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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC COLEGIADO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS (DCET) CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO BRUNA BISPO DA SILVA CLEONE SANTOS SANTANA LUCAS GUANAES CARRASCO POLÍTICAS ECONÔMICAS: POLÍTICA MONETÁRIA; POLÍTICA FISCAL; POLÍTICA CAMBIAL E DE RENDA. ILHÉUS- BAHIA NOVEMBRO / 2020 BRUNA BISPO DA SILVA CLEONE SANTOS SANTANA LUCAS GUANAES CARRASCO POLÍTICAS ECONÔMICAS: POLÍTICA MONETÁRIA; POLÍTICA FISCAL; POLÍTICA CAMBIAL E DE RENDA. Trabalho apresentado como requisito para obtenção de nota da disciplina Economia Aplicada a Engenharia I do Curso de Engenharia de Produção da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC – Ilhéus/Bahia), Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas (DCET) e Curso de Engenharia de Produção. Professora Orientadora: Prof. Elenildes Santana Pereira. ILHÉUS- BAHIA NOVEMBRO/ 2020 ÍNDICE INTRODUÇÃO.......................................................................................... 3 POLÍTICA MONETÁRIA........................................................................ 4 POLÍTICA FISCAL .................................................................................. 6 POLÍTICA CAMBIAL............................................................................ 11 POLÍTICA DE RENDA.......................................................................... 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 13 REFERÊNCIAS....................................................................................... 14 Introdução Para cumprir o propósito social e atingir os objetivos econômicos, um país usa de determinados métodos/instrumentos tomados pelo governo, assim, caracterizando sua política econômica a qual pode ser dividida entre: política monetária, focando no controle da moeda na economia; política cambial, tentando manter o equilíbrio entre as arrecadações e os gastos públicos; e política fiscal que administra as taxas de câmbio. Sendo assim, a política econômica se refere a um conjunto de ações cujo foco é alcançar objetivos sociais e macroeconômicos atendendo às necessidades de bens e serviços da sociedade; essas ações envolvem o poder Legislativo, Executivo, e órgãos como o Banco Central. Dentre os objetivos da política econômica alguns são: a estabilização de preços; crescimento ou desenvolvimento econômico; e distribuição de riquezas. As políticas econômicas podem ser classificadas em relação a diferentes objetivos e métodos. Em relação ao objetivo, elas estão classificadas entre políticas econômicas: alocativa, distributiva, estabilizadora ou expansionista. • Alocativa: Com intuito de aumentar a eficiência, tende melhorar a alocação de recursos na economia. • Distributiva: Para reduzir a desigualdade social, objetiva a distribuição de renda de forma equânime. • Estabilizadora: Foca na estabilização da economia visando controlar a hiperinflação. • Expansionista: Com incentivo a produção e consumo, dirige esforços para acelerar o crescimento econômico. Em relação aos métodos, elas estão classificadas entre estrutural e conjuntural; no qual uma adota um método voltado à modificação da estrutura em longo prazo; e a outra adota um método voltado a administrar situações específicas em curto prazo. A política econômica apropria-se de vários instrumentos para o gerenciamento da economia; dentre estes estão: A politica monetária; a politica fiscal; a politica cambial e de renda. Política Monetária A política monetária é uma parte da economia que controla o dinheiro que está em circulação, taxas de juros e o crédito de um país. Essa política é administrada através de uma autoridade monetária, o Banco Central (BC). O Banco Central é responsável por controlar a quantidade de moeda que circula na economia por meio do Comitê de Política Monetária (COPOM). Sendo assim, as medidas de Política Monetária adotadas visam o equilíbrio da economia, alterando a oferta de moeda e definindo as taxas de juros; medidas de suma importância para que se contenha e supere crises, além de manter a inflação sobre controle. Para elaboração dessa política, essa autoridade deve levar em consideração critérios macroeconômicos, avaliando o desempenho da economia com objetivo de promover a estabilidade de preços. No Brasil, as taxas de juros são controladas pelo Banco Central do Brasil (Bacen), uma autarquia federal. A Política Monetária é o que determina se, em um país, será mantida ou alterada a taxa básica de juros (a taxa Selic). Essa decisão interfere diretamente no mercado de investimentos e na escala de consumo da população, já que essa decisão impacta no valor da moeda e nos preços de produtos e serviços. Por esse motivo, os investidores devem ficar atentos às modificações da taxa Selic, sobretudo em investimentos de renda fixa, tendo em vista que toda medida adotada altera mesmo que minimamente a rentabilidade das aplicações, promovendo ganhos ou perdas diante das variações dessa taxa. Quando essa taxa básica (Selic) é aumentada, as taxas cobradas pelos bancos também sofrem aumento, o que dificulta o acesso ao crédito; e assim, com menos dinheiro disponível para gastar, a população compra menos. Dessa forma, segundo a lei da oferta e da demanda, conforme a demanda cai, os preços (e, portanto, a inflação) também caem; proporcionando um equilíbrio econômico. Em contrapartida, quando a taxa básica é reduzida, é mais fácil conseguir empréstimos no país; visto que os juros bancários tendem a diminuir também. Assim com mais dinheiro à disposição, a população pode gastar mais, além de haver um maior número de investimentos no país. Nesse caso, de acordo com a lei da oferta e da demanda há uma aceleração da economia fazendo-a subir. A procura por moeda ou procura total por dinheiro, pode ser dada por duas formas: uso como ativo; e uso para transações. O aumento da taxa de juros gera uma diminuição na procura por moeda como um ativo. Quanto maior a taxa de juros maior é o custo de https://blog.onze.com.br/artigos/tesouro-selic-taxa-selic/ oportunidade de ter dinheiro líquido em mãos, tendo em vista que poderia estar depositado em alguma instituição financeira ou investido em obrigações do tesouro onde o rendimento dos juros estimularia o indivíduo a investi-lo. Portanto, quanto mais saudável uma economia estiver, maior será a oferta de moeda. A procura por moeda para transações como compra e venda de produtos e serviços é independente da taxa de juros. A oferta de moeda também é ou não independente da taxa de juros e é controlada pelo banco central. Em épocas de crescimento do PIB, uma economia possui maior liquidez e nos momentos de recessão ela é menor, por isso, o governo faz o controle da oferta de moeda buscando o equilíbrio entre esses diferentes cenários. Por isso ela diferencia por políticas expansionistas e contracionistas. Na política monetária expansionista, o Banco Central diminui as taxas de juros do país, o que leva ao aumento da oferta de moeda, com o objetivo de crescer a economia e expandir o consumo. Em consequência, a demanda por bens e serviços aumentam, tendo taxas de juros mais baixas; além das empresas contraírem mais empréstimos para atender a procura. Se a oferta não é toda atendida, ocorre um aumento dos preços, ou seja, aumento da inflação. A política expansionista tem como vantagem a expansão da economia; porém, como a economia depende de muitos fatores essa política é sujeita à desvantagem de manter o país com aumento à inflação. Já a política monetária contracionista é realizada quando acontece o inverso, ou seja, quando ocorre a diminuição do PIB e do consumo dentro deuma economia o Banco Central aumenta a taxa de juros, reduzindo a moeda dentro do fluxo econômico e, com isso, provoca a redução da inflação tendo em vista a diminuição da demanda. Assim, é necessário que a autoridade da política monetária tome medidas para equilibrar a economia através do controle da oferta de moeda. Esse controle pode ser realizado de diferentes formas, sendo a compra e venda de obrigações do tesouro nacional, numa economia de mercado aberto, a mais comum. Quando o Banco Central decide reduzir a taxa de juros, a oferta de moeda é aumentada e a operação de mercado utilizada é a compra de obrigações do tesouro nacional. Comprando esses ativos dos bancos, o BC está fornecendo moeda à economia, portanto a taxa de juros diminui. Essa prática é característica de uma política monetária expansiva. Para aumentar a taxa de juros, a oferta de moeda deve ser reduzida e a operação de mercado utilizada é a venda de obrigações do tesouro nacional. Vendendo esses ativos aos bancos, o BC provoca uma redução na quantidade de moeda na economia aumentando assim a taxa de juros, determinando uma política monetária contracionista. Outros instrumentos da política monetária podem promover o aumento ou a redução da quantidade de moeda em circulação. No Brasil, alguns desses instrumentos utilizados são: recolhimento compulsório; taxa de redesconto; e taxa de juros. O recolhimento (ou depósito) compulsório atua no plano de restrição da moeda em circulação do país, tirando-a diretamente dos bancos e, assim, não chegando à população. Esse recolhimento é como uma taxa que os bancos pagam ao Banco Central, que pode ser feito em moeda ou em títulos públicos federais. Essa taxa percentual é cobrada em transações relacionadas aos produtos bancários e é definida pelo próprio Bacen, de acordo à necessidade. Assim, quando é preciso reduzir a atividade econômica no país, o Bacen eleva essas taxas. Desta forma, os bancos têm menos recursos disponíveis para emprestar para a população, atendendo assim a necessidade econômica de diminuir a quantidade de moeda em circulação. Por outro lado, quando é necessário que se tenha mais moedas circulando, a taxa obrigatória é reduzida pelo Bacen, o que faz com que os bancos tenham mais recursos para o oferecimento de crédito. Assim, o Banco Central interfere diretamente nas atividades econômicas do país e, consequentemente, na inflação. Resumindo, essa ferramenta é vista pelo BC como uma forma de restringir a moeda em circulação, retirando-a diretamente de quem a fornece ao mercado: os bancos comerciais. Dessa forma, o multiplicador bancário é suprimido. A taxa de redesconto é uma taxa de juros cobrada pelo Bacen nos empréstimos feitos aos bancos comerciais. Razão a qual o Banco Central é chamado de “banco dos bancos”. Essa forma de controle monetário atua indiretamente, pois quanto maiores as taxas pagas pelos bancos, também serão altas as taxas cobradas dos clientes, dificultando esses empréstimos e diminuindo a moeda em circulação. Já quando é preciso de mais moeda circulando na economia, essas taxas são reduzidas. A alteração da taxa básica de juros (a taxa Selic) funciona de acordo o interesse do Bacen de reduzir ou impulsionar a inflação, podendo aumentar ou diminuir essa taxa básica de juros. Política Fiscal A política fiscal são uma série de medidas em que o governo, através do controle orçamentário, mudanças nas despesas e receitas, busca atingir uma economia nacional estável, a redistribuição da renda e a alocação de recursos. A função de estabilidade inclui https://www.remessaonline.com.br/blog/banco-central-adia-prazo-para-entrega-da-declaracao-cbe/ https://www.remessaonline.com.br/blog/selic-quarentenas-e-prognosticos/ a promoção do crescimento econômico sustentado, com baixo desemprego e estabilidade de preços. A função de redistribuição é projetada para garantir uma distribuição de renda justa. E a função de distribuição inclui o fornecimento efetivo de bens e serviços públicos para compensar as falhas do mercado. Concentra-se em garantir o melhor funcionamento das tributações nacionais e manter as despesas dentro de uma margem controlável, onde os gastos (despesas) representam o pagamento de elementos essenciais para a manutenção do governo, como subsídios para empresas, salário de ministros e juízes, além de serviços como saúde, educação e segurança; e as tributações os impostos recolhidos e o controle de alíquotas impactando o mercado. O equilíbrio das expectativas econômicas significa que essas políticas podem determinar as metas anuais a serem atingidas e estão vinculadas aos números do PIB e às expectativas de inflação. Atingir esses números depende de medidas que permitam que as receitas e custos do governo promovam mais fluxos de capital. Esses objetivos podem ser alcançados e controlados pela observação dos fatores socioeconômicos e pela adoção de medidas que favoreçam o fluxo de caixa. O governo procura maneiras de aumentar a receita e investir mais no crescimento. A política fiscal concentra-se na produção, que pode ou não atingir a meta do PIB. Quando os indicadores mostram que a economia não está crescendo ou crescendo lentamente, a política vai salientar-se em estimular a produção e o comércio. Alguns setores adotam incentivos fiscais, o que alteram o âmbito da tributação e restauram o crescimento. Outra possibilidade é investir em infraestrutura. De outra forma, quando for possível ultrapassar a meta do PIB, surgirá outra demanda. Mesmo que pareça bom, o PIB ultrapassar a meta, pode-se gerar um superávit, que vai aumentar a inflação. Nesse sentido, adota-se uma das duas possibilidades de política: a primeira é usar maior fluxo de caixa para pagar a dívida pública, aumentar a confiança internacional e estimular a economia e o investimento; A segunda é encontrar maneiras de reduzir a taxa de crescimento econômico para garantir que a inflação esteja sob controle. Os resultados da política fiscal podem ser avaliados de diferentes ângulos, que podem se concentrar em medir a qualidade dos gastos públicos e determinar o impacto da política fiscal no bem-estar dos cidadãos. Para tanto, diversos indicadores podem ser utilizados na análise financeira, destacando-se os indicadores de fluxo (resultado primário e nominal) e de estoque (dívida líquida e dívida total). Ou seja, como o estoque é formado por fluxo, esses indicadores estão relacionados entre si. Portanto, por exemplo, o resultado nominal apurado em um determinado período de tempo afetará o estoque total da dívida. A política fiscal possui duas estratégias operacionais: a expansionista e a contracionista. A política fiscal expansionista é o nome de um tipo específico de política econômica destinada a acelerar o mercado econômico, aquecê-lo e controlar a inflação e a circulação monetária. É utilizada quando o governo se dedica ao fortalecimento da economia, exercendo uma política de gastos aplicada à redução de tributos, que são fornecidos através dos impostos pagos pelos trabalhadores e empresas; e aumento dos gastos, referentes ao pagamento de dívidas públicas, investimento em saúde e educação, e gastos com a previdência, parcela significativa dos gastos. Especificamente é uma política que consiste em aumentar os gastos do governo e diminuir os impostos para que a economia cresça. A política expansionista é indicada para países que estão enfrentando períodos de recessão, porém, esta é uma proposta polêmica, conforme mostrado a seguir. Para países com finanças públicas sólidas, as políticas expansionistas são menos controversas. Em outras palavras, as receitas e despesas do país excedem suas despesas. Ou seja, o país está superavitário. Como o país está superavitário, é muito mais fácil aumentar os gastos e reduzir os impostos. Afinal, isso não levará a um aumento da dívida pública. No entanto, se umpaís está com déficit fiscal, pode ser perigoso formular políticas expansionistas. Isso porque se o país já gastou mais do que suas receitas e despesas, mesmo que aumente seus gastos, reduza sua receita, este fenômeno pode agravar o déficit público. Uma vez que esses déficits ficarem fora de controle, isso se tornará um grande problema. Quando um país começa a acumular muitas dívidas, os credores começam a exigir taxas de juros mais altas para emprestar seus recursos. Quando essas taxas de juros aumentam, o custo da dívida aumenta. Por sua vez, isso torna o orçamento do governo ainda mais deficiente, pois é preciso aumentar ainda mais os gastos. Essa situação pode se tornar uma bola de neve, o que no final das contas se mostra insustentável. A política fiscal contracionista é destinada a conter o mercado econômico acirrado e controlar questões como inflação e circulação de moeda. É necessária para homogenizar as contas de um país, onde o governo pretende comedir suas finanças em benefício das contas públicas. Esse tipo de política fiscal é muito importante para que o governo passe sua credibilidade aos credores. Ao passar confiabilidade, o governo pode reduzir os juros pagos sobre seus títulos de dívida. Esta redução no pagamento dos juros cria uma carga financeira para o governo. Portanto, o país pode usar seus recursos para investir em setores necessários como saúde e educação. A arrecadação do governo é baseada no imposto pago pelo povo. Tem gastos, incluindo custos de investimento e dívidas. Se as despesas do governo excederem suas receitas e despesas, haverá um déficit fiscal. A situação do déficit é a seguinte: O governo emite títulos de dívida adquiridos por agentes de mercado. No entanto, se esses déficits forem considerados muito altos, isso pode levar à desconfiança na capacidade do governo de cumprir suas promessas. Por esse motivo, existem agências de avaliação para mensurar o risco de crédito do emissor. Para aumentar o risco de crédito e, assim, reduzir o custo da dívida, muitos países adotaram políticas fiscais contracionistas. Basicamente, tais políticas incluem a redução ou eliminação completa dos déficits públicos. O objetivo é fazer com que as contas de um país pareçam superavitárias, ou seja, quando o montante de dinheiro recebido é maior do que a despesa. As ações desta política fiscal consistem em: reduzir e/ou congelar os gastos governamentais; e aumento dos tributos. Essas políticas são amplamente utilizadas para permitir que os países superem recessões e situações de crise econômica. Ao anunciar essa política de gastos, o governo comunica ao mercado que tem responsabilidade de longo prazo pela economia. Por outro lado, alguns críticos da política fiscal contracionista dizem que ela pode agravar a recessão. Porque, ao retirar investimentos e gastos da economia, o governo pode contribuir para uma redução ainda maior na geração de empregos. A diferença dessas duas estratégias operacionais baseia-se em que, enquanto a política expansionista visa promover o crescimento econômico, aumentar o consumo e estimular o investimento. Mediante medidas que promovam o acesso ao crédito, a circulação monetária e o investimento. Para esse fim, por exemplo, o banco central pode diminuir a taxa de arrecadação, aumentar os gastos públicos (como em grandes projetos, empregar um grande número de pessoas e distribuir renda) e reduzir as taxas de impostos; a contracionista objetiva justamente promover a desaceleração do crescimento econômico e reduzir o consumo e o investimento, principalmente com foco no controle da inflação. Por meio de medidas que impeçam o crédito, a circulação da moeda e o investimento. Para tanto, o banco central pode aumentar a alíquota do Seri, reduzir os gastos públicos e aumentar as alíquotas dos impostos. No Brasil, existe um alto grau de responsabilidade fiscal na implementação de políticas fiscais. O objetivo do uso equilibrado dos recursos públicos é reduzir gradativamente a dívida líquida em porcentagem do PIB, contribuindo para a estabilidade, o crescimento e o desenvolvimento econômico do país. Mais especificamente, a política fiscal visa criar oportunidades de emprego, aumentar o investimento público e expandir a rede de seguridade social, com foco na redução da pobreza e da desigualdade. Tratando-se do cenário de crise pandêmica em que o país vive atualmente, destaca-se que ao analisar as políticas fiscais adotadas pelos governos central e local, verifica-se que mesmo nas circunstâncias desafiadoras e especiais da pandemia, os parâmetros de gestão das finanças públicas não se alteraram, mantendo assim uma orientação orçamentária equilibrada, antes da crise. De acordo com as diretrizes, as ações para lidar com o impacto social e econômico da Covid-19 na saúde estão sujeitas às condições de financiamento fornecidas principalmente pela base tributária, que foi retirada no início do ano devido ao próprio desenvolvimento da pandemia e, em última instância, mitigação limitada e medidas para compensar o impacto da crise. Portanto, pode-se dizer que embora as ações tomadas possam ser apontadas na direção certa, elas são estruturalmente restritas, o que significa que o atual modelo de política fiscal do país é amplamente propício ao desenvolvimento da pandemia. Como o progresso da Covid- 19 trouxe crescentes danos humanitários, sociais e econômicos ao país, é decisivo e urgente mudar esse modelo de política fiscal, que é inconsistente com o grau de crise do desenvolvimento integral. O governo federal mostrou sua inércia diante a uma crise pandêmica, tornando tarefa de governadores e prefeitos a liderança de ações nacionais ao combate do Covid-19. É importante ressaltar que a Lei de Responsabilidade Fiscal organizou uma nova instituição fiscal não convencional que forneceu espaço orçamentário emergencial para que as entidades governamentais locais adotassem ações mais abrangentes em face da atual crise pandêmica. Sendo a Lei Complementar de 27 de Maio de 2020, que além de fornecer assistência financeira aos governos locais em momentos críticos quando há falta de recursos orçamentários, também cria um novo sistema fiscal do país, que fornece condições padrão para que governadores e prefeitos implementem maiores despesas deficitárias, o que é importante para permitir a implementação de déficits. Visto que, os gastos são cruciais e devem tomar medidas decisivas e abrangentes para enfrentar com eficácia os impactos econômicos, sociais e de saúde da crise pandêmica. Além das condições de financiamento proporcionadas por recursos de origem tributária restrita, atribui espaço fiscal para acomodar mais despesas de estados e municípios. Política cambial Ao discorrer sobre as políticas fiscais e monetárias citadas acima, percebemos que elas estão envoltas as questões internas do país; tais como: crescimento econômico, balanceamento ou equilíbrio nas contas públicas, além do consumo interno e a inflação. Em contrapartida a política cambial está associada a setores externos no que diz respeito às relações econômicas internacionais, visando um equilíbrio nas contas externas. Em definição a política cambial é o conjunto de medidas e ações que as autoridades monetárias do país adotam em sua moeda, com o intuito de influenciar e controlar o comportamento e sua relação com as moedas estrangeiras; na tentativa de evitar variações muito bruscas na taxa de câmbio. Tais políticas são desenvolvidas pelo banco central em consenso com as políticas fiscais e monetárias; sendo assim, operam em conjunto objetivando adoções mais adequadas da taxa de câmbio. A taxa de câmbio está relacionada ao preço pago da moeda nacional em relação à moeda estrangeira; ou seja, evidencia a quantidade necessária de moeda nacional para aquisição de uma moeda estrangeira. A política cambial está alicerçada na administraçãoda taxa de câmbio e no controle de operações cambiais; por exercer fortes influências nos diversos eixos macroeconômicos, trazendo impactos nos setores ligados as transações econômico-financeiros, as políticas cambiais devem ser administradas com extrema cautela. Dentro das medidas adotadas para administração das políticas cambiais estão: Câmbio fixo; Câmbio flutuante e Banda Cambial. Câmbio fixo acontece quando o preço da moeda possui um preço único em relação às outras moedas, e a principal vantagem está na integração dos mercados internacionais numa pluralidade de redes de mercados conexos onde o mercado não é especulativo; Câmbio flutuante consiste em quando o preço da moeda varia livremente no mercado de moedas, e também é caracterizado pela ausência do Banco Central; e a Banda cambial a moeda flutua, porém com um limite superior e um inferior, os preços flutuam dentro de um intervalo fixo funcionando como uma mistura dos regimes fixo e flutuante. Nos regimes de câmbios já citados, notamos que há valorizações e desvalorizações da moeda; essas medidas são chamadas de: Apreciação Cambial: A apreciação cambial acorre quando o governo valoriza a moeda ao preço das estrangeiras, com isso, os estrangeiros precisam pagar mais pela moeda nacional. O governo pode apreciar a moeda quando percebe que na economia ocorrem excessivas exportações e internamente as pessoas pagam muito caro para adquirir produtos estrangeiros. Depreciação Cambial: A depreciação cambial é o processo contrário, quando a moeda é desvalorizada ao preço das estrangeiras, fazendo com que os estrangeiros precisem pagar menos pela moeda nacional. O governo pode depreciar a moeda para aumentar a competitividade da economia com os outros países, tornando os produtos mais atrativos. Política de Renda No contexto das políticas econômicas, diversos instrumentos são utilizados pelas forças governamentais econômicas, dentre elas está a política de renda. Tal politica visa a redistribuição de renda equânime as diversas camadas sociais. Nesse contexto, o governo tem a liberdade de interferir nas forças de mercado (oferta e demanda), e impedir o seu livre funcionamento; as políticas de rendas são normalmente usadas durante períodos de aumento da procura, para tentar prevenir o aumento de preços. No que se refere a fatores que estão ligados diretos a produção econômica, o governo também tem autonomia sobre o controle dos salários, preços dos produtos intermediários e finais, lucros, dividendos e depreciações. Dos instrumentos que estão associados as políticas de rendas, vale o destaque para: Dimensão Patrimonial: que permite ao trabalhador o acesso à terra, moradia, aos bens de consumo durável e as políticas dos fundos previdenciários. Dimensão dos Rendimentos: que é a inserção no mercado de trabalho, transferências públicas e carga tributária. Dimensão dos direitos sociais: que está correlacionada ao acesso aos serviços de saúde, segurança e transporte, acesso a educação e cultura, além aos equipamentos de lazer. Considerações finais Em destarte, percebemos ao longo do texto que nem sempre os instrumentos que integra a política econômica estão em coerência ou em harmonia; pois devidos aos interesses distintos, a curto prazo, podem desenvolver interesses conflitantes ao outro. Portanto, uma politica que tente açambarcar todos eles a curto prazo de uma só vez, muito provavelmente estará incoerente. Notamos que uma das principais preocupações dessa política, é o crescimento econômico; além do controle da inflação para não afetar o poder de compra das diversas camadas da sociedade; e por fim a busca pelo equilíbrio nas contas externas do país. O desenlace do sistema econômico está intrinsicamente ligado ao bem estar da população a longo prazo. Referências Ribeiro, Wlademiro - O que é política econômica – fiscal, monetária e cambial? Ciência e Negócios, 7 de setembro de 2018 Política Econômica. Mais Retorno, 16 de janeiro de 2020. Disponível em <https://maisretorno.com/blog/termos/p/politica-economica> Cortes, Andrea - Política Monetária: o que é e como funciona? Remessa Online, 22 de setembro de 2020 O que é Política Monetária? Dicionário Financeiro. Disponível em: https://www.dicionariofinanceiro.com/politica-monetaria/ Política Monetária. Mais Retorno, 5 de abril de 2019. Disponível em https://maisretorno.com/blog/termos/p/politica-monetaria Política Contracionista. Mais Retorno,2010. Disponível em: < https://maisretorno.com/blog/termos/p/politica-contracionista>. Acesso em 23/11/2020. Política Expansionista. Mais Retorno,2020. Disponível em: < https://maisretorno.com/blog/termos/p/politica-expansionista>. Acesso em: 23/11/2020. REIS, Tiago. Política fiscal expansionista: quais são os efeitos de uma expansão fiscal? Suno,2018. 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