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- ácido aracdônico → eicosanóide (um autacóide: substância rapidamente sintetizada em resposta a estímulos específicos) Visão geral das vias do AA. A fosfolipase A2 atua sobre os fosfolipídios fosfatidilcolina, fosfatidiletanolamina e fosfatidilinositol. A seguir, o AA não esterificado é utilizado como substrato para as via da ciclo-oxigenase, da lipoxigenase e da epoxigenase. A fosfolipase A2 cliva a ligação éster indicada pela seta (no “sítio de clivagem”), liberando o AA - a via da COX leva à formação de prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos - nos seres humanos, são encontrados duas isoformas da CO: COX-1 e COX-2 - estudos já apontam a existência da COX-3 que seria, potencialmente, o alvo da ação de paracetamol e dipirona - COX-1 e COX-2 são semelhantes: ambas têm um canal hidrofóbico no qual se ancoram o AA ou outros substratos de ácidos graxos para que a reação de oxigenação possa prosseguir → os inibidores de COX atuam em competição reversível com o AA para esse sítio de ligação (com exceção de AAS que atua por inibição irreversível da enzima por acetilação) Em consequência de diferenças quanto a localização celular, perfil de regulação, expressão tecidual e exigência de substrato, COX-1 e C-X-2 produzem, em última análise, conjuntos distintos de produtos eicosanóides, envolvidos em diferentes vias e funções material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) AINEs (Golan, Rang & Dale, Whalen) VIA DA COX Comparação entre COX-1 e COX-2 Propriedade COX-1 COX-2 Expressão Constitutiva Induzida; normalmente não está presente na maioria dos tecidos Constitutiva em partes do sistema nervoso Localização tecidual Expressão ubíqua Tecidos inflamados e ativados Localização celular RE RE e membrana nuclear Seletividade de substrato AA, ác. eicosapentanóicos AA,, linolenato, ác, eicosapentanóicos Função Função de proteção e manutenção Homeostasia vascular, manutenção do fluxo sanguíneo renal e gastrintestinal, função renal, proliferação da mucosa intestinal, função plaquetária e anti trombogênese Funções pró-inflamatórias e mitogênicas Atividades em inflamação, febre, dor, transdução de estímulos dolorosos na medula espinal mitogênese (particularmente do epitélio gastrintestinal), adaptação - PGH2 → junção crítica da via da COx: precursor imediato de PGD2, PGE2, PF2a, TxA2 e prostaciclina (PGI2) - a distribuição pelos tecidos é determinada pelo padrão de expressão das diferentes enzimas envolvidas na síntese das prostaglandinas (PG sintases) - PGE2: envolvida na ativação das células inflamatórias - plaquetas expressam altos níveis de tromboxano sintase mas não contêm prostaciclina sintase - endotélio vascular carece de tromboxano sintase mas expressa prostaciclina sintase PLAQUETA→ TxA2 (vasoconstritor, promove adesão e agregação plaquetária) ENDOTÉLIO VASCULAR → PGI2 (vasodilatador e inibidor de agregação plaquetária) O equilíbrio local entre níveis de TxA2 e de PGI2 é crítico na regulação da pressão arterial sistêmica e na trombogênese. - em geral, AINEs são moléculas hidrofóbicas, as quais, em sua maioria, apresentam um grupo de ácido carboxílico → devem ser dhidrofóbicos para competir com o AA pelo sítio de ligação na COX (túnel hidroóbico) - AINEs suprimem apenas os sinais da resposta inflamatória subjacente, mas não revertem necessariamente nem produzem resolução do processo inflamatório - três efeitos terapêuticos principais, fundamentados na supressão da síntese de prostanóides em células inflamatórias, principalmente por inibição da isoforma COX-2: 1. Efeito anti-inflamatório: a diminuição da prostaglandina E2 e da prostaciclina reduz a vasodilatação e, indiretamente, o edema. O acúmulo de células inflamatórias não sofre redução direta material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) renal a estresses, deposição de osso trabecular, ovulação, placentação e contrações uterinas no trabalho de parto Indução Em geral nenhuma indução Induzida por LPS, TNF-alfa, IL-1, IL-2, EGF, IN-gama; o mRNA aumenta 20 a 80 vezes a indução; regulada dentro de 1 a 3h Inibição Farmacológica: AINE AINE, inibidores COX-2 Principais efeitos adversos de COX não seletivo e seletivos COX-2 Efeitos adversos Inibidores Não Seletivos Inibidores seletivos COX-2 Ulceração gástrica Sim Sim (a toxicidade gastrintestinal dos inibidores seletivos COX-2 pode ser menor que a dos inibidores não seletivos da COX, porém ainda existe incidência de toxicidade) Inibição da função plaquetária Sim Não Inibição da indução do trabalho de parto Sim Sim Comprometimento da função renal Sim Sim Reação de hipersensibilidade Sim ? Prostaglandinas, tromboxano e prostaciclina ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINEs) Efeitos terapêuticos gerais 2. Efeito analgésico: diminuição da geração de prostaglandinas significa menos sensibilização de terminações nervosas nociceptivas aos mediadores inflamatórios, como a bradicinina e a 5-hidroxitriptamina. - eficazes contra dor leve ou moderada, principalmente quando originada de inflamação ou lesão tecidual - ação local: reduzem produção de prostaglandinas, produzidas por COX-2, que sensibilizam nociceptores para mediadores de inflamação - ação central (SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA): lesões inflamatórias periféricas aumentam a expressão da COX-2 e liberação de prostaglandinas na medula, facilitando a transmissão das fibras de dor aferentes para os interneurônios do corno posterior → AINEs atuam aumentando o limiar de excitabilidade da membrana terminal dos nociceptores Diante de um trauma tissular, o acúmulo local de prostaglandinas, tromboxanos e outros mediadores químicos ocasionam a "sensibilização periférica" da dor, que se caracteriza por uma alteração no limiar de nociceptores, com consequentes hiperalgia (sensibilidade exacerbada ao estímulo nóxico) e/ou alodinia (sensações não dolorosas sendo experimentadas como dor). Estes nociceptores sensibilizados enviam sinais, via fibras nervosas aferentes A delta e C, para o corno posterior da medula, onde fazem sinapses principalmente com neurônios das lâminas I,II e V e, como conseqüência, geram a "sensibilização central" da dor. A partir da medula, o estímulo doloroso ainda prossegue via trato espinotalâmico para estruturas como tálamo e córtex cerebral, onde existe muito mais a se esclarecer sobre a sensibilização dolorosa nessas áreas. Os efeitos terapêuticos e colaterais dos AINEs resultam da inibição da enzima ciclooxigenase por estes compostos. Assim, tais agentes reduzem a síntese de prostaglandinas, diminuindo a intensidade do processo inflamatório e consequentemente a nocicepção periférica. Também tem sido atribuído a tais agentes um possível efeito antinociceptivo central 3. Efeito antipirético: no SNC,a IL-1 libera prostaglandinas que elevam o ponto de ajuste hipotalâmico para o controle de temperatura, causando febre. Os AINEs impedem esse mecanismo (ajuste no termostato fisiológico) - IL-1, liberada por macrófagos, estimula a geração de PGE2 que eleva o ponto de ajuste de temperatura - uma vez que haja o retorno ao ponto de ajuste normal, os mecanismos reguladores de temperatura (dilatação de vasos superficiais, sudorese, etc) entram em ação para reduzir a temperatura - a temperatura corporal normal (indivíduo sadio) não é afetada pelos AINEs Distúrbios gastrintestinais - efeitos indesejáveis mais comuns dos AINEs - resultam, principalmente, da inibição da COX-1 gástrica , que sintetiza prostaglandinas que normalmente inibem a secreção de ácido e protegem a mucosa - sintomas típicos: dispepsia, constipação, náuseas e vômitos e, em alguns casos, hemorragia e ulceração gástrica - era previsto que os agentes seletivos de COX-2 proporcionasse bons níveis de efeitos anti-inflamatórios e analgésicos, com menos dano gástrico → porém, o grau de inibição das duas isoformas COX depende não apenas da atividade intrínseca do fármaco, mas também da cinética inibitória e da farmacocinética . Ou seja, mesmo sendo classificado como inibidor seletivo de COX-2, em algum instância, a COX-1 ainda será inibida o que poderá gerar os distúrbios gastrintestinais Reações cutâneas - efeitos indesejáveis idiossincráticos comuns dos AINEs Efeitos adversos renais - insuficiência renal aguda reversível em pacientes suscetíveis - mecanismo: inibição da biossíntese de prostanóides (PGE2 e PGI2; prostaciclinas) envolvidas na manutenção do fluxo sanguíneo renal, especificamente na vasodilatação compensatória mediada por PGE2, que ocorre em resposta à ação da noradrenalina ou da angiotensina II - o abuso de AINEs pode causar nefropatia analgésica, caracterizada por nefrite crônica e necrose papilar renal material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) Efeitos adversos gerais Efeitos cardiovasculares adversos: - podem ocorrer com muitos AINEs e coxibes, assim como estar relacionado com a inibição da COX-2 na mácula densa ou em outro local, levando à hipertensão - AAS e seus derivados - diferentemente dos outros AINE, atua de modo irreversível, acetilando o resíduo de serina do sítio ativo de COX-1 e COX-2 - a acetilação de COX-1 destrói a atividade da enzima, impedindo a formação de prostaglandinas derivadas da COX-1, tromboxanos e prostaciclinas → novas enzimas devem ser produzidas para que os produtos voltem a ser formados - efeito antitrombogênico: inibição irreversível da COX-1, impedindo a biossíntese de TxA2 pelas plaquetas - plaquetas, desprovidas de núcleo, são incapazes de sintetizar novas proteínas. Por conseguinte, as enzimas COX-1 irreversivelmente acetiladas não podem ser substituídas por proteínas recém-sintetizadas, e a atividade de COX dessas plaquetas é inibida de modo irreversível durante seu tempo de sobrevida na circulação (cerca de 10 dias). Embora o AAS também iniba de modo irreversível a COX-1 e COX-2 das cels endoteliais vasculares, essas células têm capacidade de sintetizar novas enzimas COX, portanto, podem rapidamente reiniciar a síntese de PGI2. - A administração de dose única de AAS diminui por vários dias a quantidade de tromboxano passível de ser produzido, desviando o equilíbrio TxA2-PGI2 vascular para vasodilatação mediada por PGI2, inibição plaquetária e anti trombogênese. - Dois efeitos tóxicos singulares do AAS são a hiper-reatividade das vias respiratórias induzida por ácido acetilsalicílico em indivíduos asmáticos (a denominada asma sensível ao ácido acetilsalicílico) e a síndrome de Reye (encefalopatia e esteatose hepática em crianças de pouca idade) → esse fármaco geralmente não é administrado a crianças devido ao temor de desenvolvimento dessa síndrome. Em vez dele, é amplamente utilizado o paracetamol material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) Salicilatos - fármacos hidrofóbicos → competição com AA ao túnel hidrofóbico da COX - rápida absorção VO → [plasmática] máx em 2-3h - grande ligação às proteínas plasmáticas (95-99%) → interações medicamentosas por deslocamento - ampla distribuição tecidual - rápida penetração nas articulações artríticas - sofrem biotransformação hepática e excreção renal → não recomendados na doença renal ou hepátic avançadas - maioria atinge o SNC → efeito analgésico central - efeitos adversos farmacodinâmicos: material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) Outras classes de AINEs FARMACOCINÉTICA DOS AINEs - material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30)
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