
estas envolvendo o BCB, a CVM, a Superintendência de Se-
25Sistema Financeiro Nacional - Subsistemas normativo e supervisor
......................................................................................................................................................................................................................
guros Privados (SUSEP) e, por fim, a Superintendência Na-
cional de Previdência Complementar (Previc).
2.1. Entidades normativas do SFN
Cabe aos órgãos normativos a definição das regras para os 
diferentes mercados e mesmo do sistema econômico, fi-
nanceiro e monetário nacional, não sendo, porém, da com-
petência deste a execução dessas diretrizes, para a qual se 
valem de outros agentes, como o BCB, autoridade monetá-
ria que atua diretamente sobre a regulamentação e gestão 
do crédito e é responsável pela divulgação, implementa-
ção e fiscalização do conteúdo das Instruções Normativas 
do Conselho Monetário Nacional.
Os três entes apresentados a seguir são responsáveis por 
atividades que geram fluxos financeiros de crédito e to-
mada de recursos: o CMN, envolvido com aspectos que 
vão desde a moeda e títulos públicos até o crédito priva-
do; o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), atu-
ante em frentes como a poupança mútua voltada à seguri-
dade, nela incluídas as atividades de previdência privada 
e títulos de capitalização e importantes entes formadores 
de poupança; e, por fim, o Conselho Nacional de Previ-
dência Complementar (CNPC), responsável por entidades 
conhecidas como fundos de pensão, talvez osmaiores e 
mais importantes captadores e aplicadores de recursos 
no Brasil, responsáveis por financiar o desenvolvimento 
do país notadamente por meio dos mercados de crédito 
e de capitais.
26
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Conceitos básicos do sistema financeiro
Conselho Monetário Nacional (CMN)
O CMN foi instituído pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro 
de 1964, sendo o órgão responsável por expedir diretrizes 
gerais que visam reger e regular o bom funcionamento do 
SFN. Entre suas atribuições, pode-se destacar responsabi-
lidades como as de:
• Adaptar o volume dos meios de pagamento às 
reais necessidades da economia local.
• Regular o valor interno e externo da moeda e o 
equilíbrio do Balanço de Pagamentos.
• Orientar a aplicação dos recursos das institui-
ções financeiras que operam no país.
• Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e 
dos instrumentos financeiros.
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições 
financeiras.
• Coordenar as políticas monetária, creditícia, or-
çamentária e da dívida pública interna e externa.
A alta direção do CMN é constituída pelos ministros de Es-
tado da Fazenda, que exercem a sua presidência, e do Pla-
nejamento e Orçamento, assim como pelo presidente do 
BCB. Cabe, ainda, ressaltar que os serviços de secretaria do 
CMN são exercidos pelo BCB.
Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e 
do Crédito (COMOC), composta pelo presidente do BCB, 
na qualidade de coordenador, pelo presidente da CVM, 
pelo secretário executivo do Ministério do Planejamento e 
Orçamento, pelos secretários executivos do Ministério da 
27Sistema Financeiro Nacional - Subsistemas normativo e supervisor
......................................................................................................................................................................................................................
Fazenda, de Política Econômica do Ministério da Fazenda, 
do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, além de 
quatro diretores do BCB, estes indicados pelo presidente 
da entidade.
Estão previstos ainda o funcionamento, no âmbito do 
CMN, das Comissões Consultivas de Normas e Organiza-
ção do Sistema Financeiro, de Mercado de Valores Mobili-
ários e de Futuros, de Crédito Rural, de Crédito Industrial, 
de Crédito Habitacional e para Saneamento e Infraestru-
tura Urbana, assim como de Endividamento Público e de 
Política Monetária e Cambial.
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
Cabe ao CNSP fixar as diretrizes e normas da política de 
seguros privados, sendo o mesmo composto pelo ministro 
da Fazenda, que o preside, um representante do Ministério 
da Justiça, um representante do Ministério da Previdência 
Social, pelo superintendente da SUSEP, por um represen-
tante do BCB e, por fim, por um representante da CVM.
Dentre as funções do CNSP, pode-se destacar as de:
• Regular a constituição, organização, funciona-
mento e fiscalização dos que exercem atividades 
subordinadas ao CNSP. 
• Aplicar penalidades previstas aos entes partici-
pantes desse mercado. 
• Fixar as características gerais dos contratos de 
seguro, previdência privada aberta, capitalização e 
resseguro.
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......................................................................................................................................................................................................................
Conceitos básicos do sistema financeiro
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de 
resseguro.
• Prescrever os critérios de constituição das socie-
dades seguradoras, de capitalização, entidades de 
previdência privada aberta e resseguradores, assim 
como a fixação dos limites legais e técnicos das 
suas respectivas operações.
• Disciplinar a corretagem de seguros e a profissão 
de corretor de seguros.
Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)
É um órgão colegiado que integra a estrutura do Minis-
tério da Previdência Social e cuja competência é regular, 
normatizar e coordenar as atividades das entidades fecha-
das de previdência complementar, os também denomina-
dos fundos de pensão.
O CNPC é regulado pela Lei nº 12.154, de 23 de dezembro 
de 2009, que criou a Superintendência Nacional de Previ-
dência Complementar (Previc), e pelo Decreto nº 7.123, de 
03 de março de 2010.
Presidido pelo ministro da Previdência Social, o CNPC tem 
em sua composição representantes da Previc, da Secretaria 
de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), da Casa 
Civil da Presidência da República, dos Ministérios da Fazen-
da e do Planejamento e Orçamento e Gestão, de entidades 
fechadas de previdência complementar, dos patrocinadores 
e instituidores de planos de benefícios dessas e também de 
participantes e beneficiários desses mesmos planos.
29Sistema Financeiro Nacional - Subsistemas normativo e supervisor
......................................................................................................................................................................................................................
2.2. Entidades Supervisoras do SFN
Tais entidades atuam como braços operadores dos órgãos 
normativos e também de entes federativos, como ministé-
rios, e mesmo da Presidência da República. 
No escopo de suas atividades estão responsabilidades como 
as de implementar, orientar, fiscalizar, punir e mesmo ope-
rar em seus respectivos mercados, o que envolve também 
atividades como as de prévia análise e autorização de fun-
cionamento de entidades de crédito e executivos das mes-
mas, atribuição essa detida pelo BCB.
Dessa forma, tais entidades interagem com governo, pou-
padores, investidores, operadores e prestadores de serviço 
dos diversos mercados, buscando cumprir suas funções e 
incentivar o funcionamento e o crescimento dos mesmos.
Banco Central do Brasil (BCB ou BACEN)
É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, tam-
bém criada pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e 
se trata do principal executor das orientações do CMN, sen-
do o grande responsável por garantir o poder de compra 
da moeda nacional brasileira e, tendo ainda por objetivos 
gerais os de: 
• Zelar pela adequada liquidez da economia nacional.
• Manter as reservas internacionais em nível adequado.
• Estimular a formação de poupança.
• Zelar pela estabilidade e promover o permanente 
aperfeiçoamento do sistema financeiro.
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......................................................................................................................................................................................................................
Conceitos básicos do sistema financeiro
Destacam-se, ainda, como importantes atribuições do BCB:
• A emissão de papel-moeda e moeda metálica.
• A execução de serviços relativos ao meio circu-
lante. 
• O recolhimento de depósitos compulsórios e vo-
luntários das instituições financeiras e bancárias.
• A realização de operações de redesconto e em-
préstimo às instituições financeiras.
• Regular a execução dos serviços de compensação 
de cheques e outros papéis.
• Efetuar operações de compra e venda de títulos 
públicos federais.
• Exercer o controle das operações de crédito.
• Fiscalizar as instituições financeiras que atuam 
no país.
• Autorizar o funcionamento de instituições finan-
ceiras.
• Estabelecer as condições para o exercício de 
quaisquer cargos de direção nas instituições finan-
ceiras.
• Vigiar a interferência de outras empresas nos 
mercados financeiros e de capitais.
• Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no 
país.
Muitas das funções acima listadas nada mais são do que 
meios de o BCB executar sua função primordial, que é a 
de manter o poder de compra da moeda nacional, o que 
se traduz na manutençãodos índices de inflação dentro 
31Sistema Financeiro Nacional - Subsistemas normativo e supervisor
......................................................................................................................................................................................................................
de patamares definidos pelo CMN. A esse desenho se dá o 
nome de metas inflacionárias.
Com relação ao mercado de crédito, o BCB se apresenta 
como sua principal autoridade, mantendo uma atuação 
muito próxima às instituições financeiras, isto não só em 
relação ao cumprimento de regras e aplicação de puni-
ções, como também monitorando esse mercado, aprovan-
do o ingresso de profissionais nas diretorias estatutárias 
de suas instituições e analisando e criticando classifica-
ções de risco de contrapartes em operações de crédito.
Imprimindo uma postura muito mais proativa que reativa, 
o BCB tem revisto constantemente os níveis de risco apre-
sentados pela concessão de crédito no território nacional, 
o que, muitas vezes, o leva a solicitar provisões adicionais 
para devedores duvidosos e reclassificações de risco em 
bancos e financeiras que aqui atuam.
Cabe ressaltar que, nos últimos anos, ocorreu uma série 
de intervenções em instituições financeiras atuantes no 
Brasil, sendo que, em quase sua totalidade, seguiu-se a 
liquidação das mesmas. Tal postura da autoridade finan-
ceira brasileira tem evitado colapsos maiores em nossa 
economia e em mercados como os de crédito e títulos pú-
blicos e privados, uma vez que os problemas são detecta-
dos antes que assumam proporções catastróficas, como 
ocorreu no passado.
Adicionalmente, estruturas como as de processamento 
de dados (Tecnologia da Informação ou simplesmente TI), 
controles internos, riscos operacionais e compliance são 
32
......................................................................................................................................................................................................................
Conceitos básicos do sistema financeiro
fiscalizadas e, quando necessário, analisadas e criticadas 
até se enquadrarem em níveis satisfatórios de mitigação 
de riscos, não apenas financeiros e de crédito, mas tam-
bém operacionais.
Tais iniciativas têm resultado na solidez do sistema finan-
ceiro brasileiro, ante a dificuldades em âmbito mundial e 
local, observadas ao final da primeira década do corrente 
século e que ainda mostram sinais de preocupação em di-
versas economias mundiais.
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
É também uma autarquia vinculada ao Ministério da Fa-
zenda, tendo sido instituída pela Lei nº 6.385, de 7 de 
dezembro de 1976. Cabe à mesma regulamentar, desen-
volver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobili-
ários do país e, para esse fim, exerce as seguintes funções:
• Assegurar o funcionamento eficiente e regular 
dos mercados de bolsa e de balcão.
• Proteger os titulares de valores mobiliários.
• Evitar ou coibir modalidades de fraude ou mani-
pulação no mercado.
• Assegurar o acesso do público a informações so-
bre valores mobiliários negociados e sobre as com-
panhias que os tenham emitido.
• Assegurar a observância de práticas comerciais 
equitativas no mercado de valores mobiliários.
• Estimular a formação de poupança e sua aplica-
ção em valores mobiliários.
33Sistema Financeiro Nacional - Subsistemas normativo e supervisor
......................................................................................................................................................................................................................
• Promover a expansão e o funcionamento eficien-
te e regular do mercado de ações.
• Estimular as aplicações permanentes em ações 
do capital social das companhias abertas.
Conhecida como xerife do mercado de capitais, a CVM 
atua ativamente junto a três frentes: emissores de valores 
mobiliários, investidores e intermediários de operações 
no mercado de capitais.
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, res-
ponsável pelo controle e fiscalização do mercado de se-
guros, previdência privada aberta e capitalização. Dentre 
suas principais atribuições, pode-se destacar as de:
• Fiscalizar a constituição, organização, funcio-
namento e operação das sociedades seguradoras, 
de capitalização, entidades de previdência privada 
aberta e resseguradores, na qualidade de executora 
da política traçada pelo CNSP. 
• Atuar no sentido de proteger a captação de pou-
pança popular que se efetua por meio das opera-
ções de seguro, previdência privada aberta, de capi-
talização e resseguro.
• Zelar pela defesa dos interesses dos consumido-
res dos mercados supervisionados.
• Promover o aperfeiçoamento das instituições e 
dos instrumentos operacionais a eles vinculados.
• Promover a estabilidade dos mercados sob sua 
jurisdição.
......................................................................................................................................................................................................................
34
......................................................................................................................................................................................................................
Conceitos básicos do sistema financeiro
• Zelar pela liquidez e solvência das sociedades 
que integram o mercado.
• Disciplinar e acompanhar os investimentos da-
quelas entidades, em especial os efetuados em bens 
garantidores de provisões técnicas.
• Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP 
e exercer as atividades que por este forem delegadas.
• Prover os serviços de secretaria executiva do 
CNSP.
Superintendência Nacional de Previdência Complemen-
tar (Previc)
É uma autarquia vinculada ao Ministério da Previdência 
Social, responsável por fiscalizar as atividades das entida-
des fechadas de previdência complementar, os chamados 
fundos de pensão.
A Previc atua como entidade de fiscalização e de supervi-
são das atividades das mencionadas entidades e de exe-
cução das políticas para o regime de previdência comple-
mentar por elas operado, observando simultaneamente as 
diretrizes estabelecidas pelo CMN e pelo CNSP.
35Sistema Financeiro Nacional - Subsistema de intermediação
............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - 
SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO
O processo de intermediação financeira se mostra funda-
mental para o trânsito de recursos entre entes superavitá-
rios e os que desejam obter recursos, seja para cobrir dé-
ficits de orçamento, investimento ou simples antecipação 
da aquisição de bens, duráveis ou não, e serviços, casos 
típicos de operações contratadas por pessoas físicas.
Tal processo ocorre em âmbito local e internacional, en-
volvendo não só as já mencionadas pessoas físicas, como 
também corporações de variados portes, governos em 
suas diversas esferas e mesmo a troca de recursos entre 
os próprios intermediários financeiros, o que se chama 
de mercado interbancário, ou pela emissão de títulos de 
dívida e de renda variável.
Aqui serão tratados apenas os intermediários em si, po-
rém cabe ressaltar que, entre poupadores e tomadores de 
recursos, poderiam ser destacados típicos participantes, 
tais como as entidades de previdências, companhias do 
ramo segurador, sociedades de capitalização, companhias 
de capital aberto e, mais uma vez, as diversas esferas go-
vernamentais, que noBrasil tem como representante o TN, 
que emite títulos da dívida pública, negociados por meio 
do BCB e seus respectivos dealers.2 
2 Instituições financeiras selecionadas pelo BCB para operar moedas e 
títulos prioritariamente para o mesmo.
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Conceitos básicos do sistema financeiro
Pode-se então classificar os intermediários em alguns sub-
grupos. O primeiro deles seria a divisão entre os interme-
diários, em cujas operações há retenção de crédito, e os 
que promovem apenas a união entre as partes interessadas 
em firmar negócios. Os primeiros também são denomina-
dos como instituições operadoras de crédito, e ainda de 
contatos similares, como os de arrendamento mercantil, 
em que em ambos os casos o risco de inadimplência re-
cai sobre o intermediário. Outro grupo, composto por en-
tidades como corretoras e distribuidoras de valores, tem 
por finalidade oferecer suporte aos processos de compra e 
venda de títulos de renda fixa e variável, derivativos, ope-
rações a termo e de câmbio, cabendo às contrapartes even-
tuais riscos, como os inerentes ao crédito: default, desca-
samento de prazos e taxas, inflação, câmbio e regulatórios.
3.1. Instituições operadoras do mercado de 
crédito
No âmbito do SFN, observa-se que alguns de seus agentes 
têm maior participação nos processos de intermediação 
de negócios relacionados ao crédito e à retenção de risco 
desse tipo de operação. 
Segundo características determinadas pelas carteiras que 
operam e pela natureza de obtenção de funding, tais insti-
tuições podem optar por atuar de forma ampla ou cobrir 
nichos específicos de mercado, tais como middle market,3 
private banking,4 crédito consignado em folha de paga-
mento e financiamento de veículos, sendo esta última op-
3 Segmento do mercado de crédito que abrange empresas com faturamen-
to entre R$ 50 mil e R$ 500 mil, em geral.
4 Segmento de atendimento bancário destinado a correntistas pessoa físi-
ca de alta renda e patrimônio pessoal.
37Sistema Financeiro Nacional - Subsistema de intermediação
......................................................................................................................................................................................................................
ção usualmente adotada por entidades de menor porte, o 
que não significa que tais operações também não sejam 
amplamente oferecidas por bancos de grande porte.
As instituições apresentadas a seguir têm como caracte-
rística a retenção do risco de crédito, sendo que o prin-
cipal diferencial entre elas se dá pela captação, ou não, 
de recursos via depósitos à vista e a prestação de servi-
ços tradicionais a correntistas, tais como fornecimento de 
talões de cheque, cartões de saque, débito ou crédito e 
movimentações eletrônicas para pagamentos de faturas e 
fichas de compensação.
 
3.1.1. Instituições captadoras de depósitos à vista
Tais instituições se caracterizam por receber depósitos à 
vista, as chamadas contas correntes de movimento para 
pessoas físicas e jurídicas, recebendo especial atenção 
das autoridades monetárias pelo fator de influírem dire-
tamente na multiplicação da moeda. Entre as principais 
entidades dessa categoria, pode-se citar: os bancos comer-
ciais, os bancos múltiplos, as caixas econômicas e as coo-
perativas de crédito.
Bancos comerciais
São instituições financeiras privadas ou públicas que têm 
como objetivo principal proporcionar suprimento de re-
cursos necessários para financiar, em curto e médio pra-
zo, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de 
serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. 
A captação de depósitos à vista, livremente movimentá-
veis, é atividade típica do banco comercial, também po-
dendo o mesmo captar depósitos a prazo.
38
......................................................................................................................................................................................................................
Conceitos básicos do sistema financeiro
O banco comercial deve ser constituído sob a forma de so-
ciedade anônima e na sua denominação social deve constar 
a expressão “banco”, não sendo necessário que a institui-
ção possua mais de uma carteira em operação.
Bancos múltiplos
São instituições financeiras privadas ou públicas que reali-
zam as operações ativas, passivas e acessórias por meio de, 
pelo menos, duas destas carteiras: comercial, de investimen-
to ou desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrenda-
mento mercantil e de crédito, financiamento e investimento.
O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, 
duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comer-
cial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de 
sociedade anônima, devendo, ainda, na sua denominação 
social constar a expressão “banco”.
Suas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e 
regulamentares aplicáveis às instituições singulares e suas 
respectivas carteiras, porém, a carteira de desenvolvimento 
somente poderá ser operada por banco público. 
Cabe ainda ressaltar que apenas as instituições com cartei-
ra comercial podem captar depósitos à vista. 
Caixa Econômica Federal - CEF
Criada em 1861, está regulada como empresa pública vin-
culada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de instituição 
assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depó-
sitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação 
de serviços. 
39Sistema Financeiro Nacional - Subsistema de intermediação
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Uma característica distintiva da CEF é que ela prioriza a 
concessão de empréstimos e financiamentos a programas 
e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educa-
ção, trabalho, transportes urbanos e esporte.
A instituição pode operar o crédito direto ao consumidor 
(CDC), financiando bens de consumo duráveis, emprestar 
sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, bem 
como tem ainda os monopólios do empréstimo sob pe-
nhor de bens pessoais e sob consignação e da venda de 
bilhetes de loteria federal. 
Atualmente, a CEF centraliza o recolhimento e posterior 
aplicação de todos os recursos oriundos do Fundo de 
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra o Sistema 
Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema 
Financeiro da Habitação (SFH). 
Cooperativas de crédito
Observam, além da legislação e normas do sistema finan-
ceiro, a lei que define a política nacional de cooperativismo 
e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas. 
Atuando tanto no setor rural quanto no urbano, as coope-
rativas de crédito podem se originar da associação de fun-
cionários de uma mesma empresa ou grupo de empresas, 
de profissionais de determinado segmento, de empresá-
rios ou mesmo adotar a livre admissão de associados em 
uma determinada área de atuação, sob certas condições.
Tais instituições têm como importante característica o 
fato de que os eventuais lucros auferidos com suas opera-
40
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Conceitos básicos do sistema financeiro
ções e prestação de serviços aos cooperados são reparti-
dos entre os associados.
Uma cooperativa de crédito deve adotar, obrigatoriamen-
te, em sua denominação social, a expressão “Cooperativa”, 
vedada a utilização da palavra “banco”, e deve possuir o 
número mínimo de vinte cooperados e adequarsua área 
de atuação às possibilidades de reunião, controle, opera-
ções e prestações de serviços. 
As cooperativas de crédito estão autorizadas a realizar 
operações de captação por meio de depósitos à vista e a 
prazo, porém somente junto aos seus associados, além 
de empréstimos, repasses e refinanciamentos de outras 
entidades financeiras e doações. 
Também o crédito pode apenas ser concedido aos seus 
cooperados, seja por meio de desconto de títulos, emprés-
timos ou financiamentos. Ressalte-se, porém, que os re-
cursos excedentes podem ser aplicados no mercado finan-
ceiro e no interbancário.
3.1.2. Instituições não captadoras de depósitos à vista
Além das instituições que recebem depósitos à vista, pres-
tando serviços a seus correntistas, tais como contas cor-
rentes, cartões de crédito, etc., outras que atuam voltadas 
à captação e ao repasse de recursos via financiamentos, 
usualmente de prazos mais alongados, estão presentes no 
sistema, cabendo destacar: agências de fomento, associa-
ções de poupança e empréstimo, bancos de desenvolvi-
mento, bancos de investimento, o Banco Nacional de De-
senvolvimento Econômico e Social (BNDES), companhias 
41Sistema Financeiro Nacional - Subsistema de intermediação
......................................................................................................................................................................................................................
hipotecárias, sociedades de crédito, financiamento e inves-
timento, sociedades de crédito imobiliário e sociedades de 
crédito ao microempreendedor.
Agências de fomento
Têm como objeto social a concessão de financiamento de 
capital fixo e de giro associado a projetos na unidade fe-
derativa onde tenham sede. Devem ser constituídas sob a 
forma de sociedade anônima de capital fechado e estar sob 
o controle da unidade federativa, sendo que cada unidade 
só pode constituir uma agência.
Tais entidades têm status de instituição financeira, mas 
não podem captar recursos junto ao público, recorrer ao 
redesconto, ter conta de reserva no BCB, contratar depó-
sitos interfinanceiros na qualidade de depositante ou de 
depositária e nem ter participação societária em outras ins-
tituições financeiras. 
Em sua denominação social deve constar obrigatoriamente 
a expressão “agência de fomento” acrescida da indicação 
da unidade da federação controladora, sendo ainda vedada 
a sua transformação em qualquer outro tipo de instituição 
integrante do SFN.
 
Associações de poupança e empréstimo
São constituídas sob a forma de sociedade civil, sendo de 
propriedade comum de seus associados. Suas operações 
ativas são, basicamente, direcionadas ao mercado imobi-
liário e ao SFH, enquanto que as passivas se originam por 
meio da emissão de letras e cédulas hipotecárias, depósi-
tos de cadernetas de poupança, depósitos interfinanceiros 
e empréstimos externos.
42
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Conceitos básicos do sistema financeiro
Os depositantes dessas entidades são considerados acio-
nistas da associação e, por isso, não recebem rendimen-
tos, mas dividendos.
Bancos de desenvolvimento
São instituições financeiras controladas pelos governos 
estaduais, e têm como objetivo precípuo proporcionar o 
suprimento oportuno e adequado dos recursos necessá-
rios ao financiamento, em médio e longo prazos, de pro-
gramas e projetos que visem promover o desenvolvimento 
econômico e social do respectivo estado.
As operações passivas se originam na forma de depósitos 
a prazo, empréstimos externos, emissão ou endosso de 
cédulas hipotecárias, emissão de cédulas pignoratícias de 
debêntures e de títulos de desenvolvimento econômico, en-
quanto que, na ponta ativa, observam-se empréstimos e fi-
nanciamentos dirigidos, prioritariamente, ao setor privado.
Tais instituições devem ser constituídas sob a forma de 
sociedade anônima, com sede na capital do estado que 
detiver seu controle acionário, adotando, obrigatória e 
privativamente, em sua denominação social, a expressão 
“banco de desenvolvimento”, seguida do nome do seu es-
tado controlador.
Bancos de investimento
São instituições financeiras privadas especializadas em 
operações de participação societária de caráter temporário, 
de financiamento da atividade produtiva para suprimento 
de capital fixo e de giro e de administração de recursos 
de terceiros, devendo ser constituídas sob a forma de so-
43Sistema Financeiro Nacional - Subsistema de intermediação
......................................................................................................................................................................................................................
ciedade anônima e adotar, de forma obrigatória, em sua 
denominação social, a expressão “banco de investimento”. 
Os bancos de investimento, ou simplesmente BI, não ofe-
recem aos seus clientes contas correntes e, por isso, cap-
tam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos 
externos e internos e venda de cotas de fundos de investi-
mento por eles administrados.
Entre as principais operações ativas desse tipo de insti-
tuição, pode-se destacar os financiamentos de capital de 
giro e capital fixo, subscrições ou aquisições de títulos e 
valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses 
de recursos captados no exterior na forma de empréstimo.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES)
Criado em 1952, trata-se de uma autarquia federal, en-
quadrada, então, como uma empresa pública federal, com 
personalidade jurídica de direito privado e patrimônio 
próprio. A instituição atua como banco de desenvolvi-
mento, sendo um órgão vinculado ao Ministério do Desen-
volvimento, Indústria e Comércio Exterior e tendo como 
objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o 
desenvolvimento do país. 
Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de lon-
go prazo e custos competitivos direcionados ao desenvol-
vimento de projetos de investimentos e para a comercia-
lização de máquinas e equipamentos novos, fabricados 
no Brasil, bem como para o incremento das exportações 
brasileiras. É dessa forma que o BNDES contribui também 
44
......................................................................................................................................................................................................................
Conceitos básicos do sistema financeiro
para o fortalecimento da estrutura de capital das empre-
sas privadas, assim como o desenvolvimento do mercado 
de capitais. Tais linhas de apoio financeiro e os seus de-
mais programas atendem às necessidades de investimen-
tos das empresas de qualquer porte e setor, em sua maio-
ria estabelecidas e atuantes no território nacional.
Por meio da BNDESPAR, sua subsidiária integral, a institui-
ção atua no mercado de capitais brasileiro, investindo em 
empresas nacionais em operações de subscrição de ações 
e debêntures conversíveis. 
A parceria com outras instituições financeiras com atua-
ção em âmbito nacional permite a disseminação do crédi-
to, possibilitando um maior acesso aos recursos do BNDES, 
por meio de produtos como o repasse de recursos de longo 
prazo para projetos e linhas simplificadas como o BNDES/
FINAME, para aquisição de maquinário e bens duráveis, e o 
Cartão BNDES, voltado a empresas de menor porte.
Companhias hipotecárias
São instituições financeiras constituídas sob a forma de 
sociedade anônima, que têm por objeto social conceder 
financiamentos destinados à produção, reforma ou co-
mercialização de imóveis residenciais ou comerciais, aos 
quais não se aplicam as normas do SFH.
Suas principais operações passivas são as letras hipotecá-rias, debêntures, empréstimos e financiamentos no país e 
no exterior, enquanto que, entre seus ativos, pode-se des-
tacar os financiamentos imobiliários residenciais e comer-
ciais, a aquisição de créditos hipotecários, os refinancia-
45Sistema Financeiro Nacional - Subsistema de intermediação
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mentos de créditos hipotecários e os repasses de recursos 
para financiamentos imobiliários.
Tais entidades têm, ainda, como operações especiais a 
administração de créditos hipotecários de terceiros e de 
fundos de investimento imobiliário.
Cooperativas centrais de crédito
Formadas por cooperativas singulares, organizam em 
maior escala as estruturas de administração e suporte de 
interesse comum das suas filiadas, exercendo sobre elas, 
entre outras funções, a supervisão de funcionamento e ca-
pacitação de administradores, gerentes e associados, além 
da auditoria de suas demonstrações financeiras.
Sociedades de crédito, financiamento e investimento (CFI)
Também conhecidas por financeiras ou simplesmente 
CFIs, são instituições financeiras privadas cujo objetivo 
básico é o de linhas de crédito para a aquisição de bens, 
serviços e capital de giro, operando em suas pontas passi-
vas a captação de recursos por meio de aceite e colocação 
de letras de câmbio.
As CFIs devem ser constituídas sob a forma de sociedade 
anônima e em sua denominação social deve constar ne-
cessariamente a expressão “crédito, financiamento e in-
vestimento”.
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Conceitos básicos do sistema financeiro
Sociedades de crédito imobiliário
Atuam no financiamento habitacional por meio de ope-
rações de financiamento para construção de habitações, 
abertura de crédito para compra ou construção de casa 
própria e financiamento de capital de giro para empresas 
incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material 
de construção.
A estrutura passiva dessas instituições é constituída ma-
joritariamente por depósitos de cadernetas de poupança e 
emissão de letras e cédulas hipotecárias.
Tais sociedades devem ser constituídas sob a forma de 
sociedade anônima, adotando obrigatoriamente em sua 
denominação social a expressão “crédito imobiliário”.
Sociedades de crédito ao microempreendedor
São entidades que têm por objeto social exclusivo a con-
cessão de financiamentos e a prestação de garantias a pes-
soas físicas e jurídicas classificadas como microempresas, 
objetivando viabilizar empreendimentos de natureza pro-
fissional, comercial ou industrial de pequeno porte.
Tais sociedades devem ser constituídas sob a forma de 
companhia fechada ou de sociedade por quotas de res-
ponsabilidade limitada, adotando obrigatoriamente em 
sua denominação social a expressão “sociedade de crédito 
ao microempreendedor”, vedada a utilização da palavra 
“banco”, e estão impedidas de captar, sob qualquer forma, 
recursos junto ao público, bem como emitir títulos e valo-
res mobiliários destinados à colocação e à oferta públicas.
47Sistema Financeiro Nacional - Subsistema de intermediação
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Banco de câmbio
São instituições financeiras autorizadas a realizar, sem 
restrições, operações de câmbio e operações de crédito 
vinculadas às de câmbio, como financiamentos à expor-
tação e importação e adiantamentos sobre contratos de 
câmbio, podendo, ainda, receber depósitos em contas sem 
remuneração, desde que não movimentáveis por cheque 
ou meios eletrônicos por parte do seu titular, e cujos re-
cursos sejam destinados exclusivamente à realização das 
operações acima citadas. Na denominação dessas institui-
ções deve constar a expressão “banco de câmbio”.
3.2. Demais intermediários do mercado 
financeiro
Tais agentes se caracterizam por não reterem riscos de 
crédito propriamente ditos, uma vez que atuam de forma 
a apenas promover o encontro de entidades superavitá-
rias com as demandadoras de recursos, sendo a prestação 
de serviços financeiros o principal foco de suas operações. 
Exceção pode ser feita às companhias de leasing, cujos 
contratos não se caracterizam como uma operação de cré-
dito, mas em grande parte das ocasiões as substituem por 
conveniência dos clientes. 
Cabe ainda ressaltar que riscos de outras naturezas, como 
os de imagem, aplicam-se a esses participantes, que, em 
sua maioria, encontram-se sob rígida fiscalização dos ór-
gãos reguladores do SFN, e devem zelar pela integridade, 
veracidade e adequabilidade de suas operações oferecidas 
às contrapartes interessadas.
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Conceitos básicos do sistema financeiro
Destacam-se nesse segmento de mercado as administrado-
ras de consórcio, sociedades de arrendamento mercantil, 
sociedades corretoras de câmbio, sociedades corretoras 
de títulos e valores mobiliários e as sociedades distribui-
doras de títulos e valores mobiliários.
Sociedades de arrendamento mercantil
Também conhecidas como companhias de leasing, estão 
sob a supervisão do BCB e são constituídas sob a forma 
de sociedade anônima, devendo constar obrigatoriamen-
te em sua denominação social a expressão “arrendamento 
mercantil”.
Apesar de constituírem passivos direcionados à aquisição 
de ativos que servirão a terceiros, tais operações ativas 
não se classificam contabilmente como financeiras, pois 
o bem permanece como propriedade da arrendadora mer-
cantil, em uma relação de locação, similar a de empresas 
especializadas em locação de veículo, como exemplo.
Por outro lado, o inadimplemento das parcelas e eventuais 
dificuldades e custos elevados nos processos de retomada 
dos bens podem levar essas companhias a dificuldades 
financeiras, principalmente se não forem ligadas a um 
grupo financeiro, como bancos e CFIs, o que dificilmente 
ocorre no Brasil atualmente.
Na prática, tais entidades têm seus produtos distribuídos 
por bancos comerciais e de investimento dentro dos seus 
portfólios de financiamento, adequando sua contratação 
ao perfil e à necessidade do cliente, juntamente com ou-
tras opções, como o CDC, e mesmo linhas incentivadas do 
BNDES e outros entes nacionais e internacionais.
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Muitas vezes a opção entre CDC ou leasing se faz apenas 
por questões tributárias, o que envolve o tempo de de-
preciação previsto para o bem, o prazo oferecido para as 
operações e o perfil de resultado da empresa contratante 
da operação.
Também os processos de retomada do bem, em caso de 
inadimplência e liquidação antecipada da operação, mos-
tram-se diferentes para as mencionadas operações, com 
destaque para esse último aspecto, em que a característica 
de locação não dá ao contratante de operações de leasing 
o benefício do desconto dos juros devidos no caso de an-
tecipação de parcelas ou liquidação do contrato.
As partes envolvidas nesse negócio são definidas como:
(i) Arrendadora: é a empresa de leasing. As arrendadoras 
são empresas previamente autorizadas a funcionar pelo 
BCB,como também os bancos com carteira de arrenda-
mento mercantil.
(ii) Arrendatária: é o “financiado”, que necessita de um 
bem e faz a escolha livremente.
(iii) Fornecedor: é o escolhido para fornecer o bem, pelo 
preço ajustado pelo arrendatário, e que será entregue 
após a emissão da ordem de compra pela arrendadora.
(iv) Bens a serem arrendados: bens imóveis e móveis, de 
produção nacional ou estrangeira, tais como veículos, má-
quinas, computadores, equipamentos, entre outros.
As operações passivas dessas sociedades são a emissão de 
debêntures, dívida externa, empréstimos e financiamen-
tos de instituições financeiras, enquanto seus ativos são 
constituídos por títulos da dívida pública, cessão de direi-
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Conceitos básicos do sistema financeiro
tos creditórios e, principalmente, por operações de arren-
damento mercantil de bens móveis, de produção nacional 
ou estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela entidade 
arrendadora para fins de uso próprio do arrendatário. 
Administradoras de consórcio
São pessoas jurídicas prestadoras de serviços relativos à for-
mação, organização e administração de grupos de consórcio.
Ao BCB cabe autorizar a constituição dos mencionados 
grupos, sempre a pedido de administradoras previamente 
constituídas e sem interferência expressa da referida au-
tarquia, mas atendendo a requisitos preestabelecidos, par-
ticularmente quanto à capacidade financeira, econômica e 
gerencial da empresa. 
Também cabe ao BCB fiscalizar as operações e aplicar pe-
nalidades cabíveis. Ademais, a autoridade monetária pode 
intervir nas empresas de consórcio e decretar sua liquida-
ção extrajudicial. 
O grupo de consórcio em si é uma sociedade de fato, cons-
tituída na data da realização da primeira assembleia geral 
ordinária pelos consorciados reunidos pela administrado-
ra, que coletam poupança com vistas à aquisição de bens, 
conjunto de bens ou serviço turístico, por meio do chama-
do autofinanciamento.
Sociedades corretoras de câmbio
São constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por 
quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na 
sua denominação social a expressão “corretora de câmbio”. 
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Tais instituições têm por objeto social exclusivo a inter-
mediação em operações de câmbio e a prática de opera-
ções no mercado de câmbio de taxas flutuantes, sendo 
supervisionadas pelo BCB.
Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários
São constituídas sob a forma de sociedade anônima ou 
por quotas de responsabilidade limitada. Tais sociedades 
são supervisionadas pelo BCB e, dentre seus objetivos, po-
de-se destacar:
• A operação em bolsas de valores, subscrevendo 
emissões de títulos e valores mobiliários no mercado.
• A compra e venda de títulos e valores mobiliários 
por conta própria e de terceiros.
• Encarregar-se da administração de carteiras e da 
custódia de títulos e valores mobiliários.
• Exercer funções de agente fiduciário.
• Instituir, organizar e administrar fundos e clubes 
de investimento.
• Emissão de certificados de depósito de ações e 
cédulas pignoratícias de debêntures.
• Intermediação de operações de câmbio.
• Operar no mercado de câmbio de taxas flutuantes.
• Praticar operações de conta margem.
• Realizar operações compromissadas.
• Praticar operações de compra e venda de metais 
preciosos, no mercado físico, por conta própria e de 
terceiros.
• Operar em bolsas de mercadorias e de futuros, 
por conta própria e de terceiros.
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Conceitos básicos do sistema financeiro
Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários
São constituídas sob a forma de sociedade anônima ou 
por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar 
na sua denominação social a expressão “distribuidora de 
títulos e valores mobiliários”. Essas são supervisionadas 
pelo BCB. Dentre algumas de suas atividades, temos:
• Intermediação de ofertas públicas e distribuição 
de títulos e valores mobiliários no mercado.
• Administração e custódia de carteiras de títulos 
e valores mobiliários.
• Instituir, organizar e administrar fundos e clubes 
de investimento.
• Operar no mercado acionário, comprando, ven-
dendo e distribuindo títulos e valores mobiliários, 
inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros.
• Participar de operações de lançamentos públicos 
de ações.
• Operar no mercado aberto e intermediar opera-
ções de câmbio. 
Cabe ressaltar que tais sociedades foram autorizadas a 
operar diretamente na bolsa de valores, negociando ações, 
conforme Decisão Conjunta nº 17 do BCB e da CVM, edita-
da em março de 2009. A medida retirou uma das últimas 
diferenças entre as corretoras e distribuidoras, sendo, 
hoje, a única característica que distingue uma da outra é 
que as corretoras podem fechar câmbio.
53Sistema Financeiro Nacional - Subsistema de intermediação
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Agentes autônomos de investimento
É a pessoa natural ou jurídica uniprofissional que tenha 
como atividade a distribuição e mediação de títulos, valo-
res mobiliários, quotas de fundos de investimento e deri-
vativos, sempre sob a responsabilidade e como preposto 
das instituições.
Para o exercício da atividade, o agente autônomo de inves-
timento pessoa física deve ser aprovado em exame espe-
cífico que avalie o respectivo conhecimento sobre o fun-
cionamento e os riscos inerentes a esses mercados, obter 
a autorização da CVM, manter contrato para distribuição 
e mediação com uma instituição integrante do sistema de 
distribuição de valores mobiliários e realizar a sua ativida-
de de distribuição e mediação exclusivamente como pre-
posto da mesma.
Correspondente bancário
É qualquer pessoa jurídica, ou seja, qualquer empresa, que, 
entre suas atividades, atue também como agente interme-
diário entre os bancos e instituições financeiras autoriza-
das a operarem pelo BCB e seus clientes finais.
Os correspondentes bancários podem prestar os seguin-
tes serviços para bancos e demais instituições financeiras 
autorizadas a funcionar pelo BCB:
• Propostas de abertura de contas de depósitos à 
vista, a prazo ou poupança.
• Recebimento e pagamento de contas, aplicação e 
resgates em fundos de investimentos.
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Conceitos básicos do sistema financeiro
• Ordens de pagamentos.
• Pedidos de empréstimos e financiamentos.
• Análise de crédito e cadastro.
• Serviços de cobranças.
• Pedidos de cartões de créditos.
• Atividades de processamento de dados.
No caso dos serviços de encaminhamento de propostas de 
abertura de contas de depósitos à vista, a prazo e de pou-
pança e de recebimentos e pagamentos de contas de depó-
sitos à vista, a prazo e de poupança, bem como aplicações 
e resgates em fundos de investimentos, o correspondente 
bancário não poderá ter em seu contrato social referida 
prestação de serviço como atividade principal ou única.
Para contratação dos serviços

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