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Prova Estatuto da Criança e Adolescente

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Questões:   
1. Quais os movimentos, ações e normas importantes na proteção do Idoso que foram surgindo ao longo do tempo no cenário internacional? (2,0 pontos)
R: A Primeira Assembleia Mundial sobre envelhecimento ocorreu em 1982 em Viena, o objetivou foi elaborar um plano de ação para lidar com o envelhecimento populacional especificamente do emprego e bem-estar material. Após isso, foi convocada Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento em 2002 em Madrid, com objetivo de proteção dos direitos das pessoas idosas no âmbito internacional. O art. 2º das Declaração dos Direitos Humanos, por sua vez, enumera os princípios da igualdade e não discriminação, porém, não menciona a idade das pessoas que seriam abarcadas nos princípios. Já a Resolução n. 46/91 da ONU, adotou os princípios da igualdade e não discriminação para as pessoas idosas, encorajando também os governos a incorporar em seus programas nacionais os princípios da independência, participação, assistência, realização pessoal e dignidade. Já em 1995, em outra Assembleia Mundial sobre o envelhecimento, foi promovido o conceito de uma sociedade para todas as idades, sendo escolhido o ano de 1999 pela ONU como Ano Internacional das Pessoas Idosas. Todos esses movimentos auxiliaram para garantir que a população mundial fosse capaz de envelhecer com segurança, dignidade e continuar participando como cidadãos em sua sociedade. Diante de obstáculos levantados para garantir direito dos idosos em 2007 na avaliação do plano de ação de Madrid, os Estados-Membros da ONU, na 65ª Assembleia Geral, em 2010, estabeleceram um Grupo de Trabalho sobre Envelhecimento. Em 2011, houveram 2 sessões do Grupo de Trabalho, concluindo-se que a discriminação sobre a idade era um dos principais problemas enfrentados pelos idosos. Dito isso, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em dezembro/2012 a Resolução n. 67/139, dando poderes a Grupos de Trabalho para elaborar instrumento jurídico internacional amplo e integral para proteger os direitos e dignidade de pessoas idosas. Desde a Declaração de Brasília em 2007, aumentou o movimento na América Latina e Caribe para aprovar uma Convenção dos Direitos das pessoas Idosas pela Organização dos Estados Americanos, tendo como escopo o principio da igualdade e não discriminação. Houve também o Protocolo de San Salvador, elaborado pela Organização dos Estados Americanos, que reconheceu o direito à proteção especial de pessoas idosas, vigorando em 1999.
Desta forma, os movimentos de desenvolvimento normativo para proteção aos idosos nas últimas décadas, permitiram incorporar e estimular o pensamento para desenvolverem normas voltadas para os direitos das pessoas idosas no âmbito Internacional.
2. No Brasil tivemos três importantes marcos que antecederam ao Estatuto do Idoso na proteção aos idosos: Constituição Federal , a Lei n. 8842/94 e o Decreto n. 4.227/2002. A partir disso indique, de forma sucinta, o objetivo central de cada uma delas. (2,0 pontos)
R: O objetivo central da Constituição Federal foi caracterizado com os arts. 229 e 230, trazendo o ônus ao Estado, família e sociedade de proteção aos idosos, bem como efetivar a sua participação na sociedade, defendendo a dignidade e o bem-estar, assim como o direito à vida. O art. 229, por sua vez, traz o dever aos filhos maiores de ajuda e amparo aos pais na velhice, carência ou enfermidade. Já a Lei n. 8.842/94, foi a primeira lei de proteção específicas aos idosos no Brasil, sendo denominada de Política Nacional do Idoso (PNI). Tem como escopo central de assegurar os direitos sociais, autonomia, integração e participação efetiva dos idosos diante da sociedade, de sorte que possa exercer uma vida digna e participar da cidadania, como qualquer cidadão. Além disso, a PNI estipula um “marco” de idade para a pessoa ser considerada Idosa, que é a partir dos 60 anos. Por outro lado, a PNI também sinaliza a necessidade do envolvimento da sociedade como um todo para que se enfrente o desafio de assistência aos Idosos, população de vem crescendo de forma acelerada conforme as décadas. A PNI também coloca a pessoa Idosa como cidadão responsável por seu destino, além de lhe fornecer direitos, cobrando também, em contrapartida, participação e incumbe responsabilidades. Já o Decreto n. 4.227/2002 estipula a criação do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI), incumbido de supervisionar e avaliar a PNI. Além disso, 
3. Os artigos 4°, 5°, 6° e 7° do Estatuto abordam formas de proteção dos direitos dos idosos e formas de responsabilização e fiscalização dos mesmos. Faça uma breve descrição das ações vedadas, consequências destas ações, ações preventivas, agentes e órgãos responsáveis na proteção e fiscalização desses direitos. (2,0 pontos)
R: O art. 4º traz em seu bojo a proibição do tratamento baseado na negligencia, discriminação, violência, crueldade, opressão contra a pessoa idosa, seja por ação ou omissão, e quem descumprir tal medida, será punido na forma da lei. Já o art. 5º do Estatuto do Idoso aduz que, todos possuem o DEVER de zelar, cuidar, proteger os idosos e, quem se omitir a isso, será responsabilizado civil ou criminalmente, nos termos da lei, pois é dever de todos cuidar dos idosos, assim como o art. 6º, este que descreve de forma objetiva o DEVER de todo o cidadão de comunicar à autoridade competente, qualquer tipo de violação aos direitos dos idosos que a pessoa tenha presenciado ou que tenha conhecimento de qualquer violação. Destaca-se que pode ser feita denúncia via telefone (Disque 100), em delegacias, entre outros lugares. Por último, o art. 7º do mesmo diploma legal observa que os CONSELHOS nacionais ou estaduais, do Distrito Federal ou Municipais do idoso, estes que estão previstos na Politica Nacional do Idoso (PNI), zelarão pelo cumprimento dos direitos dos Idosos, nos termos da lei. vale ressaltar que as denúncias também podem ser feitas diante dos conselhos regionais de proteção ao Idoso. 
4. Cite, defina e aponte os dispositivos constitucionais e os respectivos dispositivos presentes no Estatuto do Idoso sobre o rol de direitos fundamentais que protegem os idosos presentes do Estatuto do Idoso. (2,0 pontos)
R: O direito ao envelhecimento digno (dignidade da pessoa humana), presente no art. 1, III da CF, também abordado pelo Estatuto do Idoso, sendo base da proteção ao Idoso. Vale ressaltar que o Idoso são sujeitos de direito, que merecem proteção por serem mais vulneráveis por diversos fatores físicos e mentais. Com isso, o Estatuto do Idoso aponta esse direito ao “envelhecimento digno”, trazendo o Estatuto em seu art. 9, um exemplo disso. O Direito à vida (direito fundamental), presente nos arts. 8º e 9º do Estatuto do Idoso, que transmitem o envelhecimento como um direito PERSONALISSIMO, ou seja, um direito particular, só seu, heterogêneo. O art. 9º também reafirma o direito fundamental à vida e saúde, ponto importantíssimo também. O art. 10 do Estatuto também traz a obrigação da sociedade e do Estado em assegurar liberdade (ir, vir, estar nos lugares públicos e espaços comunitários), respeito e dignidade ao Idoso. Vale ressaltar que o respeito significa, segundo o Estatuto do Idoso, na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral do idoso, preservando então sua imagem, identidade, autonomia, valores ideias e crenças. O Direito aos Alimentos também é abordado pelo Estatuto do Idoso, de modo que, mesmo não seja de conhecimento geral, os filhos devem prestar alimentos aos seus pais diante da velhice, trazendo o principio da reciprocidade entre pais e filhos, invertendo a ordem obrigacional de apoio entre pais/mães e filhos(as). O Estatuto também traz a orientação da solidariedade dos alimentos, que se trata de uma obrigação solidária entre os filhos. Vale destacar que o Idoso pode pleitear alimentos por determinados filhos, devido o caráter de urgência desses alimentos para manter a sua subsistência. Tal prerrogativa é válida pelo fato de que o Idoso pode pleitear alimentos em face do filho com mais poder aquisitivo, de modo que lhetraga sustento da maneira mais rápido possível, tudo para assegurar-lhe o direito à vida intrínseco na regra. O direito à saúde também abordado, diz respeito à um conceito amplo, não apenas de afastamento de possíveis doenças (já que na velhice, as doenças são mais comuns), mas também de manter o envelhecimento ativo e saudável do idoso. Vale ressaltar que esse direito a saúde possui 3 dimensões, sendo elas preventiva, promocional e curativa. Esse direito está positivado no Estatuto do Idoso nos arts. 15 ao 19 da Lei. o conceito de envelhecimento saudável aborda também bem-estar físico, emocional, mental, social, espiritual, participação de atividades sociais, econômicas, culturais, cívicas. O Direito à saúde também abordado no Estatuto, diz repeito à atenção integral, efetuado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), com acesso universal e igualitário. No que tange ao atendimento dos idosos no caso de saúde, o idoso possui preferência no atendimento pela fragilidade, sendo que o idoso com mais de 80 anos possui preferência sobre o idoso com menos de 80 anos. Por outro lado, o Idoso também possui a faculdade de escolher o procedimento de tratamento de saúde de lhe for reputado mais favorável. Tal previsão encontra respaldo nos arts. 15 e 17 do Estatuto do Idoso, por exemplo. Ou rol de direitos fundamentais são os direitos de Educação, Cultura, Esporte e Lazer aos Idosos. O art. 6º da CF traz referência a esses direitos aos Idosos, bem como o art. 3º do Estatuto do Idoso. O art. 20 do Estatuto afirma um direito ao envelhecimento saudável ao Idoso, trazendo esses postulados importantes para qualidade de vida da pessoa idosa, de forma que fomente esse envelhecimento, mesmo com limitações fisiológicas. Vale ressaltar que o art. 205 da CF, ligado diretamente com os arts. 21, 22 e 25 do Estatuto do Idoso. Vale ressaltar o direito do Idoso também ressalta o direito À educação do Idoso, de modo que permita o ingresso, permanência ou promoção do Idoso no mercado de trabalho, ponto este importantíssimo, uma vez que Idosos são alvo de preconceitos em diversos setores de labor pelo fato de muitos possuírem limitações físicas e psíquicas, comparados a pessoas mais jovens. Outro ponto importante é que os Idosos possuem mais probabilidade de desenvolverem doença ocupacional e ficarem inaptos ao trabalho que lhe foi imputado, de modo que gere possíveis prejuízos aos empregadores, por isso a importância de políticas públicas nesse sentido. Os Direitos de Habitação, previstos no art. 6º e 230 da CF trazem essa previsão de vida digna à pessoa idosa. O direito á moradia deve ser também, nesse momento da vida, digno ao Idoso. Esses efeitos de moradia digna vão se estender à própria família que mora com o idoso. O art. 37 do Estatuto reafirma o dto à moradia digna e deixa claro que é uma opção do idoso, escolhendo dentro de seus limites com quem vai morar, onde, e de que forma, desde que saudável ao Idoso. E, mesmo o idoso escolhendo morar com a família, esta família possui a obrigação de zelar, prestar auxílio e demais exercícios de direito do Idoso já destacados aqui, sob pena de responsabilização civil ou criminal. Caso houver desrespeito de pessoas em face do Idoso, o imóvel sendo seu, poderá este pleitear a saída das pessoas que ali habitam, inclusive, pleito judicial para retirada dessas pessoas do imóvel. Com relação ao direito ao transporte, os Idosos também possuem direitos com base na CF (art. 230, § 2º) e no Estatuto (art. 39). Vale destacar que Idosos com 65 anos ou mais possuem gratuidade no transporte interurbano, de modo a lhe assegurar a locomoção aos idosos, estes que muitas vezes não possuem condições financeiras de se transportarem, podendo promover outros direitos com o direito ao transporte, tais como direito ao lazer, saúde, esporte, cultura, entre outros. Vale destacar que, em que pese não haver previsão expressa no Estatuto do Idoso sobre a gratuidade do transporte nas regiões rurais, porém, há decisões do STF de que essa previsão também se deve estender a outros tipos de transportes. Esses transportes gratuitos são válidos para Município, entre Estados, etc. Há previsões de entradas culturais, bem como transportes de linha turística, para redução de 50% dos valores para Idosos, de modo que lhe garanta acessibilidade destes recursos.
5. É possível o idoso internado em um hospital ter direito a um acompanhante? Justifique. Neste caso, quem deverá custear as despesas deste acompanhante? Para responder esta questão leia o acórdão anexado buscando compreender os argumentos construídos pelos Ministros do Superior Tribunal de Justiça em decisão recente sobre o assunto. (3,0 pontos)
R: Sim, o art. 16 do Estatuto do Idoso estabelece que “Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.”, inclusive, essa foi a fundamentação usada no julgado em questão. Desta forma, a própria lei de proteção ao idoso prevê a possibilidade de acompanhante como um direito, não devendo ser limitado de nenhuma forma. Com relação à responsabilidade pelo pagamento das despesas de acompanhante do Idoso, a PNI editou a portaria MS/GM n. 280/1999 que prevê determinação para que os hospitais conveniados pelo SUS autorizem o prestador de serviços a cobrança das despesas com acompanhante conforme a tabela do SUS, incluindo acomodação adequada e principais refeições. Ademais, no âmbito da saúde suplementar, conforme a Lei 9.656/98, previu que, o plano de saúde que incluir internação hospitalar, o plano de saúde é responsável pelas despesas de acompanhante, conforme prevê o próprio art. 12, II, f) da lei. porém, como o Estatuto do Idoso é omisso com relação ao custeio de despesas de acompanhante, a ANS observou, através da Res. 428/2017, em seu art. 22, VII, b), a cobertura de despesas de acompanhantes de Idosos a partir de 60 anos de idade. Portanto, conforme julgado do STJ, o plano de saúde é o responsável por custear as despesas de acompanhantes de Idosos acima dos 60 anos.

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