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Patologia Geral – Aula Prática 4 Alguns conceitos antes de começarmos... Exsudado é um fluido inflamatório extravascular que possui alta concentração que possui alta concentração de proteínas, fragmentos celulares e gravidade específica maior que 1,020 . Transudado é um fluido inflamatório extravascular com pequeno teor proteíco (sendo a maior parte composta por albumina) e uma gravidade específica menor que 1,012. Edema significa um excesso de fluido no interstício ou nas cavidades serosas, podendo ser um exsudado ou um transudado. Pus, ou exsudado purulento, é um exsudado inflamatório rico em leucócitos, fragmentos de células mortas e, em muitos casos, microrganismos. Inflamação é uma reação complexa a vários agentes nocivos, como os microrganismos e células danificadas, geralmente necróticas, que consiste de resposta vasculares, migração e ativação de leucócitos e reações sistêmicas. Anasarca é um edema grave e generalizado com tumefação tecidual subcutânea profunda Aula 4 – Hiperemia e Edema Lâminas: 191, 121, 234 e 31 Definição: Hiperemia e congestão (hiperemia passiva) são locais de volume sanguíneo aumentado num determinado tecido. Tipos: Hiperemia Ativa é resultante de um aumento do fluxo tecidual devido a dilatação arterial. Hiperemia Passiva é resultado de um efluxo tecidual deficitário. Pode também ser dividida em difusa ou localizada, seja ela passiva ou ativa. Causas (comuns): Ativa : inflamação (patológica) e exercício físico (fisiológica). Passiva: insuficiência cardíaca (geral) ou obstrução venosa (local). Consequências: principalmente edema (extravasamento de líquido por aumento da pressão hidrostática). Samuel Pessoa e Mateus Félix - Medicina UnB - Turma 91 Esquema geral de estudo: Definição Tipos Causas Consequências Evolução Microscopia Microscopia Localização Macroscopia: Aumento de volume, peso e coloração para os dois tipos. (peça) Hiperemia Ativa: tecido avermelhado Hiperemia Passiva: tecido vermelho-azulado (cianose) Localização: Pulmão, fígado e baço, classicamente. Lâmina 179: Verificamos os acúmulos de pigmentos de carvão (antracose), além dos alvéolos, o que nos garante que a lâmina é de pulmão. Podemos ver os capilares dilatados e com muitas hemácias – caracterizando uma hiperemia passiva difusa. Em certas partes da lâmina, observa- se o extravasamento de proteínas (transudato), formando um edema granular/material granular (setas). A hemorragia passiva pode levar a hipóxia e consequente degeneração hidrópica do tecido subseqüente, podendo evoluir para necrose (infarto). Com o excesso de hemácias nos vasos, pode haver a hemorragia de células separadamente, chamada hemorragia por diapedese. O quadro de hiperemia pode ser revertido, quando se retira o estímulo causador (compressão, obstrução, até certo nível. Samuel Pessoa e Mateus Félix - Medicina UnB - Turma 91 Lâmina 121: A situação é a mesma da lâmina anterior, mas num quadro mais avançado de hiperemia passiva. O material granular contêm hemácias e macrófagos, estes sendo chamados de hemosiderófagos e, no caso, de “célula da insuficiência cardíaca congestiva (ICC esquerda)”, que é a principal causa de hiperemia passiva pulmonar. Podem ser vistos alguns desses macrófagos com hemosiderina e hematina. Pode haver também infiltrado inflamatório, com extravasamento para dentro dos alvéolos, como no caso. As setas (provavelmente) indicam alguns desses citados macrófagos. Edema Definição: Edema é um local onde ocorreu extravasamento elevado de líquido para o espaço intersticial, podendo ser uma consequência da hiperemia. Tipos: Transudado (proteínas, sem células) e exsudado (mais células, menos proteínas). Causas: Causas inflamatórias: inflamação aguda ( causas: bacteriana, virais, parasitarias; trauma; agentes físicos e químicos) e inflamação crônica não tem edema. Causas não inflamatórias: pressão hidrostática aumentada, pressão osmótica plasmática reduzida, obstrução linfática, retenção de sódio e água. Nas lâminas, temos edema por conta de hiperemia passiva por insuficiência cardíaca congestiva (ICC), que pode ser direita no caso de órgãos, como fígado, e esquerda no caso do pulmão. Samuel Pessoa e Mateus Félix - Medicina UnB - Turma 91 Lâmina 234: temos uma parte de fígado e outra de baço, ambos com hiperemia passiva e conseqüente edema. Mostramos aqui apenas o baço, pois a lâmina 31 já apresenta apenas o fígado, como uma evolução da 234 (bem similar, inclusive). No fígado veríamos dilatação dos sinusóides, alteração da arquitetura trabecular normal mais próxima à zona 3, com a zona 1 bem definida; degeneração gordurosa também é visualizada. No baço, como na foto abaixo, verificamos um aumento relativo da polpa vermelha (relativo, pois acontece na verdade um extravasamento de hemácias) em detrimento da polpa branca (parte linfocitária do meio para a parte de baixo da foto). Ocorre aumento da morte de hemácias (hemocaterese). Os vasos sanguíneos e os septos fibrosos são dilatados. O órgão como um todo sofre uma chamada “hiperplasia” (termo errôneo, pois é o edema que cresce, não o tecido em si), crescendo e surgindo um quadro de esplenomegalia, chamada congestiva. Causas principais: Insuficiência cardíaca, hipertensão porta (cirrose, esquistossomose). Macroscopicamente: esplenomegalia congestiva, aumento do volume, do peso, coloração escura. Samuel Pessoa e Mateus Félix - Medicina UnB - Turma 91 Lâmina 31: temos abaixo a representação da evolução da hiperemia passiva/edema hepáticos na região do espaço porta (esquerda) e da veia centro-lobular (direita). Podemos então observar os dois extremos (da zona 1 à 3): Na zona 1 não se observa alteração significativa além de um possível aumento de linfócitos, isso tudo devido à proximidade com a artéria do espaço porta. Na zona 2, observa-se a presença de vacúolos (degeneração hidrópica e gordurosa, principalmente a segunda, no caso). Na zona 3, próximo à veia centro lobular, pode-se observar uma área com necrose coagulativa/isquêmica, inclusive com a presença de macrófagos. A causa dessas alterações é, predominantemente (e no caso dessas lâminas), a ICC direita. Alguns detalhes das zonas, fonte: Internet da vida: Zona 1 (periportal) – mais próxima ao espaço porta, é a primeira a receber sangue com alto conteúdo de oxigênio, insulina e glucagon. Tem alta taxa metabólica e é a última a sofrer necrose e a primeira a mostrar sinais de regeneração. Zona 2 (mediolobular) – recebe sangue com conteúdo intermediário de oxigênio. Zona 3 (centrilobular) – mais próxima às veias hepáticas terminais, recebe sangue por último. Aqui estão muitas das enzimas que participam de biotransformação (NADPH citocromo P450- redutase). Macroscopicamente: Fígado em noz moscada Evolução: Cirrose Agradecimento: Eduardo, Tiago e Levi Samuel Pessoa e Mateus Félix- Medicina UnB - Turma 91
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