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TEORIAS: Existem teorias que procuram explicar a natureza jurídica (a existência) das pessoas jurídicas. Eis as teorias: teorias da ficção e teorias da realidade. Teoria da ficção: as pessoas jurídicas são criadas por uma ficção legal. Assim, não reconhecia existência real à pessoa jurídica, imaginando-a como abstração, mera criação da lei . Tem Savigny como seu principal defensor. Teoria da Realidade: as pessoas jurídicas são realidades vivas e não mera abstração, tendo existência própria como indivíduos. Teoria da realidade objetiva ou orgânica: a pessoa jurídica tem identidade organizacional própria, identidade essa que deve ser preservada. Ou seja, a pessoa jurídica tem existência própria, real, social como os indivíduos. Teoria da realidade jurídica ou institucionalista: considera a pessoa jurídica como organizações sociais destinadas a um serviço ou ofício, e por isso personificadas. Teoria da realidade técnica: a pessoa jurídica teria existência real, não obstante a sua personalidade ser conferida pelo direito. A personificação da pessoa jurídica é construção da técnica jurídica, admitindo que tenham capacidade jurídica própria. Tanto o Código Civil de 1916 quanto o Código Civil de 2002 adotaram a teoria da realidade técnica. Artigo 45, Código Civil. “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. “Serão averbadas no registro as alterações que esses atos sofrerem”. Teoria da realidade técnica = teoria da ficção + teoria da realidade orgânica. Nessa teoria, para a pessoa jurídica existir depende do ato de constituição dos seus membros, o que representa um exercício da autonomia privada. Esta é a corrente que melhor explica o fenômeno pelo qual um grupo de pessoas, com objetivos comuns, pode ter personalidade própria, que não se confunde com a de cada um de seus membros e, portanto, a que melhor segurança oferece. Vontade humana criadora É o elemento anímico para a formação de uma pessoa jurídica. Não se pode conceber, no campo do direito privado, a formação de uma pessoa jurídica por simples imposição estatal, em prejuízo da autonomia negocial e da livre iniciativa. É a affectio societatis. Observância das condições legais para a sua instituição A aquisição da personalidade jurídica exige, na forma da legislação em vigor, a inscrição dos seus atos constitutivos (contrato social ou estatuto) no registro peculiar. Obs.: Algumas sociedades, outrossim, em virtude das peculiaridades de seu objeto ou do risco que a sua atividade representa à economia ou ao sistema financeiro nacional, demandam, além do registro, autorização governamental para o seu funcionamento. Ex.: companhias de seguro e bancos Ato constitutivo Associações – não tem fins lucrativos – o ato constitutivo é o estatuto; Sociedades – Simples ou Empresárias- O ato constitutivo é o contrato Social; Fundações – o ato constitutivo é a escritura pública ou testamento. Conclui-se, portanto, que a teoria ora adotada pelo Código Civil reconhece poder criador à vontade humana, independentemente da chancela estatal, desde que respeitadas as condições legais de existência e validade. Licitude de seu objeto Não há que se reconhecer existência legal e validade à pessoa jurídica que tenha objeto social ilícito ou proibido por lei, pois a autonomia da vontade não chega a esse ponto. A autonomia da vontade é limitada pela lei, neste sentido Surgimento da Pessoa Jurídica A inscrição do ato constitutivo ou do contrato social no registro competente é condição indispensável para a atribuição de personalidade à pessoa jurídica. Artigo 45, Código Civil. “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. “Serão averbadas no registro as alterações que esses atos sofrerem”. Sociedades – o contrato social deve ser registrado na junta comercial. Fundações, associações e sociedades civis – os respectivos atos constitutivos devem ser registrados no Cartório de Registro Civil das pessoas jurídicas. O registro da pessoa jurídica tem natureza constitutiva, por ser atributivo de sua personalidade, diferentemente do registro civil de nascimento da pessoa natural. Prevê o art. 45 do Código Civil que a existência da pessoa jurídica de direito privado começa a partir da inscrição do seu ato constitutivo no respectivo registro. Itens do registro Artigo 46, Código Civil. O registro declarará: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. As pessoas jurídicas atuam mediante os órgãos previstos no estatuto e no contrato social, que são, em geral, a diretoria e a assembleia geral ou o conselho deliberativo. Esses órgãos não representam propriamente a pessoa jurídica, que não é incapaz, mas apenas presentam A pessoa jurídica deve ser representada por uma pessoa natural de forma ativa ou passiva, manifestando a sua vontade, nos atos judiciais ou extrajudiciais. Via de regra, essa pessoa natural que representa a pessoa jurídica é indicada nos seus próprios estatutos, sendo que, na omissão a pessoa jurídica será representada pelos seus diretores. Os atos praticados por tais pessoas vinculam a pessoa jurídica. A pessoa jurídica também tem domicílio, que é a sua sede jurídica, será o local em que responderá pelos direitos e deveres assumidos (art. 75 CC). A pessoa jurídica de direito privado tem domicílio no lugar onde funcionam as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial nos seus estatutos. Ausente o registro da pessoa jurídica, temos uma mera sociedade irregular ou de fato, tratada como ente despersonificado pelas regras do Direito Empresarial (artigos 986 e seguintes), caso em que os seus sócios passam a ter responsabilidade pessoal pelos débitos sociais.
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