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Prévia do material em texto

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E 
TECNOLOGIA 
CAMPUS BARREIRAS 
 
 
ÉRICA GUEDES CORADO 
MARIA ISABEL CEDRO 
MARYANA VINCEGUERA 
MATHEUS BARBOZA 
 
 
 
A CONSTITUIÇÃO DA OBRA ​“O CORTIÇO”​ COMO ROMANCE DE 
TESE CONSTRUÍDO A PARTIR DOS ELEMENTOS ESTÉTICOS DO 
MOVIMENTO REALISMO/NATURALISMO 
 
 
Barreiras, 
Novembro de 2017 
 
 
ÉRICA GUEDES CORADO 
MARIA ISABEL CEDRO 
MARYANA VINCEGUERA 
MATHEUS BARBOZA 
 
 
 
A CONSTITUIÇÃO DA OBRA ​“O CORTIÇO”​ COMO ROMANCE DE 
TESE CONSTRUÍDO A PARTIR DOS ELEMENTOS ESTÉTICOS DO 
MOVIMENTO REALISMO/NATURALISMO 
 
 
Trabalho solicitado para a disciplina de 
Língua Portuguesa, com o intuito de obter nota 
para a unidade, do nível médio, do curso 
técnico em alimentos, do Instituto Federal 
de educação, ciência e tecnologia. 
 
Orientadora: Raphaelle Nascimento 
Barreiras, 
Novembro de 2017 
 
 
 
1. Sumário 
 
Prolegômeno................................................................................................................ 4 
Elementos estéticos do Realismo................................................................................. 6 
Resultados e discussões............................................................................................... 9 
Considerações finais.....................................................................................................15 
Referências…………………………………………………………………………...16 
.. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Prolegômeno 
Como uma resposta ao idealismo romântico, a partir da segunda metade do século 
XIX, o movimento realista/naturalista surgiu trazendo uma visão racionalista e cientificista da 
sociedade para a literatura, a qual passava por um período conturbado devido à segunda 
revolução industrial, descobertas nos campos da Física e Química, uma nova estruturação do 
capitalismo e início da entrada de filosofia positivista na Europa. No Brasil, a abolição da 
escravatura, a Proclamação da República, as revoltas militares, Encilhamento e surgimento 
das primeiras escolas de direito traziam mudanças importantes. 
Machado de Assis, nesse mesmo momento, fundou a Academia Brasileira de Letras, 
que na opinião de críticos, oficializou a literatura brasileira. Além disso, estas várias 
transformações serviram de ponta pé inicial ao surgimento de novas manifestações literárias 
como textos jornalísticos, críticas literárias, crônicas e contos. 
​Sob influência do escritor​ ​português​ ​Eça de​ ​Queirós, ​ ​com​ ​as​ ​obras​ ​O​ ​Crime​ ​do​ ​Padre​ 
​Amaro​ ​e​ ​Primo​ ​Basílio​, Machado de Assis, escreve a obra Memórias Póstumas de Brás Cubas 
e Aluísio de Azevedo, O Mulato, que estabelecem o surgimento, em 1881, do Realismo e 
Naturalismo no Brasil. 
Os escritores que fizeram parte destes movimentos literários se atentaram em construir 
um retrato fiel da realidade humana e ​urbana ​da época, buscando desmascarar as ​adversidade 
do mundo industrial, da igreja católica e da sociedade burguesa e explicar o universo através 
da ciência. Nesse período as filosofias de Darwin, Comte, Spencer e Haeckel motivaram os 
intelectuais brasileiros que se alinharam a correntes cientificistas para escrever suas obras. 
Tobias​ ​Barreto​ ​ideólogo​ ​da Escola​ ​de​ ​Recife, ​ foi de imensa importância para o movimento, já 
que foi um dos seus principais divulgadores. 
Os romances realistas eram voltados essencialmente para as questões humanas 
influenciadas dentro de uma perspectiva social. O Realismo se fundamentou como uma escola 
que aponta os desvios, os conflitos e as ​perplexidades ​dessa realidade urbana da camada 
social burguesa. 
 
 
Por sua vez, o Naturalismo procurou vincular-se ainda mais às descobertas científicas 
sobre a origem dos homens e o seu lado selvagem, animal e instintivo, constituído de uma 
influência natural que nem sempre podia ser completamente “domesticada” e controlada pelas 
regras sociais. Na verdade, objetivava-se notar como forma de reação do corpo em nome das 
normas culturais que o convívio social insistia em impor. 
Entre os principais autores do Realismo e Naturalismo estão Machado de Assis, - que 
escreveu obras como Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borda – 
Raul Pompéia, – escritor de O Ateneu, ​Uma tragédia no Amazonas e Joias da Coroa - Adolfo 
Caminha, – que escreveu O Bom Crioulo e A Normalista – e também Aluísio de Azevedo – 
autor de O Mulato, Casa de Pensão e O Cortiço, obra a qual será foco deste trabalho. 
Aluísio de Azevedo, pioneiro do naturalismo no Brasil, nasceu em São Luís do 
Maranhão, em que retratou, conforme a época, satirizando os hábitos dos moradores, 
possuindo alta dedicação em descrições - tanto dos personagens, quanto do ambiente - e uma 
narrativa lenta. 
O Cortiço (1890) é uma obra Naturalista que mostra a realidade vivida pela população 
no Rio de Janeiro e o seu aumento, além do aparecimento de núcleos habitacionais, 
denominados cortiços, onde trabalhadores e gente de atividades incertas viviam em 
agrupamento. O livro é composto por 23 capítulos. 
A obra tem como tema mais específico uma crítica ao capitalismo, refletindo a avareza 
e a exploração do homem por ele mesmo, além disso há a supervalorização do sexo. Por isso 
temas como adultério, prostituição e corrupção tornam-se frequentes. 
Sendo assim, este trabalho pretende estudar a construção da obra “O Cortiço” a partir 
dos elementos estéticos do Realismo e Naturalismo. 
O relatório foi feito através da leitura do livro “O Cortiço” e amplas pesquisas em 
artigos, livros e sites acadêmicos voltados ao Realismo e Naturalismo, além do debate e filme 
em sala que nos serviram como base. 
 
 
 
3. Elementos Estéticos do Realismo 
Nas obras realistas, muitos aspectos estéticos se mostram fortemente presentes e 
repetidos ao decorrer do enredo, o que não se faz diferente em O Cortiço. A crítica aos 
valores urbanos e cotidianos - desmascarando as patologias sociais, presença de correntes 
cientificistas que estavam em ascensão na época – com ênfase ao determinismo e 
darwinismo, personagens comuns não idealizados e análise psicológica destes são 
características expoentes do realismo/naturalismo presentes na obra. 
Entretanto, através da percepção, da observação e da análise apurada de fatos, os 
escritores denunciam a sociedade que é corrompida pela hipocrisia, pela convivência social 
mantida por aparência, pelos relacionamentos de interesses, pelo casamento como contrato 
social e não como vínculo afetivo, pelo adultério e corrupção, com o intuito de denunciar e 
desmoralizar tais patologias sociais, fazendo com que o naturalista dê preferência às 
personagens degeneradas, portadoras de distúrbios físicos e morais, taras e vícios. Assim, a 
escola literária explora um espaço coletivo da época, a fim de estudar a nova estrutura urbana 
estabelecida. 
O cientificismo que, de acordo com uma das mais recentes definições do dicionário da 
Oxford, significa “Crença excessiva no poder do conhecimento científico e tecnológico ” 
(OXFORD UNIVERSITY, 2017) está presente nas obras realistas/naturalistas e são fatores de 
grande destaque e influência no enredo. ​Na literatura, as correntes científicas obtêm 
conclusõesacima do homem e da sociedade, tomando como base a ideologia científica, 
analisando cada personagem como objeto de pesquisa. No livro estudado é tido em vista 
como principais influências o determinismo, darwinismo, – apresentada através da 
zoomorfização - positivismo e materialismo. Diante deste raciocínio, Sodré afirma: 
 ​“​A visão superficial e a reconstituição plana e linear dos quadros não poderia levar jamais, assim, a expressão 
das aspirações de uma época ou de um povo que é a marca dos autênticos criadores. O abandono do exame dos 
mais profundos motivos, que revelam as conexões causais e humanas, limitada a visão ao superficial e cotidiano 
da existência, conduz inevitavelmente, ao subjetivismo. Os naturalistas tentam apagar esse subjetivismo pela 
utilização de recursos científicos” 
(SODRÉ​, p.383) 
 
 
 Assim, o autor mostra que, com o intuito de representar a realidade de modo fiel, o 
naturalismo tentou ao máximo aproximar-se do campo científico, utilizando formas que 
desenvolvessem as ciências da natureza mais do que a ciência da sociedade. O naturalismo no 
Brasil, porém, buscou apenas analisar o que havia de patológico na sociedade, não buscando 
alcançar os mesmos patamares que o movimento alcançou na Europa. 
Ademais a zoomorfização, que representa o darwinismo, paralela ao 
realismo/naturalismo, faz comparação entre homem e animal. Na literatura, a partir de suas 
verossimilhanças, as personagens representam humanos com reflexos naturais aos 
acontecimentos do meio e à sua própria existência, geralmente às margens da sociedade em 
seus aspectos de sobrevivência e moralidade. Nota-se a zoomorfização na construção das 
cenas e dos indivíduos a medida em que são explorados e descritos. Desse modo, Candido 
comenta: 
“​Constatarmos que a redução biológica do Naturalismo vê todos, brancos e negros, como animais. E 
sobretudo que a descrição das relações de trabalho revela um nível mais grave de animalização, que transcende 
essa redução naturalista, pois é a própria redução do homem à condição de carga, explorada para formar o capital 
dos outros.” 
Candido (1993, p. 134) 
Neste esteio, o estudioso conclui que, além de submeter o homem à suas condições 
mais naturais e instintivas, a zoomorfização o reconhece como produto do meio sem mero 
valor, ​expondo o indivíduo como simples mercadoria, com serventia apenas para o trabalho. 
Da mesma maneira pelo apelo sexual, onde são representados como seres impulsivos, voltado 
aos prazeres irracionais causados pelo ambiente, guiados pelo libido. 
 
Os aspectos biológicos e naturais do corpo também são vistos, para os naturalistas, 
como fundamentos importantes para o ser e a realidade a sua volta, pois quebram barreiras 
entre o voluntário do corpo e o mundo material. Aquilo que afeta o corpo - nascimento, 
crescimento, violência, sexo, doenças, morte - muda a realidade e faz parte diretamente da 
literatura naturalista. Segundo o pesquisador Mikhail Bakhtin, 
“O grotesco ignora a superfície sem falha que fecha e limita o corpo, fazendo dele um fenômeno isolado e 
acabado. Também, a imagem grotesca mostra a fisionomia não apenas externa, mas ainda interna do corpo: 
 
 
sangue, entranhas, coração e outros órgãos. Muitas vezes, ainda, as fisionomias interna e externa fundem-se 
numa única imagem. [...] as imagens grotescas constroem um corpo bicorporal. Na cadeia infinita da vida 
corporal, elas fixam as partes onde um elo se prende ao seguinte, onde a vida de um corpo nasce da morte de um 
mais velho.” 
Assim, o conhecimento do grotesco provoca uma relação mais próxima da 
materialidade daquilo que é real, buscando a fidelidade máxima à natureza física e psicológica 
do homem, onde as excrescências e os orifícios são os limites entre os indivíduos e o mundo, 
e é nesses limites onde são feitas as trocas entre o sujeito e o universo que o rodeia. Outro 
fator importante no realismo grotesco é a utilização do exagero, da profusão, da proliferação e 
do excesso. 
Além da influência pelo natural, o homem também foi visto como escravo da 
hereditariedade, a partir dos aspectos deterministas, destacando o meio, a raça e o momento. 
Os escritores procuravam relatar os acontecimentos através da lei da natureza, ​grande parte 
das personagens naturalistas são influenciadas pela ação do meio. O ambiente torna-se um dos 
personagens da obra, determinando o destino e as características e o estado de cada ser, como 
na concepção de Taine de que o homem era um produto do meio. 
Todos estes aspectos mostram a quebra dos ideais da estética romântica, resultando em 
uma substituição da idealização de mundo e de personagem, que agora representa massas da 
sociedade - trazendo ao livro cada vez mais aspectos da realidade. Tais fatores, fazem com 
que a linguagem no livro apresente misturas entre o popular e o erudito. Os objetos e 
ambientes passam a ser cada vez mais incluídos, trazendo mais influência à narrativa. 
Ademais, há presença de elementos auditivos, olfativos e visuais, que evidenciam o relato fiel 
da cena, a fim de introduzir o leitor à obra. ​A crítica à vida em seus aspectos comuns, criam 
personagens individualizados, humanizados e ligados ao contexto histórico, políticos e 
econômicos da época. Construindo uma análise à sociedade brasileira independente dos 
fatores de raça, de clima ou de classe social. ​A partir disso, o filólogo alemão Erich Auerbach 
afirma: 
“O tratamento sério da realidade quotidiana, a ascensão de camadas humanas mais largas e socialmente 
inferiores à posição de objetos de representação problemático-existencial, por um lado – e, pelo outro, o 
esgarçamento de personagens e acontecimentos quotidianos quaisquer no decurso geral da história 
contemporânea, do pano de fundo historicamente agitado – estes são, segundo nos parece, os fundamentos do 
realismo moderno [...].” 
(AUERBACH, 2002, p. 440) 
 
 
 
 
Dessa maneira, Auerbach comenta a funcionalidade moral e estrutural do 
movimento, priorizando a ideia de que a vida cotidiana não poderia ser retratada a 
partir dos aspectos clássicos e românticos, já que devido a sua mudança constante, não 
seria estável. Ou seja, o autor não se limita apenas ao estudo da realidade e 
objetividade, mas também no campo da linguagem, de personagem e suas 
constituições comuns. Por isso, o romance realista consegue se prender ao que é 
necessário à retratação da vida. 
4. Resultados e discussões 
 
Após o estudo do Realismo/Naturalismo apresentados, podemos aplicar a 
constituição dos elementos estéticos da escola literária na obra “O Cortiço”: 
 
Ao decorrer da história, Aluísio de Azevedo deixou explícito como a sociedade que 
surgia no nosso país era falha e defeituosa em vários aspectos. Logo no começo do livro 
podemos perceber tal fator: 
E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a 
crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e 
multiplicar-se como larvas no esterco. (p. 11) 
Deixando assim em aberto o modo como a sociedade se portava durante todo o livro, 
principalmente os mais pobres, o autor relata as condições de vida precária e desumana do 
cortiço de modo a torná-lo um organismo vivo. Além disso, é feita também a denúncia das 
relações humanas, envenenadas pela trapaçae adultério: 
Sempre em mangas de camisa, sem domingo nem dia santo, não perdendo nunca a ocasião de assenhorear-se do 
alheio, deixando de pagar todas as vezes que podia e nunca deixando de receber, enganando os fregueses, 
roubando nos pesos e nas medidas, comprando por dez réis de mel coado o que os escravos furtavam da casa dos 
seus senhores, apertando cada vez mais as próprias despesas, empilhando privações sobre privações, trabalhando 
e mais a amiga como uma junta de bois, João Romão veio afinal a comprar uma boa parte da bela pedreira, que 
ele, todos os dias, ao cair da tarde, assentado um instante à porta da venda, contemplava de longe com um 
resignado olhar de cobiça. (p.4) 
A partir da análise, o autor denuncia o modo como a sociedade se comportava perante 
as relações humanas e a corrupção que se propusera. Ou seja, o dinheiro se tornava o centro 
de tudo e o indivíduo se submetia à comportamentos indecentes para conseguí-lo. 
 
 
Da mesma maneira, zoomorfização em O Cortiço aparece com o intuito de 
mostrar até que ponto o ser age por instinto e que muitas vezes suas ações não são 
carregadas de razão, mas sim pelo desejo – principalmente sexual. É possível perceber 
tal característica nas seguintes cenas: 
A portuguesa não dizia nada, sorria contrafeita, no íntimo, ressentida contra aquela invasão de uma 
estranha nos cuidados pelo seu homem. Não era a inteligência nem a razão o que lhe apontava o 
perigo, mas o instinto, o faro sutil e desconfiado de toda a fêmea pelas outras, quando sente o seu 
ninho exposto. (p. 47) 
O trecho acima mostra como a personagem Piedade age com um instinto animalesco 
em relação às desconfiança do marido, Jerônimo, de modo a descartar a razão e inteligência 
da personagem. Além do mais, o texto traz outras características realistas como a 
investigação social. 
Naquele dia, porém, o estudante apareceu à janela, trazendo nos braços um coelhinho todo branco, que ele na 
véspera arrematara num leilão de festa. Leocádia cobiçou o bichinho e, correndo para o depósito de garrafas 
vazias, que ficava por debaixo do sobrado, pediu com muito empenho ao Henrique que lho desse. Este, sempre 
com seu sistema de conversar por mímica, declarou com um gesto qual era a condição da dádiva. Ela meneou a 
cabeça afirmativamente, e ele fez-lhe sinal de que o esperasse por detrás do cortiço, no capinzal dos fundos. A 
família do Miranda havia saído. Henrique, mesmo com a roupa de andar em casa e sem chapéu, desceu à rua, 
ganhou um terreno que existia à esquerda do sobrado e, com o seu coelho debaixo do braço, atirou-se para o 
capinzal. Leocádia esperava por ele debaixo das mangueiras. 
— Aqui não! disse ela, logo que o viu chegar. Aqui agora podem dar com a gente! 
 — Então onde? 
 — Vem cá! 
E tomou à sua direita, andando ligeira e meio vergada por entre as plantas. Henrique seguiu-a no mesmo passo, 
sempre com o coelho sobraçado. O calor fazia-o suar e esfogueava-lhe as faces. Ouvia-se o martelar dos ferreiros 
e dos trabalhadores da pedreira. Depois de alguns minutos, ela parou num lugar plantado de bambus e 
bananeiras, onde havia o resto de um telheiro em ruínas. 
— Aqui! 
E Leocádia olhou para os lados, assegurando-se de que estavam a sós. Henrique, sem largar o coelho, atirou-se 
sobre ela, que o conteve: 
 
 
— Espera! preciso tirar a saia; está encharcada! 
 — Não faz mal! segredou ele, impaciente no seu desejo. 
— Pode-me vir um corrimento! 
E sacou fora a saia de lã grossa, deixando ver duas pernas, que a camisa a custo só cobria até o joelho, grossas, 
maciças, de uma brancura levemente rósea e toda marcada de mordeduras de pulgas e mosquitos. 
— Avia-te! Anda! apressou ela, lançando-se de costas ao chão e arregaçando a fralda até a cintura; as coxas 
abertas. 
O estudante atirou-se, sôfrego, sentindo-lhe a frescura da sua carne de lavadeira, mas sem largar as pernas do 
coelho. Passou-se um instante de silêncio entre os dois, em que as folhas secas do chão rangeram e farfalharam. 
(p. 54) 
A partir da passagem acima, prova-se como ambas as personagens - Henrique e 
Leocádia - foram guiados por seus instintos selvagens e desejos antes de contemplarem uma 
sensatez mais humana, mesmo viviendo mundos diferentes. O libido se torna, antes de tudo, 
mais forte que a razão humana e moralidade. 
Alguns fatores biológicos também se mostram decisivos para o destino de 
alguns personagens em O Cortiço. Um exemplo é Pombinha, a moça era considerada a 
flor do cortiço, tinha 18 anos e era a única no local que sabia ler e escrever. 
 Noiva de João Costa, era a esperança da mãe, dona Isabel, de sair do cortiço, 
porém, como ainda não havia menstruado, não poderia casar, já que ainda não “era 
mulher”. 
A filha era a flor do cortiço. Chamavam-lhe Pombinha. Bonita, posto que enfermiça e nervosa 
ao último ponto; loura, muito pálida, com uns modos de menina de boa família. A mãe não lhe permitia 
lavar, nem engomar, mesmo porque o médico a proibira expressamente. 
Tinha o seu noivo, o João da Costa, moço do comércio, estimado do patrão e dos colegas, com 
muito futuro, e que a adorava e conhecia desde pequenita; mas Dona Isabel não queria que o casamento 
se fizesse já. É que Pombinha, orçando aliás pelos dezoito anos, não tinha ainda pago à natureza o 
cruento tributo da puberdade, apesar do zelo da velha e dos sacrifícios que esta fazia para cumprir à 
risca as prescrições do médico e não faltar à filha o menor desvelo. No entanto, coitadas! Daquele 
casamento dependia a felicidade de ambas, porque o Costa, bem empregado como se achava em casa de 
um tio seu, de quem mais tarde havia de ser sócio, tencionava, logo que mudasse de estado, restituí-las 
ao seu primitivo círculo social. A pobre velha desesperava-se com o fato e pedia a Deus, todas as noites, 
antes de dormir, que as protegesse e conferisse à filha uma graça tão simples que ele fazia, sem 
 
 
distinção de merecimento, a quantas raparigas havia pelo mundo; mas, a despeito de tamanho empenho, 
por coisa nenhuma desta vida consentiria que a sua pequena casasse antes de “ser mulher”, como dizia 
ela. E “que deixassem lá falar o doutor, entendia que não era decente, nem tinha jeito, dar homem a uma 
moça que ainda não fora visitada pelas regras! Não! Antes vê-la solteira toda 
a vida e ficarem ambas curtindo para sempre aquele inferno da estalagem!” (p. 16 a 17) 
Assim, o destino das personagens dependia exclusivamente de uma transição 
biológica, sem ela, seria impossível a concretização do casamento da moça. Quando 
finalmente acontece, a mudança de vida se concretiza. 
Pombinha surgiu à porta de casa, já pronta para desferir o grande vôo; de véu e grinalda, toda de branco, 
vaporosa, linda. Parecia comovida; despedia-se dos companheiros atirando-lhes beijos com o seu ramalhete de 
flores artificiais. Dona Isabel chorava como criança, abraçando as amigas, uma por uma. 
- Deus lhe ponha virtude! exclamou a Machona. E que lhe dê um bom parto, quando vier a primeira 
barriga. 
A noiva sorria, de olhos baixos. Uma fímbria de desdém toldava-lhe a rosada candura de seus lábios. 
Encaminhou-se para o portão, cercada pela bênção de toda aquela gente, cujas lágrimas rebentaram 
afinal, feliz cada um por vê-la feliz e em caminho da posição que lhe competia na sociedade. (p.79) 
Após a chegada da menarca, - primeira menstruação da moça - finalmente o 
casamento pode ser realizado, tal cerimônia traria benefícios socioeconômicos a Pombinha e 
sua mãe, fazendo com que as mesmas finalmente consigam sair do cortiço, afim de uma 
melhoria de vida. 
Já as influências deterministas em O Cortiço induziram no destino de dois 
personagens: Jerônimo e João Romão. O primeiro, que era homem honesto e bom, 
transforma-se e a brasileira-se, sendo levado até mesmo a praticar homicídio; João Romão 
tomado pela ambição propõe-se à indecência para atingir o status de riqueza e adentrar à 
sociedadeburguesa. 
Podemos perceber dois momentos de Jerônimo, o primeiro sendo retratado 
pelas seguintes cenas: 
 ​Jerónimo só voltava à casa ao decair da tarde, morto de fome e de fadiga. A mulher 
prepara-lhe sempre para o jantar alguma das comidas da terra dele [...]. E, defronte do candeeiro de 
 
 
querosene, conversavam sobre a sua vida e sobre a sua Marianita, a filha que estava no colégio e que só 
os visitava aos domingos e dias santos. (p. 58 a 59) 
Ao chegar no Brasil, ainda não influenciado pelo meio e trazendo fortes 
caracteristicas européias, o homem apresenta um comportamento e visão de mundo 
diferentes do que ocorre depois de totalmente transformado e influenciado pelo 
ambiente e por Rita Baiana, temos uma visão completamente diferente do 
personagem: 
O português abrasileirou-se para sempre: fez-se preguiçoso, amigo das extravagâncias e dos abusos, 
luxurioso e ciumento: fora-se-lhe de vez o espírito da economia e da ordem: perdeu a esperança de 
enriquecer, e deu-se todo, todo inteiro, à felicidade de possuir a mulata e ser possuído por ela, só por 
ela, e mais ninguém. (p. 191) 
Em João Romão, dono do cortiço e também português, o processo ocorreu de 
maneira diferente e trouxe consequências também divergentes, porém, não melhor do 
que se observou com Jerônimo. O comerciante buscava uma posição social mais 
elevada e não se contentava com a realidade em que vivia, a repudiando. 
Comparava-se a Miranda, nobre barão que morava em um sobrado ao lado do cortiço. 
É possível perceber tal insatisfação do português nos seguintes trechos da obra: 
À noite, quando se estirou na cama, ao lado de Bertoleza, para dormir, não pôde conciliar o 
sono. Por toda a miséria daquele quarto sórdido; pelas paredes imundas, pelo chão enlameado de poeira 
e sebo, nos tetos funebremente velados pelas teias de aranha... (AZEVEDO, 2009, p. 72). 
 
O trecho revela a descrição sincera do cenário, revelando os aspectos 
negativos, ao mesmo tempo que sentimentos se brotam. A intenção do autor foi 
totalmente crítica em relação ao ponto de vista do narrador, já que não esconde a 
náusea diante do ambiente apresentado. 
 
E não podia deixar de pensar no demônio da negra, porque a maldita ali estava perto, a 
rondá-lo ameaçadora e sombria; ali estava como documento vivo de suas misérias, já passadas mas 
ainda palpitantes. Bertoleza devia ser esmagada, devia ser suprimida, porque era tudo de mal que havia 
 
 
na vida dele! Seria um crime conservá-la ao seu lado! Ela era o torpe do balcão da primitiva bodega[...] 
(AZEVEDO, 2009, p. 141). 
 
O pensamento de angústia e raiva descritos na passagem, aponta que, para 
alcançar seu tão cobiçado sonho de ser nobre, João Romão passou a agir de maneira 
questionável, ilustrando a ambição e a ganância da sociedade capitalista, desprezando 
Bertoleza, mulher com quem vivia, por ser negra e escrava. ​A​ssim, conseguiu o 
dinheiro que tanto queria, mas ainda lhe faltava o título de nobre, aproximando-se de 
Miranda para casar-se com Zulmira, filha do nobre. A partir daí inicia-se uma 
transformação do personagem devido à convivência com a rica família. 
Desde que o vizinho surgiu com o baronato, o vendeiro transformava-se por dentro e por fora a 
causar pasmo. Mandou fazer boas roupas e aos domingos refestelava-se de casaco branco e de meias, 
assentado defronte da venda, a ler jornais. Depois deu para sair a passeio, vestido de casimira, calçado e 
de gravata. Deixou de tosquiar o cabelo à escovinha; pôs a barba abaixo, conservando apenas o bigode, 
que ele agora tratava com brilhantina todas as vezes que ia ao barbeiro. Já não era o mesmo lambuzão! 
E não parou aí: fez-se sócio de um clube de dança e, duas noites por semana, ia aprender a dançar; 
começou a usar relógio e cadeia de ouro; correu uma limpeza no seu quarto de dormir, mandou 
soalhá-lo, forrou-o e pintou-o; comprou alguns móveis em segunda mão; arranjou um chuveiro ao lado 
da retrete; principiou a comer com guardanapo e a ter toalha e copos sobre a mesa; entrou a tomar 
vinho, não do ordinário que vendia aos trabalhadores, mas de um especial que guardava para seu gasto. 
Nos dias de folga atirava-se para o Passeio Público depois do jantar ou ia ao teatro São Pedro de 
Alcântara assistir aos espetáculos da tarde; do “Jornal do Comércio”, que era o único que ele assinava 
havia já três anos e tanto, passou a receber mais dois outros e a tomar fascículos de romances franceses 
traduzidos, que o ambicioso lia de cabo a rabo, com uma paciênciade santo, na doce convicção de que 
se instruía. (p.80 a 81) 
 
Analisando a história destes dois personagens, é possível entender como o 
determinismo se fez presente em O Cortiço, fortalecendo suas perspectivas naturalistas. 
Outra característica naturalista presente em O Cortiço é a construção das personagens: 
geralmente retratam pessoas comuns em seu dia a dia, trabalho e relações sociais. Para isso, é 
utilizada de uma narrativa lenta, detalhada e que se alia aos elementos sensoriais: 
 
 
E as lavadeiras não se calavam, sempre a esfregar, e a bater, e a torcer camisas e ceroulas, esfogueadas 
já pelo exercício. Ao passo que, em torno da sua tagarelice, o cortiço se embandeirava todo de roupa molhada, de 
onde o sol tirava cintilações de prata. Estavam em dezembro e o dia era ardente. A grama dos coradouros tinha 
reflexos esmeraldinos; as paredes que davam frente ao Nascente, caiadinhas de novo, reverberavam iluminadas, 
ofuscando a vista.(p. 19) 
Na cena o Azevedo explora o dia de trabalho das lavadeiras do cortiço, pessoas 
simples que geralmente trabalhavam para garantir o sustento da família. A sensorialidade é 
muito explorada, a fim de garantir que o leitor se incorpore mais à história. Além disso os 
detalhes são muito importantes para a narrativa. 
E toda a gentalha daquelas redondezas ia cair lá, ou então ali ao lado, na casa de pasto, onde os 
operários das fábricas e os trabalhadores da pedreira se reuniam depois do serviço, e ficavam bebendo e 
conversando até as dez horas da noite, entre o espesso fumo dos cachimbos, do peixe frito em azeite e dos 
lampiões de querosene (p. 7) 
De tal forma, garantindo de retratar a realidade vivida no dia a dia do cortiço, tal 
trecho da obra mostra as atividades usuais dos homens depois da jornada de trabalho. De 
maneira comum e detalhista o livro se constrói de maneira lenta devido às descrições de 
ambiente e personagem. 
5. Considerações Finais 
Portanto, a obra O Cortiço tem suas bases literárias construídas a partir dos elementos 
característicos do Realismo e Naturalismo. Na obra, há presença de temas relacionados à 
sociedade, assim como seus aspectos patológicos, incluindo teses referentes ao sexo - como o 
homossexualismo e adultério. Além de tratar da miséria, da criminalidade e o ataque à 
burguesia. Baseado nos acontecimentos da época, o autor procurava destacar as dificuldades 
vividas em meio rural e o determinismo, contradizendo a existência do livre-arbítrio. 
O romance relata a comunidade observando-a através de uma perspectiva científica, 
apesar de em alguns momentos ser constituído de maneira exagerada, a missão principal de 
Aluísio de Azevedo se consolida por meio da análise, de modo a retratar o Brasil do século 
XIX. 
 
 
 
 
 
5. Referências 
 
SILVA, Felipe Antonio Ferreira da. ​UMA ANÁLISE SOBRE A RELEVÂNCIA DO ESPAÇO 
COMO PERSONAGEM NA OBRA “O CORTIÇO”, DE ALUÍSIO DE AZEVEDO. ​Disponível 
em: <http://www.fals.com.br/revela20/REVELA XVII/Artigo5_ed08.pdf>. Acesso em: 
05 dez. 2017. 
FERREIRA, Priscilla Vicente. ​ANÁLISE DE CONTEÚDO INFORMATIZADA APLICADA 
AO TEXTO LITERÁRIO: UM ESTUDO DE O CORTIÇO,DE ALUÍSIO AZEVEDO. 
Disponível em: 
<http://pos-graduacao.uepb.edu.br/ppgli/download/dissertacoes/dissertações_201
2/Dissertação_Versão Final - Priscila.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2017. 
CARVALH, Rozangela Gonçalves de. ​A FIGURA FEMININA SOB A VISÃO 
NATURALISTA NA OBRA “O CORTIÇO” DE.​Disponível em: 
<http://www.coloquiodeletras.ufpa.br/downloads/ii-coloquio/anais/421-rozangela.p
df>. Acesso em: 05 nov. 2017. 
 ​CARVALHO, Vivian C. Alves de. ​O Cortiço: um estudo dos personagens à luz da 
Sociologia do Romance. ​Disponível em: 
<file:///C:/Users/Usuario/Downloads/5839-18537-1-PB.pdf>. Acesso em: 07 dez. 
2017. 
FONTENELE, Kamila M. de A.. ​A PRESENÇA DO GROTESCO NA OBRA "O CORTIÇO" 
DE ALUÍSIO DE AZEVEDO.​Disponível em: 
<https://www.webartigos.com/artigos/a-presenca-do-grotesco-na-obra-o-cortico-de-
aluisio-de-azevedo/85273>. Acesso em: 07 dez. 2017. 
 
 
SOARES, Uesla Lima. ​O ANIMAL HUMANO: Os paradigmas da Zoomorfização social 
e sua representação literária. 1 RESUMO. ​Disponível em: 
<http://docplayer.com.br/57526115-O-animal-humano-os-paradigmas-da-zoomorfiza
cao-social-e-sua-representacao-literaria-1-resumo.html>. Acesso em: 08 dez. 2017. 
SOUZA, Pedro Augusto Santos de. ​O DETERMINISMO CRIMINOLÓGICO NA OBRA “O 
CORTIÇO” DE ALUÍSIO DE AZEVEDO EM RELAÇÃO O MODELO SOCIOESPACIAL 
BRASILEIRO. ​Disponível em: 
<http://revistas.cua.ufmt.br/index.php/revistapanoramica/article/viewFile/577/230>
. Acesso em: 10 dez. 2017. 
FANINI, Ângela Maria Rubel. ​O UNIVERSO DO TRABALHO EM O CORTIÇO DE 
ALUÍSIO AZEVEDO. ​Disponível em: <http://www.dacex.ct.utfpr.edu.br/13 - O 
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ISSE, Edson. ​O cortiço, de Aluísio de Azevedo. ​Disponível em: 
<http://www.vejaisse.com.br/cortico-de-aluisio-azevedo/>. Acesso em: 10 dez. 2017. 
AZEVEDO, Aluísio de. ​O cortiço. ​Disponível em: 
<http://www.objetivolorena.com.br/2010/resumos_literarios/O_Cortico.pdf>. Acesso 
em: 05 dez. 2017.

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