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UNIDADE I TÓPICOS INTEGRADORES II – FARMÁCIA 2 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD ___________________________________________________________________________ __ Pereira, Lucas Tópicos Integradores II Farmácia - Unidade 1 - Recife: Grupo Ser Educacional, 2020. ___________________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 3 TÓPICOS INTEGRADORES II - FARMÁCIA UNIDADE I PARA INÍCIO DE CONVERSA Olá, aluno(a) tudo bem? Seja bem-vindo(a) ao primeiro módulo da disciplina Tópicos Integradores II - Farmácia, onde vamos estudar assuntos de algumas disciplinas já vivenciadas por você, só que de uma maneira aplicada e interdisciplinar. Pois, assim acontece na vida profissional, principalmente com os profissionais de saúde, em que diversas vezes é necessário juntar conhecimentos de várias áreas afins ou diferentes para entender a complexidade de uma situação. Bons estudos! ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA Nesse primeiro módulo, você vai encontrar conceitos de bioquímica de maneira aplicada, para lhe ajudar a compreender processos metabólicos que envolvem a produção de energia nos seres vivos, seja em animais ou em vegetais. Além disso, entender o metabolismo de biomoléculas importantes no nosso organismo, como o oxaloacetato, ureia e as lipoproteínas plasmáticas (encontradas no sangue). Para um melhor entender e assimilar os conteúdos, é recomendável que você visite o seu ambiente virtual e leia o livro-texto e realize os diversos tipos de atividades disponíveis na sua página. Vamos começar? PRINCIPAIS VIAS METABÓLICAS DO CATABOLISMO E DO ANABOLISMO Funcionamento dos organismos vivos Dentro dos diversos organismos vivos existe uma variedade enorme de moléculas, íons e substâncias, denominadas biomoléculas. Tais como, proteínas, carboidratos, lipídeos, ácido nucléicos, entre outros. Os organismos utilizam essas substâncias em vários processos celulares, na produção de energia, sinalização, produção de hormônios, funções estruturais e até mesmo na proteção contra outros seres vivos. Além disso, essas substâncias ao entrarem no organismo elas podem ser metabolizadas, ou seja, 4 processadas, para um melhor aproveitamento das mesmas. Depois dessa metabolização, as moléculas produzidas servem de base para a produção de outras substâncias, e quando não são necessárias ao organismo, podem ser eliminadas dele por diversas vias de excreção. Assim, podemos dividir os seres vivos em dois grandes grupos de acordo com a maneira como eles internalizam essas substâncias e captam fontes de carbono do meio ambiente (Figura 1). Os autotróficos, que usam o gás dióxido de carbono para a produção de biomoléculas e os heterotróficos, que necessitam de produtos de outros organismos para sobreviverem, pois ao contrário da maioria dos autotróficos, não conseguem realizar fotossíntese (um processo energético que veremos ainda nesse módulo). Figura 1: Ciclo dos organismos autotróficos e heterotróficos Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição Dessa forma, é essencial que você entenda as características e as aplicações do metabolismo das diversas macromoléculas do organismo, ou seja, as diferentes transformações químicas que ocorrem com essas substâncias e como elas estão interligadas, afetando umas às outras. Como mostra a figura 2, podemos classificar o metabolismo em três tipos diferentes: o catabolismo, que significa a quebra das substâncias pelo organismo, até chegar em uma substância comum, ou seja, convergindo; o anabolismo, que pode ser entendido como o processo divergente e contrário, ou seja, a partir de pequenas substâncias comuns são produzidas moléculas maiores, como as biomoléculas, que já vimos no começo dessa unidade; e existem metabolismos cíclicos, em que produtos são regenerados, e são parecidos com uma “engrenagem” que ajudam a ajustar o sistema quando necessário. 5 Figura 2: Tipos de metabolismo Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição Glicólise Tanto em animais quanto em vegetais, a glicose ocupa uma posição estratégica no metabolismo, pois ela tem grande quantidade energia, pode ser armazenada, e ainda pode ser utilizada como intermediária na síntese de várias substâncias e estruturas. A glicólise é uma via metabólica onde acontece o catabolismo da glicose, ou seja, a quebra da glicose através de 10 reações catalisadas por enzimas, para no final produzir duas moléculas de um composto chamado piruvato (Figura 3). Fonte: https://www.todamateria.com.br/glicolise/ Durante as 5 primeiras etapas desse processo, a glicose é fosforilada e convertida a substância chamada de gliceraldeído-3-fosfato. Nas últimas cinco etapas, ocorre a oxidação dessa substância e a formação das duas moléculas de piruvato, duas moléculas de ATP, que são fontes de energia, e duas moléculas de NADH, que receberam os elétrons da reação de oxi-redução. 6 Fonte: Benjamim Cummings GUARDE ESSA IDEIA! Em alguns vários locais do metabolismo, você vai perceber que acontecem reações de oxi-redução, onde substâncias são oxidadas, ou seja, doam elétrons, e outras são reduzidas, recebem elétrons. No nosso metabolismo quem recebe elétrons, geralmente são as coenzimas (Ex.: NAD+, FAD+), que depois vão levar para a cadeia transportadora de elétrons, que você vai estudar ainda nesse módulo. Portanto, o saldo energético da glicólise são duas moléculas de ATP e duas moléculas de NADH, que posteriormente vão ser convertidas em energia na cadeia transportadora de elétrons. 7 • Gliconeogênese A glicose além de ser degradada, ela também pode ser formada, ou seja, um metabolismo anabólico. A produção de glicose ou outros carboidratos dentro do organismo humano, pode ser feita através de diversas fontes, como mostrado na figura. Figura: Precursores para a síntese de carboidratos Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição Umas das principais vias é a gliconeogênese, que consiste na produção de glicose a partir do piruvato ou outras substâncias que possam ser convertidas nesse intermediário. Nessa via existem enzimas específicas para realizar as etapas que são irreversíveis na glicólise, quebra da glicose. Dessa forma a glicólise e gliconeogênse são bastante reguladas pelo organismo, para encontrar um equilíbrio energético. Muitas vezes esse processo acontece no fígado, intestino delgado e nos rins, gerando glicose para tecidos que tem uma alta necessidade, como o cérebro, os músculos e as hemácias, por exemplo. RESPIRAÇÃO CELULAR Vimos que os seres humanos são considerados seres heterotróficos, pois necessitam de outros organismos como fontes de moléculas de carbono. Além disso, também somos seres com metabolismo aeróbico, ou seja, nosso metabolismo precisa de oxigênio para poder respirar. No entanto, essa respiração não acontece somente nos pulmões, ela acontece também a nível celular e pode ser dividida em três etapas, 8 como mostrado na figura. Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição A primeira etapa, é onde acontece a degradação das principais biomoléculas, que são os carboidratos, proteínas e lipídios. Essas substâncias são quebradas várias vezes, até chegar a uma molécula bem pequena chamada de Acetil-CoA, que faz parte do ciclo do ácido cítrico (segunda etapa) e posteriormente vai entrar na cadeia transportadora de elétrons (terceira etapa). • Ciclo do ácido cítrico O ciclo do ácido cítrico, também conhecido como o ciclo de Krebs, é uma das vias mais importantes de todo ometabolismo, acontece dentro das mitocôndrias, ocupando e desempenhando um papel central no 9 metabolismo como um todo. Praticamente todos os produtos das macromoléculas que são metabolizadas convergem para essa etapa, onde essas substâncias são oxidadas a CO2 e esses elétrons são armazenados naquelas coenzimas, que você já viu por aqui (NADH e FADH2). Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição A via é composta por sete reações em sequência, tendo o Acetil-CoA como uma das principais substâncias para iniciar o ciclo. Mesmo assim, qualquer substância que dê origem a um intermediário com 4 ou 5 carbonos do ciclo, pode ser oxidado por ele. Por esse motivo, que você vai perceber ao longo desse módulo, que as substâncias intermediárias que fazem parte do ciclo de Krebs podem ser produzidas por substâncias de outras vias, além disso, esses intermediários podem participar da síntese (anabolismo) de outras substâncias como mostrado na figura abaixo. Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição 10 • Cadeia transportadora de elétrons de fosforilação oxidativa É nessa etapa que a energia de todos os elétrons, provenientes das reações de oxirredução das macromoléculas, são convertidos em energia química (ATP), pela fosforilação oxidativa. No final do processo, a cadeia acumula os elétrons e os repassa para a substância O2, transformando-a em H2O (água). Por esse motivo, que ainda no tempo de escola, você aprendeu que carboidrato mais oxigênio (O2) produz CO2 (ciclo de Krebs), energia (as moléculas e ATP) e água (que vem da cadeia transportadora de elétrons). Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição FOTOSSÍNTESE Até agora, vimos como os animais utilizam e transformam a energia contida nas macromoléculas em energia química. No entanto, também existe a necessidade dos organismos vegetais em utilizar os recursos do ambiente para a produção de energia. Você viu que, a maioria dos seres autotróficos realizam fotossíntese, ou seja, utilizam a energia da luz do sol e o CO2, para sintetizar carboidratos, outras biomoléculas e produzir energia para si mesmo. • Etapas fotoquímica e química da fotossíntese Nas plantas, a fotossíntese pode ser dividida em duas etapas de acordo com o material de partida utilizado e a principal substância produzida durante o processo. Na etapa fotoquímica, está presente as reações luminosas, ou seja, que dependem da absorção de luz. Nessa fase, os elétrons são retirados da água e direcionados para produzir NADPH e ATP, tendo como produto final a molécula de O2. Já na fase seguinte, chamadas de assimilação de carbono, essas coenzimas (NADPH e ATP) reduzem moléculas de CO2 para formar diversos carboidratos no final do processo. 11 Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição • Pigmentos fotossintetizantes A primeira etapa para que ocorra a fotossíntese é a absorção de luz pelo organismo, por isso, as plantas possuem substâncias ou pigmentos capazes de absorver essa luz, para depois converter ela em energia química. O principal pigmento, com certeza você já deve ter ouvido falar, que é a clorofila. Existem vários tipos de clorofilas e também outros pigmentos que aumentam a quantidade e o tipo de luz (comprimento de onda) que os vegetais absorvem. Dentre elas estão o beta caroteno e a luteína, que absorvem luz em comprimentos de onda que não são absorvidos pelas clorofilas. Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição 12 • Transdução de energia durante a fotossíntese Para ser utilizada pelo organismo vegetal, a energia luminosa deve ser transformada em energia elétrica, e essa deve ser transformada em energia química. A primeira etapa é a absorção da energia luminosa pelos pigmentos fotossintéticos, que vimos agora pouco, a clorofila, por exemplo. Apesar disso, nem todos os pigmentos presentes nessa estrutura são capazes de realizar a transdução da luz em energia química. Como você pode acompanhar na figura, a absorção de um fóton excita alguns pigmentos, que são capazes de direcionar a energia para uma estrutura chamada de centro de reação, onde ocorre a separação das cargas e o início de uma cadeia de oxirredução. Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição Depois disso, os elétrons fluem pelos fotossistema I e II dos vegetais, para substâncias especializadas, que produzem NADPH e ATP. Em um segundo momento, esses elétrons formam um gradiente no complexo de citocromos para produzirem mais ATP e moléculas de água. • Relação entre mitocôndria e cloroplastos Apesar dessas duas organelas serem encontradas em organismos diferentes, ambas possuem um papel que está relacionado a utilização da energia através das moléculas. Os cloroplastos que são encontrados em algas e plantas, capturam a energia da luz do sol e a armazenam nos tecidos desses vegetais. Já as mitocôndrias, que são encontradas em células animais e vegetais, transformam a energia presente nas macromoléculas, em uma forma que as moléculas consigam utilizar, como o ATP, por exemplo. Além disso, outra semelhança bastante interessante é a de que as mitocôndrias e os cloroplastos foram formados a partir de uma pequena evolução de bactérias, conhecida como a teoria da endossimbiose, pois esses microrganismos e essas duas organelas possuem DNA circular e capacidade de autorreplicação. Como as mitocôndrias estão relacionadas a produção de energia para o organismo, você deve imaginar que quanto mais um tecido precisa de energia, mais mitocôndrias vão ter naquele tipo de célula. E isso é verdade, pois as mitocôndrias são responsáveis por boa parte da produção da adenosina trifosfato (ATP). A cadeia transportadora de elétrons, que é a principal responsável pela produção de ATP, está presente nas duas organelas e acontece de maneira muito semelhante como vimos. Lembrando que no cloroplasto ocorre a fotossíntese, enquanto que na mitocôndria acontece a respiração celular. 13 Apesar de apresentarem funções bem semelhantes, como você pode perceber, existem pequenas diferenças entre elas. Anatomicamente falando, por exemplo, as mitocôndrias têm um formato de feijão e são encontradas em quase todo tipo de organismo eucariótico. Já os cloroplastos, possuem uma estrutura mais complexa, e são encontrados apenas em plantas verdes e em alguns tipos de algas. Outra diferença interessante, é que as substâncias produzidas na mitocôndria, pela respiração celular, e pelos cloroplastos, na fotossíntese, são de certa forma complementares, como já vimos no tópico etapas fotoquímica e química da fotossíntese dessa unidade. As mitocôndrias convertem oxigênio e macromoléculas em energia química, água e CO2, já os cloroplastos armazena a energia do sol e junto com o CO2, produz macromoléculas e oxigênio. • Principais vias de metabolização de compostos no fígado Você percebeu que a nível celular, ou seja, dentro da célula, as mitocôndrias tem papel fundamental na produção de energia, e consequentemente na sobrevivência do organismo. A nível sistêmico, olhando o organismo como um todo, quem assume esse papel é o fígado, claro que todos os órgãos e glândulas são importantes, mas o fígado apresenta um papel central no metabolismo energético, além de produzir outras substâncias, contribuir na eliminação de substâncias estranhas e participar da homeostase do sangue. O fígado é o maior órgão interno do ser humano, podendo chegar até 1,5Kg, está localizado abaixo do diafragma, do lado direito do corpo, sendo extremamente importante para o metabolismo de substâncias, ou seja, quando se fala de transformação de substâncias, ele é a referência. Por conta disso, substâncias que naturalmente não fazem parte do nosso corpo, conhecidas como xenobióticos, são metabolizadas por ele, como medicamentos, alimentos e até mesmo substâncias tóxicas. Além disso, o fígado se localiza estrategicamente no sistema circulatório, pois um dos vasos que fornece sangue pra ele é a veia porta, uma conexão diretadesse órgão com o estômago e os intestinos. Por isso, todos os alimentos que são absorvidos pelo sistema digestório, são enviados em primeira mão para o fígado metabolizá-los ates de enviar pra circulação sistêmica, então na verdade, o fígado atua como um analisador químico de tudo que entra no nosso corpo. Por conta dessa relação com o sistema digestório, durante e depois do momento da alimentação, o fígado executa diferentes vias catabólicas a fim de degradar as macromoléculas absorvidas (carboidratos, lipídeos e proteínas). Sobre os carboidratos, o fígado é responsável por controlar a manutenção dos níveis de glicose no sangue, aumentando ou diminuindo a glicemia de acordo com os estímulos dos hormônios insulina, glucagon e adrenalina. Os monossacarídeos, por exemplo, são transportados para dentro dos hepatócitos (células do fígado) através do transportador chamado GLUT2, e são rapidamente fosforilados, impedindo a sua saída dessa célula. Uma das vias mais conhecidas é a via glicolítica, ou também chamada de glicólise, já citada nessa unidade, que tem como principal objetivo a produção de energia ou do acetil-CoA. As 10 etapas dessa via produzem um saldo positivo de duas moléculas de ATP e o acetil-CoA é utilizado para a produção de mais 14 energia, por meio do ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico). Além disso, nos hepatócitos o acetil-CoA que vem da glicólise é comumente utilizado para a produção de ácidos graxos e colesterol. Além de quebrar a molécula da glicose, o fígado tem várias vias para produzir, armazenar ou aumentar o fornecimento dessa substância. A glicogênese, por exemplo, é uma via responsável por produzir um estoque de glicose, na forma de glicogênio, que é a reserva de glicose nos animais. Já a glicogenólise, é a quebra do glicogênio para ser transformado em moléculas de glicose. Isso acontece, principalmente, nos intervalos entre as refeições, ou seja, no jejum, onde é liberado hormônios como o glucagon e a adrenalina. Com isso, essa reserva é rapidamente mobilizada para aumentar os níveis de glicêmicos no sangue. Falando de jejum, é importante lembrar que caso essa situação se prolongue por mais 8, ou 14 horas, é necessário a síntese de glicose por precursores não glicídicos, que pode ocorrer a partir de aminoácidos, glicerol, lactato e piruvato. Além dos carboidratos, o fígado também atua no metabolismo dos lipídeos de diferentes maneiras, de acordo com a necessidade energética do organismo. A β-oxidação é uma via que degrada os ácidos graxos por ciclos, até o intermediário acetil-CoA, que falamos agora pouco. A cada ciclo dessa via, o ácido graxo perde duas moléculas de carbono, que vão gerar o acetil-CoA. O ciclo se repete, até que todo o lipídeo tenha sido metabolizado. Além desse intermediário, também é produzido em cada ciclo, uma molécula de NADH e uma de FADH2, que vão gerar moléculas de ATP, posteriormente na cadeia transportadora de elétrons. O jejum é uma das condições onde a obtenção de energia pela β-oxidação, predomina em relação a outras vias. Como a produção de acetil-CoA é bastante elevada, uma parte desse intermediário é desviado para a produção de substâncias conhecidas como corpos cetônicos, que são utilizadas pelo cérebro e musculo cardíaco como fonte de energia. Mas, esse acetil-CoA também pode ser destinado para a síntese de colesterol, que está presente nas membranas celulares e nos sais biliares produzidos no fígado, que vão ajudar na digestão das gorduras no intestino. VOCÊ SABIA? Pacientes que possuem diabetes descompensada, não internalizam a glicose do sangue para o hepatócito, dessa forma a β-oxidação representa a principal forma de obtenção energética. Com isso, a produção de acetil-CoA é bastante elevada, sendo desviada para a produção de corpos cetônicos. Esses corpos cetônicos apresentam um caráter ácido, e se estiverem em excesso no sangue, podem ocasionar um quadro chamado de cetoacidose, o que leva uma situação perigosa, que é a acidose metabólica. Além dos carboidratos e lipídeos, os aminoácidos, que são derivados das proteínas, participam de diversas rotas de síntese e de degradação quando chegam no fígado. Podendo ser degradados em diferentes metabólitos ou até mesmo utilizados na síntese de proteínas, hormônios e moléculas nitrogenadas. ??? 15 O fígado é capaz de sintetizar todos os aminoácidos não essenciais, a partir da glicólise ou até mesmo do ciclo de Krebs. Podem ser utilizados também na produção de nucleotídeos, presentes nos materiais genéticos. Além disso, os aminoácidos podem ser utilizados para a síntese de inúmeras proteínas que são necessárias para o nosso organismo, principalmente no período pós-prandial, após uma refeição. Mas, também pode ocorrer a degradação de proteínas com o objetivo de produzir energia. Esse fato ocorre principalmente, durante jejuns ou atividades físicas prolongadas, onde os carboidratos disponíveis já tenham sido consumidos. Nessa degradação, todos os aminoácidos perdem a sua porção amino, que é transformado em amônia. No entanto, essa substância é bastante tóxica para os animais, causando danos neurológicos e renais. Por isso, a amônia é convertida em ureia, que acontece na via metabólica denominada ciclo da ureia. Como você já viu nesse módulo, o fígado metaboliza diversas substâncias de diferentes tipos de alimentos. Além disso, o fígado tem um papel muito importante na farmacocinética de fármacos, principalmente nas etapas de metabolização e eliminação. Os fármacos pertencem a classe dos xenobióticos, ou seja, não são produzidos naturalmente pelo nosso organismo. Por isso, no fígado ocorre a biotransformação dos fármacos, que tem como principal objetivo tornar essas substâncias mais solúveis em água, pois facilita a sua eliminação pela urina e outros fluidos corporais. Essas reações de biotransformação são divididas em duas fases e acontecem pela ação de enzimas da família do citocromo P450 (CYPs), que constituem o principal complexo responsável por essa função. Diversos fármacos são metabolizados por enzimas desse citocromo, cerca de 50%. Por isso, o entendimento das características e funcionamento desse complexo de enzimas, é relevante para que você entenda diversos efeitos dos medicamentos. Essas enzimas pertencem a classe das hemeproteínas, ou seja, que apresentam o grupo heme em sua estrutura, isso mesmo, tenho certeza que você lembrou das hemoglobinas presente nas hemácias, pois ambas as proteínas possuem esse grupo em comum. Os CYPs catalisam reações de oxidação, pois tem a capacidade de transferir elétrons alternando a oxidadação do ferro presente em sua estrutura, entre o nox +2 e +3. Diferentes tipos de oxidação são realizados por essas enzimas, como por exemplo: N-desalquilação, O-alquilação, entre outras, que são bastante utilizadas no metabolismo dos fármacos. Outro grupo de enzimas que participam do metabolismo de xenobióticos, são as glutationa transferases, que é um tripeptídeo formado pelos aminoácidos glutamato, cisteína e glicina. Como essa enzima alterna entre os estados oxidado (GSH) e reduzido (GSSH) atuam em reações redox, protegendo as células do estresse oxidativo. O seu papel é crucial na detoxificação dos xenobióticos, como fármacos, por exemplo. Se a fase um da biotransformação de fármacos é comandada pela CYPs, a fase 2 são regidas pelas glutationa transferases, que realizam a conjugação da glutationa com essas moléculas, deixando essas substâncias inativas e mais fáceis de serem eliminadas. • Vias de metabolização do oxaloacetato Como você estudou no início dessa unidade, o oxaloacetato, assim como o acetil-CoA, é um dos 16 intermediários do ciclo do ácido cítrico, e também tem um papel importante no organismo, pois participa de diferentes reações tanto anabólicas, quanto catabólicas. No interior da célula sua concentração é limitada, por isso, é necessário que ele seja reposto para que o ciclo continue acontecendo na matriz mitocondrial. O oxaloacetato podeser produzido a partir da degradação de carboidratos, de alguns aminoácidos ou do piruvato, que é um produto da glicólise. A energia liberada na oxidação do acetil-CoA, no ciclo do ácido cítrico, é conservada através das coenzimas NADH e FADH2, que são produzidas na matriz mitocondrial. Na glicólise são também são produzidas coenzimas, no entanto, isso acontece no citoplasma da célula, enquanto que a cadeia transportadora de elétrons estão inseridas na membrana mitocondrial interna, a qual não é permeável ao NADH. Dessa forma, para que essas coenzimas cheguem ao local desejado, é necessário um transporte indireto, por meio de lançadeiras, como a lançadeira malato-aspartato, por exemplo. Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição Acompanhando na figura, você percebe que os equivalentes redutores da coenzima são transferidos para o oxaloacetato, transformando ele em malato, substância que atravessa a membrana interna. Dentro da matriz mitocondrial, o malato é reconvertido em oxaloaxetato, transferindo os elétrons e restabelecendo o estado de oxidação da coenzima. O NADH, agora dentro da matriz, doa seus elétrons para a cadeia transportadora, que posteriormente é convertido a aproximadamente 2,5 moléculas de ATP. Como o oxaloacetato não consegue atravessar a membrana interna para retornar ao citoplasma, ele é convertido em aspartato, que se desloca para o citosol reestabelecendo o ciclo da lançadeira. 17 Com relação as macromoléculas, o oxaloacetato tem função bem importante no catabolismo de aminoácidos. Quando esses compostos estão em excesso, são metabolizados em três etapas: remoção do grupo amino do aminoácido, incorporação do átomo de nitrogênio na ureia e conversão do esqueleto carbônico do aminoácido em um intermediário do metabolismo. Quando os aminoácidos chegam no fígado eles perdem o grupo amino por uma reação chamada de transaminação, onde esse grupo é transferido para outra molécula e o oxaloacetato tem um papel fundamental nisso. Quando os aminoácidos asparagina e aspartato são degradados, formam a partir de suas reações o oxaloacetato, através de duas ou uma etapa, respectivamente. Além disso, o oxaloacetato pode ser produzido a partir do piruvato, que é formado pelo catabolismo (degradação) de vários aminoácidos, como a alanina, cisteína, glicina, serina e treonina. Além de participar no metabolismo dos aminoácidos, o oxaloacetato também desempenha um papel na gliconeogênese, formação de glicose. Quando as reservas de glicogênios são reduzidas, o fígado produz glicose a partir de fontes não glicídicas, como o piruvato. Esse processo de produção de glicose, a maioria das reações desse processo ocorrem como sendo o inverso da glicólise, dessa forma, a primeira etapa é a conversão do piruvato em fosfoenolpiruvato. No entanto, essa conversão não acontece de forma direta, porque é um processo que gasta muita energia, por isso o piruvato é convertido inicialmente em oxaloacetato, que será convertido em fosfoenolpiruvato. • Principais vias metabólicas e de conjugação com o ácido glicurônico O ácido glicurônico é uma substância hidrofílica e de caráter ácido que se liga de maneira covalente a compostos endógenos e exógenos, como a bilirrubina e fármacos, ajudando a eliminá-los do nosso organismo. Essas reações são catalisadas pelas enzimas UDP-glicuronosiltransferases (UGTs), que apresentam como cofator a uridina difosfato UDP-ácido glicurônico. Com essa conjugação, as substâncias que sofrem essa reação se tornam mais hidrofílicos, principalmente por conta do grupo carboxila presente no ácido. Esse aumento da solubilidade em água desses compostos, os tornam mais solúveis em água, dificultando a sua passagem por membranas celulares e facilitando a sua excreção pela urina e pela bile. As UGTs constituem uma superfamília de isoformas enzimáticas, que são divididas em quatro famílias principais: 1, 2, 3 e 8. Cerca de 22 isoformas já foram identificadas em seres humanos. Cada isoforma dessa possui um grau de afinidade pelos diferentes substratos. Um dos principais substratos que sofrem a ação das UFTs são os xenobióticos, substâncias químicas estranhas, ou seja, exógenas ao nosso organismo, como você já viu nessa unidade. Essas substâncias que entram no organismo humano, em sua maioria são fármacos, e são bastante lipofílicos, por isso é importante que eles sofram as biotransformações necessárias para ajudar na sua eliminação. Você já viu nessa unidade, que essa biotransformação é dividida em reações de fase 1 e 2, com a participação ativa do citocromo P450 e da glutationa transferase. Além desses complexos, as reações da glicuroinidação são umas das mais importantes, principalmente para substâncias que apresentam grupos hidroxilas, carboxila e amina, pois se ligam facilmente a esse ácido. 18 Para você ter ideia, as reações de oxidação, catalisadas pelas CYPs, e de glicuronidação, catalisadas pelas UGTs, são bastante importantes na biotransformação de fármacos, chegando a ser responsáveis por cerca da metabolização de 90% dos fármacos prescritos. Por conta disso, é de se esperar que se um fármaco aumenta ou diminui a atividade dessas enzimas, pode influenciar na metabolização de outros fármacos, e consequentemente nos seus efeitos. Além dos xenobióticos, as UGTs também atuam na eliminação de substâncias endógenas, que são produzidas naturalmente pelo nosso organismo. Uma dessas são as bilirrubinas, que já são produtos da degradação do grupo heme, ou ferro-porfirina, presente nas hemoglobinas das hemácias, por exemplo. Cada hemácia tem uma vida média de 120 dias, dessa forma quando as hemácias são degradadas no fígado, baço e medula óssea, o grupo heme é liberado da hemoglobina, convertido a biliverdina, e posteriormente a bilirrubina. No entanto, a bilirrubina é bastante hidrofóbica, por isso, ela é transportada no sangue pelas albuminas, uma proteína plasmática, até o fígado, para ser conjugada com o ácido glicurônico, formando o diglicuronato de bilirrubina. Esse composto, é transportado para a vesícula biliar, onde vai ser secretado no intestino, e após várias transformações, é eliminado junto com as fezes na forma de urobilinogênio. Além da bilirrubina, outras substâncias endógenas necessitam da conjugação com o ácido glicurônico para facilitar a sua eliminação, como por exemplo, os hormônios esteroides, que são bastante lipofílicos devido a sua estrutura. Eliminação de sais bilizares e até mesmo de alguns neurotransmissores do sistema nervoso central, como a dopamina e a serotonina. • Reações de transaminação e desaminação dos aminoácidos As proteínas e aminoácidos são os componentes mais abundantes em uma célula animal, além disso as diferentes características e propriedades dos vários tipos de aminoácidos existentes, permitem inúmeras combinações, o que gera proteínas diferentes. Dessa forma, o metabolismo de aminoácidos é composto por várias rotas e diversas enzimas participando desse processo. Como você deve saber, os aminoácidos possuem um grupamento amino, o qual os protege de degradações enzimáticas, dessa forma uma das primeiras reações que essas substâncias sofrem é a remoção desse grupo. Esse fato acontece através das reações de transaminação, as quais geram um aminoácido e um alfa-cetoácido, e reações de desaminação, que geram um alfa-cetoácido e um íon amônio. Essas mesmas reações também podem ser utilizadas para a produção endógena de aminoácidos, a partir dos alfa-cetoácidos correspondente juntamente com o glutamato, que é um doador de grupos amino. Dessa forma, tanto no catabolismo, como no anabolismo dos aminoácidos, os intermediários alfa- cetoácidos tem papel fundamental. Como você pode ver na figura abaixo, o catabolismo promove a degradação de todos os aminoácidos, independentemente de sua estrutura química, gerando as mesmas sete substâncias, que podem dar origem aos intermediários do ciclo do ácido cítrico, sendo chamados de glicogênicos, ou ao acetil-CoA, quesão chamados de cetogênicos. 19 Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição Umas das características interessantes do metabolismo de aminoácidos, é a centralização dos grupos amino na molécula do glutamato, o impacto disso é a facilidade de eliminação do íon amônio, que é tóxico para o organismo. A enzima glutamato desidrogenase é uma das poucas enzimas que tem a capacidade de fixar oxigênio em moléculas orgânicas. Em termos de rentabilidade energética, o metabolismo de dos aminoácidos podem fornecer até 90% da energia metabólica em animais carnívoros, uma utilização efetiva de proteínas como combustível. O tipo de aminoácido disponível varia de acordo com a necessidade do organismo, dessa forma o metabolismo proteico acontece com bastante frequência, pois a taxa de renovação das proteínas dentro das células é muito alta. Apesar dessa disponibilidade de aminoácidos livres para a síntese protéica ou para o fornecimento de energia, o organismo não armazena aminoácidos, por isso a importância das reações de transaminação e desaminação do metabolismo. 20 VEJA O VÍDEO! Para ver um resumo das reações de desaminação e transaminação, acesse o link a seguir (Duração 1:35) - https:// goo.gl/8kksXG • Síntese de amônia e ciclo da ureia Na atmosfera (o ar que a gente respira) tem uma grande quantidade de nitrogênio, no entanto, da maneira como ele se apresenta (N2) os sistemas biológicos não podem utilizar. Por isso, o controle do nitrogênio nos organismos deve ser cuidadosamente executado, não podendo faltar e muito menos estar em excesso, devido a sua toxicidade. No organismo humano, a amônia é transformada em ureia, que é a forma como o nitrogênio é excretado do organismo. Essa amônia é produzida a partir de diversos produtos nitrogenados, dos ácidos nucléicos e, principalmente, dos aminoácidos, como vimos nessa unidade. Os níveis de amônia livre que estão circulando devem ser devidamente controlados para que não se tornem tóxicos. Por isso, em um indivíduo adulto, todo o nitrogênio consumido é excretado, sendo necessária a constante síntese de amônia e, consequentemente, a sua conversão no ciclo da ureia que acontece dentro do organismo. O ciclo da ureia foi descrito pela primeira vez em 1932 por Hans Krebs, um nome já conhecido por você, por ele ter descoberto também o ciclo de Krebs cinco anos depois dessa data. Essa via ocorre somente no fígado, uma parte na matriz mitocondrial e outra no citoplasma, e tem como objetivo a detoxificação de grupos amônio. Para dar início ao ciclo é necessário a entrada de um grupo amino, nesse caso o íon amônio, que é proveniente do glutamato, devido a ação da glutamato desidrogenase. Esse íon junto com o bicarbonato é imediatamente utilizado para formar o carbamoil-fosfato, pela enzima carbamoil-fosfato-sintetase I. Ainda na matriz da mitocôndria o carbamoil-fosfato doa seu grupamento carbamoila para a ornitina, transformando-a em citrulina. No citosol, após duas etapas, a citrulina é convertida em arginino-succinato, que posteriormente será clivado pela enzima arginino-succinase, em arginina e fumarato. Enquanto que o fumarato é deslocado para participar como intermediário do ciclo do ácido cítrico, a arginina permanece no ciclo. Na última etapa do ciclo, a enzima arginase cliva a arginina gerando ureia e ornitina, sendo esta última transportada novamente para mitocôndria para iniciar outra volta no ciclo da ureia. Esta vai se difundir pelo sistema circulatório, e após a filtração pelos rins é eliminada na urina. https://goo.gl/8kksXG https://goo.gl/8kksXG 21 Fonte: Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6º edição Como vimos, o ciclo da ureia é bastante importante para a eliminação correta da amônia, dessa forma deficiências nas enzimas ou em algumas vias que alimentam esse ciclo, podem acarretar diversos problemas. Esses quadros são rapidamente identificados através de um sumário de urina e um exame de sangue, que detecta a concentração anormal dessa substância. 22 • Fármacos utilizados na eliminação da amônia Acabamos de estudar e perceber a importância do bom funcionamento do ciclo da ureia, no entanto quando a eliminação de amônia não acontece da maneira adequada, vários danos podem ocorrer, principalmente neurológicos. Nas condições normais a amônia livre é rapidamente fixada em moléculas orgânicas como o glutamato, para evitar a sua toxicidade. Mesmo assim, pequenos quadros de elevação da amônia livre já podem causar graves danos. Isso pode ser visto, em recém-nascidos que possuem deficiência em algumas dessas enzimas, diante disso deve ser tomada medidas emergências para evitar o óbito. Uma das estratégias é a utilização de fármacos que consigam se conjugar com os aminoácidos, elimina- nos do organismo. Com isso, o organismo passa a usar amônia livre para a síntese de aminoácidos que vão repor os que foram eliminados. Dentro desse mecanismo de ação, os fármacos mais utilizados são o ácido benzoico e o fenilbutírico, que apesar de serem relativamente eficazes, possuem diversos efeitos colaterais, inclusive hepatotoxicidade. • Metabolismo da fenilalanina e tirosina Esses dois aminoácidos encontram-se dentro do grupo dos aminoácidos essenciais, tendo como principal precursor o corismato. Como a fenilalanina pode ser desviada para a produção de tirosina, a necessidade de ingestão de fenilalanina depende de quanta tirosina é ingerida. Um defeito genético da principal enzima dessa via, que é a fenilalanina hidroxilase, pode causar um aumento da concentração de fenilalanina no sangue, um quadro conhecido com fenilcetonúria, que pode ser diagnosticado nos primeiros dias de vida através do conhecido teste do pezinho. • Metabolismo de lipídios de origem hepática e exógena Como vimos nessa unidade, os lipídeos são estruturas que geram uma grande quantidade de energia através do seu metabolismo. Além disso, são estruturais versáteis que participam da síntese de diversos compostos. Dentre eles podemos destacar os ácidos graxos, que são ácidos carboxílicos de cadeia longa e que possuem pouca solubilidade em água. Os triacilgliceróis, que são a forma de armazenamento de gordura mais efetiva nas plantas e vegetais, e também são bastante apolares e hidrofóbicos. E tem os lipídeos que compõem as membranas, nesse caso eles se apresentam conjugados com outras que geram uma maior polaridade a estrutura. E ainda temos, os lipídeos esteroides, que são derivados do colesterol. Os lipídeos exógenos mais comuns são os triacilgliceróis, que ao chegar no sistema digestório sofrem a ação das enzimas para poderem ser absorvidos pelo organismo. Como eles são muito hidrofóbicos, sua solubilidade em água é muito baixa, por isso é necessário que eles sejam organizados em micelas para que as lipases consigam realizar a degradação. Depois, os produtos dessa digestão são absorvidos pelo intestino e reorganizados como triacilgliceróis, que é a forma mais efetiva de armazenamento de gordura. • Síntese e papel das lipoproteínas plasmáticas Como sabemos, os lipídeos são moléculas extremamente apolares, por isso sua solubilidade em água é bem limitada. Dessa forma, é necessário estratégias para o transporte desses compostos no sistema circulatório, para que possam ser distribuídos e utilizados pelo organismo. Por isso, as lipoproteínas são macromoléculas, formadas por lipídeos e proteínas que realizam a distribuição dos lipídeos no sangue. 23 Por conta de sua função, elas têm grande importância clínica no diagnóstico de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. As principais lipoproteínas são o VLDL, HDL, LDL e os quilomícrons. O VLDL tem como função a distribuição dos triacilgliceróis para todos os tecidos do corpo. O HDL é considerado o colesterol “bom”, pois essa lipoproteína transporta os lipídeos da corrente sanguínea para o fígado. Já o LDL, que faz o processo contrário, é considerado o mal colesterol, pois é responsável por boa parte dos episódios de aterosclerose, umaobstrução dos vasos sanguíneos pelo acúmulo de gordura. PALAVRAS FINAIS Olá, caro(a) aluno(a) Como você pôde perceber nessa unidade, tanto o nosso corpo, quantos os diversos organismos vivos são sistemas complexos, com diversas substâncias, enzimas e rotas metabólicas. Apesar de toda essa complexidade é evidente que todo o metabolismo está de certa forma interligado e com o objetivo maior, que é manter o funcionamento e a homeostase do organismo. Por isso, para uma maior assimilação dos conceitos apresentados é essencial que você acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)l e também, que realize as atividades avaliativas propostas. Se ficou alguma dúvida do que foi sinalizado nesse Guia, consulte o seu Tutor. Ele estará à disposição para atendê-lo(a) e auxiliar no que for necessário. Nos encontramos na próxima unidade. Bons estudos e até breve!
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