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Homicídio: Tipos e Características

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HOMICÍDIO
ART. 121 CP - Matar alguém. 
Classificação: Crime comum quanto ao sujeito, doloso ou culposo, de forma livre, instantânea, material de resultado.
Objeto juridico: Vida Humana; Objeto material: Pessoa viva; Consumação: com a eliminação da vida; Tentativa: possível, pois se trata de crime pluriexistente.
É preciso que a vitima estivesse com vida ao tempo do cometimento da conduta, do contrário, a tentativa de mata-la configurará crime impossivel.
Ação penal: Pública incondicionada, competindo ao júri seu julgamento.
Crime patricado antes do inicio do parto: aborto. Após o rompimento da bolsa d'agua, do saco amniotico, é vida extrauterina, por isso considera-se homicidio.
Sujeito ativo: é o que pratica o crime, pode ser qualquer pessoa;
Sujeito passivo: é o que sofre o crime, pode ser qualquer pessoa.
OBS: Art. 29 da Lei de Segurança Nacional - Lei 7170/83: Matar qualquer das autoridades referidas no art 26: Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal -> O CRIME SERÁ RESOLVIDO DE ACORDO COM ESTA LEI, E NÃO NO ART 121(HOMICIDIO).
Tipo objetivo: A Ação incriminada é matar, que faz com o homicídio seja um crime de forma livre (sem forma determinada), podendo ser utilizados meios diretos ou indiretos, ou mesmo meios psíquicos.
Tipo subjetivo: Dolo, consistente na vontade consciente de matar. Pode ser direto (o agente quer o resultado) ou indireto (assume o risco de produzi-lo). A consciência e a vontade representam a essência do dolo, devendo estar presentes tanto no dolo direto quanto no eventual.
Tentativa: Uma vez que se trata de crime material, o homicídio doloso admite tentativa. Devem estar presentes o animus necandi e o início da execução. Esta pode ser cruenta (com ferimentos) ou branca (sem ferimentos).
Espécies de homicídio:
Homicidio Simples: Sua tipificação ocorre por exclusão, ou seja, primeiro se busca enuqadrar o fato como qualificado ou privilegiado, não sendo possível, o fato será homicidio simples.
Homicidio Privilegiado: 
É uma causa especial de diminuição de pena (art. 121, § 1º, CP); trata-se, portanto, de minorantes, e não de elementares típicas, motivo pelo qual as privilegiadoras não se comunicam na hipótese de concurso de pessoas (art. 30, CP). Se estiverem presentes os pressupostos, o juiz deverá reduzir a pena de 1/6 a 1/3, de modo que – diante das circunstâncias - a pena poderá ficar abaixo do mínimo legal.
I. Motivo de relevante valor social: Cuida-se, aqui, do motivo que não interessa somente ao agente, e sim a todo o corpo social, devendo ser, ainda, relevante, notável, importante.16 Por ex.: Matar o traidor da pátria, o tirano, o facínora ou perigoso bandido para que se assegure a tranquilidade da comunidade.
II. Motivo de relevante valor moral: tem uma motivação ligada a sentimentos de piedade, misericórdia e compaixão, ligado a interesse particular ou individual. Por ex.: homicídio de um doente terminal para livrá-lo dos sofrimentos que o atormentam (eutanásia); matar o estuprador de sua filha.
III. Violenta emoção logo em seguida à injusta provocação da vítima: por emoção entende-se um estado afetivo que produz momentânea perturbação da personalidade do indivíduo e afeta seu equilíbrio psíquico, acarretando-lhe alterações somáticas. A reação deve ser imediata, já que não pode haver um intervalo entre a ação e a provocação. A provocação deve ser injusta e consistir em: ofensas à honra, vias de fato, ameaças, risos de escárnio ou desprezo, apelidos vilipendiosos, expressões ambíguas, indiretas mordazes, revelação de segredos, exercício abusivo de direito, atos emulativos, entre outros.
Homicídio qualificado:
As circunstâncias que qualificam o homicídio podem ser subjetivas ou objetivas. As circunstâncias subjetivas dizem respeito aos motivos reprováveis. Exemplo: motivo torpe (inciso I) e motivo fútil (inciso II); e aos fins com que a ação é praticada: facilitar ou assegurar a execução, ocultação, vantagem ou impunidade de outro crime (inciso V). Já as circunstâncias objetivas dizem respeito aos meios que envolvam dissimulação, crueldade, perigo de maior dano (inciso III) e aos modos que dificultem ou tornem a defesa impossível (inciso IV). 
I. Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe (inciso I): Motivo torpe é aquele que repugna o senso comum, o senso ético, abjeto, moralmente condenável, indigno, asqueroso, desprezível e que causa aversão. Trata-se do motivo que deriva de uma paixão antissocial: inveja, cobiça etc. Ex.: Matar para ganhar herança. Homicídio mercenário é aquele em que o agente não tem motivos para querer a morte da vítima, mas mata apenas em função de dinheiro. Requer a participação de duas pessoas (“crime de concurso necessário” ou “bilateral”), no qual é indispensável a participação de, no mínimo, duas pessoas (mandante e executor: aquele paga ou promete futura recompensa; este aceita, praticando o combinado). O ciúme não deve ser considerado fútil nem torpo, pois não é motivado pelo amor, que todos nós seres humanos sentimos.
·	Aquele que comete o homicidio por vingança terá sua conduta tipificada pelo motivo torpe? Depende da CAUSA RAIZ. (Se for considerada, é torpe).
II. Motivo fútil (inciso II): É o motivo insignificante (não significa injusto), que normalmente não leva a este tipo de reação por parte do agente; é o motivo notavelmente desproporcionado ou inadequado com relação ao crime. Ex.: matar porque a vítima tinha rido do acusado ao vê-lo caindo do cavalo.
III. Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum (inciso III): Diz respeito aos meios (instrumentos) utilizados pelo agente para a prática do delito (é diferente de modo, que é forma de conduta).
·	O que pe veneno para fins de qualificadora? É toda substancia natural; mineral, que em contato com o corpo humano, considerando as particularidades da vitima, possa fazer mal. Assim, o açucar ministrado de forma incidioza a um diabetico considera-se veneno. O EMPREGO DE VENENO É QUANDO A VITIMA NÃO SABE QUE ESTÁ SENDO ENVENENADA.
·	Homicidio qualificado pelo emprego da tortura X crime de tortura qualificado pela morte, em que ponto se diferenciam esses crimes? O ponto distintivo está no dolo, ou seja, a vontade livre e conciente de praticar. No primeiro o dolo é de matar, no segundo o dolo é de torturar. Todavia, o excesso de tortura pode matar, o que não era desejado e nem aceito, por isso estamos diante de um crime preterdoloso. Neste exemplo, o agente pode mudar o seu dolo, ou seja, após conseguir a informação que desejava, decide matar o torturado, neste caso existirão 2 crimes em concurso material (art 69) entre os crimes de tortura e homicidio.
IV. À traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido (inciso IV): Refere-se ao modo da atividade executiva, de que resulte dificuldade ou impossibilidade de defesa da vítima.
·	A traição para ser qualificadora exige uma relação de confianca entre o sujeito ativo e passivo.
·	Surpresa; número excessivo de armas: dificulta a defesa da vitima.
V. Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime (inciso V)(CONEXÃO): Assegurar a execução: o que agrava a pena não é a prática efetiva de outro crime, mas o fim de cometer outro crime. Para tentar um sequestro, mata uma pessoa que tenta evitá-lo → responderá pela forma qualificada ainda que desista de consumar o rapto. Ex.: mata quem vai impedir o roubo. Assegurar a ocultação/impunidade: a intenção do agente é destruir a prova de outro crime, ou evitar as consequências penais dele decorrentes. Ex.: matar a testemunha de um crime; matar o marido para estuprar a mulher; matar o perito que descobriu o crime. Garantir vantagem: o propósito do agente é garantir a fruição de qualquer vantagem, patrimonial ou não, direta ou indireta, resultante de outro crime. Ex.: mata um parceiro para ter mais vantagens com o produto do crime.
·	Teologica:assegurar a execução; Consequencial: ocultação do crime, imputação do crime, proveito do crime.
VI. Feminicídio (inciso VI): para destacar a morte violenta de mulheres, com o fito de dar visibilidade à opressão, discriminação e morte de mulheres em razão da condição de gênero. Dessa forma, o femicídio é toda morte de mulher por motivo sexista. Nesse sentido, existiriam modalidades de feminicídio, quais sejam: o íntimo, não-íntimo, infantil, familiar, por conexão, sexual sistêmico, por prostituição ou ocupação estigmatizada, por tráfico de pessoas, por contrabando de pessoas, transfóbico, lesbofóbico, racista e, por fim, por mutilação genital feminina. 
·	É controverso assinalar se a doutrina ou a jurisprudência poderia interpretar o elemento “mulher” como normativo ao invés de descritivo, incluindo, assim, o homicídio contra transgênico.
·	Aumento de pena no feminicidio: 1º durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; 2º contra mulher menor de quatorze anos, maior de sessenta ou com deficiência; e 3º na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
VII. Contra autoridades e agentes das Forças Armadas e de segurança pública, sistema prisional, Força Nacional e seus familiares (inciso VII):Trata-se de uma qualificadora quando o crime é praticado contra autoridade ou agente das Forças Armadas, da segurança pública, integrantes do sistema prisional ou da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. 
OBS:
1. Comunicabilidade das circunstâncias qualificadoras aos partícipes
As qualificadoras referentes aos motivos determinantes do crime (subjetivas) são incomunicáveis entre os partícipes, por serem de caráter pessoal (art. 26). As qualificadoras objetivas só se comunicam quando entram na esfera de conhecimento do co-autor ou partícipe, já que todas as qualificadoras devem estar cobertas pelo dolo dos agentes.
2. Coexistência de homicídio qualificado com privilegiado
O privilégio pode concorrer com as qualificadoras objetivas (fogo, veneno, meio cruel) do homicídio, mas não com as subjetivas, e como este privilégio é subjetivo deve prevalecer. Logo, neste caso, aplica-se a pena do homicídio qualificado com a redução de 1/6 a 1/3. O CRIME QUALIFICADO-PRIVILEGIADO NÃO É CONSIDERADO HEDIONDO. SOMENTE SERÁ HEDIONDO AQUELE EXCLUSIVAMENTE/GENUINAMENTE QUALIFICADO.
Homicídio culposo:
Sempre que uma conduta traduzir uma violação do dever objetivo de cuidado, sendo previsível ao homem mediano que aquilo causaria a morte de alguém, ocorre o homicídio culposo. Elementos do crime culposo
·	Elementos:
a) comportamento humano voluntário, positivo ou negativo;
b) descumprimento do cuidado objetivo necessário, manifestado pela imprudência, negligência ou imperícia;
c) previsibilidade objetiva do resultado;
d) morte involuntária.
·	Homicídio Culposo x Código Brasileiro de Trânsito: diante deste conflito aparente de normas, soluciona-se com aplicação do principio da especialidade.
Homicídio culposo majorado:
O homicídio culposo será majorado, sendo sua pena aumentada de 1/3 (um terço) se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. 
·	Ingerência: artigo 13, § 2º, c, junto com a qualificadora do artigo 121, § 4º: Tudo dependerá do dolo do agente. Se omitir socorro com dolo, responderá pelo artigo 13, § 2º, c: atropela um inimigo sem saber e deixar de prestar socorro depois de reconhecer o desafeto, deixando-o morrer.
Induzimento, instigação e auxílio ao suicídio:
Auxilio moral: indução e instigação.
Auxilio material: (ex: dar arma)
Sujeito Ativo: qualquer pessoa
Sujeito Passivo: qualquer pessoa DETERMINADA (se a vitima for menor de 14 anos ou doente mental, haverá homicidio)(na modalidade de autoria mediata).
Consumação: ocorre com advento da morte ou de lesão corporal grave ou gravissima. (Se a lesão for leve a conduta é atipica e não há crime).
Tentativa: Não existe. Se da "tentativa" de suicidio a vitima nada sofre ou sofre lesões corporais leves, o fato será atipico.
CASO CONCRETO EXEMPLIFICATIVO:
Pacto de morte:
Bruno e Bruna decidiram dar cabo às suas vidas. Ingrenaram em um quarto hemelicamente fechado onde havia vazamento de gás. Qual situação a ser empregada em:
a) Bruno morre e Bruna não: BRUNA RESPONDERÁ NO ART 122 CP.
b) Bruno sofre lesão leve e Bruna lesão grave: BRUNO RESPONDERÁ NO ART 122 CP E BRUNA SERÁ ATIPICO.
c)Bruno e Bruna são resgatados e saem ilesos: FATO ATIPICO PARA AMBOS.
d) Bruno abre a torneira liberando o gás, tendo Bruna saído sem lesões e Bruno ficou com lesões graves: BRUNO: TENTATIVA DE HOMICIDIO DEVIDO AO ATO DE EXECUÇÃO, E BRUNA ART 122 CP.
e)Bruno e Bruna abrem a torneira juntos, e ambos são resgatados com vida: TENTATIVA DE HOMICIDIO PARA AMBOS.
·	Alguém publicou um artigo na internet ensinando como se matar, e com isso algumas pessoas se matam, a conduta é atipica por que o codigo só preve para pessoa determinada. (com excessão a crianças menores de 14)
Crime hediondo:
Lei 8072/90
- Todas as modalidades qualificadoras;
- Homicidio simples: este somente de forma condicionada (praticado em atividade tipica de grupo de exterminio). EX: Homicídio praticado por milícia privada ou por grupo de extermínio Consoante o art. 121, § 6º, do CP.
·	Existe figura híbrida do homicidio qualificado? Sim, no que dis respeito a existencia da figura hibrida, desde que as circunstancias qualificadoras sejam de natureza objetiva, ou seja, o homicidio ter sido praticado em os meios e formas previstos nos incisos 3 e 4 do p 2° do cp, por aparente compatibilidade com as circunstancias previstas no paragrafo 1° do crt 121, que são de natureza subjetiva. 
·	Considerando a sua admissão é ela crime hediondo? No que diz respeito a indagação sobre a hediondes, a resposta pe negativa. O homicidio qualificado privilegiadonão é crime hediondo, pois o legislador somente considerou hediondo aquele homicidio puramente qualificado.

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